Não se preocupe com os pedidos de desculpas e sim com as atitudes para não precisar de desculpas.

Cath descarregava sua raiva na bebida, certamente se meteria em alguma encrenca, mas ela não se importava. Após mais uma briga ela saiu de casa para não ter mais que olhar na cara de Eddie. Ela tinha um olhar triste e estava de cabeça baixa encarando seu copo perdida em seus pensamentos, tanto que não percebeu Grissom se aproximar.

- tudo bem? – ele pergunta preocupado com ela que não parecia nada bem.

- tudo, o que você está fazendo aqui?

- eu estava passando e vi você aqui, o que aconteceu?

- nada Grissom. – ela diz desviando o olhar dele.

- hum ta! – ele diz fingindo acreditar e pedindo uma bebida.

- seu marido sabe que você está aqui?

- eu quero mais é que ele se foda – ela diz esvaziando seu copo mais uma vez e pedindo para o garçom enchê-lo novamente.

- posso te fazer companhia? – ela joga os ombros como se dissesse que tanto fazia, mas na verdade Grissom e uísque, poderia ser uma combinação perigosa. Ele se senta e a observa, ela parecia cansada, não cansada fisicamente, mas cansada de tantas preocupações e mesmo sentada bebendo ela não conseguia relaxar.

- sabe, sobre o seu braço, desculpa por aquilo.

- sinceramente, aquilo não era necessário, você não precisa esfregar na minha cara e nem na do lab. inteiro o que eu passo depois do trabalho.

 - eu sei por isso estou me desculpando. – ela vira seu copo mais uma vez, suas idéias estavam embaraçadas, seus sentimentos se misturavam e se confundiam.

- desculpas nem sempre consertam as coisas. – ela diz e ele percebe que havia a magoado muito, havia mexido em uma das poucas feridas que faziam de Cath uma pessoa vulnerável que realmente a afetavam.

- eu sei também, mas olha para você, você não precisa disso, não precisa passar por isso, você é linda. – Grissom faz uma pausa a olhando nos olhos, observando como ela era realmente linda, ainda mais frágil como ela estava. Cath desvia o olhar, ela sentia vergonha que Grissom soubesse seu ponto fraco. Soubesse o quanto ela era fraca a ponto de não dar um basta nessa história. Soubesse o quanto ela era dependente de Eddie a ponto de aquentar isso em silencio. – quando eu soube disso eu fiquei com tanta raiva que eu queria matar o Eddie. Você é minha amiga Catherine, eu não quero te ver passar por isso, você precisa dar um basta nisso.

- não é tão simples assim.

- é sim.

- ele é o pai da minha filha.

- como se ele fosse grande coisa, você e a Lindsay não precisam dele.

- Mas...

- mas você o ama não é? – ele pergunta, mas ela abaixa a cabeça em silêncio. Ele sorri. – eu te conheço Catherine; sei que você o ama você só tem que saber até onde está disposta a ir por esse amor, eu acho que você já foi longe demais.

- é fácil para você falar, você não vive comigo, não sabe o que acontece depois que eu ponho os pés fora do lab.

- você tem razão eu não tenho direito de me meter na sua vida. – um silêncio se instala, Catherine bebia demais e Grissom percebeu.

- melhor ir devagar não acha?

- se você veio até aqui para me dizer o quanto beber ou como viver minha vida, esquece, eu nunca escutei ninguém também não vou escutar você.

- ok. – Grissom diz não querendo a chatear ainda mais, percebeu que o que havia feito tinha realmente a machucado.

- quer que eu te leve em casa? – Gil pergunta percebendo que ela não está muito bem.

- não quero voltar para casa hoje.

- mas e a Lindsay? Vai deixar ela com o Eddie?

- não ela está com a minha mãe. Me leva para sua casa?

- tem certeza? – Gil pergunta, preocupado para não arrumar mais encrenca para ela e também Eddie já tinha insinuado que ele e Cath tinham alguma coisa, então o que ele pensaria se ela dormisse em sua casa? Mas o pior de tudo mesmo era ter Cath bêbada e linda em sua casa, era terrivelmente tentador.

- tenho absoluta certeza. – ela diz se levantando.

- então vamos. – ele diz e os dois seguem para a casa de Gil.