O clima de 6 graus em Atenas obrigou Seiya e Helena a vestiram casacos de inverno antes de saírem das suas mansões no Santuário. Não era comum a capital grega ser tão fria, apesar da localidade do Santuário até nevar em dezembro.

A campainha tocou na casa de Berenika. A mulher viu as duas pessoas paradas, um homem e uma senhora. Danyel logo reforçou que eram os tais amigos que ele havia dito e mandou que entrassem. Helena e Seiya sentaram no sofá e pediram para conversar com a "Nika", mãe do rapaz. Eles então falaram sobre a importância do jovem em se tornar um cavaleiro e servir a Atena, porém a mãe de Danyel não concordou.

— Desculpem-me, mas eu acho que o meu filho não pode se envolver nesse tipo de coisa. Ele é muito jovem, precisa gerar uma família, algo bom. Todos os cavaleiros que passaram por Atena morreram. Eu não quero que o meu filho tenha o mesmo fim que teve o meu irmão juntamente com todos os cavaleiros. Isso seria um choque para mim.

— Dona Berenika, eu entendo a sua posição, mas não estamos em período de guerra. Todos os cavaleiros estão servindo harmoniosamente Atena. Estamos num período de paz. Quanto aos guardiões das casas zodiacais, ninguém ali é monstro, ninguém mata por prazer — disse Helena. — Escuta, eu sei o que se sente. Eu sou mãe e sou avó, mas mesmo assim voltei para as minhas origens que é o Santuário. Passei vários anos fora, mas voltei. Olha, talvez você deva estar com medo de que algo ruim aconteça com o seu filho, mas eu garanto que nada acontecerá com ele se for bem treinado por Seiya.

— Vai, mãe, deixa, por favor! Eu dependo de você — disse Dan.

— Eu... deixo. Mas tem que me visitar também, viu? — disse a mãe.

— Obrigado, mãe. Valeu mesmo. Ei, quando eu começo? — comemorou o rapaz

— Amanhã de manhã bem cedo passarei aqui e o pegarei. Esteja pronto. Amanhã, rapaz, você conhecerá os demais cavaleiros dourados. Obrigado,  Berenika, por deixar o seu filho ser meu discípulo. Eu garanto que não se arrependerá.

Depois, os dois se despediram de Dan e sua mãe e foram embora. Agora estava confirmado, Danyel treinaria no santuário como um dos discípulos de Seiya.

— Ainda tenho um pé atrás...

— Confia em mim, mãezinha — Abraçou a mãe. — Não sou tão inocente assim.

— E isso tem a ver com aquele dinheiro? Acho que não me explicou o suficiente.

— Hehehehe. Melhor eu voltar pro meu quarto!!

Por volta das 18 horas, os 3 amigos se encontraram numa quadra perto da casa de Danyel.

— Quando vai levar a gente para visitar? Estou com inveja grega — resmungou Myklos.

— Não seja bobo, Myklos. Nem todo mundo pode entrar naquele local — respondeu Darkryan.

— Amigos, sentirei saudade — Dan abraçou os dois. — Mas esse é o meu destino. E quem sabe, com a minha influência, eu apresente algumas amazonas gatinhas a vocês.

Myklos comemorou. Darkryan achou uma bobagem total daqueles dois.

...

No dia seguinte...

SANTUÁRIO DAS DOZE CASAS

— E aí, está preparado pra conhecer todos os outros cavaleiros de ouro? — perguntou Seiya para o mais jovem. Eles estavam parados em frente à escadaria que levava até a mansão de Áries.

— Sim, estou — o rapaz estava nervoso. Ele vestia uma roupa de treinamento que o seu mestre dera e um casaco de inverno por cima.

— Ótimo então podemos ir.

Assim os dois subiram as escadas. Já dava para ver melhor a primeira mansão. O coração de Dan já batia forte pela ansiedade que sentia misturada com felicidade. Era a sua primeira vez que conseguia entrar no Santuário assim.

Eles chegaram na primeira mansão e logo viram um cavaleiro trajando uma armadura de ouro na entrada da mesma. Ele era o cavaleiro de ouro da casa de Áries. Kiki, ex-discípulo de Mu, era um bom homem com coração puro e leal a Atena desde seus oito anos. Atualmente era um homem forte, cavaleiro de ouro e que amava a justiça. Com longos cabelos castanhos, pele branca e dois sinais acima da testa que eram típicos dos humanos que nasciam em Jamiel. Como era de se esperar ele recepcionou muito bem o novo discípulo de Seiya.

Nome: Kiki de Jamiel

Ocupação: Cavaleiro de ouro/ professor de literatura

Armadura: Áries

Divindade: Atena

Gênero: Masculino

Idade: 33 anos

Nascimento: 02 de Abril de 1978

Local de Nascimento: Jamiel, Tibete

Local de Treinamento: Jamiel e Santuário

Mestre: Mu de Áries (morto), Seiya de Sagitário

Aprendiz: Raki

Hobbie: Gosta de ler livros, sobretudo romances e dramas.

— Seja bem-vindo ao Santuário, rapaz. Finalmente conheci o novo e o mais velho discípulo do Seiya. Já treinei com ele depois da morte do meu antigo mestre, mas parei com 15 anos.

— Obrigado, senhor. Eu ainda não acredito que estou vendo um cavaleiro de ouro de Atena além do Seiya — disse olhando para a armadura reluzente do cavaleiro.

A armadura de ouro de Áries era basicamente do mesmo modelo que Mu usava. Havia uma capa branca nas costas de Kiki, porém não usava elmo.

Um garoto surgiu com roupa de treino. Era um guri de 12 anos.

Kiki levou Danyel e Seiya até o pátio onde treinavam os discípulos de Jamiel. Cerca de 20 crianças e adolescentes aprendiam artes marciais e literatura com o cavaleiro de ouro.

— Sou professor. Minha casa é cheia de quartos e servem como alojamento para os meus estudantes — explicou Kiki.

— Vamos, Danyel. Precisamos chegar ao santuário após a mansão de Peixes — disse Seiya.

— Espere um pouco, senhor Seiya. Venha, Danyel, deixa eu mostrar a minha casa para você — Kiki mostrou o resto do salão principal. Havia uma estátua de Shion e Mu no meio.

A primeira das doze casas era muito bonita. Além dos pilares, paredes e chão feitos de mármore e da grandiosidade do lugar, a mansão possuía várias estantes com muitos livros. Era um tipo de biblioteca. Também existia alguns quadros, obras de arte, nas paredes. Danyel olhava tudo aquilo maravilhado. Nunca viu algo tão grandioso na sua vida. Era impossível não reparar nos detalhes.

— Aprendi que literatura é tão boa quanto a telecinese — Kiki usou telecinese para pegar um livro de uma estante longe e deu para Danyel. — Escrevi esse livro sobre a vida do meu antigo mestre e de Shion. Desde a guerra contra Hades há séculos, um homem de Jamiel era Mestre do Santuário. Infelizmente passamos por momentos difíceis em 1973 quando Saga o matou. Tudo vai estar nesse livro.

— Obrigado, senhor Kiki.

Após alguns minutos caminhando, pois da entrada até a saída era longe, eles chegaram até a saída. No final, a continuação das escadarias até a outra mansão.

— Espero que tenha gostado do pequeno passeio, Danyel. Ah, e um dia eu vou querer vê-lo trajado numa armadura — disse Kiki estendendo a mão para Dan.

— Hahaha não sei se será tão fácil, senhor Kiki, mas farei o possível pra vestir uma — disse cumprimentando o outro.

— Vamos, Danyel. Temos ainda muito o que subir — falou Seiya.

...

Os dois subiram até a próxima casa, a de Touro. Enquanto subiam, Danyel, muito curioso, observava a vista da Montanha Sagrada. Ele percebeu o famoso Relógio de Fogo a alguns metros dali. Depois deu pra ver um pouco o Coliseu e um panorama do horizonte. Dali viu o local que enfrentara Nun de Papyrus.

Chegaram na casa de Touro e viram um grande cavaleiro de ouro com os braços cruzados. Ele era alto, bem forte, moreno, com os cabelos longos, lisos e prateados e amarrado num rabo de cavalo. O homem possuía olhos castanhos. Era Alnath de Touro.

Nome: Alnath González

Ocupação: Cavaleiro de ouro/chefe da segurança do Santuário

Armadura: Touro

Divindade: Atena

Gênero: Masculino

Idade: 26 anos

Nascimento: 6 de Maio de 1985

Local de Nascimento: México

Local de Treinamento: Espanha

Mestre: Um cavaleiro de prata (sem detalhes)

Discípulo: Virginia de Águia

Hobbie: Gosta de malhar, é adepto a luta livre e bodybuilder. Adora touradas.

— Seiya, o pirralho aí é o seu discípulo? Parece tão fraco hahahahaha — disse irônico.

Danyel teve que levantar a cabeça para olhar para o cavaleiro. Este media incríveis 2 metros de altura e era bem musculoso.

— Sim, Alnath. Ele será meu discípulo. Podemos passar?

— Fiquem à vontade. Ei garoto, bem-vindo — Mas Dan não respondeu.

A mansão de Touro era menor do que a anterior. Havia um pequeno coliseu com arquibancadas no meio do salão principal. Muitos aparelhos para musculação. As paredes eram feitas de pedras cinzentas e cheias de cabeças de animais empalhadas.

Danyel escutou gritos de homens torcendo para algo. Eram os soldados assistindo à televisão. Passava uma luta de MMA naquele exato momento.

— Pensei que as casas eram vazias — disse Danyel.

— Antigamente eram assim, mas Atena fez questão de permitir que os cavaleiros transformassem em mansões. Podemos trazer até a nossa família — respondeu Seiya.

Atravessaram a mansão. Alnath foi educado na saída, apesar da aparência indicar o contrário.

...

— Danyel, está gostando do passeio?

— Sim, senhor Seiya. Aqui está muito legal.

— E ficará mais legal ainda quando ver a próxima casa.

Eles continuaram a subir até chegarem a casa de Gêmeos. Logo foram recepcionados por Helena — que não vestia nenhuma armadura — ainda na escadaria.

— Danyel, meu meninão. E aí, como está sentindo subindo as doze casas? — perguntou enquanto o abraçava.

— Maravilhado, dona Helena. Nunca pensei em ter que subir o santuário e ver de perto os cavaleiros.

Nome: Helena Papadopoulos

Ocupação: Amazona de ouro/diretora

Armadura: Gêmeos

Divindade: Atena

Gênero: Feminino

Idade: 62 anos

Nascimento: 22 de Maio de 1949

Local de Nascimento: Grécia

Local de Treinamento: Santuário

Mestre: Shion

Discípulo: Akira de Pégaso

Hobbie: Adora flores margaridas. Também ama os animais.

— Vamos. Farei companhia até o final da minha mansão — A idosa levou os dois.

Dois cachorros da raça labrador surgiram e começaram a rodear Danyel. Helena explicou que eram irmãos da mesma ninhada e que viviam com ela há alguns anos. Seus nomes eram Sol e Luna.

Diferentemente da mansão anterior, a de Gêmeos era a mais simples, dividida em duas partes (eram duas casas). Possuía vários vasos com muitas flores; e todas margaridas. Também possuía quadros de cavaleiros geminianos anteriores, além de um cheiro bem agradável de perfume no ar.

Danyel percebeu que pessoas deram as boas vindas ao adolescente. Eram os empregados da mansão e do instituto de educação da família Graad.

— Dona Helena, por que a senhora não usa armadura e por que não usa a famosa máscara?

— Menino Dan, eu não uso, pois já sou uma senhora de idade e a armadura pesa para mim. E quanto à máscara, eu não preciso, porque a regra das amazonas quanto a isso é: se tirá-la na frente de um homem ou ela terá que amá-lo pra sempre ou odiá-lo. Isso não cabe mais pra mim, sou velha. É claro que não vou amar homens quarenta anos mais jovens do que eu, não se preocupe.

— Ela está só esperando um novo titular para a casa de gêmeos. Quando envelhecemos, procuramos um novo pretendente para vestir a armadura. Qualquer uma das 88 — explicou Seiya.

— Exatamente. Tirando os jamielenses cuja expectativa de vida é de centenas de anos, nós podemos aguentar o fardo até o começo da velhice — confirmou ela.

— Cadê a sua armadura? Eu não a vejo.

— Daniel, eu a guardo num lugar bem escondido. Somente eu tenho acesso à minha armadura. Pronto, chegamos. A próxima casa é a de Câncer.

— Valeu, dona Helena.— agradeceu o garoto.

— De nada. E Seiya, depois permita que ele me faça uma visitinha. Tenho tanta coisa para conversar.

— Sim, Helena. Vamos logo, Danyel.

Despediram-se e subiram até a próxima casa, a de Câncer. Segundo Seiya, o guardião de câncer era um tanto hostil, mas era leal a Atena como todos os cavaleiros do santuário, e era isso que importava.

...

Dan chegou na próxima mansão, porém não viu nenhum cavaleiro. Ele adentrou, sempre com seu mestre, e percebeu um clima bem denso, escuro e completamente diferente da mansão de Helena. Percebeu que na mansão havia vários animais empalhados como se fossem estátuas. No meio do salão, um grande símbolo de câncer (desenho de um caranguejo). Também havia tochas nas paredes e um grande lustre vermelho no teto. Um carpete vermelho no chão e pilares pretos. Logo viu o cavaleiro escorado no pilar, com os braços cruzados e um sorriso no rosto. A aparência dele era moderna. Cabelos azuis curtos e espetados, tinha uma pele bronzeada e olhos verdes. Trajava sua armadura dourada igual a do antigo dono (Máscara da Morte).

— Então, Seiya, esse é o idiota que será seu discípulo? Patético.

Nome: Filipe Souza

Ocupação: Cavaleiro de ouro/caçador

Amadura: Câncer

Divindade: Atena

Gênero: Masculino

Idade: 18 anos

Nascimento: 29 de Junho de 1993

Local de Nascimento: Brasil

Local de treinamento: Itália

Mestre: Cavaleiro de prata (sem detalhes)

Aprendiz: Jane

Hobbie: Caçador de animais. Também serve como assassino profissional

— Tenha mais respeito pelo meu discípulo, Filipe.

— Respeitá-lo? Por favor, tire-o da minha frente, pois já tenho ânsia ao ver fracassados. Até logo,  imbecil.

Danyel olhou com uma cara feia para ele. Não gostou nadinha do tal de Filipe.

— Aff! Que cara mais mesquinho e rude.

— O Filipe sempre foi assim. É bom evitar muita conversa com ele. Detesto admitir, mas ele é meio rebelde. Mas também não sei se ele só tá brincando ou falando sério.

Saíram imediatamente de Câncer e foram para a próxima mansão. Enquanto andavam, eles conversavam mais um pouco sobre o guardião anterior.

— Senhor Seiya, fale-me mais sobre o Filipe.

— Não tenho muito o que falar dele. Digamos que ele é uma pessoa de impulsos e que gosta de fazer as suas próprias vontades. Escuta, é melhor não querer fazer amizade com ele. A única que ainda tem amizade com ele é a amazona de peixes.

— Eu sei. Se o senhor diz, está dito.

— A próxima casa é a de Leão. Vamos, estamos perto.

Assim seguiram caminho até a próxima casa.

Continua...