Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 43
Amor


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, minhas belezinhas C: olha como eu sou a melhor a melhor escritora ever (e mentirosa), esse capítulo tem uma cena que muita gente me pediu. Isso mesmo, Schyel está de volta e mais intenso do que nunca! Liguem o ventilador, ar-condicionado ou abram as janelas porque o fogo vai subir! huheueh



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Assim que ouvi as palavras de Blair, tudo o que se passou em minha mente foi correr dali, não numa demonstração de quase criancice, mas sim, por me sentir derrotada e não satisfeita. Ao saber que alguém com certeza morreria naquela guerra e que a pessoa eu, de certa forma amava, eu precisava saber quem era e proteger essa pessoa com toda minha vida. Ninguém deveria morrer por mim e muito menos não ser protegido.

Mas Blair não podia me contar a droga do futuro, pois isso poderia muda-lo completamente e talvez não morresse a mesma pessoa.

Frustrada, corri até o campo passando reto por Bastian, quem me olhou confuso por um segundo tentando entender o porquê de eu estar correndo. Ainda sentia seu olhar em minhas costas quando deixei a casa e finalmente alcancei o campo que eu mesma destruirá até despencar na grama com todo o peso do corpo contra o chão. Era frustrante aquele tipo se sensação, a de não saber o que fazer e muito menos agir.

– Schyler! – ouvi os passos de Gabriel se aproximando de mim à medida que sua voz parecia mais próxima. – Schyler!

Da mesma forma que eu, Gabriel caiu de joelhos na grama passando os braços ao redor de meus ombros e puxando-me para seu peito, onde desabei em lágrimas. Sentia-me uma inútil, vulnerável por estar chorando por conta da frustração de não saber quem proteger na guerra que... o amor da minha vida havia desencadeado.

Agarrei-me a sua jaqueta preta sabendo que a estava encharcando de lágrimas, porém não ligando para isso já que ele não se movia, apenas deixava com que eu colocasse para fora a maldita sensação. Senti sua respiração em meu cabelo sabendo que ele ainda me abraçava e fazia algum som, um que não pude reconhecer como uma música.

– Ei. – chamou-me ele alisando meu cabelo. – Schy, está tudo bem. Saber do futuro nem sempre é bom... coloque na cabeça que ninguém irá morrer. Eu sei que você vai proteger a todos, porque é mais forte que qualquer um aqui. Eu acredito em você e sempre acreditarei.

Assim que senti o choro se desvaindo aos poucos, respirei fundo e só assim pude olhá-lo realmente – a cor pulsante em violeta de seus olhos, as sobrancelhas negras franzidas, os cílios negros e longos, os lábios carnudos, a pele clara e os fios negros de seu cabelo balançando conforme a brisa. Cada detalhe daquele ser que já fora um arcanjo deixava-me completamente sem ar, tanto que fita-lo por apenas alguns segundos me causava uma sensação diferente do que sentia há pouco tempo atrás.

Segurança.

– Eu deveria odiá-lo, sabia? – sussurrei. – Mas não consigo.

Bom, se fosse logicamente eu realmente deveria odiá-lo, pois nada disso estaria acontecendo se Gabriel não tivesse se revoltado contra o céu. Eu estaria trabalhando no café do Bob, Carrie estaria com minha mãe e meu padrasto, ele ainda seria um arcanjo e nenhuma guerra talvez jamais acontecesse. Entretanto, se Gabriel não tivesse feito isso, eu nunca o teria conhecido e muito menos me apaixonado.

Minha vida ainda seria o desastre que sempre fora.

– Talvez você devesse. – respondeu ele também num sussurro. – Nada disso é certo... é perigoso. Sabe que terão regalias, nós seremos culpados e...

– Não importa. – interrompi. – Eu não me importo se Aliha quer nos ver separados ou os demônios me querem morta. Nada disso me importa desde que você esteja comigo. Estou cansada de passarmos todos esses dias tentando evitar um ao outro, eu o quero agora, está entendendo?

Sem me deixar dizer qualquer coisa que fosse, Gabriel pousou seus lábios nos meus rapidamente fazendo com que todas as palavras que ainda circulavam em minha mente desaparecessem por completo. Tudo o que eu sentia agora eram suas mãos pressionando minha cintura e puxando-me com força contra ele e assim, caí sobre a grama sentindo-o cobrir meu corpo com o seu.

– Eu quero você apenas e ninguém mais. – ele sussurrou em meu ouvido lenta e pausadamente. – Agora.

Não sei por quanto tempo ficamos ali apenas nos beijando ou apenas deitados sobre os restos de flores queimadas olhando para o céu da China. Sabia que por diversas vezes Tristan passara ali perto, pois ouvia seus passos, mas ele sempre voltava e nunca dizia nada, como se entendesse que eu e Gabriel precisávamos de apenas um tempo juntos. Eu queria que aquele momento durasse eternamente, sentir suas mãos contra as minhas e sua respiração contra meu cabelo.

Por mais que eu quisesse apenas continuar deitada ali ao lado dele, a noite chegou rapidamente e o campo ficara completamente escuro. Até mesmo para se levantar, percebi que Gabriel cambaleou para trás com dificuldade de andar. Apesar de mal conseguir caminhar, ele me pegou no colo de surpresa, fazendo-me soltar um gritinho de surpresa.

– Vamos para dentro, vai ficar muito frio. – sussurrou ele em meu ouvido enquanto me carregava para dentro da casa.

Realmente estava começando a ficar muito frio por conta do inverno, então eu sentia minhas mãos tremendo e os dentes batendo. Gabriel riu de minhas piadas como “você está se aproveitando do frio, seu safado” e outras coisas que eu disse apenas para continuar fazendo-o rir, pois eu amava sua risada. Nem me lembrava da última vez que havia o visto rindo, pois nossos últimos dias se resumiam em nós dois ignorando um ao outro e tentando não parecer muito “grudados”.

Já próximo à casa haviam algumas luzes e assim ele pôde se guiar entre os corredores tentando evitar algum encontro com algum dos anjos caídos e gerar rumores. Gabriel me carregou até meu quarto no último andar da casa, onde Belle estava deitada sobre a cama largada e sem nem ao menos perceber quando entramos. Pelo menos até que me sentei na cama e isso fizera com que ela despertasse e miasse em minha direção.

Humm, algo me diz que isso não foi um miado no bom sentido.

Gabriel estava bem a minha frente em pé fitando-me com seus olhos intensamente violetas sem desviá-los nem ao menos um segundo. Naquele instante um de meus maiores desejos era saber o que ele pensava – os pensamentos sobre mim, o que ele realmente sentia... tudo.

– Tem alguma chance de você ainda me odiar? – perguntou ele de repente deixando-me confusa. – Eu errei tanto, não apenas com você, mas com Tristan, com o céu... todos deveriam me odiar, inclusive você, quem não estaria aqui se eu não tivesse me revoltado. Será que depois disso tudo, ainda tem alguma chance de você me odiar, Schyler Jackson?

Levantei-me da cama ficando de frente para ele, apenas nossa diferença de altura nos diferenciando. Seu olhar estava baixo, parecia culpado e triste, algo que quebrava meu coração apenas observando. Toquei meus dedos sobre a pele macia e quente de seu rosto descendo-os até a ponta do queixo quadrado.

– Acredita mesmo que eu estaria aqui se o odiasse? – sussurrei fazendo com que ele me olhasse novamente. – Gabriel, depois de tudo que passamos eu não consigo olhar para mais ninguém como olho para você. Acha mesmo que depois de enfrentar esse mundo todo eu iria odiá-lo?

Gabriel engoliu um seco. As palavras pareciam tentar sair de seus lábios, porém ele tinha dificuldade para soltá-las, como uma luta interior.

– Eu nunca deveria ter me apaixonado por você. – disse ele ainda lutando contra as palavras. – Mas não... não tenho forças para ficar longe de você. Schyler, não existe um pecador maior que eu, um ex arcanjo que se voltou contra o céu e agora.. está apaixonado pelo seu castigo.

– E foi um castigo... ruim? – sussurrei aproximando-me dele.

Gabriel deu mais um único passo em minha direção e senti seus dedos presos em minha cintura, como se nunca os soltaria.

– Não. – respondeu tão baixo quanto eu. – O melhor.

E me beijou. Gabriel me beijou como da primeira vez que nos beijamos, eu sentia seu medo pulsando em suas veias, assim como o desejo de estar fazendo aquilo naquele exato momento e em nenhum mais. Sentia a raiva de seu passado e como ele queria muda-lo, porém ao mesmo tempo continuar com o presente e não muda-lo nunca mais. E misturado com tudo aquilo, eu via o quanto Gabriel queria apenas eu e mais ninguém, algo que eu jamais esperava por minha vida inteira.

E só me dei conta de que minhas mãos estavam dentro de sua camisa quando senti um arrepio de ter a sensação de suas mãos descendo e subindo por minhas costas ainda que por cima da blusa. E as sensações só se tornaram ainda mais intensos assim que lutei contra meus temores internos e o ajudei a arrancar a blusa que usava e jogá-la em algum ponto do quarto. Em seguida, ele fizera o mesmo comigo e esqueci-me completamente de ter qualquer vergonha, pois Gabriel passava-me o sentimento de segurança, confiança e coragem.

De todos os sentimentos que tive minha vida inteira até agora, aqueles eram novos, mais intensos e pareciam me tirar todos os temores internos sobre o que acontecera nos últimos meses. Gabriel, aquele anjo caído que se revoltara me fizera me apaixonar de uma forma quase que enlouquecida, ele era capaz de entorpecer todos os sentidos e pensamentos.

E aquilo poderia se tornar viciante.

Quando senti o tecido de minha camiseta deixando meu corpo, percebi seu olhar sério e terno sobre mim, subindo por meus ombros até meu pescoço, onde o vi abaixando-se lentamente e distribuindo uma sucessão de beijos ali. Aquilo tirou mais ainda o que restara de meu controle mental, tanto que só percebi estar o beijando depois quando cai de costas sobre o colchão macio de minha cama provisória.

– Isso definitivamente não estava nos planos. – sussurrou ele com a voz entrecortada por conta de meus lábios o impedindo de falar.

– Quem liga para os planos?! – eu disse rindo interrompendo o beijo. – Nenhum plano que criamos deu certo. Vamos deixar o destino dizer o que vai acontecer.

Ele sorriu provavelmente entendendo que eu finalmente me deixei entender o porquê de Blair não poder me contar o futuro. E realmente eu finalmente havia entendido. Chega de saber o que irá acontecer, o destino tem um plano e acontecerá de qualquer forma, então por que querer saber?

E seria assim que eu viveria a partir dali.

Gabriel voltou a colar seus lábios aos meus, puxando-me para perto dele com seus braços fortes sem medo de estarmos próximos demais. Pela primeira vez ele não pareceu preocupado demais com o que poderia acontecer por estarmos juntos, pela primeira vez eu senti que éramos apenas eu e ele ali e mais ninguém.

– Não sei o que vai acontecer e não sei se poderemos ficar juntos assim novamente. – disse ele com o rosto logo acima do meu. – Se algo acontecer na guerra... quero que saiba o quanto eu a amo, Schyler.

– Eu te amo, Gabriel.

E o impedindo de dizer qualquer outra coisa que fosse, entrelacei seu pescoço com meus braços puxando-o novamente para mim. Entre abraços no escuro, roupas sendo deixadas de lado, um calor insuportável naquele quarto e nossos lábios um contra o outro, eu finalmente me senti em paz mesmo que fosse por apenas alguns minutos.

Nunca vou deixa-la.

Eu nunca irei deixa-lo.

Você me libertou.

E eu pude viver novamente.

Não havia palavras exatas que pudessem descrever o que eu sentia assim que me deitei ao seu lado fitando seus olhos violeta enquanto passava os dedos lentamente sobre as gotículas de suor que escorriam em sua testa. Gabriel entrelaçou nossas mãos por baixo do lençol que nos impedia de sentir frio e as beijando logo em seguida fazendo com que um sorriso brotasse de meus lábios.

Talvez eu quisesse apenas fechar os olhos e deixar que eu me rendesse ao sono, porém estar apenas ali o observando parecia uma opção melhor. Ele provavelmente pensava o mesmo, pois seus olhos violeta não desviavam de maneira nenhuma.

– Me perdoa. – sussurrou Gabriel de repente.

Franzi o cenho.

– Pelo o que?

– Por não ser perfeito, por não ser uma pessoa comum que possa dar a você uma vida normal – seus olhos se fecharam. – Por não poder protege-la sempre.

– Gabriel, - eu disse tocando seu rosto. – eu solto fogo pelas mãos, quer que eu me proteja melhor que isso?

Obviamente ele começou a rir de minha piada enquanto se aproximava mais e enlaçava meu corpo com seus braços.

– Isso me convenceu. – Gabriel ainda ria. – Estou me sentindo melhor.

Aproximei-me mais dele até estarmos ainda mais próximos como antes e eu sentir seus lábios tomando os meus novamente num beijo tão intenso como o anterior. Senti que ele cobria meu corpo com o seu de uma forma quase que ensaiada enquanto os dedos percorriam cada centímetro de minha cintura nua.

E mais uma vez, aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Esses dois são tão mordíveis mds! Quem gostou joga as mãos para cimaa O/ O/



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