A Prisão Da Medusa escrita por Milena Buril, Andressa Picciano


Capítulo 24
Uso meu campo de batalha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317325/chapter/24

Percy

Blackjack tinha se machucado de uma forma estranha. Ele ficar em solo terrestre, é um pouco difícil. O que poderia ter machucado sua pata?

"O que aconteceu?" perguntei.

"Olhe minha pata" ele pediu esticando-a.

O ferimento não estava tão grave, mas doer já é outro caso. O necessário seria um pouco de descanso.

"Quem fez isso?" falei com um tom bravo na voz. Ninguém mexia com o meu pégaso.

"Eu não vi..." respondeu.

Depois de explicar tudo para Annabeth, uma criatura surgiu atrás de nós.

Dracaenae.

- Cansei de lutar - murmurei - Vamos acabar logo com isso.

Sem deixar o monstro dizer uma única palavra, ou se preparar para o ataque, avancei com Contracorrente em mãos.

Acertei seu rosto, e quando se virou, os olhos estavam jorrando fúria a todos que encarava. Sua pele escamosa, deixava um liquido misturado com sangue escorrer.

- Você não fez isso meio-sangue! - ela rugiu - Vai se arrepender por cada milímetro desse corte.

Fui atirado no chão por todas as forças que a Dracaenae conseguiu colocar nos braços. Annabeth veio em nossa direção. Um grito ecoou por toda a floresta, e a criatura se rebateu no chão. A adaga estava ao seu lado. Annabeth me olhou, e consegui ler o que pensava. Não dava tempo para ficar observando.

Levantamos nossas armas, e ficamos de lados opostos. O objetivo era dificultar a atitude do monstro. Ele teria que escolher entre mim e ela. Então, um de nós atacaria. O plano não rolou bem desse jeito.

Primeiro, que a Dracaenae foi bem mais rápido do que imaginássemos, e conseguiu nos atacar ao mesmo tempo, como bonequinhos. Caí contra uma árvore e senti meus ossos latejarem como se quisessem se desfazer aos poucos. Minha visão ficou turva e Annabeth estava fazendo o máximo para poder se colocar de pé. A criatura riu como se aquilo fosse o melhor filme de comédia.

- Não brinquem! - ela exclamou - Vocês estavam pensando que seria assim tão fácil me derrotar? Eu domei vocês em questão de minutos.

Senti a adrenalina percorrer o meu corpo, e meu cérebro me despertou. Dois metros atrás de mim, havia um rio. Eu poderia ter algumas chances de conseguir tempo para sair de lá. Apenas dois metros.

Annabeth seguiu meus olhos, e conseguiu perceber o que eu tentaria fazer, e disse:

- Moça serpente! - suas pernas tremeram um pouco ao se levantar, mas logo se fixaram - Estou bem aqui! Quero um pouco de emoção!

A Dracaenae virou, e senti seu olhar fuzilar os de Annabeth.

Obriguei meus músculos me ajudarem a rastejar até o rio. Não seria algo tão difícil. O pouco que consegui, causou muito barulho nas folhas do chão. Usei todo o resto de força que eu tinha para me levantar. De pouco em pouco conseguiria chegar até a minha fonte. Eu ficaria mais forte, mas somente se eu conseguisse chegar até lá.

Vamos, pensei Não sou fraco. Eu consigo chegar até aquele rio.

Como se meu corpo entendesse, consegui me apressar. Andei até a água alcançar as canelas. Senti meu sangue ferver e meus músculos pareciam renovados. Tinha que chamar a atenção da criatura até o rio, porque se eu saísse, seria apenas um brinquedo velho e usado que, com um simples puxão seria destruído.

- Você quer mesmo lutar com uma garota? - gritei - Não seria melhor, mostrar o quanto é forte, lutando com um garoto? Sexo oposto! Derrotaria um homem! Ah não! Esqueci o quão fraca você é.

Ela girou o rosto lentamente, e quando os 180º estavam completos, seus olhos me encararam e percebi que tinha conseguido o que era preciso. Em alta velocidade, ela chegou até um lugar favorável para a luta, mesmo estando na água.

- Filho de Poseidon! - ela sussurrou - Me levando até o seu campo de batalha. Que seja assim!

Ataquei primeiro, e por sorte, consegui acertar seu rosto antes que conseguisse desviar. Por pura sensação, me abaixei antes que me atingisse com uma de suas caudas. Me coloquei de pé rapidamente, hora exata em que pude derruba-la com um chute em sua barriga, isso é, se podia dizer que aquilo era uma. Não sei como ela conseguiu perder o equilíbrio, sendo que ela não tem pés. Com um golpe final, enfiei minha espada em seu peito.

A areia se dissipou pela água.

Saí do rio, e encontrei Annabeth vasculhando uma mochila.

– De quem é? - perguntei, cansado.

– Alice - respondeu, com um suspiro no final - Ela deixou aqui, acho que propositalmente. Temos Ambrosia e Néctar, mas acho que Simon está com um pouco, porque se a refeição era para dois, está faltando uma parte, e na hora em que acordei, comi apenas um pouco, e essa quantidade foi tirada dessa porção.

– Eles estão seguros, e nós também - olhei para um lado da floresta que vinha barulho de passos - Blackjack!

"Ei chefe! Olha minha pata! Estou melhor. Não deixaremos os dois, certo?" ele disse.

Sem pensar duas vezes, puxei Annabeth pelas mãos, e juntos, voamos até o empório.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe sua opinião c:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Prisão Da Medusa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.