Quando se está à beira do abismo sem mais para onde ir, dê um passo à frente e se arrisque; talvez o que tem lá embaixo seja espetacular.

Depois de passar a noite com Grissom, Catherine sabia que deveria tomar uma decisão, mas isso não era fácil. Grissom não a pressionou, ele se afastou, deu espaço para que ela pudesse seguir seu coração e fazer a escolha certa. Por mais que fosse difícil a ver voltando para Eddie no fim do turno, ou notar uma marca a mais, bem escondida por ela, em seu corpo e ter que se calar, o que importava agora era a decisão dela.

            Então, semanas se passaram e essa decisão nunca foi ouvida da boca dela, mas Grissom achava que por ela voltar para casa a decisão já havia sido tomada. A convivência se tornou apenas profissional, a distância se instalou e o amor foi guardado.

- sabe onde eu encontro a Sara? Ou o Nick? Ou o Greg? – Grissom perguntou entrando na sala de convivência que para a surpresa dele estava vazia e somente Catherine se encontrava perdida em seus pensamentos.

- estão todos no caso da “boneca assassina” – Grissom faz uma cara de desentendido.

-é uma longa historia. – ele balança a cabeça deixando isso de lado. – está precisando de um CSI.

- estou precisando de uma cobaia.

- acabou de achar. – ela diz surpreendendo a Grissom, mas ser usada por ele era animador, mesmo que ela só soubesse disso no seu inconsciente.

- então vamos. – ele diz a fazendo saltar da cadeira e o seguir. Eles pegam o elevador e vão para o terraço.

- minha vitima foi encontrada na banheira que continha uma torneira igual a essa, mas a questão é que ela não se afogou, a torneira simplesmente estourou e a rosca acertou a cabeça dela. – Grissom explica. No terraço continha uma banheira com uma torneira e uma barra de gelatina para medir a força e velocidade da rosca.

- mas se foi isso que a matou, o que você precisa provar? – ela pergunta não entendendo qual seria sua função.

- bem preciso que fique no lugar da vitima para ver se a rosca acertaria mesmo nela. – ele diz e ela o olha serio. – brincadeira, só preciso de ajuda para medir a força da água e a direção da rosca, e também vamos ter que fazer varias vezes para ver se tem variação na direção.

- entendi, então vamos à ação. – Cath diz se aproximando do registro. Grissom pega um cronometro e se junta a ela.

- pronta?

- pronta. – ela diz abrindo o registro. Nada acontece então ela continua abrindo até a torneira estourar e acertar o cubo de gelatina. Ela então ficha o registro e eles vão verificar.

- demorou 40 segundos, com 180 de preção. – Cath pega uma fita métrica e mede a perfuração causada na gelatina.

- 5 cm? Isso partiu o celebro dela no meio não?

- tem alguma coisa errada, um registro comum não chega a 180 de preção e o ferimento da vítima só tinha 3 cm. – eles ficam em silêncio analisando.

- e se a rosca estivesse frouxa? – Cath pergunta e Grissom acena aprovando a teoria e a pondo em prática.

- 3 cm e 100 de preção. Um registro chega a 100 e com a rosca frouxa a preção não foi tão alta então a velocidade também não o que bate com o ferimento da vítima.

- então se alguém afrouxou a rosca, foi assassinato. Vou procurar marcas na rosca e comparar com as ferramentas do namorado. – Cath estava ajoelhada dentro da banheira e Grissom a imaginava tomando banho ali, a espuma no seu corpo, mas de repente seus pensamentos se vão pois um jato de água começa a sair do cano solto onde estava a torneira e a espirar água nos dois.

- achei que tivesse fechado o registro.

- e fechei. – Grissom se levanta e corre para tentar fechar o registro, mas já estava fechado. Cath tenta conter a água com a mão, mas não adiantava muito e isso estava a deixando ainda mais molhada. Grissom se chega por trás dela e coloca suas mãos sobre a dela, para ajudá-la. Como nada estava funcionado Grissom pega a torneira a colocando de volta no lugar, a água espirra ainda mais, mas por fim para.

Cath se vira para Grissom sorrindo, mas seu sorriso logo se vai por causa da proximidade dele. Grissom leva a mão ao rosto dela afastando uma mecha de cabelo molhado que estava perto do olho. Ele se aproximou dela, suas roupas estavam grudadas e transparentes tornando impossível para Grissom manter os olhos fora do corpo dela.

- eu estou esperando sua decisão até agora. Eu te dei tempo e espaço, mas eu não esqueci.

- Grissom, eu... – Cath tenta se explicar, mas não seria fácil e com seus corpos tão próximos seria impossível.

- eu não estou mais conseguindo ficar longe de você Cath, a todo o momento eu quero te agarrar, eu quero sentir você, quero te tocar. Você não imagina como está sendo difícil.

- você pode fazer isso à hora que quiser. – ela sussurra para ele que a agarra e a beija.

- uma vez vadia, pra sempre vadia, não é senhorita Willows? – eles se separam assim que ouvem a voz de Eddie.

- Eddie, não foi por querer. – Cath tenta ir na direção dele, mas Grissom a segura.

- para de se humilhar Cath, você não precisa disso. – ela se cala ao lado de Grissom, ela tinha medo de que Eddie fizesse alguma coisa a ele.

- eu sempre soube.

- exatamente Eddie, nós esfregamos na sua cara, nos fizemos amor na sua cama e você não se tocou?! – Grissom diz e Eddie puxa Cath pelo braço.

- vamos embora. – Grissom o empurra.

- se você encostar um dedo nela de novo eu vou ensinar a você como ser um homem de verdade.

- mais homem do que eu, não tem, pergunte a ela. Você acha que estamos casados ainda por quê? Por que ela não consegue viver sem o sexo que eu dou a ela. E parece que você não conseguiu fazer melhor, se não ela já tinha me dado o pé na bunda, afinal tudo o que importa para ela é sexo.

- vai embora Eddie, por favor. – Cath pede segurando Grissom para que ele não arrebentasse o Eddie.

- eu vou meu bem, mas isso não acabou. Você vai ter o que merece. – Eddie vai embora ameaçando. Catherine sente medo, ela sabe que ele está furioso e que vai fazer alguma coisa ruim.

- tudo bem. – Grissom diz a abraçando, mas ela tira o braço dele e se afasta.

- eu vou trocar de roupa. – ela diz, indo embora.