May - Parte III escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 9
O Encontro


Notas iniciais do capítulo

May finalmente conseguirá chegar aos braços protetores de seu irmão.



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A vida é engraçada não é mesmo? Parece que ela gosta de nos fazer sofrer, ela nos tira tudo o que nos trás felicidade, pelo menos na minha vida é assim. Todos os momentos felizes foram arrancados de mim, foram simplesmente impossíveis de existir.

Parei um pouco de correr e olhei pra trás. Tudo parecia tão bagunçado. Helicópteros chegavam ao local. O vento batia em minha nuca, fazendo meus cabelos voarem para a frente do meu rosto. Parecia uma outra realidade, nem parecia que eu fiz parte daquela destruição.

Levei a mão à minha barriga, olhei para ela e sorri. É, a vida não fora tão má assim comigo. Ainda tenho você não é? E então me lembrei que ele não teria um pai para apoiá-lo quando precisasse, porque Logan o matou. As lágrimas vieram aos meus olhos novamente. Porque Pietro não podia ficar?

Continuei a correr como uma felina pela cidade atordoada. Eu sabia para onde iria e agora ninguém me faria mudar de ideia. Corri durante muito tempo até que ouvi um pio. Olhei para o lado.

– Azul? - parei de correr e ele ficou planando na minha frente. Estiquei a mão para ele pousar. - O que está fazendo aqui? Dessa vez vou realmente embora - ele inclinava a cabeça, parecia tentar me entender. Fiz uma força pra cima e ele começou a voar. - Adeus Azul.

Continuei a correr e percebi que Azul continuava a me seguir. Não me importei e com certeza não pararia.

Eu precisava correr até outra cidade, mas cansei no meio do caminho. Precisava urgentemente me alimentar. Vi então uma lanchonete, haviam várias pessoas lá dentro. Entrei e a porta fez um barulhinho anunciando a minha chegada. Fui até o balcão e uma garota bem jovem, loira, mascando chicletes, de incríveis olhos verdes gigantescos, me atendeu:

– Posso ajudá-la? - ela sorria meio que forçado.

– Bem eu... - eu estava com fome, mas não tinha dinheiro pra pagar, como faria? - Eu estou com fome mas... não tenho dinheiro.

– Bom... sem dinheiro, sem comida - ela disse com um sorriso agora sincero.

– Mas, preciso muito comer. Tenho uma longa viagem pela frente e estou grávida.

Ela me analisou e pareceu concluir que eu não estava grávida. Olhei para mim e nem eu acreditaria, minha barriga parecia completamente normal.

– Olha - comecei a dizer -, eu faço qualquer coisa pra pagar, mas eu preciso comer.

– Moça!

Olhei para o lado e uma mulher estava com o braço esticado, sentada a um canto da lanchonete. Ela me convidou para sentar com ela. Me sentei meio sem jeito pois ela estava com uma blusa elegante, os cabelos presos em um rabo de cavalo lindo, uma maquiagem perfeita. Meu cabelo estava meio sujo de pó e as ondas meio bagunçadas, minha cara devia estar como minhas mãos, completamente sujas e ainda estava com um lado da jaqueta rasgada, com certeza minha maquiagem se desfizera. Eu parecia uma mendiga.

– Garçonete, por favor, traga dois sanduíches grandes - ela sorria para a loira e ela anotava o pedido sem nenhum sorriso no rosto. - E, gostaria de tomar o quê? - ela perguntou a mim.

– Qualquer coisa.

– Traga então um refresco de uva por favor - a loira saiu logo em seguida. Ela olhou pra mim. - Então, você não parece nada bem - ela levou o canudo à boca para continuar a tomar o refresco.

– É... - eu disse meio envergonhada.

– O que aconteceu com você?

– Eu... sofri um acidente.

Ela se assustou com minhas palavras.

– Oh meu Deus! Você não ficou no local esperando a ambulância?

– Não - eu a olhei. - Eu preciso ir para outro lugar.

– Para onde?

– Não muito longe daqui. Um pouco além da fronteira da cidade. Vou encontrar meu irmão.

– Ah sim. Ouvi você dizer que está grávida.

– Sim...

– Onde está o pai? Não assumiu?

– Ele... - não sabia que fosse tão doloroso até pensar no que aconteceu. - Ele não sabia que eu estava grávida...

– Você está fugindo dele?

– Não. Ele... morreu.

– Oh não. Eu sinto muito - ela realmente pareceu se importar.

Eu tentei segurar minhas lágrimas mas meus olhos ficaram levemente úmidos.

– Foi no acidente?

– Foi.

Segundos depois o lanche chegara e me surpreendi que ela pedira dois sanduíches pra mim e fiquei agradecida novamente. Por ela ter me ajudado, não vi razões para chamá-la de intrometida. Eu estava mais do que grata a ela. Assim que terminei de devorar o lanche perguntei:

– Como é mesmo o seu nome?

– Elizabeth. E o seu é...?

– May.

– May? Seria seu apelido não?

– Não. Meu irmão que me deu um nome - dei uma risadinha. - Ele tinha quatro anos.

Ela riu comigo. Agora sim meu nome fazia sentido pra ela. Me levantei devagar.

– Obrigada pelo lanche Elizabeth.

– Por nada May. Boa viagem.

Saí da lanchonete e não voltei a correr. Tentei procurar um lago para me limpar. assim que o encontrei comecei a limpar meu rosto, minhas mãos, meu cabelo e assim que estava mais limpa, voltei a caminhar para o meu destino.

Assim que o peso da comida se foi, comecei a correr novamente. Já era de manhã, confesso que estava cansada. Cheguei a um barzinho meio sujo. Entrei pela porta que era no beco.

O cenário não era dos mais agradáveis. haviam muitos homens jogando sinuca, cartas, dardos. Os homens daquele bar não eram tão mal cuidados e mal cheirosos como os que eu tinha costume de ir. Eram até bonitos. As mulheres que os rodeavam também eram bonitas, usavam calças compridas e blusas que deixavam a barriga de fora. Seus cabelos eram bem cuidados e eram bem maquiadas. Cheguei até a bancada e o garçom veio rapidamente me atender. ele era bem bonito. Cabelos pretos meio soltos e olhos de um verde esmeralda.

– Posso ajudá-la senhorita? - ele perguntou com um sorriso convidativo.

– Estou procurando uma pessoa - eu disse confiante.

– Diga quem - ele voltou a olhar para o copo que estava limpando.

Meu irmão havia me mandado uma carta, ele me dissera como devia chamá-lo aqui nesse bar e foi o que fiz:

– Estou procurando... Gambit.

– Gambit... - ele me encarou por alguns segundos. - Venha comigo.

Ele caminhou para sair de trás da bancada e eu o segui. Passamos pelos jogadores. Alguns gritavam em uma mesa de cartas, batiam a mão mostrando algumas tão forte que o dinheiro balançava e então as mulheres gritavam e começavam a abraçá-lo e beijá-lo na bochecha enquanto ele arrastava o dinheiro para si. De um outro lado havia um casal jogando sinuca que, graças a um ponto que a garota havia feito eles se beijaram felizes.

Chegamos então a uma escada de madeira. Subimos por ela e lá de cima era possível ver o bar por completo. Era um ambiente até agradável. Caminhamos por um corredor cheio de portas. Em algumas era possível ouvir o grito de algumas mulheres e risadinhas. Chegando no final do corredor, havia outra escada, onde subimos um pouco mais e lá haviam quatro portas com numerações. O garçom bateu na de número três. E então os gemidos de uma mulher pararam.

– Gambit? Tem uma pessoa te procurando.

– Não posso agora. Estou muito ocupado! - a mulher voltou a rir.

– Diga a ele que é a May - eu disse.

– Gambit? - ele bateu na porta novamente.

– O quê? - ele respondeu meio nervoso.

– Diz a garota que ela se chama May!

Então ele e a garota se silenciaram. O garçom olhou para mim surpreso com o efeito que aquelas palavras fizeram e então a porta se abriu rapidamente. Nós nos olhamos, ele estava de calção e com uma camisa aberta. Ele estava tão diferente, o cabelo dele estava menor que o de costume, seu rosto parecia mais velho, mas fiquei feliz de não ter passado tanto tempo quanto pensei que tivesse.

– May - ele confirmou com um sorriso.

– Oi Remi - respondi com um sorriso.

Ele saiu do quarto, me abraçou em um giro e me colocou no chão.

– Você me encontrou! Meu Deus... você não mudou muito. Ainda parece a garotinha que deixei em casa - ele pegava em meu rosto me olhando. Pude ver os olhos dele começarem a ficar úmidos e os meus o acompanharam.

– Ah Remi - eu o abracei forte. - Que saudades! Tenho tanta coisa pra te contar.


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Notas finais do capítulo

AGRADECIMENTOS: Olá leitores, estou aqui novamente para agradecer as pessoas que vieram acompanhando meus posts diários e comentando-os que me motivaram a acompanhar esse ritmo que confesso, eu adoro! Obrigada nataliasilveira, ANGEL GREEK, e laryssa. Agradeço também aos leitores que acompanham, diariamente ou não, mas que assim mesmo não esquecem de comentar, MarianaL e Lah e 1 Direction. Obrigado a vocês que favoritaram a história laryssa, Larissa, Kyoya kumo, nataliasilveira e lunaticatriz. Enfim, obrigado a vocês que acompanham o surgimento e agradeço desde já aos leitores que não aparecem e aos que estão por vir. Obrigada pelo carinho. Um grande beijo, Paula Rodrigues



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