No Sewa Baby?! escrita por MissTenebrae


Capítulo 12
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Notas iniciais do capítulo

Vou justificar minha demora com apenas três letras: PAS
E ponto final.
Desculpa , gente, mas não tinha jeito, mas eu to de férias, vou escrever muito em dezembro porque em janeiro não vai dar.
Então botem pressão, no minimo eu perco a cara de pau e escrevo.
Tori-chan Noticias:
Inscrições para a Academia de Voadoras para Unicórnios estão abertas! Inscreva-se já e terá o direito de treinar sua voadoras na autora!
Tene-chan: Ótima idéia, tori-chan! Não, pera...



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As duas portas de madeira pesada estava diante de si, imponentes.

Até as portas dos quartos deles lhe dava medo.

Ela suspirou mais uma vez, olhou os dois pratos que estavam em suas mãos, encarou as duas maçanetas, olhou para o fim do corredor onde o próprio quarto estava.

Talvez não tivesse sido uma boa ideia ter preparado comida para os dois.

No que ela estava pensando?

Rey talvez não fizesse nada, apenas iria ignorar. Mas o senhor Dio...

Ele não iria comer como também iria pisar em cima, jogar na cara dela, xingá-la e ridicularizá-la , ia rir da sua cara por ter pensado que ele iria comer algo que ela fez.

É, não foi uma das suas melhores ideias.

Ela foi para seu pequeno recanto com os dois pratos que havia preparado para aqueles que a haviam adotado.

~*~*~*~

O lugar estava uma bagunça.

Alguma coisa tinha estourado no fogão.

O micro-ondas estava rodando há pelo menos meia hora, e ainda havia mais cinquenta minutos em seu relógio.

Havia mais comida no chão do que na geladeira.

Alguma coisa gosmenta tinha atingido todos os armários, sem exceção (isso deve ser algum tipo de talento, porque né...).

E algo muito nojento borbulhava e se mexia em um prato na mesa incrivelmente bagunçada da cozinha.

O criador daquele prato que pode ser adjetivado apenas como ’exótico ’ ou até ’ único’, nas melhores das hipóteses.

Ele sorriu satisfeito consigo mesmo, afinal ele não era tão inútil quanto haviam dito. Orgulhosamente, ele comeu a primeira colherada do... Daquilo.

E correu para a pia.

Limpou a boca o máximo que pode e tomou uns dez copos de agua.

Ele botou sua exótica criação gastronômica dentro daquela caixinha que tinha um prato que girava.

– Amanhã, definitivamente, eu vou contratar um cozinheiro.

Dito isso, o micro-ondas estourou.

Alguém deveria ter-lhe avisado que as coisas seriam um pouco mais difíceis.

No dia seguinte, ele percebeu que os cofres da casa haviam sido esvaziados, dentro deles bilhetes que diziam a mesma coisa:

’Você não pensou que ia ser tão fácil, né?

Com amor,

Papai e mamãe.

Ele juntou todos os papeis e foi para a sala de jantar, onde encontrou Rey nervosa, quase chorando e, o pior e totalmente inédito até para ele que era seu conhecido de eras, descabelada.

– Rey?!

Ela olhou para ele, a nobre parecia uma louca.

– Eu estou... POBRE!

– Ah, então não foi só comigo.

– Como você pode estar tão calmo?! Não tem mais dinheiro nenhum! Nenhum! E pensar que eu vou ter que... Argh! Ter que repetir roupas! Ir pro shopping e não poder comprar nada! – Então ela deu um grito bem dramático, um ’não ’ com voz de choro e expressão de fim de mundo.

– Senhor Dio?

A garotinha estava parada na frente dele, um monte de envelopes na mão.

– O que foi, desgraça?

– Pra você. – Ela estendeu as cartas pra ele.

– Quem disse que você podia mexer na minha correspondência?! – Ele puxou os papeis com força e a empurrou com certa força, o que a fez cair no chão, ele lhe deu as costas e começou a ver as cartas.

– Rey, essa aqui tá endereçada a nós dois.

– De quem.

– Dos nossos pais.

– Abre logo essa porcaria.

Arme levantou do chão, talvez não devesse ficar ali, mas estava curiosa, principalmente por causa da senhorita Rey, ela parecia tão diferente do que normalmente era. Ela foi para o seu lugar de costume na mesa e abaixou a cabeça, fingindo não estar prestando atenção.

Houve um momento de silêncio enquanto eles liam a carta, então começaram a discutir sobre ela:

Aparentemente, os pais tinham levado todo o dinheiro da casa e todos os cartões estavam bloqueados, a não ser um, que havia vindo dentro da carta.

– Aqui tem uma lista de nomes. – Comentou Dio.

– São todos nomes de lojas do shopping mais próximo: roupas infantis e comida.

– Sabe, você saber disso... Não me surpreende em nada.

– Cumprir itens 7 e 32. Deve ser da carta que eles mandaram ontem.

– Nossa, Rey, e você raciocinou isso sozinha?! Agora sim eu estou surpreso.

– Cala a boca.

Eles verificaram os itens na lista: ’Almoço em família’ e ’ Comprar roupas apenas para a Arme’, consecutivamente.

– Almoço em família, eles não podem estar falando sério.

– Roupas só para ela? E as minhas roupas, como é que ficam?

Eles passaram uns bons minutos reclamando da vida, até que eles sentiram a fome bater.

– Acho melhor a gente ir logo.

– Já que temos que fazer isso, Dio, vamos fazer do jeito mais divertido. Arme? – A menina levantou a cabeça e a nobre deu um sorriso medonho. – O que você acha de ser uma boneca por um dia?

~*~*~*~

O que se pode dizer daquele dia é que Rey se divertiu.

E muito.

Que Arme sofreu nas mãos dela.

E muito.

E que Dio carregou todas as sacolas de roupas.

Que eram muitas.

Naquele dia, a criança aprendeu uma importante lição: nunca, em hipótese alguma, nunquinha mesmo, aceitar ser a boneca da Rey. Ela vestiu, trocou, calçou, comprou e levou tudo de todas as lojas da lista que Rey aprovou (praticamente todas, o que quer dizer, quase todo o shopping.).

E Dio relembrou algo que não devia ter esquecido: entre a morte e acompanhar a Rey numa ida ao shopping, a morte é a melhor opção.

Os dois chegaram mortos e a nobre estava renovada.

– Os próximos dias até que podem ser divertidos. – Rey riu.

Talvez Rey tivesse certa, provavelmente estava errada.

Todos os dias, uma nova carta chegava com instruções de quais itens deveriam completar naquele dia e o que fazer ou aonde ir.

Um mês depois, na correspondência apenas um numero e um endereço.

64 – Western mountain street n58

O item 64 não tinha muitas informações também, tinha apenas uma palavra, ’escola ’.

Dias piores ainda estavam por vir.

Eles saíram de casa, pararam em frente a um imponente edifício, estilo de construção antigo, a secretaria os atenderam educadamente, foram recebidos pela diretora que disse que já estava os esperando.

Tudo aconteceu tão rápido que a pequenina mal teve tempo de raciocinar. Começaram a andar pelo colégio, passaram por enormes pátios, dois grandes centros poliesportivos, dezenas de prédios de salas. Todos lá eram tão altos. Até que chegaram a uma parte cheia de crianças e Arme se sentiu mais confortável. Ela observou as crianças sorrindo, brincando e exibindo seus objetos caros. Então, do nada, um sinal alto tocou, as crianças saíram correndo, Dio e Rey sumiram, e só sobraram ela e a nobre velha.

– Agora, preste atenção. Não sei quem você é, não sei qual o problema da sua pele, mas se você está com aqueles dois pode estudar aqui. Hoje você vai ter uma aula experimental, amanhã já começam as aulas normais pra você.

A pequenina só ficou a encarando.

– Ótimo, ainda é retardada. – Suspirou. – Venha.

Arme ficou parada, a mulher perdeu a paciência de uma vez e puxou seu braço.

– Eu disse para vir.

Ela arrastou para uma sala, todas as crianças estavam sentadas, todos na sala eram nobres, inclusive a professora.

Para falar a verdade, Arme não tinha visto ninguém na escola que não fosse asmodiano.

A diretora conversou rapidamente com a professora e saiu.

– Alunos, essa é Arme. Ela vai estudar aqui conosco. Deem boas vindas para ela, por favor.

E começou um burburinho.

– Mas as aulas começaram há um tempão!

– Ela deve ser retardada.

–Olha a pele dele, mas o cabelo dela é roxo...

– Que estranha.

– Ela é esquisita.

– Não quero que ela sente perto de mim.

– Muito esquisita.

– Não quero nem que ela toque em mim.

– Esquisita.

– Ela é muito feia.

– E esquisita.

– É, esquisita.

– Muito bem, gente, ela deve ter entendido como é bem-vinda aqui. Pode sentar na ultima fileira no canto, bem ali.

– Não quero que ela sente do meu lado!

– Ah, que nojo! Professora, posso mudar de lugar?

– Claro que sim.

Enquanto andava ela ouviu diversos comentários, criticas e expressões de repudia, em um momento que ela parou para esperar aqueles que deveriam sentar perto dela terminarem de mover a cadeira, um garotinho sussurrou alto o bastante para apenas ela ouvir.

– Bem-vinda ao inferno.

Na casa, Dio ria feliz enquanto Rey verificava o cabelo no espelho.

– O melhor item até agora! Uma manhã inteira sem aquela coisa aqui, cinco dias por semana!

– Concordo plenamente. Dio, to saindo.

– E você vai aonde?

– Comprar uniforme! Você viu aquelas sainhas? Era a coisa mais linda do mundo!

– Ata, pode ir indo, tchau.

– Você tá pensando o que? Que eu vou carregar sacolas? – Ela riu e puxou o braço dele. – Vamos

Um grito dramático foi ouvido, um grito vindo de quem preferia morrer do que ter que ir mais uma vez ao shopping.

~*~*~*~

Arme não gostava nada do Inferno.

Todo dia de manha ela era acordada para ir para lá.

O senhor Dio e a senhora Rey gostavam de chamar o Inferno de Escola.

De acordo com a determinação de forças maiores, os pais da Rey e os do Dio, a nobre a levava para a escola pela manha e ele a buscava no que deveria ser meio-dia, mas ele sempre se atrasava.

Esses atrasos eram a pior parte do Inferno.

Na sala, as agressões eram apenas orais, caso ficasse mais serio a professora era obrigada a interferir, fora essas situações ela apenas ignorava. Fora dos portões da escola, onde era obrigada a esperar por Dio, era ali que o pior acontecia.

A situação começou a ficar pior depois de mais ou menos seis meses que ela havia entrado no inferno.

Ela sabia ler fluentemente, diferente do resto da classe, o que os enfurecia. Mas não a raiva sobre ela não se limitou a só a sua sala ou série. Crianças maiores a procuravam depois das aulas.

Eles evitavam acertá-la no rosto, mas por baixo da roupa sua pele estava marcada com o ódio que ela não compreendia.

De noite, os pesadelos que haviam diminuído com a aparição de Ryan e Lire, voltaram de uma vez, medos antigos se juntaram às dores recentes o que a fazia acordar no meio da noite gritando e sair da cama cansada.

Tomar banho, vestir o uniforme, ir para o Inferno com a Rey, ouvir xingamentos, passar o recreio escondida sozinha, ser isolada na sala, aguardar a chegada de Dio e esperar eles chegarem.

– Já está aqui, esquisita?

’Hoje eles chegaram mais cedo’ Arme pensou.

Eles a empurraram até a lateral do colégio. Ela fechou os olhos e se encolheu a parede. Ela sabia muito bem o que viria agora.

A dor veio primeiro na parte de baixo da barriga, então um pouco mais acima, no braço, e foi seguindo, ela tentava impedir, já devia estar acostumada, mas mesmo assim as lagrimas rolavam, marcavam seu rosto, ela pedia para parar, mas os socos continuavam.

Até que ouviu-se um grito.

– Ei! O que vocês pensam que estão fazendo?

Eles pararam por um momento. Arme abriu os olhos.

– Quem é aquilo?

Um pouco longe, algo, nada mais que um ponto branco, estava parado.

– Sei lá, nunca vi ele por aqui.

– Cabelo branco... É só um qualquer, ignorem ele. – E levantou a mão, pronto para desce-la até acertar a garota.

Mas a mão não a alcançou.

Segurando o braço do menino que a estava batendo estava quem deveria ser aquele ponto branco: um garoto da altura dos mais velhos que estavam ali, albino, cabelos brancos como a neve, olhos azuis e frios como gelo.

– Porque vocês não procuram alguém do seu tamanho?

– Porque você não procura alguém da sua laia? Quem você pensa que é pra tocar em mim?

– Quem você pensa que é pra bater numa garota, que ainda por cima não tem nem metade do seu tamanho? Seus pais não te ensinaram nada não?

– Largue meu braço! Você sabe quem eu sou?! Você quem meu pai é?!

– Não e não.

– Então é isso! Meu pai é Ergo Scarter! Agora pode se abaixar e implorar por perdão!

O garoto albino lhe deu um olhar esquisito.

– Sinto muito. – E começou a abaixar. Arme começou a sentir um pequeno sentimento ruim dentro dela, ela já tinha o visto antes, ele sempre passava na frente da escola um pouco depois do fim da aula, e do nada ele apareceu lá, ele parecia tão corajoso.

’Mas até os mais corajosos se submetem ao poder dos nobres. ’ Esse foi um pensamento que ela não concluiu porque no momento em que ia o fazer, Lass deu uma rasteira e o garoto caiu de cara no chão.

– Seu...

Antes de deixar Arme ouvir o final da frase, Lass puxou a mão de Arme e saiu correndo. Não foram poucas as vezes que eles foram atrasados pelos tombos de da garota, e ouvir gritos atrás de si do grupo que os perseguiam a deixava mais nervosa e a fazia tropeçar mais. Até que chegou um momento que o menino cansou e a jogou nas costas no melhor estilo cavalinho e a mandou se segurar bem forte.

E foi o que ela fez, graças a Deus, porque, como poderia uma criança correr tão rápido?

Em apenas alguns instantes eles despistaram das outras crianças, então pararam. Ele não a tirou das costas mas perguntou:

– Quem vem te buscar?

– O senhor Dio... Meu Deus!

– Que foi?

– Que horas são?

Ele olhou para o pulso:

– Não tenho relógio, mas deve ser meio dia e meia, por ai.

– Ah, não.

– Ah não o que?

– Eu pleciso ir pra casa, agora mesmo! O senhor Dio vai me matar!

– Pleciso?

Arme ficou branca, como podia ter errado de novo.

– Você frequenta a escola e ainda fala errado. – Ela engoliu em seco. – Acho que isso é o que chamam de fofo.

O rosto dela foi de branco para vermelho em um momento, ela abraçou em volta do pescoço dele mais forte e escondeu o rosto no vão entre o ombro e o pescoço.

Talvez ele devesse reclamar sobre o enforcamento, mas estava confortável.

– Onde você mora?

– Hã?

– Eu vou te levar lá, aproveite minha boa vontade e fale logo o endereço.

Obviamente, ela não sabia o endereço, mas sabia chegar em casa. Enquanto indicava o caminho, os dois foram conversando.

Quando chegaram aos portões da mansão, Arme só sabia que o nome dele era Lass, ele estudava numa escola um pouco distante, sempre passava pela sua escola enquanto ia pra casa e que ele não gostava de falar muito.

Enquanto Lass tinha ouvido quase toda a vida de Arme, tudo menos o orfanato e o passado.

Lass ia passando direto quando Arme deu um leve puxão na camisa dele e avisou que era ali.

– Sério isso? Você estuda naquele colégio, sabia que você era rica, mas não tanto assim.

Ela resolveu não comentar nada.

– Você quer entrar?

Ele deu de ombros e a deixou descer de suas costas, que começou a mexer na pequena mochila até achar um molho de chaves .

– Você tem as chaves de casa?

– Já aconteceu de algumas vezes o senhor Dio me esquecer no colégio.

Eles caminharam pelo longo jardim da frente.

– Sua casa é enorme.

– Não é minha casa, é só onde eu moro. – E girou a chave e empurrou a porta.

Parado em frente a porta, um homem muito alto e de aura negra estava na soleira da porta.

– Onde diabos você estava?


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Notas finais do capítulo

Tori-chan diz que não aceitaria minhas desculpas.
Mas ninguem ouve a tori-chan, não é? Não é? NÃO É?!
Espero que tenham gostado do nosso novo personagem, Lassinho-lindo-do nosso-heart chegou! Eeeeeh!
Parei.
Eu apressei muito a historia, eu ia dividir esse capitulo em tres, mas acho que vocês não mereciam tanto lenga lenga.
Posso avisar a vocês que a historia de verdade está começando MUAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA.
No próximo mês, no site do Nyah!
MENTIRA, GUARDA ESSE TOMATE QUE EU NÃO AGUENTO MAIS. Proxima semana no maximo, pode ser? Tá bom pra vocês, por favor?
Obrigado por serem lindos e ainda lerem essa coisa, eu amo vocês.
Até mais,
comentem, critiquem, avaliem, elogiem, me xinguem mas comentem.
E lembre-se sempre, eu tenho um coração e posso demorar muito pra postar mas eu amo vocês.
— M.T.