Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 6
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, demorei né?? Podem me matar, eu deixo kkkkkkkkkk espero que gostem desse cap, pode estar um pouco confuso, mas as respostas chegam logo :)
Boa leituuuura!



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Não, aquilo não era real, apenas mais um dos inúmeros truques da mente que nos faz perder o controle. Eu não podia estar vendo um... anjo bem ali entre as pessoas da calçada acenando para elas, sorrindo e até as tocando, porém, nenhum dos mundanos parecia ter noção da presença. Uma cena como aquela era feita para aqueles que iam para algum hospício, então, provavelmente entrei nessa lista a poucos segundos atrás.

Mas... se eu era uma mundana comum, por que conseguia ver o anjo?

É, eu devo estar ficando maluca mesmo. Não há explicação nenhuma para aquilo, apenas o fato de que meus olhos realmente estavam focados naquela cena.

E, não haviam visto Jonny balançando as mãos em frente ao meu rosto. Credo, eu devo ter babado.

- Schyler, você está ai? – perguntou ele me tirando do transe. – Você... ficou estática por alguns minutos.

- Ahn...? – murmurei um pouco desatenta. – É... fiquei... estática.

Jonny me encarou de forma desconfiada, possivelmente ele já tinha em mente procurar o telefone do hospício mais próximo. Tomei longos goles de meu cappuccino e voltei meu olhar para aquele canto em especial da calcada do outro lado da rua e me surpreendi com a cena.

O tal anjo, não estava mais lá.

Aquilo me tranquilizou, pois agora eu tinha certeza absoluta sobre o fato de que não havia visto nenhum anjo ou coisa parecida. Nem mesmo algum cara vestindo uma fantasia com asas muito bem feitas ou filmagem para algum filme de quinta.

- O que estávamos falando mesmo? – perguntei distraída, tentando voltar meu interesse a nossa conversa.

- Ahn.. a última coisa que eu disse foi “aqui está seu cappuccino”. – ele riu. Claro, como sou idiota. – Mas vamos conversar de alguma outra coisa para eu não deixar você ficar “estática” novamente.

[...]

Quando Carrie me viu chegando em casa, achei que iria se esconder debaixo da cama ou coisa parecida de como fazíamos quando éramos pequenas, entretanto, ela nem se moveu ao me ver. Carrie me enfrentaria.

Não, eu não fui como uma mãe e passei um sermão barulhento e violento nela, fiz ao contrário. Um pequeno interrogatório sobre o porquê de ela ter saído sem mim e avisar apenas com um recado. Ela pareceu surpresa com meu controle e admito que até eu mesma ficara. O que eu poderia fazer? A imagem do anjo ainda me percorria a mente, tirando-me de qualquer outro pensamento lógico.

Por um instante, até me esqueci de Caleb e seu comportamento estranho.

Peguei minha gata preta no colo e decidi que não iria a mais nenhum lugar naquele dia, que apenas ficaria em casa pensando no que fazer após tudo que aconteceu.

Afinal, as coisas estavam acontecendo rápido demais.

- Você não vai ficar aqui se é o que está pensando. – disse Carrie me impedindo de me trancar no quarto com Belle. – Tem uma festa hoje a noite, parece que é em um clube aqui perto. Quando fui à padaria encontrei um aviso em todos os postes e paredes sobre essa festa. – e finalizou dizendo: - Parece ser grande.

Mordi os lábios.

- Carrie, eu não sou você. – resmunguei. – Não gosto de festas.

- Mas na época em que morava com nossos pais, você adorava sair com os amigos e inclusive, ir a festas. – revidou. – Ah, qual é, Schy, vai ser divertido! E pense bem, por que não convida o gatinho com quem está saindo para ir também?

- Primeiro, porque eu não vou. – revirei os olhos. – E segundo, porque não estou com vontade nenhuma de colocar um vestido nesse frio.

Ela revirou os olhos e puxou-me para dentro do quarto. É, isso não vai prestar.

[...]

A festa era muito mais longe do que Carrie dizia, o que significa que eu tive que pagar o ônibus e ainda, me esgueirar numa fila quilométrica com ela.  Não que eu realmente quisesse estar ali, a verdade é que minha preferencia agora era pensar – sim, um tédio – talvez em minha vida um pouco tediante e pelo fato de que muitas coisas fora do comum estavam acontecendo.

Ou, talvez porque a imagem do possível anjo ainda se esgueirava entre meus pensamentos.

A fila diminuiu depois de algum tempo por causa da desistência contínua de muitas pessoas, quem não queria mais esperar no frio. Bem que eu gostaria de ser uma delas, mas Carrie não deixaria eu nem sequer desviar da fila para, não sei, esticar as pernas. Chegamos na entrada do lugar logo depois onde um segurança alto e um pouco grande nos encarou de uma forma esquisita.

- Passes? – pediu ele esticando uma das mãos em nossa direção.

Carrie abriu sua bolsa e entregou a ele dois papéis coloridos com algo escrito em cada um. Provavelmente aqueles eram os passes para a festa.

- Depois vai me dizer onde conseguiu isso, certo? – sussurrei para ela ao entrarmos no local.

Mas antes mesmo de qualquer resposta, fui surpreendida pelo tamanho do local. Era enorme, luzes espalhadas por cada canto, um visual eletrônico e em certo ponto, divertido. Haviam dançarinos no palco principal logo a frente do DJ e nos outros cantos, palcos menores com apenas um dançarino.

Carrie tinha razão, era uma festa grande.

Nós passamos por entre as centenas pessoas dançando até chegar em uma das mesas livres sem ninguém. Ali, o som parecia mais baixo por ficar longe de caixas de som e de onde estava o DJ. Fazia mesmo muito tempo que eu não ia a um lugar daquele, desde o dia em que meu pai me mandou para fora, na verdade.

Balancei a cabeça afastando aquele pensamento, pois lembranças ruins e de palavras usadas por meu pai contra mim começaram a me invadir. Carrie já dançava ainda sentada, então disse a ela para que fosse logo para a pista de dança, e que eu logo iria também. Bom, nem tão cedo, pelo menos até eu me acostumar com tudo aquilo.

Ela foi para o meio onde o tumulto estava e logo a menina pequena de cabelos castanhos claros desaparecesse em meio a multidão. Fiquei ali olhado em volta por um tempo até que uma cena chamou-me a atenção – duas pessoas empurraram um garoto menor para trás da cortina de um dos palcos menores. Eles empurraram o garoto de forma forçada, quase que à socos e pontapés. Senti um pouco preocupada com ele, talvez os outros dois estivessem bêbados ou coisa do tipo.

Levantei da cadeira e me esgueirei entre algumas pessoas até a cortina onde haviam entrado. Não fui até lá, achei uma entrada ao lado onde eles não pudessem me ver de início.

O garoto fora colocado sentado em uma cadeira e os outros dois estavam em pé logo a frente dele. Olhando direito, percebi que um deles eram uma garota de longos cabelos loiros até a cintura.

- Por que vieram atrás de mim? – perguntou o garoto sentado na cadeira. Tinha cabelo negro e olhos incrivelmente azuis... quase que a cor incomum parecida com os de Caleb. – Eles não atacaram ainda.

- Nós sabemos sobre você e Gabriel. – disse a garota de forma firme. – Estavam juntos quando aconteceu o primeiro ataque naquela noite. Hoan, não tente me enganar, ele não está nada contente com tudo isso.

- Não me importo! – berrou o garoto, porém recebeu um tapa forte do outro que acompanhava a garota. – Eu não me importo desde o dia em que fui expulso do exercito ao lado de Gabriel. Você mesma dissera que somos apenas renegados por ele, Aliha. Gabriel só fez aquilo porque fomos colocados como apenas ajudantes dessas pessoas quem ele criou. – o garoto cuspiu no pé da tal Aliha. – Os demônios vão matar a garota, sabe disso. É só uma questão de tempo.

- Vocês dois são apenas renegados, eu sei bem disso. – continuou ela. – Se os demônios que você e Gabriel soltaram naquele dia pegarem a garota, você não tem nem idéia do que vai acontecer. Eles já tentaram a atacar, mas Gabriel a salvou, não é? Sei de tudo isso, e também que protege-la é o castigo que ele deu a Gabriel.

Mas que conversa maluca era aquela?

Certo, eu estou mesmo ficando maluca! Não havia como pessoas normais conversarem sobre... demônios e coisas desse tipo. Havia alguma coisa errada ali.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos. A tal de Aliha andou lentamente em torno de Hoan e o outro garoto apenas observava de forma insistente. Eles queria arrancar alguma espécie de resposta do garoto, mas parecia que ele não diria nada por um bom tempo.

- Onde está Gabriel? – perguntou Aliha. O garoto ficou sério. – Hoan, não me obrigue a perguntar duas vezes. Onde está Gabriel?

Hoan suspirou, entretanto quando achei que viria a resposta, ele virou o rosto evitando encarar Aliha.

- Ele está trabalhando em um restaurante na Rua Sallas como garçom, para manter o disfarce está atendendo pelo nome de Caleb Nohan.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio pequeno né?? Os próximos vão ser maiores, eu juro :) xiiiiii, Caleb metido em confusão é?? To com medo kkkkkkk e vcs?



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