Chels escrita por Caroles


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

oi gnt, oi MEUS leitores e leitoras, oi 1d, oi obama, oi resto do universo. Tudo bom? Enfim, sei q demorei um pouco, mas tá td ótimo pq agora o capítulo já tá aqui msm, entããããão aproveitem ♥



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E aqui estou eu, nesse avião – até que – limpo, com um cara de mais ou menos quarenta anos roncando ao meu lado. Que agradável. Só falta alguma louca – eu – atacar o piloto e o avião cair. Não que isso esteja nos meus planos, claro, porque – lógico que – uma adolescente que foi arrastada da cama às seis horas da manhã pra entrar no primeiro voo disponível iria ter muito pique pra quase matar uma pessoa. Eu até tentei alguma coisa parecida com o taxista que trouxe eu e minha família pra cá. Apenas digamos que não fomos expulsos do carro ou o explodimos como eu queria que acontecesse.

Virei-me para o cara que estava sentado ao meu lado. Eu queria socá-lo. Ele estava quase babando em mim, fala sério, que nojo. Remexi-me na cadeira tentando criar um mínimo espaço entre nós dois e, ao mesmo tempo, ficar confortável – o que me parecia impossível já que essa cadeira é mais dura que diamante. Pesquisem no Google, está lá. Só que não.

Sem muito sucesso – vejam como minhas ideias superam facilmente Einsten e sua genialidade –, pedi para a aeromoça me trazer um pequeno travesseiro daqueles bem fajutos mesmo, sabe? Pois é, travesseiro de avião é essa merda mesmo, fazer o que. Enfim, assim que ela me trouxe, coloquei entre mim e o roncador. Se ele queria babar, que babasse no travesseiro, certo? Aham, parecia perfeito pra mim, apesar da cara que a mulher fez ao perceber que eu estava contaminando a fronha do pequeno travesseiro com os germes daquele cara. E, o melhor de tudo: Ela não podia falar nada. E é exatamente por isso que eu A-D-O-R-O ser cliente, educação acima de tudo.

Devo dizer que tudo estava ótimo – graças à minha brilhante ideia anti-germes –, exceto pelo fato de que eu NÃO queria ir pra Londres e mesmo assim estava sendo obrigada a ir. Fala sério, eu nem gosto de frio. Aliás, quem gosta? Ahn... Acho que só pessoas que tem namorados fofos e amáveis que podem esquentá-las com ajuda de um edredom e um bom filme. Nossa, que clichê, Chelsea. Licença que estou indo me matar depois dessa. De qualquer forma, clichês passados e tal, a grande questão é que eu não tenho um namorado. Olha pra mim, sou uma peste, quem iria querer ficar comigo e me esquentar? Acho que nem o Brad Pitt, aquele gostoso. O que eu posso fazer? Me cadastrar num site de relacionamentos não é uma má ideia do jeito que a situação está...

Que besteira, mas NUNCA que eu vou entrar num site desses. E, claro, se eu entrasse, ninguém do sexo oposto iria querer falar comigo, mesmo porque meu perfil não teria foto de porra nenhuma já que eu sou uma pessoa anti-fotografia. Exatamente, e nem me perguntem sobre os escândalos que eu fazia quando queriam tirar foto em família nos feriados e tal.

Bom, tanto faz. Quem sabe na terra habitada por britânicos algo aconteça. E essa sou eu me iludindo, de novo. Maravilha, Chelsea Houcks. Onde que posso pegar meu prêmio mesmo? Ah, não tem troféu pra isso? Tratem de fazer, beijos.

Me aconcheguei na cadeira-mais-dura-que-diamante e a inclinei pra trás. Eu queria dormir, afinal, não é todo dia que se acorda mais cedo que o sol para pegar um voo para Londres.

***

Estava pegando minhas enormes – e pesadas, diga-se de passagem – malas que foram pacientemente feitas por minha mãe, uma vez que eu não estava de acordo com essa viagem. E a cada cinco segundos uma nova mala minha parecia brotar como mágica na esteira. Legal, agora alguém me diz como eu vou levar tudo isso pra frente do aeroporto, sem deixar nenhuma delas pra trás E PRINCIPALMENTE não ser assaltada por um londrino filho da puta?

Pois é – error 404, queridas –, já que não temos uma solução, acabei arrastando as mochilas para um canto mais afastado da multidão de bagagens e pessoas ali e me sentei – como um belo mendigo, porque eu sou tão linda a ponto de conseguir me comparar a um – ao lado das minhas coisas, esperando esperançosamente que um milagre acontecesse e Brad Pitt me socorresse e levasse-me pro mais novo apartamento dele. E, então, ele iria dizer que sentiu algo inexplicável chamado amor à primeira vista, eu riria um pouco e ele iria me esquentar pro resto de nossas vidas. Agora só falta eu entregar esse roteiro pra um diretor que possa escalar nós dois para papéis principais. Com certeza, meu filme de amor babaca ganharia o Oscar e então eu poderia desistir do prêmio de miss ilusão. Pra mim, estava tudo ótimo, desde que eu estivesse com Brad Pitt e uma aliança.

E daí vocês me perguntam: "Nossa, Chelsea. Tu é desinformada pra caralho, não sabe que o Brad já é c-a-s-a-d-i-n-h-o com a Angelina Jolie?". E eu, sendo a diva maravilhosa que eu sou, mando vocês calarem a boca e me deixarem sonhar, porque quando o Brad me ver pela primeira vez, esquecerá dessa Angelina. Ninguém é mais educada/linda/diva/poderosa do que Chelsea Houcks. Só que não.

Ignorando meus insanos – e iludidos – devaneios, fiquei encarando as pessoas que esperavam por suas bagagens de forma impaciente – batendo os pés ou cruzando os braços –, outras que só faltavam ir buscar pessoalmente as malas no avião e algumas – muitas, por sinal – que tentavam acalmar o filho pequeno, mais impacientes do que dez adultos furiosos juntos.

Um desses "pequenos", que parecia ter uns dez, onze anos, veio até mim, puxando uma mala cinza. E eu esperando o Brad Pitt. Como sou sortuda, fala sério. Enfim, com ou sem Brad gostoso, o garoto me estendeu uma moeda. Fala sério. Ele me estendeu UMA MOEDA. Vá se ferrar, obrigada.

– Nossa, que engraçadinho você. Sua mãe sabe que você fica dando sua mísera mesada para pessoas desconhecidas? – sorri sarcasticamente.

– Não, mas ela me ensinou que é bom ajudar os pobres – ele riu. Esse garoto acabou de se ferrar comigo.

– É? Quer um conselho? Acho melhor você correr, sua peste – gralhei e me levantei, preparada pra matá-lo. Que garoto mais babaca, achou que eu fosse sem-teto APESAR de estar num aeroporto acompanhada de quinhentas malas. Só podem estar brincando com a minha cara. Faça-me o favor, tsc.

Eu estava quieta – repito, q-u-i-e-t-i-n-h-a – no meu canto. Mas, sempre tem um que quer vir estragar minha paz interior. Incrível. Bom, considerando que eu estava parecendo uma idiota correndo atrás de uma criança da metade do meu tamanho num aeroporto cheio de malas espalhadas, não seria surpresa se eu atropelasse uma bagagem ou alguém antes de alcançar aquela peste. E foi exatamente isso que aconteceu, só que como minha sorte é maior do que pescoço de girafa, eu acabei tropeçando numa bagagem maldita e batendo em três meninos que, infelizmente, não eram nada parecidos com o Brad Pitt. Todos choram pela minha desgraça.

Encarei os três meninos ali por três míseros e curtos nano-segundos e quando reparei o demônio que eu estava perseguindo tinha corrido direto para os braços da mãe que repetia "Mendigos não entram em aeroportos, Johnny!". É, Johnny, não entram. Seu retardado.

– Ei – estava quase me virando para voltar para minha posição vegetativa junto de minhas malas quando um dos garotos com quem trombei me chamou – Por acaso você se chama Chelsea Houcks? – oi? Só me falta ser presa por homens disfarçados por adolescentes que supostamente trabalham pra alguma agência no governo e que não gostam de pessoas que perseguem pobres crianças que querem ajudar o mundo.

– Isso depende, vão me prender se eu afirmar que sim? – perguntei, dando um passo pra trás com um olhar de desconfiança dominando meus olhos.

– Isso depende também. Se você for um demônio no nosso apartamento, acho que a resposta é sim – nossa, acho que vão me estuprar.

Arqueei uma das sombrancelhas, se eu desse mais um passo pra trás ia acabar trombando com um velho. Daí iam me prender de verdade, porque, convenhamos que todas as matérias sobre Londres em revistas, livros e o caralho ao quadrado falam que as coisas aqui são rígidas.

Entre ser estuprada e ser presa, não sei qual devo escolher.

– Quem são vocês? – quebrei o silêncio já que percebi que eles não iam desistir.

– Achei que minha mãe tinha mandado uma foto nossa pra sua família... – o garoto de cabelos negros e olhos azuis respondeu.

– Mas não mandou – cortei-o porquê eu sou muito educada mesmo.

– De fato, isso é perceptível – grunhiu. Nossa, alguém ficou irritado com Chelsea Houcks. Que novidade, próximo da fila, por favor.

– Ethan não gosta de ser interrompido... – o garoto de cabelos laranjas e olhos intensamente verdes, assim como os meus, encarou-me, indiferente.

– Ethan? Ah, já sei quem são vocês – sorri lindamente. Eles eram os caras com quem eu ia dividir o tal apartamento. Uau. – Minha mãe falou que eram jovens adultos. Não esperava adolescentes de dezessete anos.

– Nós temos dezenove! – foi a vez do menino de olhos castanhos e cabelos castanho-mel protestar.

– Não é o que parece... – falei baixinho. – Aliás, porque diabos vocês estão circulando por essa parte do aeroporto? Vocês sabem... Não se pode ficar aqui a menos que você tenha bagagem pra pegar.

– Acontece que você é uma atrasilda, Chelsea – ui, nossa, me atrasei dois dias e meio pra chegar aqui. Só que não. – Nós estávamos te esperando lá na frente, mas você não aparecia nunca.

– Não tem como eu levar minhas malas... São muitas e estão pesadas – dei de ombros. – E, eu tive que acertar umas contas com um tal de Johnny.

– Quem diabos é Johnny?! – Ethan perguntou mais confuso que um camelo perdido no deserto. Ok, eu sei que isso não fez sentido, mas foda-se.

– Por mim, seria um falecido. Mas vocês não favoreceram meus planos, estavam no lugar errado, na hora errada – cruzei os braços.

– Acho que era aquele garotinho... – o ruivo falou para o castanho.

– Ela teria coragem de matar um garotinho indefeso... Acho que você deveria ter repensado na hora de ter aceitado o pedido da tua mãe, Ethan – e eles falaram isso na minha cara. Vão se foder. Revirei os olhos com vontade de mostrar o dedo do meio pra esses dois babacas, mas, infelizmente, a pouca educação dada por minha mãe falou mais alto.

– Cale a boca, seja lá qual for seu nome – gralhei.

– Então a espertinha só tratou de gravar o nome de Ethan. Interessante... – o castanho agora estava com um sorriso malicioso nos lábios. Já mandei ele se foder em pensamento e estava prestes a mandar em voz alta. – De qualquer forma, eu sou o Thomas.

– E o ruivo é quem? – perguntei.

– Chris... – ele respondeu, encarando uma menina de cabelos encaracolados.

– Vá devorá-la com os olhos em outro lugar, "Christian" – ri. Sou muito amável mesmo.

– Meu nome é Chris – ele quase gritou.

– Mas eu quero chamar de Christian! – exclamei. – Algum problema, Christian?

Ele revirou os olhos e foi em direção ao batalhão de malas que por sinal eram minhas. Eu e os dois meninos, ainda calados, o seguimos. Ele pegou umas três malas, coisa que eu nunca conseguiria fazer. Porque eu sou preguiçosa, fracote e não quero quebrar um osso ou matar um músculo. Julguem-me.

– Obrigada, Christian – sorri, dando tapinhas de leve no ombro dele.

– Vai se ferrar, Chelsea – gralhou ele e eu ri por dentro.

Os outros meninos ficaram olhando pra mim. Virei estátua agora, por acaso?

– Que foi? Querem um autógrafo ou alguma coisa assim? – perguntei.

– Você não vai pegar o resto? – Thomas perguntou.

Revirei os olhos e peguei duas bagagens de mão, porque eu não posso fazer esforço, sou a próxima senhora Pitt, tenho que me acostumar.

– Pronto, peguei. Vez de vocês – e eu fui andando atrás de Chris – Aliás, obrigada – gritei, ainda virada de costas para os dois. Não sei porque, mas hoje eu estava um pouco mais educada que o normal. Realmente, esse ar Londrino não está me fazendo bem.


Enfim, estava praticamente colada ao meu-nome-é-Chris quando reparei num pequeno stand no meio do aeroporto com alguns potes de cupnoodles à venda. Cheguei no paraíso, uhu.



– PARA TUDO NESSA PORRA – gritei e larguei as malas no chão. Percebi que Chris virou-se pra mim, assim como noventa e nove por cento das pessoas ali dentro. Quando eu ficar muito velha, tipo trinta anos, vou dar aulas de como ser discreta. Cinco reais a hora, anotem.


Corri até o belo stand ali presente, quase a ponto de saltitar como um unicórnio feliz num dia ensolarado.

– Quanto é um pote? – sorri para a atendente. Sério, se tem algo que melhora meu humor, esse algo é cupnoodles.

– Ah, nós estamos em promoção. Leve cinco e pague dois... – ela sorriu. E não respondeu minha pergunta. Cof, cof. Tudo bem, Chels. Tudo por cupnoodles... Tudo por... – A propósito, um pote está doze euros.

Oi? Eu não tenho nem metade disso. Fala sério.

– Chelsea, porque você resolveu parar logo agora? – a voz de Ethan soou por entre meus ouvidos. Ele é cego ou o que? – Aliás, sabia que é falta de educação deixar as malas no meio da passagem?

– Porque eu preciso chorar por dentro – me debrucei no balcão enquanto a maldita-gananciosa foi atender outra pessoa. E sim, eu ignorei o último comentário dele porque, olhem pra mim, onde que eu tenho educação?

– Ahm, isso você faz lá no nosso apartamento – gay insensível. Nem pra me oferecer dinheiro. APOSTO QUE SE FOSSE O BRAD PITT, COMPRARIA O STAND INTEIRO PRA MIM, ATÉ MESMO ESSA VACA GANANCIOSA.

– Não saio daqui até conseguir um desconto de pelo menos nove euros – gralhei alto para que a vendedora escutasse. – Afinal, eu só tenho três euros e uns trocados...

– Que tipo de pais mandam a filha pra o outro lado do mundo sem dinheiro algum? – ele pareceu surpreso.

– Os meus pais, colega. Os meus pais... – suspirei e a mulher veio até nós dois.

– Já decidiram se vão comprar ou não? Preciso atender outras pessoas.

– E eu preciso que você para de ser uma vac... – Ethan colocou a mão na minha boca. Eu queria gritar.

– Lamber minha mão não vai adiantar, Chelsea. Afinal, quem vai ficar com meus germes é você – vai pra puta que pariu. Ele me puxou pelos braços para que eu saísse dali e desistisse enquanto via a mulher indo em direção a outro cliente. Mas nunca que Chelsea Houcks vai desistir de cupnoodles assim. Principalmente porque eu estou com o gosto da mão nojenta de Ethan na boca.

– Me larga, eu quero cupnoodles, Ethan! – lutei contra as mãos dele, e, como previsto, não deu certo. E é por isso que eu digo: Sempre tenham um plano B, queridos – Ethan! – chutei o tornozelo dele, que logo me largou para segurar a área machucada. Eu avisei. Ninguém brinca comigo quando o assunto é cupnoodles.

– Chelsea Houcks! – ele gritou. Como se isso fosse fazer alguma diferença. Idiota uma vez, idiota pra sempre. Básico.

– Você me provocou, Ethan. E provocou feio. Sua mãe não avisou do meu vício? Pelo visto, não – respondi por ele. É que às vezes eu sou gentil. Risos eternos, quem eu estou querendo enganar? – A propósito, obrigada pelo dinheiro que você me emprestou.

Sorri muito satisfeita, pegando a carteira do bolso de trás da calça dele. E assim, fui até o stand, enquanto Ethan ainda segurava o tornozelo.

– Me vê aquela promoção, por favor – sorri e estendi o dinheiro para a mulher-não-mais-tão-gananciosa. Enquanto ela pegava a embalagem toda enfeitada da promoção, uma mão tocou meu ombro. Era o infeliz do Ethan.

– Não te emprestei dinheiro, Chelsea.

– Tarde demais, já paguei, querido.

– Eu vou te mandar de volta pra América, peste.

– Acredite, você estaria me fazendo um favor – e foi assim que ele se deu por vencido, arrancou a carteira de minhas mãos e voltou quase mancando pra pegar as malas jogadas pelo chão do aeroporto e me levar pro apartamento dele, junto com os dois meninos que nos encaravam de longe. Algo me diz que todos eles vão sofrer muito na minha mão. Muito mesmo.


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Notas finais do capítulo

oi dnv p todos q eu dei oi ali em cima.
gostaram do tchu? Não? Que pena, vai ter que fingir que gostou s2
Enfinesssss, que saudades de vcs, meus queridos e queridas, amados e amadas, gostosos e gostosas. Ok, matei a saudade, então 1 bjão p vcs no coração e se quiser deixa a opinião nos reviews, aham. E, CLARO QUE você vai deixar um comentário, afinal, não te chamei de gostoso (a) pra nada né, por favor.