Chels escrita por Caroles


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas, felizmente, chegou. Hora de levantar as mãos e agradecer a Deus, já que a inspiração veio pra mim do nada o/
Boa leitura p vocês, propriedade minha.



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– Que porra é essa?! – e essa foi a primeira frase que eu consegui formar ao pisar naquele apartamento. – Vocês moram em um lixão ou o que?!

– Nós moramos no "o que" – riu Christian-projeto-de-viado. Engraçadinho, vou me vingar.

– Isso não é um apartamento, é um Spa luxuoso para ratos milionários – grunhi. Prefiro morrer do que cogitar a possibilidade de, no meio da noite, um rato mutante subir nas minhas pernas e entre na minha calça. Convenhamos, quem nunca viu uma coisa dessas acontecer em filmes? Eu já.

– Exatamente. Ouvi dizer que ratos preferem atacar mulheres. Cuidado, Chelsea – e o vadio do Ethan saiu rindo da minha cara, jogando minhas malas no chão poluído.

– Ouvi dizer que largar a mala de visitas no chão é falta de educação – gralhei, ainda encarando minhas malas e tentando contar quantos germes nojentos já teriam subido no pano negro delas.

– Quem disse que você é visita? – gargalhou Thomas. – Que eu saiba, você veio morar conosco.

– Discussão encerrada, vão todos tomar no cu – falei e eles riram. Peguei uma de minhas malas, na maior dificuldade, devo dizer.

– Você nunca vai conseguir levar isso até teu quarto, Chelsea – Ethan observou o óbvio e eu revirei os olhos. – Além do mais, ele é no final do corredor.

– Isso é um desafio, Ethan? – gargalhei falsamente – Pois saiba que eu levo essa merda nem que eu quebre minha coluna inteira e tenha que andar de cadeira de rodas pro resto da vida.

– Pra mim, parece sério, cara – comentou Thomas.

– E é – meus olhos se encontraram com os dele.

– Pois bem. Eu duvido que você consiga carregar até lá sem implorar por ajuda – Ethan sorriu, irônico.

– Bom, se eu implorar por ajuda, é claro que não vai ser a sua. Você é um fracote, seu idiota. Até os ratos desse lixão-apartamento carregariam-nas com mais facilidade que você – sorri sarcasticamente. Pude ouvir risos baixos vindos de Thomas e Chris.

– Vá em frente, nanica – rosnou Ethan.

E assim foi, arrastei todas as minhas malas até o último quarto do protótipo de lixão. Parei por uns minutos, encarando o quarto e tentando recuperar o fôlego. As paredes eram brancas. Fiquei impressionada, esse lugar é tão poluído que eu esperava algumas manchas monstruosas habitando certos pontos dali. Sentei na cama, que não era muito diferente da parede, exceto pela nódoa ali presente na fronha do travesseiro. A única coisa colorida – exceto pela tal nódoa de cor demoníaca – era o guarda roupa. Não que isso me alegrasse, muito pelo contrário. Eu queria morrer. Definitivamente, isso aqui vai precisar de uma boa repaginada. Não me perguntem da onde tirarei o dinheiro. Eu também não sei.

Depressões a parte e – drásticas – situações financeiras também, estava na hora de pendurar algumas roupas e – tentar, já que me parecia impossível – "colorir" aquela poço-caverna que terei que chamar de "quarto" por um bom tempo.

Abri uma das malas de rodinha e quase caí pra trás. Nunca que eu ia conseguir pendurar metade do que tinha ali. Decidi que ia ficar lá dentro por um tempo, até uma alma me ajudar, o que eu acho que não iria acontecer nem daqui uma década, se formos considerar Thomas, Chris e Ethan. Enfim, eu sei que os preguiçosos entenderam minha situação.

Esqueçam a "casa nova" roupas, minhas queridas. Beijos do coração.

Olhei novamente para a mancha nojenta do travesseiro. E depois pra parede. Colocar uns pôsteres seria até que bom. Infelizmente, eu não sei onde estou, não sei onde comprá-los e muito menos tenho dinheiro pra uma simples revista. Só queria deixar uma coisa bem clara, pra não dizer que sou mal-agradecida e tal: Muito obrigada, mãe. Valeu de coração, pai. Amo vocês por isso. Só que não.

Casos de família deixados para serem resolvidos na TV, voltemos à minha amável depressão pós-poço-caverna.

Suspirei, projetando um som longo, mais parecido com o bocejo de um leão sonolento. Não, eu não me comparo com animais não-fofos. Você gostaria de ser comparada ao bocejo de uma aranha tamanho-monstro, quase um elefante de tão grande? Eu, particularmente, acho que não. Aranhas NÃO são fofas. E eu aprendi isso da pior forma. Digamos que, uma aranha caminhando, lentamente, com suas oito pernas pelos seus cabelos castanhos não é a melhor coisa que se possa acontecer com uma menina de doze anos. Não me perguntem como foi que aconteceu, apenas tenham em mente que foi muito traumatizante e que eu fiquei mais de uma hora no chuveiro, lavando o cabelo. Gastar água é muito legal. Quando não é você quem tem que ajudar a pagar a conta.

Falando em água, seria muito bom achar um banheiro no meio desse lixo todo. Pessoas que viajam e trocam – praticamente obrigadas – de continente, merecem ser recompensadas com um banho.

Aproveitei que aquela mala ainda estava aberta e peguei um moletom qualquer. Percorri o corredor, a procura de um banheiro, já que, infelizmente, não foi dessa vez que ganhei uma suíte para morar. Acabei descobrindo que o banheiro é tão longe da minha não-suíte quanto a Europa da América. Adivinha quem vai ter que esperar na fila do banheiro todas as manhãs? Isso mesmo, a nova "moradora". Maravilha. Adivinha também quem vai encontrar o banheiro semelhante ao esgoto como se os três garotos que entraram antes fossem furação? É, a querida aqui. Estou tão feliz que seria capaz de atirar em alguém. Não duvidem.

Entrei, ainda hesitando se deveria abrir os olhos ou não. Não queria me deparar com um banheiro usado por todos que participavam da Segunda Guerra Mundial. Respirei fundo, contei até dez e abri. Reparei que não estava aquele lixo todo que eu imaginava, – graças à Deus – tinha duas pastas de dentes abertas jogadas em cima da pia, toalhas amontoadas num canto do chão esperando ratos mutantes roedores e traças vindas do espaço, embalagens de escovas de dentes recém abertas ao lado da torneira. Repito: Estou tão feliz que seria capaz de dar um tiro em alguém. E esse "alguém" vai ser transformado em "alguéns" que serão chamados de Ethan, Chris e Thomas.

Foda-se o lixo, certifiquei-me, antes de entrar no box do chuveiro que dividia espaço com a banheira, de que havia uma toalha imune em algum lugar daquele esgoto.

Afinal, nada do que ter uma toalha limpa para se secar após um banho. Porque, que eu saiba, banhos limpam pessoas. Ok, parei.

Detalhes à parte, assim que me vesti, passei pelo corredor e, consequentemente, pela sala-lixão, onde estavam aglomerados potes de iogurte, sacos de salgadinho, caixas de pizzas – ainda com pelo menos metade delas dentro – e algumas embalagens de chocolates, entre outros. Muito legal saber que comeram todas as besteiras antes de você chegar. Excluída pra sempre, prazer.

Ouvi um barulho vindo da – provável – cozinha. Caminhei lentamente até ela e abri a porta.

– Hey, Chelsea – Thomas me cumprimentou. Cerrei os olhos procurando algo suspeito naquilo. Como não achei nada, dei de ombros e disse um "oi" básico.

– Cadê o Ethan? – perguntei, sentando em uma das cadeiras e voltando meus olhos para o sanduíche em minha frente.

– Ui, ela está querendo saber onde o Ethan se enfiou. Já estão nessa fase? – Chris fez um sorriso malicioso.

– Vai tomar no cu, Christian.

– É Chris – ele gralhou. – E, a propósito, Ethan já está voltando. Eu, se fosse você, saíria do lugar dele.

– Oh, então Ethan está sentado aqui? Que interessante – sorri. – E de quem é esse sanduíche?

Os dois se entreolharam.

– Ninguém vai me responder? Tudo bem – peguei o sanduíche do prato e estava quase mordendo-o quando um corpo coberto por um moletom adentrou às pressas na cozinha.

– NÃO OUSE ENCOSTAR NO MEU SANDUÍCHE, CHELSEA – Ethan gritou. – PEGAR MEU DINHEIRO É UMA COISA. ATACAR MEU SANDUÍCHE É OUTRA TOTALMENTE DIFERENTE.

– Não me diga, capitão óbvio – falei e mordi o sanduíche. Até que estava bom, só precisava de ketchup.

– Considere-se uma menina morta, Houcks – sussurrou Thomas.

– Nossa, que medo. O que esse fracote pode fazer comigo? Me bater até sangrar? Acho que não – peguei o ketchup e coloquei no lanche. Delícia.

– Ah, é assim? Interessante, Chelsinha – Chelsinha teu cu, Ethan querido.

E quando eu percebi, ele estava mexendo na sacola com a marca do stand de cupnoodles que eu havia comprado no aeroporto.

– Não. Ouse. Idiota – cerrei os olhos na direção de Ethan.

– Veremos – ele sorriu irônico.

Ethan pegou um pote de cupnoodles e jogou na lata de lixo.

– Você está muito ferrado comigo – disse, me levantando.

– Ninguém mandou comer meu sanduíche.

– E ninguém mandou jogar meus cupnoodles – e em seguida dei um tapa nas costas dele.

– Isso vai ficar a marca, Ethan – Chris pareceu surpreso.

– Obrigada por observar, Christian – Ethan gralhou e olhou-me como se fosse me assassinar.

Voltei-me para a cadeira e para o sanduíche-delícia. Eu estava prestes a pegar outra mordida quando Ethan pegou-o de minhas mãos.

– EU ESTAVA COMENDO, SEU GAY – gritei no ouvido dele.

– Mas, o sanduíche é meu – ele falou quase irônico.

– Isso vai dar merda – Thomas falou pra Chris. MUITO LEGAL ESSA CASA HABITADA POR TRÊS CAPITÃES ÓBVIOS.

– ERA seu – gralhei. – Me devolve.

– Não, Chels – Ethan se levantou e colocou o sanduíche no alto, erguendo um de seus braços.

– Não te dei permissão para me chamar de Chels – olhei para o sanduíche. Eu não vou pular pra tentar alcançar. Afinal, não sou idiota o bastante.

– E eu não te dei permissão para me chamar de Christian – Chris falou de repente – Aliás, meu nome nem é Christian!

– Não queira entrar nisso – Thomas fez um gesto como se afastasse Chris de uma briga ou algo do tipo.

– É, não queira – olhei pra ele. – Desisto, fique com o sanduíche. É todo seu, Ethan.

– O que?! – ele pareceu inconformado.

– Isso mesmo, aproveite o gosto da minha baba e meus germes bucais – sorri pra ele.

– Quer saber? – dei sinal com a cabeça para que ele prosseguisse – Aproveito mesmo – e enfiou o sanduíche inteiro na boca.

– Você é muito nojento, Ethan – falei.

– Primeiras impressões são assim mesmo, Chels – Christian falou.

– Chels é o caramba, Christian – me levantei, e fui atrás do que sobrou na sacola dos cupnoodles. Eu também sou ser humano, preciso me alimentar.

– Eu, se fosse você, não faria cupnoodles – soltou Thomas.

– Posso saber por que, por acaso? – arqueei uma das sombrancelhas.

– Aposto que você não irá querer lavar a louça. Todas as panelas disponíveis estão na pia.

– Ah... – pisquei algumas vezes. – Deve ser por isso que vocês estão se sustentando com besteiras.

– Touché, Chelsea, touché – Ethan colocou as pernas sobre a mesa da cozinha.

– O que eu vou comer, então? – perguntei, inocente.

– Tenho cara de nutricionista? – Chris riu da minha cara.

– Não, mas tem cara de Christian – sorri e me virei para os armários. Não é possível que os salgadinhos tenham acabado.

***

Eu estava empanturrada de Ruffles sabor churrasco e me revirava na cama, com o cuidado de não tocar naquela mancha nojenta do travesseiro ao lado. Já disse que a cama é de casal? Não? Pois é, ela é. Única coisa boa dessa pocilga.

Eu queria dormir e aqueles gays estavam na sala engolindo barras de chocolate e jogando videogame no último volume. Convenhamos, eu já aguentei isso minha vida toda, nos Estados Unidos. Não é possível que eu tenha que passar por isso de novo. Ah, não. E outra: Meus pais não estão aqui, então, se eu xingar esses idiotas, eles nem vão estar aí. E eu não ficarei de castigo, né? É.

Me sentei na cama, já irritada pra caralho. Esfreguei os olhos e levantei até o interruptor, quase me cegando com a claridade. Nunca mais me torturarei desse jeito, juro. Peguei um elástico na bolsa, fiz um coque meio bagunçado já que meu cabelo – de tanto me revirar naquela cama – estava uma zona. Calcei minhas Uggs e atravessei o corredor, me deparando com a sala e três gays jogados pelo tapete junto com barras de chocolate pela metade.

– O que a princesa da meia-noite veio fazer aqui? – Ethan tirou os olhos da TV, já que não era a vez dele jogar.

– Vim te dar um beijo pra ver se sua feiura diminui, quer? – perguntei sorrindo, sem mostrar os dentes.

– Um beijo seu? Que nojo – grunhiu, se remexendo no tapete.

– Ué, você já experimentou minha baba, né? – eu ri por dentro.

– Cale a boca e diga logo o que quer, Chelsea.

– Quero que vocês parem de rir como gays e desliguem essa bosta, vão fazer coisa melhor. Eu quero dormir.

– Está cedo para dormir, Chelsea... – Ethan bocejou. É, ESTÁ TÃO CEDO QUE NOSSA, VIU.

– É uma hora da manhã, idiota – bocejei também.

– Ainda temos muitas fases para vencer – ele falou.

– Façam isso de dia, ué.

– Parem de brigar vocês dois. Eu quero me concentrar nessa porra – Thomas falou, tentando coçar a perna sem tirar o controle das mãos.

– Então, desliguem essa joça! – eu quase gritei.

– Não, agora, vá dormir, Chels – Christian grunhiu. Já disse que é CHELSEA pra você, seu retardado.

– Vou te mostrar quem vai dormir, filho da puta – caminhei até a televisão e a desliguei. Ninguém mandou me chamar de Chels sem permissão e me mandar dormir na mesma frase.

Ethan caminhou até a TV e ligou-a novamente. Ah, você não fez isso.

– Quer me desafiar? – arqueei as sobrancelhas. Coitado. – Tudo bem. Vamos ver quem ganha.

Abaixei até o videogame e o arranquei da tomada. Quase levei a parede junto, mas isso é detalhe.

– Regra número um: Não me provoquem. Nunca – sorri e levei o videogame até meu quarto. Acabou a diversão, babacas.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM QUE EU SEI sóquenão. É broxanti çascoisa de não deixar review, então se você gostou OU NÃO gostou, vai deixar review, porque eu quero e eu levo muito a sério quando eu falo que leitores são MEUS. E portanto, devem fazer o que EU quero. :c Pfvr n me façam shorar de tristeza, não me deixem alone aqui, pfvr pfvr :c
Espero que tenham gostado e que criem (ou não, problema de vcs tb -n) expectativas pro próximo capítulo. Beijos com glitter e purpurina sabor gloss do Harry Styles -q ♥