Eldrwin E O Pergaminho Mágico De Orion escrita por KyuHumi


Capítulo 12
O pedido de Anya




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— Pai. Quero te pedir um importantíssimo favor. Disse Anya mostrando um angelical sorriso ao pai e entrelaçando os dedos da mão – Preciso ir ao templo dos pergaminhos ao começo da tarde. É algo muito importante.

Um silêncio bastante incomodo se instalou na sala do trono. Apenas as cortinas de cores vinho que iam quase até o chão balançavam de um lado para o outro por causa da brisa suave e calma do inicio da manhã que atravessava as janelas. O rei Gallic, que estava sentado em seu trono, segurava em mãos uma espécie de pergaminho e quanto mais linhas ia lendo, mais franzia a testa expressando tamanho desconforto que era como se estivesse lendo algum relato de horror ou coisa do tipo. Seus olhos estavam tão fixados naquilo que estava lendo que as palavras de Anya nem sequer foram ouvidas por ele.

—Pai? - Novamente insistiu Anya mas, o rei em nada demonstrava atenção. Parecia que a princesa estava mais conversando com um trono vazio do que necessariamente com o rei.

Uma insatisfação foi tomando conta da menina. Seus punhos fecharam-se ferozmente e seu rosto ficou vermelho. Até que uma ação inesperada vindo da garota fez com que Gallic saltasse em seu trono sendo completamente pego de supresa

—PAAAAAAI!!!! Bradou Anya com tamanha força que sua voz ecoou pelo salão do rei dando a impressão de que todo o reino havia ouvido também – Por acaso está me ouvindo ou ficará ai olhando para esse pergaminho como se eu não existisse?

O rei então respirou fundo e endireitou sua coroa de ouro puro que com o susto havia tombado para o lado. Ele fitou a filha logo á sua frente e perguntou logo em seguida com a voz firme.

— Ora! Me diga o que foi desta vez?

— Preciso ir ao templo de pergaminhos hoje ao inicio da tarde! É algo muito importante para mim. Preciso me informar sobre algumas coisas.

O pai fechou um pouco os olhos e girou suavemente a cabeça para o lado direito enquanto ainda mantinha o foco em sua filha. Aquela declaração fez surgir em Gallic uma duvida preocupante. O que a filha estava afim de saber afinal?

— Templo de pergaminhos? Nosso castelo já possui um templo de pergaminhos apenas para você minha querida, não se faz necessário que você saia pelo reino atrás de algo que já possuímos.

—Mas nem todos os pergaminhos que se encontram no templo de pergaminhos estão aqui. É algo que tenho certeza que somente lá eu encontrarei. Insistiu Anya encarando o pai tão fixamente que nem chegava á piscar.

O rei porém tornou á perguntar:

— E posso saber sobre o que seria a sua importante busca?

Anya engoliu em seco. Teria de mentir de uma forma ou de outra. Se seu pai desconfiasse mais um pouco, sua ida ao templo seria descartada de uma vez. Ela olhou para uma das janelas do salão que se encontrava á sua esquerda e olhou para fora. Só se via o céu azul e algumas nuvens passando. A garota então voltou os olhos para seu pai e tornou á falar depois de ter tido uma ideia que parecia infalível.

—Mamãe me disse certa vez que gostaria muito que eu aprendesse um pouco mais sobre o canto das aves. Acordei hoje cedo com uma pequena ave amarela cantando em minha janela e acabei me lembrando disto. Gostaria muito de descobrir qual ave era aquela e descobrir sobre seu canto. Por favor, pai. É pela mamãe.

Desta vez o rei engoliu em seco. Decepcionar a rainha Anasya era algo que ele não se permitia fazer. Ainda mais se tratando de algo tão encantador como o canto das aves. Seu coração bateu forte. De um lado martelava em sua cabeça a questão do perigo iminente que rondava o reino. O medo que Gallic tinha de que algo acontecesse á sua filha era algo extremamente perturbador pela sua filosofia pessoal que dizia que se um rei não conseguisse cuidar dos próprios filhos, então deveria desistir da ideia de tentar cuidar de um povo. Porém com o desejo belo que a rainha tinha em relação á filha, uma concessão poderia ser dada. O rei coçou sua barba em sinal de reflexão, respirou profundamente outra vez e soltou uma declaração cansada.

—Está bem Anya. Você poderá ir.

Um brilho tomou posse dos olhos da princesa, havia ouvido o que foi dito, mas ela não conseguia acreditar por completo. Seu pai havia permitido algo que ela receava vê-lo proibir e um sorriso de satisfação foi tomando conta do seu rosto. Porém este mesmo sorriso foi arrancado como que por encanto quando o rei continuou a declaração.

—Porém haverá algumas condições.

Anya fechou o semblante e cruzou os braços. – Quais condições? – Disse em um tom de voz um pouco alto e completamente irritado.

—Primeiramente - Anunciava o rei - Pelo menos dez guardas reais irão com você.

—DEZ GUARDAS?! Mas pai eu estou indo para um templo de pergaminhos e não para uma batalha! Reclamou Anya enquanto o pai erguia a mão direita em direção á garota ordenando silencio.

— Exatamente. E, além disto, antes do por do sol você deverá está bem aqui, antes de qualquer tocha ser acesa pelo reino. Ouviu bem o que eu disse?

Anya se mostrava ainda mais seria e com o semblante ainda mais fechado. A ponta do pé direito batia freneticamente no chão. Aquilo era simplesmente incomodo. Mas como não tinha escolha e aquela seria a única oportunidade que tinha para descobrir o que era de fato o pergaminho de Orion, mesmo sem querer assentiu com a cabeça e disse raivosa.

—Está bem pai. Antes do por do sol estarei aqui. Posso me retirar?

Sim. Se apronte para o banquete de logo mais está bem? Vista-se lindamente para mim e para sua mãe. Disse o rei gentilmente.

A princesa então se pôs a caminhar pelo majestoso tapete vermelho que cortava o centro do salão. Ele se estendia desde a imponente entrada onde também estavam duas gigantescas portas de madeira maciça, até próximo do pequeno lance de escadas que dava acesso aos tronos que se localizavam em um nível mais alto da sala. Sem que esperasse, porém, Anya foi questionada sobre determinada atitude tomada horas antes de está ali.

—Anya! Chamou o rei como se estivesse chamando um soldado e com isso fez sua filha parar de caminhar ali mesmo aonde estava e olhar para trás.

— Sim pai?

—Suas roupas de ontem á noite estavam cheias de mato e também de pequenos rasgos. Posso saber o que você fez depois do jantar? Eu te vi entrando em seu quarto para dormir. Explique-se!

Anya congelou. Seu rosto empalideceu. Ela coçou a cabeça e simplesmente não sabia o que falar. O rei se levantou da cadeira olhando em direção á porta com um rosto bastante sério.

—Acabou, foi tudo em vão! Eu não vou saber o que é andar pelo reino por séculos! – Pensou a princesa enquanto lutava para engolir um nó do tamanho de uma lua. Reuniu forças para responder.

— P. pai... eu...

—Terá tempo o suficiente para conversar com seu pai mais tarde. Disse uma voz grave e estridente logo atrás da princesa.

Uma sensação de alivio veio de imediato quando Anya olhou para trás.

—Villian! – E logo foi abraçando seu mentor que se abaixou um pouco para também poder abraça-la – Mas o que faz aqui neste horário? Perguntou a princesa com extrema alegria no olhar.

—Assuntos para tratar com o rei. Disse Villian logo olhando para Gallic com um olhar expressando intensa gravidade.

—Muito bem Anya. Preciso que nos deixem á sós agora está bem? - Exigiu o rei á princesa que logo se dirigiu á entrada. Quando passou por ela os guardas forçaram as gigantescas portas que estavam do lado de dentro para fora. Fechando-as e fazendo um barulho que ecoou pelos corredores.

A mesma preocupação retornou á mente da princesa. Era obvio que falariam sobre os guerreiros negros. Sem se demorar, ela começou á descer lentamente a escadaria que ficava logo á frente do salão do trono.


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