A Prisão Da Medusa escrita por Milena Buril, Andressa Picciano
Simon
Eu estava me sentindo um herói! Já tinha desacordado na cantina da escola, deixando Alice sozinha, e como se não fosse o suficiente, tínhamos sido capturados.
Em todo o momento, pensei que havia colocado Alice em perigo. Eu poderia te-la mantida a salvo, mas preferi desmaiar.
Eu tinha acabado de ser levado para fora da cidade, havia deixado toda a minha família para trás. Minha mãe que sofria com fortes depressões de vez em quando, e que o meu sumiço seria o bastante para uma depressão das fortes. Um dos maiores motivos, foi o meu pai abandona-la com um filho para criar, o outro era o idiota do meu padrasto, que só pensava em trabalho e dinheiro. Minha mãe tivera uma filha com ele, que sofria de distúrbios mentais. Com a minha mãe doente, meu padrasto focado em trabalho, eu era o único que a ajudava a manter a sua felicidade, mas comigo fora de casa, eu não conseguia nem imaginar o que seria dela.
Respirei fundo dez vezes, até começar a ouvir alguns soluços vindos do meu lado. Quando olhei, e vi Alice chorando, a culpa começou a se debater dentro de mim.
Consegui acalma-la depois de um tempo, então decidimos esperar.
- O que você espera daqui para frente? - ela me perguntou
- Primeiramente ser salvo - senti uma dor em meu peito, e um pouco da esperança foi tirado de mim - Ir para o acampamento e treinar, para não passar mais situações como essa.
Ela sorriu, com a tentativa de esconder uma risada.
- O que foi? - perguntei, erguendo as sobrancelhas
- É meio difícil imaginar você lutando.
Tentei me imaginar. O que veio a minha cabeça, foi eu, usando aquelas roupas que os antigos gregos usavam, com sandálias e louros em meus cabelos. A espada não combinou muito com o visual.
- Realmente. - respondi sorrindo - Olha quem está falando. Você não é tão fácil também!
Parte de mim estava mentindo. Alice era a melhor nos esportes, e minha escola tinha aulas de esgrima, e ela era muito boa, Não foi tão complicado quanto imaginei.
Ela encarou o nada por um momento, e depois me olhou com um ar de quem estava apavorada.
- Toda essa história de deuses, monstros, semideuses... não te assusta? - ela perguntou - Quero dizer, saber que sangue de um deus corre em suas veias...
- Sim, me assusta. - interrompi - Imaginar toda a situação, me deixa nervoso.
- Fico imaginando, quem seria o meu pai? Não sou especial em nada, não tenho habilidade em muitas coisas.
- Também queria saber.
Olhei para ela, e percebi que havia olheiras em seu rosto, e seus olhos lutavam para se manter abertos.
- Pode descansar. Vou ficar acordado, se caso acontecer alguma coisa, eu te chamo. - disse
Ela assentiu, soando agradecimento, e começou a observar toda a sala, provavelmente procurando um lugar para se acolher.
- Se quiser - disse - pode se apoiar em mim.
Ela me olhou seriamente, e respondeu:
- Não iria te atrapalhar?
- Não - sorri - O que eu poderia fazer nesse lugar? Ficar correndo pela sala?
Ela sorriu e deitou em meu peito. Em menos de cinco minutos, ela caiu no sono. Seu corpo relaxou, e com o silêncio da sala, tudo o que eu ouvia era a sua respiração.
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