Mais de vinte homens. Esse era o número de soldados que desafiaram lutar contra uma amazona dourada. Jasmine não estava nem um pouco preocupada com isso, poderia vencê-los facilmente. Ela ficou parada os observando até que eles avançassem com tudo. Os capangas estavam armados até os dentes, o que obrigava a garota desviar de alguns ataques potencialmente fatais.

Ela então formou uma poderosa parede de gelo em meio ao sol escaldante do deserto. Separou os inimigos por meio dessa barreira inquebrável. Entretanto de tanto atingirem o muro de gelo com suas armas eles o quebraram.

— Impossível — ela ficou impressionada, contudo logo se lembrou da maldição da pirâmide.

Os inimigos correram para pegá-la. A mesma desviou e matou alguns soldados que estavam perto. Depois usou seu cosmo congelante para poder fazer o tempo ficar mais frio e até nevar naquela região. Os olhos de sua máscara ficaram azuis revelando o seu poder como guerreira da casa de Aquário. Depois que eliminou alguns capangas ela foi surpreendida por uns cinco que ficaram sobre a mesma. Usando sua força bruta ela os consegue derrotar.

Depois de derrotar todos os vinte ela é surpreendida por dez arqueiros que se possicionaram na frente do labirinto e utilizaram o cosmo das trevas para multiplicarem os projéteis. As flechas desapareceram no céu e quando voltaram se multiplicaram em milhares. Percebendo o perigo, Jasmine utiliza um dos seus melhores ataques que pouco usava.

— Escudo Austral! — seu cosmo dourado fica no tom de uma aurora e fica no formato de uma bolha em volta dela como um escudo protegendo-a do ataque inimigo. As flechas caíam no chão, mas não a atingiam.

— Execução Boreal! — seu cosmo que até então estava contido num escudo se espalhou para todos os lados como numa explosão. Tudo em volta virou gelo até os arqueiros que a atacaram.

Após derrotá-los com o seu poder ela se depara com cerca de cinco canhões apontados das cinco entradas do labirinto. Não era nada fácil a ultrapassagem para os outros níveis do santuário de Anúbis. Enfim os soldados começaram a atirar as bolas uma em seguida da outra.

— Para ser um verdadeiro guerreiro a luta deve ser honrada, sem armas. O deus de vocês nunca terá honra — o seu cosmo passou de dourado para azul escuro. A armadura de Aquário ficou num tom azul escuro a partir de então e os cabelos da guerreira ficaram brancos como a neve.

— Metamorfose Aquarius! — uma bala vai na direção dela, mas passa por seu corpo sem que lhe cause dano. Ela entra no chão e sai atrás dos soldados. Ela pega o primeiro e quebra-lhe seu pescoço sem dó nem piedade. Nesse momento os outros atiravam desesperadamente destruindo o lugar e parte do labirinto. Depois a amazona acaba de matar os demais que estavam em seu caminho.

Agora sim ela poderia escolher um caminho para tomar o seu rumo. Não havia mais nenhum empecilho para ela continuar. Olhou mais um pouco o caminho que pegaria e escolheu o mais normal possível, ou seja o que aparentemente não apresentava nenhuma ameaça.

Enquanto isso a luta entre Danyel e Myh estava acirrada. Agora a arena ficou apenas com um único alicerce o que a deixou bastante desequilibrada. Com certeza lutar nessa condição era muito difícil até mesmo para um cavaleiro de ouro.

Miquerinos usou todo o seu cosmo das trevas para poder formar uma aura de fogo azul e ficar coberto pelas chamas. Numa ação rápida ele parte para cima de Dan e os dois praticamente se agarram e giram no ar até baterem na parede do labirinto saindo pela primeira vez da arena. A parede ganhou uma grande cratera. Em seguida eles se separam e correm pela parede rapidamente. Danyel já estava farto daquela luta.

— Peçonha Letal! — o cosmo dourado do cavaleiro fica vermelho e seus olhos escarlates. Em seguida ele atira contra o inimigo um pequeno raio saido da sua agulha escarlate, depois se multiplica em dez. Entretanto Myh usou seu poder do fogo azul para contra-atacar.

— Fogo de Miquerinos — ele gera uma enorme bola de fogo que vai de encontro com o ataque do outro. Os raios de Danyel foram destruídos antes que chegassem ao seu destino, mas Miquerinos foi pego de surpreso pelo escorpiano.

Danyel agarrou seu inimigo com sua força e sua super rapidez eles foram arrastados contra a parede do labirinto e a destruíram. O impacto foi tão forte que eles pararam em outro local do labirinto bem longe dali. Seiya ao ver isso saiu rapidamente dali para procurá-los.

Ambos caíram num salão com vários sarcófagos, o mesmo que Jasmine havia passado. Eles se separam por um breve período, mas começaram a lutar com suas próprias forças. Danyel fazia movimentos com seus socos, chutes e se defendia dos ataques do oponente. Depois disso Myh usou o seu fogo para tentar levar alguma vantagem na luta contra o dourado. Seus golpes com o fogo apenas conseguiu queimar a capa branca do outro.

— E Então meu caro Escorpião você desiste desta luta? — perguntou Myh com um sorriso no rosto como se tivesse vencido a luta.

— Nunca.

— Não percebeu que eu já venci esta luta?

— É mesmo?

— O que... o que esta acontecendo comigo? — o vilão começou a como passar mal e sua armadura rachar completamente até que ela foi totalmente destruída — Por que aconteceu? O que fez comigo?

— Isso foi o meu golpe Peçonha Letal. Essa foi uma técnica que aprendi no meu árduo treinamento na ilha de Milos. Enquanto eu soltava os raios da minha agulha eu te distraí, aquilo foi apenas ilusão para que eu pudesse te acertar com o meu verdadeiro poder. A peçonha foi introduza no exato momento em que a gente caiu neste salão. Meu indicador da mão direita tocou em você na altura do peito esquerdo sem que notasse, assim consegui me livrar facilmente. Essa técnica quando aplicada é irreversível, ou seja, mata.

— Não é... possível.

Miquerinos morreu ali mesmo com a mão no peito como se o coração tivesse sido queimado. Danyel olhou para o homem deitado e o mexeu com o pé para se certificar se estava morto. A verdade era que ele queria testar sua nova técnica em alguém e conseguiu finalmente o fazer. Agora que a luta finalmente acabou ele pode perceber onde estava e viu muitos sarcófagos e espelhos iluminando a região. Depois se lembrou de Seiya, mas não poderia voltar. A regra é clara se separarem então teríam que continuar a missão sozinhos. Portanto ele procurou uma saída e foi embora dali.

Seiya por sua vez não consegiu encontrar Dan, porém teve que ir só. Ele andou pelos longos corredores do labirinto até chegar numa saída que dava para uma escada. Começou a subir os degraus e ficou assim por minutos sem encontrar um fim naquele caminho. Teve uma parte do trajeto em que viu cadáveres sentados nos degraus como se alguns homens já tivessem ali e desistido.

— Eu nunca vou desistir. Não aqui — falou enquanto subia.
...

Nefertiti preferiu ficar no seu quarto enquanto os cavaleiros de Anúbis se encarregavam de cuidar dos invasores. Ela foi até uma cômoda velha e empoeirada, retirou o que parecia ser um livro antigo e de muitos anos. O livro estava completamente empoeirado e com muito mofo. Na sua capa haviam hieróglifos que a mulher traduzia muito bem.

— O Livro da Morte — disse em voz alta. — O livro do deus Anúbis para invocá-lo completamente. Porém fui impedida de o fazer por aqueles dois.

Ela abre apenas uma página e uma msteriosa ventania surge. Ela fecha e o tranca novamente. O livro tinha um cadeado negro que só abria ou fechava por força do cosmo, nada de chaves. Ela o colocou de volta.

— Anúbis nunca existiu completamente. Aqueles dois seres me fez mentir esse tempo todo para os cavaleiros só para um propósito que nem eu mesma sei — disse sozinha, uma mania dela — Se eu pudesse ler o que tem escrito nesse livro.

Enquanto a mulher pensava alto e muito alto, Myhara escutava atrás da porta o que ela falava. Ele entendeu perfeitamente o que significava "Anúbis nunca existiu completamente". Ele ficou horrorisado pelo fato de que o seu deus na verdade não existe ou algo assim, e o pior era que Nefertiti sabia de tudo e nunca lhe contou. Ele se afastou da porta, pois iria falar algo para a mulher, mas foi embora.

Nefertiti se deitou em sua cama pensando no seu irmão. Talvez a prisão no calabouço seria a forma melhor, para ela, de afastá-lo de tudo isso. Olhou para o busto de uma estátua feminina que havia ali e o colar vermelho sobre ele. Ela estava condenada a viver como escrava de deuses e para algo que ela nem entendia. Depois de muito pensar ela dormiu.

Ainda na pirâmide, Quéops deu um pulo e parou no chão. Depois olhou para os dois cavaleiros e escolheu Kiki para deafiá-lo. Sereia não quis abandonar a luta, mas há algo na pirâmide que faz com que um desejo se cumpra e foi isso que aconteceu. A amazona de ouro foi pega de surpresa por uma força oculta que saiu de baixo do chão e a prendeu como se fosse uma bolha negra. Ela tentava se livrar daquilo, mas era impossível.

— Eu aceito o seu desafio — respondeu o cavaleiro ainda preocupado com a parceira.

— Acho que essa luta será fácil. Afinal você está apenas com metade de seu poder por causa da maldição deste lugar — respondeu o inimigo.
Ambos começam a emitir seus cosmos em forma de aura. Kiki emitiu uma aura dourada e no fundo uma ilusão de uma galáxia. Ele estava pronto.

— Fogo de Quéops! — ele forma duas bolas de fogo amarelo em cada uma de suas mãos e as lança contra o outro, mas ao mesmo tempo parte para cima do ariano. Kiki desvia dos ataques, mas é pego de surpresa pelo soco bem na cara, mas no mesmo segundo ele dá um chute em Negebe que cai contra o chão.

O inimigo se levanta rapidamente e forma mais bolas de fogo atirando-as várias vezes contra o oponente. Sereia não era atingida, pois sua prisão também servia de escudo.

— Muralha de Cristal! — ele forma sua muralha que conseguiu repelir muitos ataques — Isso não vai me atingir Quéops. Eu vou vencer essa luta.

— Veremos quando eu incendiar toda essa pirâmide com todo o meu cosmo maligno. Aí veremos quem vencerá — falou dando um pulo bem alto para atingir o cavaleiro, mas sem sucesso. Kiki em um movimento rápido conseguiu atingir Quéops no rosto com um único soco que o fez bater contra a parede causando escombros.

— Idiota eu vou acabar com você — Negebe aumentou seu cosmo a ponto de ficar completamente tomado por chamas amarelas. Em poucos segundos ele formou uma bola de fogo de no mínimo uns vinte metros de diâmetro.

— Como conseguiu formá-la em pouco tempo? — indagou impresionado.

— Eu disse que faria tudo para vencer essa batalha — disse dando um sorriso como se acreditasse que venceria aquela luta.

Myhara andava de um lado para o outro no salão do templo de Anúbis. O cavaleiro estava convencido de que teria que fazer alguma coisa agora que sabe que Anúbis não passava de uma farsa. Ele pediu para que mandassem mais soldados vigiar as entradas dos templos a fim de que não deixem os invasores entrar. Mesmo sentindo raiva, desgosto de ter sido enganado por uma pessoa que ele confiava até que achou boa a notícia que recebera.

"Se Anúbis não existe então eu serei o novo deus que o exército tanto subestima" — pensou.

Olhou para a estátua do deus da morte, sorriu e cuspiu bem nos seus pés. Era claro que agora soube da meia verdade vai tentar usurpar um lugar de um deus. Caminhou até a saída do templo e observou a vista panorâmica. Dali dava para ver a pontinha da pirâmide que havia deixado para trás. Uma brisa soprou seus cabeos negros e foi aí que teve uma ideia que nunca tivera antes.

— Pra colocar os meus planos em prática eu tenho que matar primeiramente uma pessoa que é um obstáculo pra mim desde sempre. Impôs os seus desejos em tudo, apesar de ter me ajudado a sair daquela vida miserável eu prefiro realizar todos os meus desejos — olhou para trás viu mais uma vez a estátua — Matarei você, Nefertiti minha rainha.
...

Jasmine corria pelo caminho que tomou. Ela olhou para as paredes do labirinto e viu algumas marcas como se alguém havia arranhado a parede. Parou por um pouco até ver mais de perto a marca. Depois olhou para todos os cantos e desistiu de correr. O labirinto era muito alto apesar de ser espaçoso não era vantagem alguma se não dava para ver o caminho.

— Eu só posso estar andando em círculos. Só pode. Já vi essa marca acho que umas cinco vezes por onde passei — ela anda um pouco para trás e encosta as costas numa parede — O que?

Ela tem uma surpresa quando percebe que o caminho que ela havia passado sumiu e que agora era uma parede. Até parece que o lugar mudou de uma hora pra outra. Percebeu que mais alguém estava ali.

— Eu sei que está aí. Apareça!

— Parabéns você é muito esperta. Conseguiu descobrir que eu estava por aqui — disse apenas uma voz.

— Apresente-se ou está com medo de me enfrentar. Saiba que eu sou a amazona dourada de Atena. Estou aqui para aceitar qualquer desafio que vier.

— Que bom que está determinada a lutar. Adoro isso — de dentro duma parede logo a frente sai um homem com uma armadura negra com detalhes vermelhos. Dois grandes olhos vermelhos ficavam no busto da armadura, além do elmo que lembrava a cabeça de um besouro. Não dava para ver seus olhos reais, apenas o do elmo. — Eu sou Rui de Escaravelho, primeiro grande cavaleiro de Anúbis. Senti-me desafiado, portanto irei até o fim.

Jasmine pensou muito e concluiu que sua próxima luta não seria nada fácil.