Olhei para ele. Não sabia se estava agradecida, confusa ou com raiva ainda. Sentei-me no chão e ele se juntou a mim, sentando logo na minha frente.

Eu não sabia o que dizer.. "Obrigada por nos tirar de lá", "O que seu pai queria dizer que teve sua ajuda para me achar?" e outras frases, mas consegui optar pela mais nula.

- Me fala seu plano.

Ele olhou para mim.

- Sam, não tem como você escapar da fúria de meu pai. Ele poderá te perseguir o quanto quiser durante toda a sua vida. E ainda quando você morrer, bem, terá você para sempre.

A forma como Nico disse a palavra "sempre" me fez congelar.

- E qual a forma que você encontrou para que eu me proteja senhor Di Angelo?

- Conseguir uma forma para que você se torne imortal. Invencível.

- Imortal, como... um deus?

- Imortal como uma Caçadora.

Ele fez com que aquilo soasse como uma sentença de morte. Lembrei-me do que ele falara. As caçadoras são moças que se tornam fiéis a Ártemis, a deusa da caça, eterna donzela.

Ela torna suas seguidoras imortais, a menos que falhem em batalha. Mas para isso elas têm que abrir mão, completamente, da companhia dos homens.

Sinceramente? Eu não conseguia me imaginar sem a companhia de um menino, eternamente com minhas 'irmãs' na caçada. Imortalidade parecia ótimo, mas não se encaixava comigo.

- Não, Nico. Eu não consigo - olhei profundamente em seus olhos.

- Samantha, é o único jeito.

- Isso me tornaria imortal, mas não invulnerável aos ataques de seu pai.

- É melhor que nada.

- Oh, o que poderia ser melhor do que sofrer eternamente com ataques do deus dos mortos, que quer acabar com a minha pessoa?

- Sam, é o melhor para você.. É o único jeito.

- Não Nico, eu tenho uma ideia melhor.

Levantei-me e andei até a margem do Estige.

Então pulei para dentro.