Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 37
Impostor?


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Bom, como eu disse chegou o capítulo que vocês vão querer me matar kkkkkkkkkk sério, eu tenho que me preparar para gente querendo me matar, mas lembrem-se do meu aviso que vai ser temporário! Ah, e eu postei a surpresa! Vão ver meu perfil aqui no nyah para saber a surpresa que vai envolver o Tristan ;)



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Minha conversa com Gail fora o suficiente para que eu ficasse ainda mais nervosa quanto nosso acordo com Miguel. Bom, na verdade todos estavam muito nervosos, principalmente quando Gabriel tentou contar a todos sobre o trato.

– Um acordo com o arcanjo?! Vocês enlouqueceram! – disse de forma muito exaltada um dos anjos caídos recrutados que chegara naquela tarde. – Eu aceitei ajuda-los na guerra, porque concordo com Gabriel, mas não irei aceitar um acordo com Miguel.

– Quieto, Caleu! – mandou Gail. – Estamos em desvantagem nessa guerra, qualquer acordo que possa nos favorecer é bem vindo.

Depois disso as coisas só pioraram, pelo menos até que Gabriel colocou ordem em tudo dizendo que deveriam apenas aceitar e nada mais. Isso fora o bastante para que todos ficassem em silêncio e se dirigissem para seus quartos. Mesmo que não fosse mais um arcanjo, Gabriel não perdera sua postura poderosa e a voz que poderia mandar em seus atos com apenas um “a”, fazendo dele um líder nato.

Já de noite, ele permanecera longe de mim como eu já imaginava, porém, não pude deixar de esconder o quanto fiquei magoada com isso. Quando voltamos do Salão Negro, por um momento achei que ele fosse se aproximar, mas logo se afastou e isso continuou por toda a noite. Eu queria tentar encontra-lo e entender o porquê de tudo isso, mas também sabia que o que eu disse quando ele estava me beijando ajudara muito para que ele agisse dessa forma. Por esse motivo, preferi deixa-lo em paz em seu quarto da casa enquanto eu dividia minha cama com Belle, a gata que acha que minha cama é inteiramente dela.

Belle se acostumara bem com o novo quarto, tanto que se deitou ao meu lado na cama e se esticou como se fosse maior do que realmente é. Tudo o que eu poderia fazer é rir disso, pois todas as vezes que eu tentava afastá-la, sentia suas garras arranhando-me de leve na região da perna. Era como se ela estivesse me dizendo “querida, essa cama também é minha e os gatos mandam. Agora, some.”

Eu já estava em sono profundo quando senti algo estranho, como uma sensação ruim. Esse era o tipo de sensação que se sente quando algo estranho irá acontecer ou uma presença estranha.

Nesse caso, fora a segunda opção.

Assim que abri meus olhos para entender melhor o que estava acontecendo, tive um vislumbre de uma pessoa a poucos metros de mim apontando-me algo. Minha visão voltou ao normal poucos segundos antes do punhal me atingir e eu liberar todas as chamas que aprendi quando treinara com Gail. Atingi o rosto da pessoa que há poucas horas atrás, julguei como alguém do nosso lado.

– O que você está fazendo, droga?! – berrei assim que as chamas atingiram o rosto de Catrina.

– Você queimou meu rosto, Nefilim! – ela praticamente urrou. Toda a região de seu rosto estava em carne viva por conta das chamas, as roupas chamuscadas e os olhos já vermelhos, ainda mais brilhantes e assassinos. – Schyler Jackson deve morrer!

No mesmo instante, de trás de suas costas surgiram grandes asas disformes avermelhadas como as dos demônios que enfrentara. Seu corpo adquiriu uma cor um pouco mais escura e os ossos dos braços e pernas pareceram saltar para fora da carne. Agora, eu tinha a visão completa do corpo demoníaco de Catrina.

Mais uma vez ela avançou sobre mim sempre apontando a ponta de suas asas ossudas em minha direção, assim como o punhal que passou por poucos centímetros de meu rosto. Desviei assim que suas asas tentaram me atingir, fazendo com que ela perfurasse meus travesseiros, fazendo uma bagunça e assustando Belle, quem correu para fora do quarto.

Aproveitei que as asas estavam presas nos travesseiros e tentei correr para fora do quarto para chamar ajuda, porém senti que as garras do demônio seguraram meus tornozelos, fazendo com que eu desabasse no chão e fosse puxada novamente para o quarto. Irritada, virei-me de frente para o demônio e mais uma vez a incendiei, mas Catrina se defendeu com as asas, impedindo que fosse queimada mais uma vez no rosto, exceto pelos braços.

Mesmo que tivesse se defendido, isso me dera alguns segundos para tentar correr novamente e dessa vez, consegui fugir para tentar encontrar alguém.

– Schyler, o que foi? Que barulheira é essa? – Tristan estava parado entre o parapeito da porta de seu quarto parecendo como quem acabara de acordar. Estava vestindo apenas uma calça, ou seja, praticamente seminu na minha frente.

– Catrina, aquele demônios que vocês aceitaram hoje de manhã! – berrei enquanto apontava de forma desesperada na direção de meu quarto. – Ela é uma mentirosa, não quer nos ajudar! Tentou me matar enquanto eu dormia.

Isso pareceu o suficiente para que ele saísse correndo o mais rápido dali na direção de onde o demônio ainda estava. Sei que deveria continuar ali ou procurar por ajuda, mas ao invés disso, segui Tristan voltando para onde por pouco não fui morta.

Quando me aproximei da porta, dei de cara com Gabriel já dentro do quarto segurando o demônio pela jugular prestes a mata-lo.

– Quem mandou você aqui?! – perguntou ele afundando ainda mais seus dedos contra o pescoço do demônio.

– Ninguém! – urrou. – Trabalho sozinha, não preciso de ninguém mandando eu fazer algo!

– O que veio fazer aqui, demônio?

– Nefilim deve morrer. – ela disse isso com um sorriso perturbador acompanhado por seu olhar em minha direção. – A Nefilim não pode viver ou o destino dos demônios será a eternidade presa

Eu, Gabriel e Tristan nos entreolhamos tentando entender o que aquele monstro estava dizendo. Desde que eu soube que era um Nefilim, nunca ouvi nada referente ao destino ou coisa do tipo. Havia algo muito errado ali, algo que poderia mudar o destino da guerra.

– A Nefilim será responsável por mudar o mundo e todas os mundanos. – disse o demônio, mas agora encarando-me bem de perto. – Demônios devem mata-la antes que isso aconteça.

Catrina soltou uma gargalhada alta, a qual fez com que todos nós hesitarmos por um segundo. Até mesmo Gabriel, quem já afundava tanto os dedos no pescoço do demônio que a própria gargalhada saia de uma forma assustadora.

– Isso não é o bastante! – urrou Gabriel. – O que mais você sabe?

O demônio soltou um urro estranho como o de um animal na direção dele, quem pareceu se irritar ainda mais.

– Me dê uma boa razão para não mata-la agora mesmo? – disse ele num sussurro fatal.

Isso fora o bastante para que ela se silenciasse e finalmente dissesse o que estávamos esperando. Na verdade, a parte em que eu iria mudar o mundo já havia me deixado mais perturbada que o normal, porém Gabriel parecia interessado em mais, como se esperasse que o demônio nos explicasse exatamente o porquê de eu ser responsável por isso.

– Eu tenho mais, anjo caído. – o sorriso medonho se abriu mais. – Vocês têm um impostor entre vocês, um anjo que diz ser amigo, mas não é. Está enganando a todos vocês e nenhum é capaz de perceber. – mais uma vez o demônio gargalhou, porém logo parou e apontou seu dedo ossudo na direção de um ponto atrás de mim. – E ele está ali.

Virei-me lentamente dando de cara com alguém, quem eu menos esperava ser um impostor. Não... não ele.

Tristan estava na exata posição onde o demônio apontava.

[...]

– Gabriel, você sabe que não sou eu! Mas que droga, vocês precisam me ouvir, o demônio está mentindo!

Alec e Dorian o carregavam à força tentando jogá-lo para fora da casa enquanto o anjo se debatia nos braços dos anjos tentando impedir que fizessem isso. Haviam lágrimas nos olhos de Tristan e tudo o que eu conseguia fazer era implorar mesmo que ninguém estivesse realmente me ouvindo.

Não podia ser verdade! Impostor? Tristan poderia ser tudo, exceto um impostor ou mentiroso! Ele ajudara tanto a mim e Gabriel por todo esse tempo que a possibilidade de ele ser um mentiroso estava me matando por dentro.

– Gabriel, escute ele. – pedi, mas ele continuava imóvel apenas observando o amigo sendo carregado para fora da casa. – Você sabe que Tristan jamais mentiria para você ou para mim, pelo amor de Deus, escute ele!

Achei que naquele momento ele fosse ceder, mas Gabriel desviou o olhar para o outro lado como se estivesse tentando evitar me enfrentar. Provavelmente estava se sentindo tão culpado quanto eu ao fazer isso, mas ele poderia parar! Ele tinha que parar.

– Que tipo de ex arcanjo você é?

Eu sentia uma dor no peito infinita ao dizer aquilo a ele, como se estivesse com nojo da pessoa que eu mais amava no mundo. Mas agora, eu realmente sentia nojo dele por estar fazendo aquilo com o amigo sem nem ao menos ter provas contra ele.

Corri na direção do anjo que era levado para fora, suas asas estavam completamente abertas e tentavam atingir aos anjos caídos, porém eles desviavam com destreza impedindo que Tristan fosse solto. Eu precisava fazer alguma coisa para que eles parassem, então fiz a última coisa que surgira em minha mente – as chamas contornaram toda a pele de meus braços e mãos pouco antes de quase atingirem Alec e Dorian, quem desviaram rapidamente antes que fossem queimados. Com isso, os dois soltaram Tristan, o qual despencou na grama em frente a casa como se estivesse exausto de implorar.

– Tristan! – fui até ele empurrando os dois anjos caídos para o lado antes que pudessem me impedir. – Você está bem?

– Estou... – murmurou ele levantando-se com minha ajuda. – Obrigada por acreditar em mim, Schy.

– Eu sei quem você é e um impostor jamais.

Tristan estava prestes a dizer alguma coisa, mas fora interrompido por Gabriel quem estava a poucos metros de nós com uma expressão furiosa prestes a explodir. Afinal, o que dera nele?

– Schyler, solte ele agora. – mandou Gabriel usando todo seu poder de líder sobre mim.

– Não. – falei no mesmo tom que ele. – Não vou soltá-lo.

Minha fala conseguiu deixar o anjo caído ainda mais irado, tanto que foi até mim e puxou-me (com muita força, aliás) pelo braço para longe de Tristan. Eu lutava contra sua força, mas Gabriel não me soltaria facilmente, principalmente porque não estava nem sequer com os olhos na minha direção.

– Saia daqui, Tristan. – mandou ele. – Vá embora, não precisamos de um impostor.

– Gabriel, eu não sou um impostor! – naquele ponto, o anjo já estava gritando. – Mas que droga, eu jamais trairia nenhum de vocês! O demônio estava mentindo!

Gabriel, quem ainda me segurava de forma firme, nem sequer se moveu, apenas continuou encarando o anjo como se mostrasse por seu olhar o quanto ele deveria fugir. Atrás de nós, todos os anjos caídos asisstiam à aquela cena sem dizer nem ao menos uma palavra, assim como Carrie, que estava parada a porta com um olhar desesperado para Tristan.

– Vá embora. – mandou mais uma vez Gabriel. – E não volte nunca mais.

Tristan distribuiu seu olhar derrotado por todos nós procurando ajuda em algum dos anjos caídos que assistiam. Claro, nenhum deles se moveu. O anjo assentiu derrotado olhando-me uma última vez pedindo socorro, mas eu não conseguia nem ao menos me mover, então não poderia ajuda-lo. Tristan deu as costas novamente abrindo as asas inteiramente brancas e abriu voo desaparecendo entre as nuvens.

Só quando não podíamos mais vê-lo que Gabriel finalmente me soltou.

– Qual é o seu problema?! – eu disse não conseguindo conter a raiva em minha voz. – Ele não é um impostou, seu imbecil! O demônio quer colocar todos nós um contra o outro para que eles vençam! Será que você pode não ser mais tão burro?!

Seu olhar estava estático em minha direção.

– Eu estava tentando te proteger! – disse ele usando o mesmo tom de voz que eu. – Não vê que não posso deixar que nada de ruim entre na casa?! Eu preciso te proteger, Schyler ou...

– Dane-se minha proteção! – berrei. – Você é um burro que acabou de expulsar seu melhor amigo por causa de uma acusação sem prova nenhuma!

– E como você sabe que ele não fez nada?

– Porque ele me ajudou! – estávamos gritando um com o outro nesse ponto, tanto que todos saíram do local, deixando apenas eu e Gabriel do lado de fora. – Você deveria ter percebido que tudo o que ele fez até agora foi nos ajudar! Como você acha que...

– Você gosta dele, droga! – me interrompeu fazendo com que eu me calasse no mesmo instante. – Não vê que eu estou completamente enciumado com você e Tristan? Vocês estavam começando a se gostar demais e eu... e eu não queria perde-la.

Agora, eu nem ao menos conseguia respirar ao ouvir aquilo. Como eu já suspeitava, Gabriel realmente estava com ciúme.

– Eu não... ele não... – murmurei. – Gabriel, eu não gosto dele dessa forma. – toquei a região de seu queixo puxando-o para que olhasse em meus olhos. – Eu amo você. Será que não entende isso?

Achei que ele fosse dizer algo, mas apenas desviou o rosto de minha direção. Decepcionada, soltei um longo suspiro e tirei minhas mãos dele percebendo que ele continuaria se afastar de mim.

– Tudo bem, não acredite. – murmurei quando me afastei. – Mas saiba que, em meio a tantas pessoas, você sempre será o único que tem a coisa mais preciosa que eu guardo. Você sempre será o dono do meu coração.

E assim, voltei para dentro da casa deixando-o ali.


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Notas finais do capítulo

~me preparando psicologicamente para o ódio de vocês~ pensem pelo lado bom, eu não matei ninguém kkkkkkkk ah e lembrem-se que as interessadas na surpresa envolvendo o Tristan, eu postei ela no meu perfil aqui do nyah!
Beijocas ;) x



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