Sai do carro e peguei as quatro sacolas de papel com muita dificuldade. Algumas verduras estavam quase caindo quando coloquei a ultima sacola no colo.

- Quer ajuda? – alguém perguntou, logo atrás de mim.

- Não, obrigada. – respondi sem ponderar, conseguindo pegar a ultima sacola e deixando cair outra que já estava em meu colo. Esparramando algumas latas e alguns sacos de biscoitos – Merda!

- Eu posso ajuda-la. – olhei então para o moreno que se abaixou pegando minhas comprinhas que estavam caídas. Ele envolveu os mantimentos em seus braços musculosos.

- Obrigada! – falei ficando vermelha de vergonha.

Fechei a porta do carro com o quadril e o moreno ficou de pé, me olhando de cima a baixo com um sorriso gentil nos lábios.

- Pronto, peguei tudo. – ele respirou fundo e eu assenti pedindo pra que ele me acompanhasse.

Na cozinha ele ficou olhando as compras em seus braços. Soltei as minhas sacolas em cima da pia, cansada demais por carregar aquele peso, mas então o olhei com certa ansiedade.

- Opa, desculpa – arregalei os olhos – Pode colocar essas coisas em cima da bancada. Depois eu arrumo tudo. Nossa, obrigada mesmo e desculpa por...

- Nada. – ele riu soltando cuidadosamente as compras na bancada, diferente de mim que sai jogando minhas sacolas. Quando ele voltou a me olhar, reparei então que ele estava usando uma blusa justa definindo todo seu abdômen e seu peitoral. A principio fiquei desconcertada, mas recuperei o fôlego virando-me pra pia e ligando a torneira, apenas por ligar.

- Acho que é só isso. – sua voz diminuiu e então me virei, fechando a bica.

- Ei. Você é o novo vizinho! – falei algo que era obvio demais – Sei que agora não é o melhor momento... Prazer, Catherine Willows. – sorri estendendo a mão, eu estava puxando assunto?

- Você sempre é assim? – ele perguntou olhando pra minha mão estendida.

- Como? – me senti constrangida com a sua pergunta e minha mão continua estendida...

- Esquece. – ele balançou a cabeça sorrindo – Na verdade já nos conhecemos antes, em uma noite. Você estava bêbada... – ele deu uma risada e quando minha mão ia caindo ele a pegou com certa firmeza – Satisfação, porque prazer se sente na cama. – meu coração acelerou – Warrick Brown, mas pode me chama de Rick se tiver bem à vontade.  – fiquei mais vermelha e sem fala, seus olhos claros e marotos, sua mão pesada e firme na minha, tão educado e ele viu minha face imperfeita da noite. Droga.

Warrick sorriu.

- Acho que seremos bons vizinhos. – ele piscou, soltando a minha mão, deixando o seu calor e o peso na minha.

Ele saiu pelo mesmo lugar por onde entrou, e eu não consegui falar uma palavra se quer.

Preciso ligar pra Sara, agora!