Abro levemente meus olhos, mas o sutil brilho do sol me sugere a fechá-los novamente. É uma manhã levemente fria, ainda um pouco nublada. O mar já está numa perfeita calmaria, e Brendan continua atrás de mim, adormecido, e abraçado a mim desde quando dormimos. Ainda bem que você não tentou alguma brincadeirinha, penso. O frio que eu havia sentido já não era mais presente, desde que ele chegou. Á partir do momento que seus fortes braços me envolveram, eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser o fato de que eu gostaria de ficar ali pra sempre, sem precisar me preocupar com o resto das coisas... Mas isso é idiotice, contos de fadas não são reais, e devo me concentrar em estratégias, ser fria e calculista, não importa como. Mary me contava alguns casos que ela já teve, ela dava tudo de si mesma e sempre ocorria o mesmo resultado, aparecia uma prostituta e lá ia o queridinho. Se não for isso, seu pai te arranja um casamento com o homem mais pervertido e nojento do planeta. E como será que William está agora? Provavelmente ignorou o fato e foi se embriagar. Não estou aqui pra me iludir com um pirata. Mesmo sendo convincente de que ele goste de mim. Viro a cabeça para o lado e observo seu cabelo tão desarrumado quanto o meu. Coloco seus fios no devido lugar e tornam a cair. Brendan sorri e sussurra:

 - Se continuar assim, são cinco moedas uma hora, garotinha chorona.

 - Cretino.

 - Medrosa.

 - Imbecil.

 - Chorona.

 - Aproveitador.

 - Educadinha.

 - Insolente.

 - Infantil.

 - Idiota.

 - Linda.

De repente a porta se abre com um chute. Era Hans.

 - Bom dia, Diana! - com o susto, Brenda cai da cama e acaba de cara no chão. - E... Defunto?

 - Bom dia! Esse é o meu garoto! - respondi.

 - Vá se arrumar, vamos saquear um navio daqui a pouco. - disse ele, correndo para não ser alcançado por um Brendan irritado.

- Volta aqui, criança! - disse Brendan