A Rosa Negra escrita por MCAL


Capítulo 7
Capítulo 7- Provavéis Suspeitos


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pra postar. Espero que estejam gostando...



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Chegamos em casa, Luc que se jogou no sofá aparentemente cansada. Suspirou e disse:

- Você não acha triste eles não se lembrarem de quem os matou?

- E, e realmente triste.

- Estou cansada de correr, e subir o muro e descer o muro.

Eu ri.

- Pelo menos você vai fazer um exercício sua preguiçosa.

- Ha-ha

- Acho que o Victor e o pai não se davam muito bem durante a vida.

- E verdade... A Celina e uma garota muito legal.

Ri lembrando o jeito que ela falo da gente.

- E mesmo, ela falando e engraçado. Foi muito legal ver que eles estão felizes agora. Vinte dois anos longe um do outro e deprimente.

- Vinte três...

- Tanto faz, - disse dando de ombros- sou péssimo em matemática.

- E eu sei.- disse ela rindo.- Acho que eu vou ir tomar um banho e ir ler o diário dela. Quem sabe acho algum provável suspeito...

- Ta. E vê se termina logo por que também quero banhar.

- Daqui a meia hora eu saio...

Olhei pra ela com a expressão de raiva.

- Você sabe que eu te amo né maninho?

- E eu sei. Vai logo cara.

Ela subiu as escadas e jogou um beijo, revirei os olhos e peguei o diário do Victor dentro da mochila. Resolvi ler o do meio.

15 de junho de 1989

Estou no ponto morte. Sinto a constante vontade de me matar, e mais uma vez eu repito. Me enganei completamente sobre o que eu pensava de 89. Esse ano vai ser uma droga de novo e nada posso fazer. Sinto que fiz tudo errado. Quero morrer. Mas tenho fé de que tudo ira passar...

Victor

Apenas quatro linhas, quatro linhas que definiam completamente o estado de espírito dele. Sabe as pessoas às vezes não sabem quanto fazem mal pra outra pessoa. Era triste. O assassino sabia disso, sabia que ele não queria mais viver. Mas ele estava melhorando, ele ia superar, e ele tirou todas as suas chances de um dia ser feliz. Fico pensando como seria a vida dele. Talvez estivesse com seus filhos, e mulher, talvez fosse guitarrista de uma banda que estivesse detonando geral. Mas não. Tudo se foi em apenas uma noite. Todos os sonhos dele se foram. Não só dele. Celina também. Talvez ela virasse uma medica ou professora, ou babá... Tantas coisas poderiam ter sido feitas. Tantos sonhos se foram... Veio-me a idéia de como teriam morrido as pequenas. Balancei a cabeça pra me livrar do pensamento.

Luc tinha saído do banheiro, corri pro banheiro pra ver se tentava apagar os meus pensamentos. De nada funcionou. Elas poderiam ter sido esfaqueadas por todo o corpo. Sai do banheiro e fui pro meu quarto me trocar. Peguei uma camiseta de manga longa azul escuro e uma samba-canção preta. Desci, e olhei pro relógio 19h00min. Não sentia fome. Estava mal demais pra isso. Luc fez sanduíches pra jantar. Desci e ela lia o diário de Celina.

- Eu pulei umas paginas- ela disse ainda olhando o diário -, não tinha nada de importante. Sempre o mesmo. Ela estava apaixonada. Estava namorando. Divertia-se com Victor, Sarah e Kamila.

-Qual era o nome do garoto?- de repente comecei a pensar em algo.

- João... Por que ?

- Não nada...

Comi um sanduíche e depois ajudei Luc a arrumar a cozinha. Subi, queria ir dormir mais cedo. Não estava bem pra ficar acordado. Luc também foi dormir mais cedo. Me joguei na cama e olhei pro teto de novo. Antes de dormir, lembro de pensado nelas. Nas rosas.

***

Acordei com o alarme soando Foo Fighters. Fui ao banheiro, passei pelo quarto de Luc. Já estava acordada. Tomei um banho rápido e fui me vesti. Coloquei uma calça jeans, a blusa do uniforme, um casaco preto com capuz e meu coturno. Desci e Luc estava com minha mochila e a dela.

- Acordei cedo, fiz o café e arrumei sua mochila, me agradeça coisa.

Eu ri:- Valeu mana.

Ela usava com uma calça jeans, a blusa do uniforme, um casaco vermelho e sapatilha preta com estampa de estrelas. E o cabelo solto.

Fui pra cozinha pegar um copo de café.

- Rick, faz uma trança no meu cabelo?- disse ela.

- Só se você admitir que eu faço tranças melhores que as suas.

- Você faz tranças melhores que as minhas. - resmungou ela e eu ri.- Agora você faz?

Quando éramos crianças a nossa mãe ensinou ela a fazer tranças, e eu acabei aprendendo por insistência dela. As minhas são melhores que as dela, e então ela me fez prometer que sempre pentearia seu cabelo e em troca ela admitiria que eu faço melhor. Tomei meu café e fui fazer a trança.

- Eu sonhei com as rosas. - sussurrou ela.

- Eu sei, as rosas são bonitas não e? Parece que eles cuidam delas.

Terminei a trança. Peguei minha mochila e fomos pra escola. E de novo chegamos cedo demais. Peguei os fones e meu livro. Sentamos no chão perto da porta da minha sala. E fomos ler. Eu não queria ler aquele livro. Queria ler mais sobre o Victor.

- O diário. Ele esta na sua mochila- sussurrou Luc.

- Como...?

- Pensei que você iria gostar de ler ele quando não tivesse nada pra fazer. - sorriu ela.

Sorri de volta.

- Obrigada.

- Eai geeeeente!

- Logan– dissemos juntos.

Ele sentou do nosso lado. Tirou seu mangá da mochila e foi ler também. Passou pouco tempo ate o professor chegar. Despedi-me de Luc e entrei na sala. O professor deixou seus materiais na mesa e saiu novamente. Reunião com os professores. A sala estava uma bagunça. Liguei o celular e peguei os fones. Coloquei Metallica. Todos pareciam animados. Olhei pra Logan. Estava lendo seu mangá. Me dei conta do diário.

- Sabe as pessoas da sua sala são bagunceiras.

- Ah! – Afastei a cadeira.

Victor estava na minha frente. Sentado encima da mesa. Sorriu da minha reação. Algumas pessoas me olhavam.

- E... E que o som da musica... Hãn... Estava alto- gaguejei, eles me ignoraram e voltaram a fazer o que estavam fazendo.

Victor ainda ria da minha expressão.

- Mas que diabos esta fazendo aqui?- sussurrei.

- Sabe eu e Celina estávamos olhando a nossa casa, relembrando o passado sabe? A gente achou uns álbuns e tal. Eu procurei meu diário, e você não sabe. – ele me olhou sorrindo, os olhos negros sem expressão- Ele não esta em casa! Então descobrimos que podemos sair de casa, se nossos diários não estiverem lá.

- Desculpe, eu peguei seu diário pra vê se descobria algo sobre sua morte.

- Na verdade não tem problema. E bom poder sair de la sabe? – Ele olhou envolta como se procura-se algo. Voltou-se pra mim e continuou. - Sinto falta da escola, apesar de tudo.

- Onde a Celina ta?

- Provavelmente, deve ter ido falar com a Luc. E depois foi atrás do namorado... Queria saber como ele estava sabe.

- Ah, e bom você não tem coisa melhor pra fazer do que ficar comigo nessa droga de escola?

- Na verdade... Não- ele riu.

Ri, e algumas pessoas que estavam perto de mim me olharam e reviraram os olhos. Doido. Esse seria o provável pensamento delas.

- Victor, você acha que o João pode ter matado vocês...?- disse sem pensar. E me arrependi.

- Acho que não. Ele era todo magricela. E pelo pouco que da pra ver da minha morte parecia ser um homem.

Me lembrei do assassino. A única coisa da qual vi dele era o sapato. Um sapato de couro marrom.

- E mesmo. Eu não consigo pensar em alguém que poderia ter matado vocês...

Victor riu com amargura.

- Eu posso pensar...

Olhei pra ele, ele olhava pra uns garotos que conversavam sobre um novo filme.

- Clientes do meu pai, um vizinho nosso alguém nos tentou roubar... Apesar de que só poderia ser alguém próximo.

 - Esse seu vizinho... Você acha que ele poderia ter matado vocês?

- Acho que não, ele estava doente naquela época. Câncer. A menos que ele tenha se recuperado e vindo nos matar. Mas e mais provável um cliente do meu pai, ele trabalhava com seguros, ele inventava coisas pra ganhar um dinheiro a mais. Um cliente dele. Jônatas Souza. Descobriu e o ameaçou de morte...

- Será que ele ainda esta vivo? Eu e Luc poderíamos ir depois da aula...

O professor entrou na sala. Todos os alunos sentaram e se viraram pro professor. Victor saiu da mesa e se sentou do meu lado. Arrastou a cadeira, fazendo um barulho e todos olharam pra mim novamente.

- Desculpe- sussurrei.

Ele riu de novo.

- Bom hoje haverá uma reunião entre direção e professores. E vocês seram liberados.

Todos comemoraram. Victor também gritou me fazendo rir.

- E para a sorte de vocês, amanha não haverá aula.

Mais gritos.

- Voltaremos na quinta feira. Aula normal eu espero...

Pegamos nossa mochilas e saímos da sala, Luc estava na porta, Victor ainda gritava com os alunos.

- Também foi liberado Victor? – disse Lucia rindo.

- Felizmente, a Celina falou com você?

- Sim, eu levei um susto, ela apareceu de trás da professora.

Victor riu:- Eu apareci sentado encima da mesa dele. – disse apontando pra mim.

- Vocês fantasmas deveriam parar com isso.- resmunguei.

- Essa e a única graça na morte meu querido amigo vivo!

- O que a gente vai fazer?- perguntou Luc.

- Vocês deveriam deixar suas mochilas em casa, e a gente podia ir atrás do cara que eu te falei.

- Acho melhor usarmos a internet pra isso. Assim não levanta suspeita.

- E pode ser, seja la o que isso for.

Luc e eu rimos. No caminho explicamos a ela quem era Jônatas Souza. Passamos na porta da casa de Victor. Ele parou e começou a olhar pro jardim.

- Não me lembro dessas rosas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixa um review. Eu vo postar outro capitulo na sexta u.u