A Prisão Da Medusa escrita por Milena Buril, Andressa Picciano


Capítulo 25
Minha amiga me quer como estátua




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Alice

Simon decidiu se declarar quando eu estava sendo levada em direção a morte. Senti meu coração transbordar de emoção. Queria ter conseguido reunir coragem para poder responder algo do tipo, mas minha voz se recusou a sair.

Medusa começou a me levar para um lugar, longe dele, e por mais que eu soltasse toda a minha força, para poder dificultar a chegada, ela me arrastou como um pano. Simon a atacou por trás.

O problema, é que não acertou a cabeça, como planejava, e sim suas costas. Fui jogada para o lado, e bati a cabeça com força em uma estátua. Recusei o convite de desmaio, então me levantei e apertei meu bracelete. A espada apareceu em minhas mãos, e era leve. Senti a adrenalina subir, e corri para ajudar.

Medusa ainda não tirara os óculos, então a luta não estava tão complicada. Quando tivéssemos que se esforçar para não encarar seu rosto, toda ajuda seria aceita.

Simon estava conseguindo se defender. Ele lutava como se fosse algo comum. As aulas de esgrima poderiam me ajudar, mas eu sabia que estava além disso. Sem pensar, golpeei um braço, querendo chamar sua atenção.

Ela virou e falou com a voz amarga:

- Minha garotinha! O que você está fazendo? Quero apenas acabar com nosso amigo que tentou acabar comigo.

- E é exatamente isso que eu não quero - respondi, áspera - Não sou sua garotinha, e você não encosta um dedo nem em mim, e nem nele.

Ataquei, acertando seu pescoço. Não consegui ter nenhum sucesso, a não ser um corte. Medusa franziu o cenho. Ela levantou lentamente sua mão até o rosto.

- Não olhe para ela! - Simon gritou.

Como se ele soubesse exatamente o que aconteceria, Medusa tirou seus óculos. Fechei os olhos, com medo do que aconteceria a seguir.

- Não vai resistir meio-sangue - disse com toda frieza - Pode conseguir por um tempo, mas uma hora terá que olhar.

Forcei ainda mais meus olhos. Seria difícil conseguir lutar daquela maneira.

Ouvi seu grito, e não senti mais a sua presença, me virei para trás e abri meus olhos. Uma sensação de liberdade percorreu pelo o meu corpo. Um calor começou a se aproximar de mim, e segurei minha espada mais forte.

- Pode se virar - Simon falou - Estou bem atrás de você.

Voltei para a posição que estava e dei de cara com seus olhos negros. Ele sorriu e me abraçou. - Está tudo bem - sussurrou gentilmente.

- O que você fez? - perguntei.

- Ataquei. Mas não sei se matei.

Por impulso me soltei, e bem nessa hora, Simon foi levado de mim. Vi seu corpo jogado, sem nenhum ferimento, mas estava desacordado. Medusa estava com seus óculos de novo.

- Fica calma, docinho - ela me disse calmamente - Apenas tirei ele de nós. Está vivo, mas não chegará mais perto de você. Agora, tenho você para mim.

- Eu falei para não encostar um dedo em nenhum de nós - murmurei.

Com um meio-grito, fiz um corte em seu peito, mas não foi o suficiente. A raiva estava me consumindo, e eu não admitia que ela havia feito aquilo.Não suportava a ideia, que fui trancada em uma prisão. Iria me livrar de tudo aquilo.

Antes que meu alvo recuasse, ou tentasse tomar alguma atitude, enfiei minha espada em seu peito. Para que não corresse o risco de não funcionar, cortei sua cabeça.

Areia se juntou aos meus pés, então corri até Simon.

Me ajoelhei ao seu lado, e o medo de poder ter acontecido algo pior, começou a se apertar em meu peito. Seu abdómen sangrava, e meus olhos encheram de lágrimas.

- Simon - sussurrei, enquanto tentava acorda-lo - Não me deixe por favor. Simon! Senti sua respiração voltando ao normal, e sua pele voltando a palidez um pouco normal que ele tinha.

- Simon! - falei - Graças aos deuses!

Os olhos dele se abriram e ele se sentou. Por um estranho momento, me encarou.

- Alice? - perguntou.

Sorri em saber que ele lembrava de mim. Me atirei em seus braços, nem um pouco se importando com o sangue. Comecei a soluçar e falei:

- Não faça mais isso Simon - senti seus braços me apertando, como se não quisesse que eu escapasse nunca mais.

- Tentei salvar você - respondeu - Mas falhei novamente. Não sou bom nisso.

- Está brincando? - levantei meu rosto para olhar diretamente em seus olhos - Pode não ter conseguido me salvar, mas me deu algo ainda melhor. Suas palavras me reconfortaram, e senti que não estava sozinha.

Simon parou para pensar por um momento e finalmente soltou:

- Não me abandone Alice.

- Nunca vou.

Ouvimos um som vindo do nosso lado. Olhamos e lá estavam eles.


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