Annabeth

Como se já não bastasse a luta contra empousai, a nossa trajetória estava ainda mais longa do que imaginávamos.

Canadá? Nós estávamos quase no Texas, em uma cidade bem pequena, e agora teríamos que fazer uma viagem.

- Não sei se Blackjack aguenta. - Percy disse.

- Mas ele já fez tantas coisas por nós - respondi tremula - Como ele não conseguiria?

- Annie - Percy me olhou, como se tivesse explicando aquilo pela milésima vez - Ele consegue nos levar até um certo ponto. No Canadá mesmo, mas o problema é onde eles estão. Precisamos de detalhes. E ele vai precisar de um descanso.

Olhei para o céu e já estava escurecendo. Quando amanhecer, teríamos apenas quatro dias.

- Quanto tempo ele leva? - finalmente perguntei.

- Horas. Umas três mais ou menos. Se conseguirmos ter sorte, duas.

- São nove horas. - observei o relógio dele - Até meia-noite chegamos.

Percy assentiu e montamos no pégaso.

Ainda não me acostumara com a sensação se estar voando, e tinha arrepios. Como se eu estivesse em uma moto, dei um abraço de urso no Percy para me sentir mais segura.

O tempo passou mais rápido do que imaginei, e o silêncio daquela noite me deixava insegura. Não era normal semideuses conseguir as coisas tão fáceis.

- E agora? - perguntei - Onde vamos?

- Se você fosse a Medusa, onde esconderia alguém? - Percy respondeu.

Museu de cera, pensei, mas fui rápida o suficiente pra guardar aquilo só pra mim.

- Uma floresta seria um bom palpite. É meio difícil alguém querer se aventurar por meio dela - falei. 

Ele assentiu e olhou para seu relógio.

- É uma e meia da manhã. Precisamos descansar. Temos apenas quatro dias para achar esse tal esconderijo.

Começamos a caminhar pela cidade, quando achamos uma pequena pousada, que não parecia ser de luxo, mas um lugar agradável para passar só uma noite.

Quando entramos, deparamos com uma recepção bem agradável. Um cheiro forte de incenso atravessou a sala. Uma mulher, loira dos olhos profundamente castanho, nos olhou e sorriu.

- Sejam bem vindos a Pousada Felicidades da Vida - fiquei um bom tempo encarando a mulher. Que tipo de lugar teria esse nome? - O que desejam?

- Precisamos de um quarto - Percy disse e parou por um momento - Não de casal! Um de solteiro por favor.

A recepcionista soltou uma leve risada.

- Quarto 14 - ela disse entregando-lhe uma chave - Tenham uma boa noite.

- Obrigada - respondi.

Fomos até o corredor. Durante a pequena caminhada, disse:

- Você também achou, aquela mulher e esse lugar muito estranho?

- Ainda bem que não fui o único - Percy suspirou.

Entramos no aposento número 14.

E a dúvida que ecoava em minha cabeça, acabou virando uma certeza.