Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 8
Monstro


Notas iniciais do capítulo

Halllllo!!! Como vão vocês?? Eu sei que demorei, mas é que escrever duas fics ao mesmo tempo NO é fácil kkkkkkkkkkkk gente, agora a ação finalmente começa a aparecer, não será mais chato como está!!! :3



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Eu já tinha a perfeita visão do par de olhos incomuns de Caleb, desde o jeito sinistro com que ele me olhava a espera da respostas e a forma com que levantou uma sobrancelha ao perceber que eu não dizia nada. Bom, a verdade era que realmente nada me vinha a mente, pois as imagens da visão no píer ainda grudavam em minha memória – o anjo perdendo as asas, alguém brigando com Caleb, a segunda guerra mundial de uma forma diferente e... os monstros saindo de uma fenda no chão.

Qual era o significado de tudo aquilo? Não havia sentido nenhum!

Mas, eu estava presa à imagem do anjo perdendo as asas, a forma com que eu senti a dor dele e como se estivessem as arrancando de eu mesma. Jamais tive aquela sensação.

- Não disse que tinha muitas perguntas? – disse Caleb quebrando o silêncio avassalador entre nós.

Estávamos sentados à beira do píer, eu ainda ora observando ele e ora olhando para o mar. Não sabia o que dizer, ainda mais sobre aquelas visões.               

- Do que adianta se você não vai responder? – indaguei. Isso fez com que brotasse um sorriso de lado nele, pois sabia que era verdade, ele dissera que não podia me contar tudo ainda e por isso, as visões eram uma forma de me explicar o que estava acontecendo.

O único problema, era que eu não havia entendido nada.

- Nada estranho aconteceu? – insistiu, tentando arrancar qualquer coisa de mim que não fosse “você não vai me responder e muito menos me explicar”. – Eu fiz com que viesse aqui para que ocorresse qualquer coisa estranha.

Dei de ombros. Afinal, se ele sabia que ocorreriam coisas estranhas, por que perguntaria se tal coisas aconteceram? Nossa, que garoto mais estranho, acho que já chega de coisas imensamente estranhas esses dias.

- Tive uma visão. – falei de uma vez. Pois é, minha boca estava contra meus pensamentos de não falar nada.

- Uma visão? – por mais estranho que pareça, ele não ficou nada surpreso. – Que tipo de visão, exatamente?

Engoli um seco tentando juntar palavras para poder explicar o que senti em cada ponto da visão, a dor igual a do anjo e a confusão ao ver... aquelas criaturas e a segunda guerra mundial completamente... esquisita?

- Do tipo parecido com pesadelos em que você não vê a hora de acordar. – resmunguei lembrando-me de partes. – Sei lá, eu vi a segunda guerra mundial, alguém com olhos iguais aos seus, alguém brigando com você, umas criaturas lá saindo do chão e... um anjo perdendo as asas.

Quando terminei de falar, foi como se Caleb apenas tivesse prestado atenção à parte em que eu disse sobre o anjo perdendo as asas. Sua expressão se tornou confusa, um misto de raiva e espanto. Parecia que ele ia vomitar de tão surpreso que ficou.

- Anjo... perdendo as asas? – gaguejou quando assenti. – Conseguiu ver o rosto dele?

Voltei novamente a aquela imagem tentando lembrar-me de qualquer ponto em que estava o rosto do anjo.

- Não.

Caleb pareceu mais relaxado e aliviado com aquela informação. Alguma coisa me dizia que, mais uma vez, ele estava escondendo algo de mim sobre o anjo.

Ficou um silêncio desconfortável ali até que me senti apta a dizer qualquer coisa ou até mesmo me mexer. Tudo que Caleb tentara me explicar foi em vão, então não havia mais nada a fazer ali a não ser ir embora. Ele não poderia me impedir, pois sabia o quão certa eu estava.

- Bom, tenho que ir para casa. – falei quebrando o silêncio não conseguindo impedir um bocejo. Já era quase madrugada, então havia um motivo para eu estar com sono. – Como não consegui nada aqui, não tem sentido eu esperar que você me conte alguma coisa. Até mais, Caleb.

Ele não me impediu. Na verdade, nem sequer havia se movido desde que me levantei do píer e pegava minhas coisas jogada ao lado de nós. Ficou apenas ali, quieto observando cada movimento meu em silêncio.

Revirei os olhos quando estava de costas para ele, tudo aquilo havia sido em vão, então eu ter assustado minha irmã em não ter aparecido em casa até agora também havia sido. Entrei no primeiro ônibus que encontrei, o qual saiu em disparada por New York até eu finalmente estar em casa. Sã e salva.

[...]

Um som estranho me despertou naquela manhã, um ronronado profundo e até fofo vindo do corpo magrelo e peludo de minha gata preta. Ela fazia sons engraçados enquanto se esfregava em meu braço pedindo por comida, provavelmente eu havia dormido demais. Peguei-a no colo passando os dedos em seu pelo preto, ela me trazia algumas lembranças de quando eu ainda morava com meus pais e sempre chorava sobre aquela gata.

É, minha vida não havia sido muito fácil.

Afastei aqueles pensamentos me levantando da cama para colocar ração para aquela gata que não dormia. O apartamento estava um quase breu completo, todas as cortinas fechadas e a porta do quarto onde Carrie dormindo entreaberta. Abri tudo sentindo um sol quente passando pelo vidro das janelas e enchendo todo o apartamento escuro com luz.

Coloquei a ração de Belle e a observei comendo, ela parecia um pouco mais gordinha desde há algumas semanas atrás. Será que eu estou deixando minha gata obesa?

- Belle, você tem que comer menos. – resmunguei balançando a cabeça de forma negativa logo em seguida ao perceber que estava falando com um gato.

Parece que depois de ver tantas coisas anormais no outro dia, estava começando a afetar minha sanidade mental.

- Carrie, vou fazer café!! – berrei tentando acordar minha irmã. Era muito irônico eu preparar café em pleno domingo sendo que trabalho em um café. – Quer um pouco?!

Silêncio total, apenas o som de Belle comendo e miando.

Franzi o cenho olhando pela porta da cozinha em direção á porta entreaberta do quarto de Carrie. Estava muito escuro ali dentro, como se alguém ainda estivesse dormindo.

- Carrie? – chamei desistindo de apenas gritar e ir logo até lá.

Abri a porta completamente e levei um susto – o quarto estava vazio, a cama arrumada, sem as malas exageradas de minha irmã, porém a cortina escura continuava fechada. Fui até a cama onde havia um pequeno pedaço de papel dobrado, logo na parte de cima havia meu nome escrito com a caligrafia curvada de Carrie.

Schy, desculpe ir embora sem avisar, mas você ficou fora a noite inteira e não tive a chance de avisar. Nossos pais me ligaram, eu vou ter que fazer um curso de fotografia que papai me inscreveu sem dizer nada. Peguei um avião hoje de manhã, você estava dormindo, então fiquei com dó de a acordar.

Desculpe. Eu volto daqui algum tempo, ok? amo você, irmãzinha.

PS: sua gata me lambeu, estou com raiva dela.

- Carrie Jackson

Sentei-me na cama sem entender o que estava acontecendo. Carrie fora embora de manhã, sem me avisar de nada, eu nem fazia a menor ideia de que ela havia comprado uma passagem de avião! E mais uma vez, meu pai estava me tirando alguém, já não bastava minha mãe, ele tinha que tirar Carrie de mim.

Deixei o papel de lado e peguei meu celular, tentei ligar para Carrie, porém acusava como se o celular estivesse desligado. Desisti de ligar para ela e decidi ir até o mercado próximo de meu apartamento e comprar algumas coisas para a cozinha e mais ração para Belle.

Resumindo, andei na rua passando despercebida por todos, apenas mais uma pessoa de cabeça baixa andando pelas ruas de New York. Quando finalmente cheguei no mercado, fui diretamente para o corredor de alimentos para comprar alguma coisa calórica. É, não ligo muito em ficar em forma ou não.

- Schyler Jackson. – ouvi uma voz extremamente aguda e um pouco irritante dizer atrás de meu corpo. Sua presença era estranha, assustadora e quase que... infernal. Havia algo de errado ali, não apenas porque senti a mesma sensação ao encontrar Caleb pela primeira vez, mas porque aquela estava sendo mais forte e insuportável.

Virei-me lentamente, encontrando um homem grisalho, roupas negras da cabeça aos pés, um chapéu escondendo os inúmeros fios brancos e óculos escuros extremamente negros. Possuía um sorriso estranho, quase como se não deveria estar ali.

Hesitei em responder, apenas o encarei esperando suas próprias palavras de como ele sabia meu nome.

- Conheço você? – me arrependi no mesmo instante em perguntar aquilo.

- Não. – respondeu o velho olhando para os lados como se procurasse por alguma coisa. Havia um clima estranho no ar e o corredor, estava completamente vazio. – Mas deveria conhecer.

Olhando de relance para seus olhos escondidos pelos óculos escuros, tive uma estranha visão – algo como asas pegando fogo, porém asas ossudas e disformes, olhos vermelhos como chamas e um sorriso maléfico muito parecido com o daquele homem.

Dei dois passos para trás ao ter aquela visão, ficando com o corpo contra a prateleira de doces. O velho não se aproximou, seu corpo continuou a alguns metros de mim, sério, apenas observando minhas reações.

Ele não era humano.

Não era normal.

Porém, não era como Caleb.

Nada nele se comparava à presença de Caleb, enquanto aquele garoto passava uma sensação de conforto e proteção, aquele homem passava a de desconforto e quase que... morte. Ele era um ser mau, nada ao que se comparava até mesmo aos garotos que vi na boate na noite anterior.

- O que você quer? – perguntei conseguindo ir para a direita e me afastar daquela presença maligna.

- Eu? – perguntou fazendo com que o corpo girasse sobre os pés para que ficasse ainda na minha direção. Ele sorriu de uma forma estranha, como uma piada interna. – Não sou eu com o que você deveria se preocupar, garota. Você sabe demais, mais do que uma criatura como você deveria saber.

Um ponto enorme de interrogação se instalou em minha mente. Mas que diabos aquele homem (coisa?) estava falando?

- Onde está, Gabriel, Schyler Jackson? – continuou o velho avaliando minhas expressões confusas e surpresas. Essa não, mais uma vez alguém viera atrás de mim perguntando por esse nome.

- Não sei quem é Gabriel. – fui sincera na medida do possível, a verdade era que eu sabia muito bem quem era ele, porém o atendia como Caleb.

- Resposta errada. – um sorriso maléfico surgiu em seu rosto enrugado, ele arrancou o chapéu exibindo os cabelos brancos e logo após, retirou os óculos escuros que lhe tampavam os olhos.

Droga.

Eram olhos vermelhos e fundos, numa tonalidade a qual lembrava muito a cor do fogo. Sem tirar aqueles olhos de mim, arrancou o casaco negro que ia até os pés até que o mesmo caíra no chão.

E um par de asas ossudas e disformes, num tom queimado pelas chamas se esticaram nas costas do velho.    


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Notas finais do capítulo

OMG!!! Agora a coisa ficou séria O.O quem ta tão assustado quanto eu levanta a mão ae!! o/



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