A Prisão Da Medusa escrita por Milena Buril, Andressa Picciano


Capítulo 5
Ficamos em um hotel barato




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Alice


Já é enlouquecedor sair da sua escola com pessoas desconhecidas. Agora, sair da sua escola com pessoas desconhecidas, para ir no meio da floresta da sua cidade e, ser atacada por uma criatura mitológica milenar, bem... isso já é paranoico.

Quando a Medusa apareceu, senti um frio na espinha, porque era só olhar em seus olhos e voilà, você se transforma em pedra. Divertido!

Mas esses pensamentos se misturaram com um que me deixou esperançosa. Percy e Annabeth, já eram experientes. Mesmo que eles não conseguissem mata-la, eles iriam fazer alguma coisa para distancia-la. Eu sei que fariam.

Mas nada ocorreu do jeito que eu esperava. Duas fúrias atacaram eles, e estranhamente, elas soltavam... purpurina? Certo, aquilo não era purpurina, estava mais para uma benção, ou algo assim.

Olhei para Simon, e vi uma raiva dançando em seus olhos.

– Agora somos nós - ele murmurou

Lágrimas turvaram minha visão. O que aconteceria comigo?

Então veio o veredito final.

– Eles tem cinco dias para acharem vocês - Medusa disse alto e em bom som - Ou virarão lindas peças para o meu jardim. - ela soltou uma gargalhada e fomos engolidos por uma névoa.

Como fui pega de surpresa, não tive tempo de fechar os olhos e nem a boca. A sensação, é de estar em um gira-gira, na maior velocidade que você consegue. Quando se da conta, você está em outro lugar.

Depois que vi o local, desejei estar em uma prisão.

Era um comodo pequeno, sem camas, mas com uma porta, provavelmente o banheiro. As luzes, eram fracas, e por causa da pouca iluminação, eu me sentia rodeada de fantasmas. A pequena janela que havia, continha grades, mas não era metal, aço... aparentava ser algo impossível de quebrar, e o que via fora dela, era uma floresta. Parecia ser uma mal-assombrada, ou algo do tipo. A porta de entrada era feita do mesmo material das grades, mas com uma portinhola, que segundo a lógica, passaria alimentos. Afinal, a Medusa não quereria estátuas de mortos.

Fomos jogados para dentro da sala, e a voz da Medusa começou a ecoar:

– Vocês ficarão aqui pelos próximos cinco dias. Se passar do prazo, ganharei novos companheiros.

Silêncio.

Comecei a lembrar de como minha vida era antes daquela manhã. Meu pai "havia morrido" quando eu tinha apenas três anos. Minha mãe trabalhava de tempo integral como recepcionista, e o dinheiro que ela ganhava, dava apenas para pagar as despesas. Sim, era tudo muito complicado, mas gostaria de estar lá, do que nas mãos de um monstro.

Sem perceber eu comecei a chorar. Para não mostrar o enfraquecimento na frente de Simon, abaixei a cabeça, e apoiei no joelho. Meu disfarce não conseguiu engana-lo.

– Alice? - ele perguntou em um tom preocupado - Está tudo bem?

Minha voz não conseguia sair, então balancei a cabeça negativamente.

– Olha - ele suspirou e continuou - Sei que não está fácil, e vou ser sincero com você, estou lutando com todas as minhas forças pra me manter calmo. Ninguém iria querer ficar aqui, lógico. Mas lembre do que o Percy disse: Somos semideuses, vamos ter que aprender a conviver com isso.

Respirei fundo e levantei a cabeça. O olhar de Simon se encontraram com o meu, e pude ver um ponto de piedade nele.

– Desculpa - pedi a ele

– Pelo o quê? - perguntou ele confuso.

– Por ter te levado até a floresta. - respondi - Se não tivesse tomado aquela atitude, não estaríamos aqui. - uma lágrima ousou a escapar

– Não mesmo. Estaríamos mortos - ele abriu um sorriso - A fúria foi só o começo. Mais monstros nos atacariam.

– Mas e agora? O que fazemos?

– Fácil - ele respondeu com um meio sorriso - Esperamos...


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