Ignorance Is Your New Best Friend. escrita por Triz


Capítulo 36
Cut of Shells.


Notas iniciais do capítulo

E é com pesar no coração que eu voz trago o penúltimo capítulo de Ignorance is your new best friend ):
leiam as notas finais, coisas interessantes lá.
enjoy, xx.



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Ponto de vista: Hermione Granger.

Tínhamos acabado de aparatar no Chalé das Conchas, e subimos sorrateiramente as escadas de madeira até o quarto onde eu tinha ouvido a voz de Harry e Rony.

Hermione faz falta... – Pude ouvir a voz de Rony por trás da porta.

Em um piscar de olhos eu saquei minha varinha e encostei-me ao batente da porta, Draco ao meu lado com a mão em minha cintura, e passei a girar a varinha entre meus dedos.

– Faço, é? – Perguntei divertida, ainda girando divertidamente a varinha em meus dedos.

Harry deu um pulo da cama e passou a tatear suas vestes à procura da sua varinha.

Olhei para Draco brevemente, assentindo.

Accio varinha do Harry. ­– Ele sussurrou inaudivelmente, e em fração de segundos a varinha dele estava entre os dedos do meu namorado.

– Procurando por isso, Potter? – Perguntei apontando para a varinha dele e dando uma risada gostosa.

O moreno cerrou os olhos, e Rony agiu como reflexo e procurou pela dele.

– Accio varinha do Ronald. ­­– Então, a varinha dele veio parar na minha mão. – Opa! – Eu ri mostrando a varinha dele pra ele.

– Maldita! – Harry urrou, porém foi se encaminhando para trás até chegar em direção a parede.

– Com medo? – Perguntei cinicamente e ri mais uma vez, estava tão divertido.

– Vá se ferrar! – Rony berrou, e empurrou Draco.

Fiquei com raiva, coloquei a varinha de Rony reta entre minhas duas mãos, e a parti no meio.

– Ops, quebrou! Tenta colar com fita adesiva como fez no segundo ano! – Joguei os pedaços pela janela de madeira – Hm, eu acho que não! – Gargalhei gostosamente, e vi Draco fazer o mesmo com a varinha de Harry.

Ronald tentou nos atacar manualmente mais uma vez, porém eu fui mais rápida, girei o punho com a varinha em mãos e mirei em seu peito:

Expelliarmus! – Berrei, o raio avermelhado dançou rapidamente em direção ao corpo dele, jogando-o para trás, fazendo seu corpo se chocar contra uma estante de livros, que balançou a derrubou vários livros em cima dele.

– HERMIONE! – Harry gritou, olhando horrorizado para mim.

– O que? – Perguntei com o quê de indiferença.

– O que você está fazendo? – Seus olhos azuis rapidamente procuraram os meus. Estavam severos e desesperados, e havia uma ponta de decepção em seu olhar.

– O que EU estou fazendo? Ora, estou fazendo o que deve ser feito! Olho por olho, dente por dente, melhor amigo. – Confesso que minha voz saiu mais cínica do que eu pensava.

Ele balançou a cabeça, indignado, soltando um suspiro de descrença.

– O que deve ser feito, Hermione? – Sua voz engrossou, e ele pegou meu pulso. Tentei puxar, mas ele segurou com firmeza. - Isso é o que deve ser feito? – Seu dedo indicador pousou na marca negra, e eu puxei meu braço com mais força, dessa vez conseguindo me soltar. – Sério? Devia ter acabado com nossa amizade e seu namoro com o Rony, seria o suficiente, sofreríamos o bastante sem você. Agora, chegar a esse ponto, Hermione. Francamente, você demonstrou muito bem a sua coragem Grifinória, mas agiu como uma Sonserina sangue-frio, covarde e egoísta. Só pensou em si mesma, e traiu quem você chamava de melhor amigo, ou melhores amigos.

– E você não me traiu também, Harry?! Você foi o primeiro a me apunhalar pelas costas. Eu confiei tanto em você e na primeira oportunidade que tiveram vocês dois – Gesticulei para Rony, que ainda estava caído no chão –, me traíram. Quem é você para falar alguma coisa? Você foi o motivo pra isso tudo começar!

Agora as lágrimas escorriam por meus olhos, lágrimas de raiva. Raiva por eles terem me feito chegar a um lugar onde eu não tenho regressão. Eu, Hermione Granger, sou uma comensal da morte, um monstro sangue-frio, cometi dois assassinatos, por causa dos dois. Dos dois garotos que eu chamava de melhores amigos e um deles namorado.

Eu não queria nada daquilo, eu não queria aquela vida pra mim. Por mais que eu não queria admitir, Harry tinha razão em tudo que dizia. Eu tinha ido longe demais, e com toda certeza abusei da minha “coragem Grifinória”. Maldita coragem.

– Hermione... – Draco veio atrás de mim e tocou meus ombros. Em um ato selvagem e sem pensar, eu empurrei seus braços de meus ombros e comecei a chorar ainda mais.

Rony se levantava a ia para o lado de Harry.

– Eu cheguei aqui por causa de vocês dois! – Cuspi as palavras. – É culpa de vocês que eu me tornei assim, e agora, Potter, eu não tenho saída¸ ou quem paga a droga dos meus erros, dos seus erros é a família do Ronald, meus amigos e meus pais, meus pais que nem se lembram de mim! – Mais lágrimas escorreram. A raiva borbulhava em minhas veias. Meus olhos ardiam, e minha vista era turva.

– Minha família? E como assim seus pais não se lembram de você?

– SUA FAMÍLIA, SABE POR QUÊ? EU AMO A SUA FAMÍLIA, RONALD! DESDE QUE EU ENTREI PARA HOGWARTS, DESDE QUE CONHECI SEUS PAIS, ELES ERAM COMO UMA SEGUNDA FAMÍLIA PRA MIM QUANDO E NÃO ESTAVA COM MEUS PAIS! INCLUSIVE QUANDO... QUANDO COMEÇAMOS A NAMORAR! MERDA, RONALD, MERDA! – Eu berrava o mais alto que minha garganta permitia, enquanto minhas mãos tentavam secar as lágrimas que caíam descontroladamente de meus olhos.

Eu não queria fazer aquilo. Eu não queria entregar Harry e Rony, não de forma tão brutal e cruel, eu não era assim, e estaria jogando anos e mais anos no lixo.

“Foram eles que jogaram e não você. Tudo que você fez foi se vingar!”

Apesar de tudo, eles estiveram comigo quando eu mais precisei, por mais que tenham me apunhalado pelas costas, essas não seriam as medidas que eu devia tomar. Só virar a cara e nunca mais perdoar estava de bom tamanho.

Eu fui longe demais.

Longe demais.

Demais.

– VOCÊS ME TRAIRAM. SE NÃO FOSSE POR VOCÊS, EU ESTARIA BEM AGORA, EU ESTARIA FELIZ E VIDAS NÃO ESTARIAM EM JOGOS. EU NÃO TERIA COMETIDO DOIS ASSISSINATOS, EU NÃO ME TORNARIA UM MONSTRO. ISSO TUDO É CULPA DE VOCÊS, EU ODEIO VOCÊS! – Era mentira. Eu não os odiava. Harry e Rony sempre foram como uma família pra mim, e errar é humano.

“Mas cometer o mesmo erro é burrice, Hermione. Rony já havia te traído antes.”

“Mas Harry não. E eu nem sequer lhe dei uma segunda chance, parti pra ofensiva.”

– Hermione... – Harry começou.

– Não. EU NÃO PERDOO. SOU UM MONSTRO POR CAUSA DE VOCÊS. ACABEI COM A VIDA DE UMA AMIGA, POR CAUSA DE VOCÊS.

– Vida de que amiga?

– LUNA! Luna! EU MATEI O PAI DELA! OU EU SERIA MORTA. E É CULPA DE VOCÊS, DE VOCÊS!

– NADA DISSO É NOSSA CULPA, HERMIONE. VOCÊ QUE SE DEIXOU LEVAR, VOCÊ QUE FOI LONGE DEMAIS, VOCÊ! – Agora Harry avançava pra frente e enfiava o indicador na minha cara.

– SE VOCÊS NÃO TIVESSEM ME DADO MOTIVOS, EU NÃO IRIA LONGE DEMAIS! – Os berros começaram a deixar a minha garganta dolorida, porém eu pouco me importava. – VOCÊS ME PROVARAM QUE NÃO PODE CONFIAR EM NINGUÉM! – Mais lágrimas escorriam, meus olhos estavam ficando irritantemente inchados. – Ou melhor. – corrigi minha frase – Vocês me provaram que a pessoa a se confiar é quem menos se espera – Lancei um olhar para Draco –, e que a que você mais confia pode ser a mais traiçoeira.

Harry e Rony agora estavam parados, me fitando atônitos. Meu corpo doía, tal como meus sentimentos.

– Hermione, eu... – Rony disse se aproximando de mim hesitantemente, ergueu a mão direita da mesma forma e passou o polegar por minhas lágrimas.

Aquele toque fez com que meu emocional fosse para o espaço. Todos os meus sentimentos se reviraram, numa mistura de ódio e nostalgia, e eu me lembrei de tudo, exatamente tudo. Todos os momentos com Rony.

No primeiro ano, quando eu lhe ensinei que era “Leviôsa” e não “Leviosár”, e o quanto me senti arrasada quando o ouvi dizendo ao Harry que eu era irritante e nunca teria amigos, e depois mais tarde, em como eu salvei a sua vida no desespero do visgo do diabo;

O segundo ano, quando ele me disse que sentiu minha falta por eu estar petrificada, e em como aquelas palavras mexeram comigo, fazendo-me revirar o estômago, e sentir vergonha de abraçá-lo;

O terceiro ano, quando brigávamos por causa de Bichento e Perebas, e em como ele ficava engraçadamente confuso quando eu aparecia do nada nas aulas, e na minha preocupação quando Sirius em forma de lobo quase lhe arrancou a perna;

O quarto ano, quando eu fui a única que não deixei de dar atenção a ele quando Rony e Harry pararam de se falar, e nos nossos olhares nervosos quando descobrimos que seriamos a isca para a segunda prova, e em como eu me senti segura quando ele me abraçou e disse que aquilo era genial;

E no ano passado, quando as coisas finalmente mudaram, que eu comecei a sentir meu estômago revirar cada vez mais e ter noção do que ele causava em mim, saber que finalmente eu podia ter certeza que estava apaixonada e que eu podia confiar nele, e o que mais foi gratificante: saber que ele sentia o mesmo por mim.

Ou pelo menos eu achava que sentia. Fui um brinquedo, uma isca pra Lilá Brown sentir ciúmes dele, fui apunhalada pelas costas, pela primeira vez, e a dor foi insuportável. Mas ele, se demonstrando arrependido, me pediu uma segunda chance, e o fez de novo, para provar a amizade de Harry com ele e se divertir mais uma vez com meu sofrimento. Harry provou muito bem a amizade com ele, mas se fosse seu amigo de verdade o diria que aquilo era errado, que estaria me magoando, mas Potter não era meu amigo de verdade.

Só esteve comigo o tempo todo porque meu esforço nos estudos era conveniente pra ele, simplesmente isso.

Aquilo me enchia de ódio, e o pior de tudo: mágoa. Harry e Rony haviam me magoado de uma maneira imperdoável, e a dor que eu sentia por ser enganada pelos meus dois melhores amigos era demais, eu me sentia traída e usada, como um objeto por ser quem eu sou e sempre fui.

– Hermione... – Rony repetiu meu nome, e isso me trouxe à tona muitas outras coisas, seu polegar passeou por minha bochecha e eu me lembrei de como eu me sentia quando ele fazia isso e sorria para mim, da maneira estranha que minha pele formigava e ruborizava, enquanto involuntariamente um sorriso bobo surgia em meus lábios. E agora, diante de todas essas lembranças de sentimentos, eu tinha certeza de uma coisa: nada daquilo se compara ao que sinto quando é com Malfoy. – Me perdoe. Eu... Eu nunca quis te magoar. Sabe você sempre foi minha melhor amiga, sempre esteve ali sempre que eu precisei, e depois se tornou minha namorada e eu pude sentir o quanto eu amava você, o quanto eu te amo.

Suas palavras me deram nojo e aumentaram ainda mais minha repulsa e dor.

– Nunca quis Ronald? – Eu disse em um tom ríspido e de maneira violenta expulsei sua mão de meu rosto. – Se nunca quisesse de verdade, jamais teria feito o que fez! Eu te perdoei a primeira vez, e você soube a quão magoada eu fiquei, mas eu te amei, eu te amei tanto a ponto de te perdoar por algo que eu jurei que jamais faria, eu jurei pra mim mesma que nunca perdoaria ninguém por uma traição. “ah, mas todos precisam de uma segunda chance.” Foi isso que eu argumentei comigo mesma para perdoá-lo, Weasley! E eu o fiz. E você me jogou no lixo, se nunca quisesse mesmo me magoar, nunca teria feito o que você fez! Eu tenho nojo de você, nojo.

Dei dois passos para trás, e senti Draco me enlaçando pela cintura.

– Se acalme. Temos que levá-los antes que eles consigam fugir. – Draco murmurou inaudivelmente para os dois em meu ouvido, e eu assenti.

Olhei para ele e sibilei:

– Me deixe resolver isso, por favor. – Murmurei e forcei um sorriso.

Sua mão saiu de minha cintura e ele consentiu com um aceno positivo de cabeça.

– Me perdoe Hermione. Eu te amo. – O ruivo suplicou mais uma vez.

– Me ama, Ronald? Não era isso que você demonstrou quando estava em cima do corpo da loira oxigenada que EU matei. – Me senti um monstro por estar admitindo com tanto “orgulho” uma morte que eu causei, mas minhas palavras lhe causavam efeitos. – Agora eu sou importante, agora que não a tem mais você me quer como um objeto, para me usar mais uma vez até encontrar alguém melhor?

Ele não disse mais nada.

– Foi a primeira vez que eu errei com você. – Harry argumentou, tentando usar as minhas palavras contra mim, em um pedido mudo de perdão.

– Como vou saber hm? Foi a primeira vez que eu descobri Potter. Há certa diferença. E mesmo que tenha sido a primeira vez, não há outras chances, não vou cometer o mesmo erro que cometi com seu amigo, entendeu? É isso, fim da história, acabou! Não tem perdão.

Aquilo me doía compulsivamente. Ter chegado a tal ponto, ter que fazer tudo que eu fiz pra chegar aqui, o pior de tudo, o que mais me doía era que eu tive um motivo pra procurar vingança, e isso era o que me dilacerava, saber que eles haviam me dado um motivo, haviam traído a confiança de quem sempre fez tudo por eles.

E por mais que eu não quisesse entregar Harry, agora eu tinha ido longe demais, e não tinha volta, e ali estava eu, com ele em minhas mãos. Era a oportunidade perfeita.

– Chega. Acabou aqui, e agora, Harry. Vocês me deram motivos, vocês agiram assim, isso é problema inteiramente de vocês agora. Estou devolvendo na mesma moeda o que eu recebi.

Sem dizer mais nada, ergui a manga da blusa e toquei a marca negra, chamando por ele.

Harry e Rony se entreolharam pasmos, querendo encontrar uma saída.

– Não vai rolar. Colloportus! – Então a porta se chocou contra o batente, trancando-se. - Incarcerous! - Cordas foram conjuradas e eu as fiz que pendurasse Harry e Rony de ponta cabeça no alto.

Em dois minutos o Chalé das Conchas estava todo infestado de comensais da morte, porém Voldemort não estava lá.

– O lorde está fraco. Algo o atingiu, ainda precisamos descobrir o que é. – Bellatrix se pronunciou, e lançou-me um olhar de desprezo. – Conseguiu sangue ruim. Parece que errei ao duvidar de você.

Rolei os olhos.

Draco apertou minha cintura mais uma vez, discretamente.

– Eu sinto muito. – Sussurrou em meu ouvido.

Eu sabia que ele sabia como eu estava me sentindo amargurada.

– Obrigada. – Sussurrei de volta.

Bellatrix ria e se descabelava enquanto brincava de torturar Harry e Rony. Eu não conseguia ver, então desci para a cozinha, com Draco na minha cola.

– Onde eu fui chegar Draco? – Sussurrei inaudivelmente, e comecei a chorar mais uma vez.

Ele simplesmente me abraçou acolhedoramente e afagou meu cabelo. Ouvimos passos na escada e nos separamos.

Bellatrix estava com um Harry inconsciente desmaiado e dobrado sobre seu ombro, e um comensal negro e alto com Rony da mesma forma.

Estavam todos sem máscara, e só depois de um tempo eu pude perceber a presença de Lúcio no local. Ele caminhou até mim e Draco, e pousou a mão no ombro do filho.

– Estou orgulhoso de você. Provou que pode ser bom o suficiente mesmo sendo obrigado a trabalhar com pessoas inferiores. – Ele agia como se eu nem estivesse ali, e eu pude ver a tonalidade da pele de Draco mudar.

– Obrigado, papai. – Draco se atreveu a tremer os lábios e forçar um sorriso. Assim que o pai se afastou ele me lançou um olhar culpado. – Me desculpe por isso.

– Sem problemas.

– Vamos! – Bellatrix anunciou, e então, todos nós aparatamos na mansão Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Esse foi um dos maiores capitulos, talvez o maior até agora sçldaçdlsaç~da, então, vou falar sobre a segunda temporada. ELA VAI SAIR!!!!!!! YAY! E eu, sendo muito boazinha, vou postar a sinopse dela aqui e dizer que eu pensei na história baseada a partir da minha One. "My Goodbye", quem quiser ler é só fuçar no meu perfil, enfim.
Aqui tá a sinopse:
"Eles achavam que finalmente haviam encontrado o seu felizes para sempre. Um ao lado do outro, as vidas de complicações haviam acabado por fim, e agora eles podiam ser felizes sem complicações, juntos. Ou pelo menos achavam que podiam.
Erros. Muitos erros foram cometidos, e o pior deles, foi ter se apaixonado por Hermione Granger, e fizer seu coração estar disposto a fazer de tudo e qualquer coisa para mantê-la segura, nem que isso a faça se esquecer de seu sentimento por ele.
Draco aprendeu da forma mais cruel, que erros não servem para aprender ou refazer sua vida, e sim somente destruir e dilacerar cada vez mais, não mais do que isso."