A Rosa Negra escrita por MCAL


Capítulo 6
Capítulo 6 - Celina você esta ai ?




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Descemos em direção à cozinha. Ao passarmos pela sala pisamos no sangue que havia la. Victor olhou o sangue que havia no tapete e tremeu.

- Meu sangue...

Ele ficou parado um tempo. Olhando o sangue do tapete. Talvez nunca tenha reparado nele, ele colocou a mão no pescoço. Era triste ver aquilo, ele poderia estar vivo, e sendo feliz, com mulher e filhos. Lucia foi ate ele e esticou a mão.

- Vamos Victor.

Ele a olhou e pegou em sua mão. Lucia era assim, sempre se importava com os outros. Fui ate eles. Peguei o tapete e tirei da frente dele.

- Vem cara.

Ele sorriu de leve e foi indo em direção a cozinha.

- Era aqui, - disse apontando pra umas das cadeiras que havia na mesa- ela sentava aqui. Pra aprender as coisas com a mamãe.

Ele observou a cadeira por uns segundos. Talvez se lembrando de antes. Os olhos cor de carvão pareciam marejados. Luc me olhou, talvez pensando o mesmo. Ele sorriu de leve, e depois mordeu o lábio. Suspirou e falou:

- Como fazê-la aparecer?

Pensei alguns segundos. Não sabia o que fazer. Pensei em algo, talvez fosse bobagem, mais era melhor tentar.

- Converse com ela.

Luc e Victor me olharam curiosos.

- Como assim?- perguntou ele.

- Converse com ela. Sabe, sobre coisas que os dois costumavam fazer, chame a.

- E! Pode dar certo. - concordou Lucia.

- Tudo bem, eu posso tentar.

- Hãn, se você quiser a gente vai pra sala. Talvez seja melhor pra você...

- Não- disse ele me interrompendo- vocês podem ficar.

- Ta- disse Luc.

Ele olhou pra cadeira onde Celina se sentava. Sentou-se na cadeira da frente e esticou as mãos como se fosse pegar as mãos dela.

- Celina. Você esta ai mana? Sou eu, o Victor. Eu estou aqui. Eu sinto sua falta, a sua e das gêmeas, você esta por aqui? – as mãos dele tremiam. Luc veio pra perto de mim. - Celina, eu sinto muito, eu deveria ter sido um irmão melhor. Deveria ter decido correndo e salvado vocês. Eu sinto muito irmã. Eu amo vocês tanto. Estou sozinho aqui a vinte e dois anos, procurando vocês. Eu não consigo achar as meninas, mais eu sinto você aqui. Eu preciso de você, da sua ajuda pra gente sair daqui, e ir pra um lugar melhor. Celina me perdoe por não te salvar...

Victor trouxe suas mãos pra perto de si, e abaixou a cabeça, ele parecia querer chorar, mais acho que quando se e fantasma não se pode chorar. Luc segurou meu braço. Celina não ia aparecer, e Victor ia continuar sozinho ate acharmos uma solução pra tirá-lo daqui. E no meio dos meus pensamentos de repente, as luzes começaram a piscar, exatamente como quando Victor apareceu. As portas e janelas abriam e fechavam. Victor levantou a cabeça e olhou pra frente. Todos nos olhamos pra cadeira onde Celina costumava sentar. E la apareceu uma garota. A mesma da visão que o Victor nos mostrou. Mas ela estava diferente, não tinha mais os olhos castanhos claro. Eram negros como os de Victor, a blusa branca agora era vermelha por causa do sangue, tinha marcas de facada por toda a barriga. Ela fora esfaqueada, e no pescoço havia um corte o mesmo de Victor.

- Celina?- disse Victor.

- Victor, ai meu Deus!

Os dois se levantaram e Victor abraçou sua irmã. Eu não sabia se fantasmas podiam chorar mais eu juro que vi lagrimas nos olhos dos dois.

- Eu senti tanto sua falta- disse a garota. - eu estava presa aqui na cozinha.

- Irmã eu sinto muito, me perdoe e minha culpa vocês terem morrido.

- Não, não foi- ela se afastou do abraço e olhou o irmão – a culpa não foi sua. Eu não me lembro de quem nos matou, mais sei que a culpa não foi sua. Nunca mais diga isso. - Ela pareceu notar eu e Luc e disse: - Quem são vocês?

- Eles são meus amigos, me ajudaram a te achar. Eles são Lucia e Ricardo.

Ela veio pra perto de nós dois, sorriu e nos abraçou também, ela era menor que nós dois.

- Obrigada por me tirarem de la. Obrigada mesmo.

- De nada. – respondemos ao mesmo tempo.

Ela se afastou da gente e nos olhou sorrindo.

- Vocês são gêmeos! Que lindos!- tocou no cabelo de Luc e se esticou pra tocar o meu – são muito parecidos. Tem o mesmo cabelo, olhos e boca!

Rimos do jeito dela.

- Você também e linda. - disse Luc.

Celina se olhou e disse:- Eu já fui menos ensangüentada.

- E seus olhos eram diferentes. - disse Victor sorrindo.

- Os seus também, eles estão pretos, muito, muito pretos.

- Você também esta com os olhos muito pretos. - ela olhou pra Victor e pareceu notar seus cortes.- O que ele fez com você? Você esta muito machucado.

Victor puxou suas mãos pra si. E disse:

- Talvez eu tenha agüentado muito tempo antes dele me matar de vez. E ele precisou me apunhalar algumas vezes, e me bater e...

- Ai meu Deus Victor! – disse ela interrompendo ele. – Eu sinto muito... Você... Você pelo menos lutou.

Ele abraçou sua irmã de novo. Eu sentia um arrepio ao vê-los assim, eu tinha que encontrar ao assassino que os matou a sangue frio. Victor suspirou e se afastou de Celina e disse:

- Ricardo e Lucia estão aqui pra nos ajudar a encontrar nossas irmãs, descobri quem nos assassinou e sair daqui. – Eles sentaram na mesa e Luc e eu também. – Achamos que se descobrimos quem nos matou e acharmos nossos corpos a gente pode ir embora daqui.

- Eu realmente espero que sim, não quero mais ficar na terra sozinha. Eu quero ficar com nossos pais e nossas irmãzinhas... Mas gente tem um problema. Eu não faço a mínima idéia de quem nos matou. Eu não consigo me lembrar, parece que eu perdi minha memória no segundo que morri...

Luc, Victor e eu nos encaramos.

- Ele também não se lembra de quem o matou... - disse Luc.

Celina olhou pra Victor. Respondeu em uma voz fraca:

- Não lembra...?

- Não, não lembro. Eu me lembro de como morri, mais a pessoa eu não consigo ver, o rosto dele e embaçado demais.

- Quando você nos mostrou, nos também não o vimos, estava embaçado. - respondi.- Mas haveria alguém que mataria vocês? Que dizer alguém que não gostasse dos seus pais...

- Não que eu saiba- respondeu Celina, meio distante.

- Eu também não me lembro de nossos pais terem inimigos nem nada do tipo. Eles eram boas pessoas...

- Nosso pai não era bom, - disse Victor- pelo menos pra mim...

- Victor, ele não...

- Celina não precisa defender ele. Você sabe o que eu penso sobre ele. – ele notou que Luc e eu estávamos perdidos e continuou:- Meu pai estragava todos os meus sonhos, me impedia de fazer algo bom. Eu tentei me matar. Mas não deu certo, fui pro hospital, fraco. Quando eu estava la ele disse “Nem pra se matar você serve”. E bom a gente não se da muito bem...

-Nossos pais são distantes. -disse tentando amenizar a situação- Então e praticamente só  nos dois no mundo.

- Sinto muito. - disse Victor. Os olhos negros demonstravam tristeza.

Luc olhou seu celular:- Rick já é 17h00min, e melhor a gente ir pra casa. Alguém pode ver que nos dois pulamos o muro.

- Caramba e mesmo! – levantei sobressaltado. – Me desculpe à gente vai ter que ir. Amanha a gente volta.

Victor riu:- Tudo bem ate amanha.

Celina se levantou e nos abraçou de novo.

- Muito obrigada mesmo por me fazerem voltar a ver meu irmão.

Passamos pelo corredor e olhamos a rua – ninguém-, pulamos o muro e enquanto íamos embora eu podia jurar, que as rosas estavam começando a morrer...


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Notas finais do capítulo

Hoje so fiz dois capitulos, to meio sem criatividade ;s