Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 50
O plano de Miguel


Notas iniciais do capítulo

Oi meus monstrinhos, como vão? Schyler está acabando :( como devem ter percebido a guerra está prestes a começar e o final da minha querida fic vai chegar... sabem, esse é o maior livro que eu já escrevi e amo muito essa história. Eu fico muito feliz de saber que alguns de vocês amam ela assim como eu e muito obrigada pelas poucas, porém muito perfeitas recomendações. Bom, mas ainda falta um pouco para o fim, então boa leitura!



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Aliha

O que estava se passando na cabeça de Gabriel para fazer uma coisa dessas comigo, o céu, os outros arcanjos e claro, o próprio Deus? Ele tinha de estar ficando louco, isso não era algo normal da parte dele. Gabriel sempre fora tão... um irmão para mim, sempre me apoiou em minhas decisões e sempre trabalhamos juntos em tudo mesmo que ele mandasse “mais”. Isso não poderia estar acontecendo, Gabriel não poderia ter me trocado por uma... uma Nefilim! Por Deus, isso está errado!

– Comandante?

A voz de Dario acordou-me de meus devaneios enquanto sobrevoávamos a costa próxima ao nosso alvo. Ele voava bem ao meu lado e parecia um tanto confuso por conta de eu não estar prestando atenção a mais nada além de meus próprios pensamentos. Bom, ele já deveria estar acostumado com isso desde o dia em que ele e o restante da horda de anjos negros aceitara trabalhar comigo contra o anjo rebelde Gabriel.

– O que é? – perguntei voltando a ser a comandante que eu ainda deveria ser apesar de estar preocupada demais com pensamentos sobre o passado.

– Alguns mundanos nos viram, precisamos pousar em algum lugar.

Bufei. Droga de mundanos, estava cansada de ser atormentada por aqueles imbecis que insistem em nos ver em todas as viagens longas até o “campo de batalha”. Era insuportável.

– Mande-os descer. Procurem por um lugar onde não há residências ou qualquer coisa com esses mundanos.

Obedecendo minhas ordens, o anjo negro ordenou que toda horda descesse em direção a um campo de baseball abandonado na parte mais afastada da cidade. Não havia nada por ali além da grama falhada e milhares de bancos completamente abandonados. Ali seria perfeito para manter a horda enquanto esperávamos a noite chegar e poder voar sem que nenhum maldito mundano nos visse durante a viagem.

Assim que pousamos no centro do campo abandonado, afastei-me de toda a horda o suficiente para que ficasse sozinha. Na entrada havia uma pequena sala com duas cadeiras de metal e algumas bolas em um canto. Sentei-me em uma das cadeiras mantendo minha cabeça entre meus joelhos o suficiente para que meus pensamentos pudessem ser organizados.

Eu ia matar Gabriel e Schyler. Eu não deveria sentir remorso algum por causa disso, ainda mais depois do que a vadia havia feito comigo quase colocando fogo em minhas roupas. Porém, por parte de Gabriel um pequeno receio se instalou em minha cabeça impedindo-me de pensar direito. Droga, por mais que ele tenha sido um imbecil, ele era como um irmão.

– Pode ser intrusão minha, mas preciso perguntar se você está bem.

A voz vinha da porta da entrada na sala, onde Dario estava de pé com os braços cruzados em frente ao peito, ambos cobertos por uma armadura negra. Seus olhos avermelhados me encaravam com certa curiosidade e até mesmo receio.

– Não abuse da sua posição, Dario. – revirei os olhos. – Não é porque é o segundo no comando que vou trata-lo como um... amigo. Caso não se lembre, é da horda de Lúcifer.

– O que faz nós estarmos do mesmo lado que os demônios. – ele sorriu. – Posso até ser da horda demoníaca, mas você nos chamou.

Mais uma vez revirei os olhos virando-me de lado, numa posição em que eu não podia ver seus olhos fixos em mim.

– Está tentando fazer com que eu me arrependa?

Dario não respondeu imediatamente. Na verdade, ele entrou de uma vez na sala ficando a apenas alguns metros de mim. Em sua armadura, bem na região da cintura, havia uma espada muito bem posta e que poderia ser facilmente retirada para me matar. Ótimo, além de estar me sentindo culpada, eu poderia ser ameaçada por uma droga de anjo negro.

– Não. – ele disse finalmente. – Só acho que tem algo errado com você, Aliha. Até dias atrás atirava sua espada em alguma árvore qualquer fingindo ser o tal Gabriel, mas nos últimos dias... vem agindo de forma estranha.

Contar a um anjo negro que um sentimento de receio em relação a matar Gabriel existia era o mesmo que assinar meu contrato com o inferno. Eu não poderia confiar nele nem porque estava do mesmo lado que eu e aceitara meu pedido de enfrentar uma guerra contra Schyler, Gabriel e os anjos caídos.

Então, levantei-me rapidamente da cadeira lançando-a alguns centímetros para trás.

– Isso não é da sua conta. – em resposta, ele me lançou um olhar desconfiado. – Vamos preparar os anjos, precisamos seguir nosso caminho para Nova York e matar aquele bando de anjos renegados.

Isso pareceu bastar para que Dario apenas me observasse passar por ele e seguir novamente em direção ao campo onde todos da horda estavam. Era um pequeno exercito em comparação a bagunça que Gabriel causara quando fez o acordo com os demônios e causou a segunda guerra mundial. Mas, apesar de serem poucos da horda, seriam o suficiente para acabar com aqueles malditos que transformaram o céu numa bagunça.

Era estranho estar entre anjos negros apesar de eu estar começando a me acostumar – eles não falavam muito, apenas Dario mantinha algum tipo de comunicação entre os outros e eu. Ficavam sempre juntos, porém em silêncio como se estivessem em alerta para qualquer tipo de ataque. Era sinistro e esperar algo inusitado deles era quase que... impossível.

Entretanto, ao invés de deixa-los saberem de meu certo incomodo, eu mantinha sempre minha atitude de liderança sem ligar muito por estar sendo impetuosa. Afinal, lidar com a horda de Lúcifer não era exatamente fácil.

Com apenas um sinal usando a cabeça, indiquei a um deles que deveriam se aprontar para seguir caminho. Respondendo a meu comando, o mesmo brandiu as enormes asas negras num claro sinal para todos os outros, quem rapidamente captaram e fizeram o mesmo movimento que o primeiro. Eu tinha que admitir, apesar de teme-los um pouco, havia uma enorme parte positiva em tê-los ali por serem mais rápidos e obedientes do que anjos comuns costumavam ser.

– Estamos a caminho de uma guerra, como já devem saber. – eu disse colocando-me entre o círculo de anjos negros com asas brandidas. – Não podem hesitar em ataque nenhum, principalmente se tratar de um anjo caído. Mas quero que deixem o ex arcanjo Gabriel e a Nefilim para mim. Eu os matarei.

Eu os mataria.

Nem que essa fosse a última coisa que eu faria.

Senti o solavanco que minhas asas deram fazendo com que eu mal pudesse esconder a ansiedade que corria por minhas veias ao imaginar eu finalmente podendo acabar com a bagunça que Gabriel causara. Estávamos prontos para tomar o céu e atacar Nova York onde Schyler e eles já deveriam estar achando que seriam o bastante para proteger uma cidade.

Não que Nova York realmente fosse nosso alvo.

Impulsionei-me para cima pronta para voar quando um estrondo tomou conta do ar e fez com que a terra abaixo de meus pés tremesse. Porém, não fora isso que me mantive virada de costas e revirando os olhos e sim o fato de que reconhecera até mesmo o cheiro e a presença de quem pousara.

– Se está aqui para me impedir...

– Ora, Aliha, não a vejo por... quanto tempo? Talvez alguns meses? – virei-me na direção do maldito arcanjo que sorria descaradamente em minha direção. Ele não portava arma alguma. – Esperava boas vindas mais gentis.

– É, você definitivamente está aqui para me impedir ou seja lá o que for. – revirei os olhos novamente. – Não pense que sua presença me assusta.

Miguel riu profundamente.

– Talvez eu saiba disso, Aliha. Mas, para a sua sorte, não estou aqui para impedi-la de atacar.

Droga, eu deveria estar me borrando inteira por Miguel estar ali. O arcanjo poderia me condenar naquele mesmo instante se quisesse que mal haveria problema, mesmo que soubesse que minhas intenções eram, de certa maneira, puras e boas.

– O que? – perguntei desconfiada. – Então não veio me impedir... me condenar, então?

Ao contrário de todas as possibilidades que surgiram em minha mente, o arcanjo negou levemente enquanto caminhava entre meus anjos negros evitando sequer olhar para qualquer um deles. Eu sentia de longe o nojo de Miguel por qualquer criatura vinda do inferno, tanto que ali ele mal pôde disfarçar.

– Nenhuma das alternativas. – ele sorriu. – Vejo que sua horda infernal está... muito bem montada. Me diga, Aliha, acha que tem alguma chance de vencer Gabriel?

Franzi o cenho.

– Você ainda tem duvidas? – eu ri com puro sarcasmo. – Acha que um bando de anios caídos pode acabar com uma guerra? Miguel, eles nem sequer vão nos causar um arranhão.

Por mais que ele não tenha respondido imediatamente, pelo olhar de Miguel eu já fui capaz de entender o que se passava na mente do arcanjo. Era como se eu tivesse a cena acontecendo bem a minha frente, porém a única parte que realmente importava era a em que nós perdíamos e eu era condenada no céu. Ao ver isso, franzi o cenho.

– Nós não... eles vão nos causar mais que um arranhão, não é?

Minha voz saíra baixa e desanimada, o suficiente para arrancar uma risada profunda de Miguel.

– Exatamente. – ele voltou a caminhar, porém em torno de todo o círculo de anjos negros enquanto os analisava atentamente. Um detalhe, Miguel estava sempre com a mão direita em sua espada no cinto. – Não deveria subestimar seu inimigo como está fazendo. Eles podem estar em um número relativamente pequeno, mas as estratégias de ataque e força são maiores, Aliha. Vocês definitivamente sofrerão mais que um arranhão. Mas, têm uma chance, pois mesmo que todo esse exercito seja morto, você pode fazer algo que muda tudo.

Ótimo, e o que eu deveria fazer? Desistir de meu plano de ódio e vingança contra Gabriel e Schyler? Eu não faria isso, muito menos agora que estava tão perto de conseguir, mesmo que ele estivesse me dizendo que seríamos dizimados.

– E o que sugere que eu faça? Desistir? – eu ri sarcasticamente de novo. – Mesmo que eu faça seja lá o que for que você está pensando, eu não posso perder esse exercito.

Miguel ficou em silêncio. Seus olhos estavam fixos nos meus como se ele tentasse me mandar uma mensagem mental.

– Não. Aliha, seja mais esperta. – ele voltou a se aproximar. – Você sabe muito bem sobre minhas regras relacionadas a anjos, principalmente anjos da guarda e os renegados que foram expulsos do céu. Nossas regras são rigorosas, por isso os que as quebram sofrem consequências. Agora, pense sobre Gabriel e Schyler.

Por um segundo, uma pequena regra que eu havia afastado de minha mente voltara como uma bomba. Lembrei-me de quando soube de anjos que acabavam com alguma ligação com humanos ou qualquer outra raça e eram julgados e muitas vezes... mortos.

– Gabriel e Schyler não podem ficar juntos... ele é um anjo caído e ela uma Nefilim. – franzi o cenho confusa comigo mesma. – Mas você é quem os julga, Miguel, mas isso não vai me impedir de mata-los nessa guerra. Eu não vou desistir.

– Não quero que desista. – um mínimo sorriso surgiu nos lábios dele. – Quero que os mate para mim.


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Notas finais do capítulo

MIGUEL VOU ENCHER SUA CARA DE TAPA



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