May - Parte III escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 3
Independência


Notas iniciais do capítulo

May se sente muito segura ao lado de seu irmão. Todos os problemas desaparecem ao lado dele. Aproveitando da sensibilidade de May, Magneto começa a manipular seus pensamentos para finalmente ter a chance de tê-la para lutar ao seu lado.



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Corri por um longo tempo até que de repente não consegui me movimentar. Tentei ao máximo continuar correndo mas meu corpo já não me obedecia. Me virei por vontade imprópria e vi um beco escuro. 

Apertei um pouco os olhos para conseguir ver além da escuridão e foi aí que o vi. Magneto. Estava parado no meio do beco, segurando sua capa pelo braço esquerdo. Ele me obrigou a aproximar, eu flutuava até ele. Passei por ele olhando-o ameaçadoramente. Não consegui ver seu rosto muito bem por causa de sua máscara.

Ele me libertou no fundo do beco, que acabei de perceber, era sem saída.

- O que quer de mim? - perguntei sem muita paciência.

- Onde vai com tanta pressa querida May?

Ele tirou a máscara e agora eu via seu rosto feliz.

- Não é da sua conta - respondi.

- Ele te machucou não foi? - ele sempre sorria ao falar comigo.

- Não sei do que está falando - mas eu sabia muito bem.

- Logan. ELe reencontrou Jean não foi? - não respondi, não queria falar sobre aquilo. - Olhe como essas palavras te influenciam. Tão vulnerável pequena May.

- Não sou vulnerável! - gritei.

- É sim. Você tem um ponto fraco. No momento seu ponto fraco é Logan, mas já foi outras pessoas também.

- Do que está faando? - agora realmente eu não sabia.

- Seu ponto fraco é o amor. Você se entrega perdidamente, não enxerga quando as pessoas apenas te usam. São seus hormênios juvenis que causam essa ilusão, a de viver uma grande paixão. Algo que, nós adultos, sabemos muito bem que é uma total perda de tempo.

- Está insinuando que não sou adulta o sufieciente para entender meus sentimentos? - perguntei indignada.

- Sim. Mas eu posso ajudá-la com isso.

Dei uma risadinha irônica.

- Você me ajudar? Ha ha, essa é boa. Em troca tenho que fazer o quê pra você?

- Nada. Apenas quero lhe mostrar o que você deveria ter aprendido a muito tempo. Não há amor no mundo May, se há, é raro de se encontrar. Você deve aprender a desapegar das coisas - ele se aproximava e começava a me rodear enquanto falava. - Você é muito dependente, precisa sempre ter alguém ao seu lado. Você não é capaz de sobreviver sozinha.

- Claro que sou! Sobrevivi muito tempo sozinha e...

- E você sempre precisou de alguém para conseguir ficar sozinha todo esse tempo. Não é mesmo?

- Não!

- Tem certeza?

Ele me fez pensar por alguns segundos. Pensei o que havia acontecido desde o momento em que eu havia fugido do laboratório de Stryker. Ele tinha razão, em cada momento eu precisei de alguém e a partir do momento em que percebi que estava sozinha fiquei deprimida. E agora, com Logan sem me dar atenção, eu simplesmente vou procurar meu irmão. Por que...

- Está se sentindo sozinha novamente May e eu posso ajudá-la.

- Como? - eu o encarei.

- Venha comigo e seja como meus acompanhantes. Pyro nunca esteve em maior liberdade. Cada vez melhorando seus poderes, sendo valorizado pelo que faz e ele não precisa de ninguém falando a ele o quanto ele é importante ou o quanto ele é bom. Ele apenas convive com todos nós.

- Todos nós?

- Sim. Eu e meus companheiros - ele esticou a mão para mim. - Venha comigo May e sinta-se de livre de qualquer um pela primeira vez.

Pensei por alguns instantes, olhei para as mãos de Magneto. Pensei o que aconteceria se aceitasse sua ajuda. Eu não estaria sendo dependente outra vez? 

- Não. Continuarei meu caminho.

Comecei a andar para fora do beco.

- Para onde? Para os braços protetores de seu irmão?

Paralisei novamente, mas dessa vez não fora Magneto, fora eu mesma.

- Ele sempre te protegeu não foi May? Talvez seja isso que tenha estragado você. Você é uma garota incrível que se esconde atrás de uma pessoa porque ele sempre te manteve inferior a vida toda. Você sempre foi inferior, sempre precisou de alguém perto para te apoiar e te proteger não é mesmo?

- Cale-se - eu disse sem virar pra ele.

- Você precisa desapegar de seu irmão May, precisa desapegar das pessoas. Precisa fazer algo onde você se sinta dona de você mesma!

- Cale-se! - gritei e me virei para ele - Você não sabe de nada! - meus instintos começaram a aparecer. - Você não sabe nada da minha vida!

- Será? Será que não sei mesmo? - ele me olhou desafiador. - Quer mesmo fazer isso May? Quer mesmo ser um fardo para seu irmão novamente?

Eu o olhei, pensativa. Raiva, lembranças ruins, tudo estava se misturando em minha mente e aquilo me dava náuseas.

Ele veio em minha direção e fez carinho em meu rosto.

- Eu a deixarei pensar mais um pouco.

Ele começou a andar para fora do beco. Se eu o seguisse seria independente? Mas em momento nenhum ele me disse para segui-lo não é mesmo? Do que estava fazendo parte então? O que acontecerá se eu aceitar ir com ele? É, o único jeito de eu responder minhas perguntas é...

- Espere - disse de costas.

- Sim? 

Me virei para a sáida do beco e ele estava me olhando de cabeça erguida. Suspirei.

- Eu... eu...

Ele esticou a mão para mim e fui andando em sua direção e a peguei. Ele sorriu e beijou o topo de minha mão.

- É uma honra tê-la ao meu lado May.

- Que seja - revirei os olhos.

Após um longo tempo de caminhada, chegamos a um lugar meio sujo. Um outro beco para ser sincera. Magneto abriu uma porta preta de ferro com seus poderes. Entramos e tudo era muito escuro até chegarmos perto de uma escada, que a luz branca que vinha do andar de baixo iluminava ela toda. Desci logo atrás dele até um lugar enorme com várias pessoas, a maioria se vestia de preto, blusas parecidas com as minhas. 

Enquanto Magneto passava eles o cumprimentavam. Dois rapazes brigavam feiamente  num canto da sala. Magneto nem os olhou, na verdade, a maioria das pessoas olhavam e simplesmente ignoravam. Pensei por instante que se isso acontecesse no Instituto, rapidamente sariam separados.

- Quem são todas essas pessoas? - perguntei olhando à volta.

- São mutantes. Assim como nós, incompreendidos. Todos nós aqui temos uma história triste May, uma onde os humanos acabaram influenciando e atrapalhando nossa vida, nos tratando como monstros. Estamos reunidos para combatê-los com a nova droga que querem lançar.

- Droga? Que droga?

- Ora, Charles não os informou? Que estranho. Bem, é uma droga que faz com que os poderes mutantes se acabem.

- Você que dizer... nos transformar em humanos?

- Sim. Querem tirar nossos dons e nos transformar em seres comuns como eles. Seres sem nada de especial. Por isso tentei transformá-los a algum tempo atrás, tentei mostrar-lhes o prazer dos poderes. Mas Charles me atrapalhou. Da última vez que tentei, fui interrompido também pelo pessoal do Instituto. Mas agora May, agora vou conseguir finalmente tirar essa raa infame do nosso planeta.

- Você vai... exterminá-los?

- Não... dominá-los - ele sorriu para mim. - Fazer com que nos aceite.

Olhei para ele. A ideia não parecia tão ruim.

- Imagine, não seremos mais monstros.

Sorri de volta pra ele. A ideia me pareceu realmente boa e não estava tão longe do que fiz antes de ir para o Instituto. Ele tem razão. Ali era onde eu deveria estar mesmo, durante todo esse tempo eu não deveria ter ido pro Instituto. por que Magneto não me encontrou primeiro antes de eu ser capiturada pela trupe do Careca?

Subimos algumas escadas do outro lado do grande salão e ele abriu a porta.

- Poderá descansar aqui May. Você é especial, não a deixarei dormir de qualquer jeito lá em baixo. Afinal, eu já estava te esperando a algum tempo se é que você se lembra.

Ele sorriu e desceu as escadas. Entrei no meu novo quarto. Não era tão bonito como o do Instituto. Minha cama agora era de solteiro, era bem feia pra falar a verdade. havia um pequeno banheiro a um canto, um guarda-roupas velho e enferrujado a um canto. Havia uma janela que dava para ver tudo lá embaixo. Coloqui minha bolsa em cima da cama e fui olhar pela janela e consegui localizar Pyro. Ele conversava com um rapaz de cabelos brancos e apontados para trás de forma que parecia que ele ficara de frente pro ventilador e congelara seu cabelo, mas era arrumado. Parecia ter a mesma idade física que eu. Magneto se aproximou dos dois e ambos conversaram animado com ele e em seguida olharam em minha direção. Pyro sorriu para mim como se eu tivesse tomado a decisão certa. O outro garoto também olhara pra mim. Eles conversaram e começaram a vir em direção ao meu novo quarto.

Saí da janela e abri a porta aguardando a chegada deles. Pyro chegou e me abraçou. Eu não o abracei de volta e o afastei o mais rápido que pude.

- Estamos do mesmo lado agora May, qual o problema? - ele perguntou.

- Nada, só que não quero te abraçar - disse tranquilamente.

- Enfim... - comecei a arrumar as roupas da minha bolsa no guarda-roupas enquanto ele falava - ainda bem que percebeu o quão estúpido é aquele Instintuto. 

Ri balançando a cabeça negativamente. Não fora essa a razão de minha saída, mas também não interessava a ele minhas verdadeiras razões. Pyro era estúpido e continua estúpido, uma pessoa fútil, tomada por impulsos.

Ouvi o amigo de Pyro pigarrear e olhei em direção a ele. ele olhava para Pyro e em seguida olhou para mim.

- Não vai nos apresentar Pyro? - disse o garoto.

- Ah, claro. May, esse é Piedro, ele é muito veloz e quando digo muito, acredite, é muito mesmo! - ele deu uma risadinha e Piedro sorriu de lado. Eu o notei um pouco mais, seus olhos eram castanhos. - Piedro, essa é May, ela é imortal e tem instintos felinos.

Pyro pareceu me desejar naquele momento pela maneira que me olhou e que falou aquelas características, o que me fez sentir um pouco de repulsa.

- É um prazer conhecê-la, May.

Piedro esticou a mão para mim e eu apertei a mão dele.

- Ainda não sei se posso dizer o mesmo - respondi.

Rimos para o outro. 


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