Diana Damburn: Adeus, Casamento. escrita por Desirée Schultz
Notas iniciais do capítulo
Não leia. Eu disse pra não ler. Para de ler a nota desse capítulo. Eu falei pra não ler. Para com isso... Nossa, como você é rebelde :3
Estou morrendo de fome. Olho para a mesa de comida, e carne nunca me pareceu tão apetitosa, deliciosa. Vejo uma senhora da mesa ao lado cortando lentamente a carne. Fico observando, enquanto ela me encara, achando que eu sou um tipo de maníaca, de olhos arregalados. Observo Devon de canto de olho. Ele está sorrindo levemente, provavelmente esperando o momento. Eu poderia fazer uma breve comparação ao William, ou ao Brendan. Mas posso bater em Brendan, aliviando parte da raiva. Me levanto e forço um olhar provocante (me contendo para não rir, do quão ridícula que me senti...). Ele me dá a mão e começamos a dançar. Minha mãe havia me dado aulas de dança. Assistir é diferente de absorver ou aprender. Mas sei o suficiente pra não me constranger. Eu acho.
- Ansiosa, amor? - pergunta Devon, colocando a mão em minhas costas, fazendo com que fiquemos mais próximos.
- Quando foi que lhe dei tanta intimidade?
- Desde o momento que aceitou se deitar comigo. - disse ele erguendo uma sobrancelha.
- Tem razão, tem razão. - ele me puxa novamente.
- Ei, o que é isso? - vamos pensar... Ele sentiu a lâmina.
- Não há absolutamente nada.
- Talvez eu tenha bebido demais. - quem me dera bebesse mais ainda, preciso fazer um sequestro discreto e adequado. Tenho uma ideia.
- Estou me sentindo tonta. Eu vou lá fora, prometo que não demoro.
- Eu vou com você.
- Não! Eu... Eu prometo que volto sem demora. - me aproximo dele e o beijo.
- Você me prometeu. - disse ele, sorrindo.
Saio de lá e tento procurar "minha" carruagem. Hans deve estar aqui por perto, me observando. Começo a cuspir no chão e esfregar minha mão nos lábios. De repente sinto um puxão no braço.
- Tô aqui. Ele já comeu você? - perguntou Hans, gargalhando.
- Ah, cale a boca! Não fale desse jeito comigo, cretino. - respondo, socando seu ombro.
- Ai... Então, o que a trouxe aqui?
- Minhas pernas.
- Sua ironia me encanta, madame.
- Deveria eu agradecer, messere?
- Que diabos é... Deixa pra lá, o que quer?
- Trouxe minha bolsa?
- Tenho cara de escravo?
- Quer mesmo que eu responda?
- Sim, eu trouxe. - responde Hans, em rendição.
- Vai pegar pra mim.
- Tá aqui. - diz ele, jogando a bolsa no meu rosto.
- Que encantador, obrigada. - falo, procurando aquele líquido que Mary havia me dado. É o amarelo, eu acho. O alucinógeno deve ser o amarelo.
- De nada.
- Tem uma taça?
- Tínhamos. Arturo bebeu, e começou a cantarolar e reclamar da vida.
- Não me interessa, apenas traga.
- Está bem. - Hans vai em direção á carruagem e toma a taça das mãos de Arturo, que começa a choramingar. - Aqui está, mocinha. Vai logo, daqui a pouco ele desconfia.
Coloco um pouco da substância na taça, e entrando no salão novamente, adiciono bebida, para "camuflar" a coloração do alucinógeno. Vou em direção de Devon e o puxo para um canto qualquer.
- Onde vai ser?
- Contigo, faria até em cima da mesa. - por que mesmo eu ainda não o matei? Este sim é pior que William.
- Oh, não seja bobo! - "oh, não seja um verme desprezível!", penso.
- Por favor, temos que ir agora.
- Por que a pressa?
- Digamos que eu goste de "visitar" bordéis. Digamos que eu tenha dívidas. Digamos que tem uma prostituta que inexplicavelmente é apaixonada por mim. Digamos que ela tem cabelo escuro e olhos cinzentos e está entrando no baile procurando por mim.
Assim que ele termina de falar, olho para a entrada. Digamos que essa prostituta é real.
- Ah, senhor labaredas, o que faz com uma vadia dessas roçando em você? - grita ela com raiva, fazendo com que os convidados fiquem curiosos.
- O que está fazendo aqui? - pergunta ele, sorrindo torto.
- E você me pergunta? Ha! Vim cobrar a dívida. Aliás, você aí, vadia, não deveria se meter no meio do nosso amor.
- Ah, mas a senhorita não sabe do que sou capaz. - respondo. Devon me olha confuso, quando me coloco a sua frente, como num gesto de defendê-lo.
- Você é só mais uma rica mimada querendo dar por aí. - só a linguagem xula, me levou á um estado de ódio.
- Repete. Isso.
- Oh, que linda que fica com raiva! - e começo a rir. Eu simplesmente comecei a rir. De mim ela não venceria.
- Vamos ver quem fica linda com raiva. - rasgo o meu vestido do joelho para baixo, para me dar mais mobilidade. E simplesmente avanço em seu pescoço.
- Ah! O que é isso?!
- Tô te mostrando como eu fico linda com raiva! - e começo a estrangulá-la.
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Continua....
eu sempre quis falar isso com suspense :p
Até a próxima, beijos xD