A Rosa Negra escrita por MCAL


Capítulo 3
Capítulo 3- Me ajudem!




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Lucia foi pra lanchonete minutos depois que eu, compramos dois salgados e uma lata de Coca, e fomos indo pra rua, atrás da casa. Lucia ficou calada ate terminamos o lanche e estarmos perto da nossa rua.

- E se a gente encontrar...

- O que?

- Os corpos, das gêmeas...

Olhei pra ela e pensei um pouco.

- Sei lá, talvez a gente chame a policia...

Ela pareceu pensar um pouco, e balançou a cabeça. Olhou pra rua e disse:

- Sabe, eu acho que a gente só vai mesmo pro céu quando resolvemos nosso problemas na terra... Assim a gente pode ir pro céu sem se preocupar.

Sorri de leve e disse:

- Eu também acho.

- Talvez a gente consiga ajudá-las a sair daqui.

Andamos mais alguns metros e chegamos a casa, ela era mais bonita ainda olhando de perto, os brinquedos espalhados no quintal estavam jogados e sujos, as rosas eram ainda mais vermelhas. A porta estava fechada, as janelas abertas mais as cortinas fechadas.

- E melhor a gente pular logo o muro você não acha? – eu disse quebrando o silencio.

Luc me olhou fazendo uma careta e disse:

- Ta, mais se eu cair eu te mato...

Eu ri.

- Você não vai cair- subi no muro e joguei minha mochila no chão de dentro da casa sentei e olhei se tinha alguém por perto nada, olhei pra Lucia e disse- Vem logo antes que alguém apareça.

Ela olhou pros lados suspirou jogou a mochila pro alto pra dentro da casa e subiu o muro, pousou do meu lado.

- A gente vai ficar aqui encima? – sorriu ofegante.

Pulei pra dentro da casa e olhei e volta, Lucia desceu devagar depois de mim e olhou envolta também.

- Vamos procurar a entrada dos fundos, assim a gente não chama a atenção de ninguém.

Olhei pra ela e respondi:

- Ta, vamos deixar nossas mochilas aqui.

Achamos um corredor e passamos por ele, o quintal dos fundos era ainda mais bonito que o da frente, o jardim era maior, e não havia só rosas vermelhas, mais brancas e amarelas também, havia um balanço de pneu na única arvore que havia, tinha brinquedos ainda espalhados, na varanda que dava pra dentro da casa havia uma mesa com copos encima, como tivessem acabado de beber la, na varanda tinha um armário quebrado que havia produtos de limpeza, tinha um tanque. Luc olhou pra mesa e pegou um papel, uma foto, onde estava toda a família, todos sorriam  na foto. Dessa vez foi ela que quebrou o silencio.

- Eles pareciam ser felizes.

- Verdade, quer dizer, eles não pareciam ser pessoas ruins

- Ninguém sabe como eles morreram o que e estranho. Vamos entrar quem sabe a gente pode achar alguma pista.

A porta estava emperrada, há empurramos um pouco e se abriu, a cozinha era comum, fogão, pia, armários, mesa, geladeira... Lucia olhou por um tempo a mesa, talvez imaginando eles sentados jantando, olhei pra e peguei sua mão e a levei pra sala, que era toda organizada tinha uma TV antiga e um videocassete, o sofá vermelho era cheio de almofadas, e no meio da sala tinha um tapete, que estava com manchas de sangue o que fez com que ficássemos ainda mais surpresos. Subimos pra ver os quartos, entramos na primeira porta. O quarto devia ser do mais velho, a cama estava meio bagunçada, na escrivaninha tinha alguns cadernos e canetas espalhados. O guarda roupa estava aberto e dava pra ver as roupas do garoto, a maioria listrada, do tipo preto e branco, calças rasgadas.

- Ele devia ser rockeiro... – disse Lucia.

- Acho que sim- apontei pra parede que havia um mural com fotos do Nirvana.

Olhei um tempo pro mural, e imaginei o menino ouvindo as musicas e imaginando um dia ser como Kurt Cobain. Um grande cantor. Mais nada disso aconteceu. Talvez nem tenha sido vivo pra ver seu ídolo se suicidar...

- Olha... - disse Lucia me tirando dos pensamentos.

Olhei pra ela e disse:

- O que?

- Um diário.

Ela levantou um caderno pequeno com capa preta, Luc abriu o diário e na primeira pagina estava escrito. “Memórias de Victor”

- Memórias de1989... O nome dele era Victor... – ao dizer isso a porta bateu.

Nos viramos pra porta, Lucia segurou a minha mão, quando viramos pro outro lado de novo havia alguém, um garoto, tinha o mesmo tamanho que eu o cabelo preto e um pouco grande, usava uma blusa preta e uma calça jeans rasgada nos joelhos, também usava um All Star preto. Ele tinha os olhos pretos como carvão havia olheiras enormes envolta dos seus olhos a pele muito branca, Lucia apertou minha mão. Ele nos olhou de cima abaixo, e eu senti um frio na espinha. Então o fantasma disse:

- Me ajudem! Sarah e Kamila, sumidas, me ajudem...

- Victor? – Lucia disse com voz baixa.

O fantasma olhou pra ela como se respondesse sua pergunta e disse:

- Me ajudem, por favor... - então ele olhou pro teto, e vi as marcas de cortes em seu pescoço. Ele olhou novamente pra nos e disse- Perdidas, tão perdidas... Presas aqui. Celina...

- Onde elas estão? Quem são elas? Celina? – eu disse, mas ele tinha ido embora.

Olhei pra Lucia que estava tão surpresa quanto eu, de repente me dei conta de quem eram as meninas.

- Irmãs dele.

Luc me olhou: - O que?

- Sarah, Kamila, Celina. Três garotas, todas elas, irmãs dele. Sarah e Kamila devem ser as gêmeas, e Celina a segunda mais velha...

- E mesmo! Elas estão aqui ainda, presas, não podem sair.

- Exatamente, desde 89 aqui... Talvez ele não tenha saído daqui por causa das irmãs.

Luc olhou pra onde ele estava. Ela se virou pra mim e sorriu, sorri de volta. E nos entendemos aquela sensação, era isso. Ao mesmo tempo dissemos:

- Victor, vamos ajudá-lo.


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Notas finais do capítulo

Ta ficando bom ? Espero que sim.