Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 25
Capítulo 25 - Asas cinzentas


Notas iniciais do capítulo

Haaallo minha gente, como vcs estão? Quem estava com saudade de Schyler? uhsushushsuhs
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Boa leitura!



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As escadas estavam acabando com as minhas pernas, mesmo sendo por uma boa causa, eu tive que me agarrar ao braço de Gabriel para conseguir continuar e não rolar para trás escada abaixo. Ele riu várias vezes de minhas reações quando eu estava prestes a cair, mas sempre me segurava dizendo que estávamos quase lá.

É, estou esperando o fim da escada chegar.

Mas... nem estou vendo ainda.

Depois de uns quinze minutos de muito esforço e até de alguns risos, pois os turistas ingleses também pareciam mortos de tanto subir escadas, finalmente conseguimos chegar ao topo e agora, só precisávamos andar até o final da muralha para encontrar os três anjos caídos.

Mas, o único porém, era que a muralha chegava a ter 8.851,8 quilômetros na totalidade, então digamos que isso demoraria bastante. Sem contar o fato de que os anjos caídos no final da muralha poderiam ser completamente loucos e tentarem nos matar ao saberem quem eu sou.

– Tem uma garrafa de água na sua mochila. Eu coloquei antes de você entrar no carro. – disse Gabriel puxando de leve a alça de minha mochila para abrir o zíper. – Ah, e você tem que passar alguma coisa na pele, o sol está de matar.

– Tudo bem, obrigada “papai”. – zombei vendo-o cerrar os olhos e sorrir em minha direção.

– Não posso cuidar de você?

– Pode, mas pode moderar um pouco. – brinquei novamente e ele pegou meu nariz entre o dedo indicador e o do meio e o apertou. Ai, doeu. Acabei rindo e arranquei sua mão dali. – Parece até minha mãe falando quando ela ainda gostava de mim.

– Aposto que ela sempre amou você, Schyler.

– Claro, me amou tanto que não disse absolutamente nada quando meu pai... quero dizer, meu padrasto descobriu o que eu era, sem me contar nada, e simplesmente me jogou para fora de casa! – eu estava gritando, mas precisava desabafar, mesmo que fosse em plena muralha da China.

Quando terminei, olhei em volta e percebi a quantidade de pessoas nos olhando, principalmente o grupo de turistas ingleses. Ignorando-os completamente, sai andando pela muralha olhando para a paisagem maravilhosa bem a minha frente.

O único problema, era que eu não conseguia prestar atenção na paisagem, pois me sentia mal me referindo ao que aconteceu comigo e meus pais. Me apoiei na beirada no apoio da muralha e olhei para baixo, sentindo o vento barulhento impedir que meus pensamentos me acertassem em cheio.

– Desculpe. – sussurrou Gabriel bem atrás de mim. Eu não me virei, mas sentia seu olhar arrependido em minhas costas. – Eu não deveria ter tocado no assunto sobre seus pais, Schy.

– Está tudo bem. – murmurei. – Eu nem deveria ter falado sobre meu pai. Vamos logo, temos que achar esses anjos caídos e voltar para casa.

[...]

Andamos por quase uma hora até encontrar o final da muralha. Em muitos pontos de sua extensão, encontramos lugares cobertos e pude descansar por alguns minutos na sombra, mesmo que isso significasse dividi-la com outras mil pessoas. O final era bem parecido com o começo, pois havia uma escada gigante também, mas com um local coberto como os outros. Estava vazio, muitos turistas se encontravam no centro da muralha ou no início.

– Onde eles estão? – perguntei olhando em volta a procura de alguém. Havia um segurança ali perto, mas ele logo saiu ao receber uma ligação e dizer algo em chinês.

– Deveriam estar aqui. Sinto a presença deles, mas não consigo vê-los. – murmurou Gabriel. – Tem alguma coisa errada.

O lugar ficou assustadoramente silencioso, apenas conseguíamos ouvir o som do vento contra nossos corpos e o som distante de pessoas conversando. Eu não conseguia mover todo meu corpo, apenas a cabeça para procura-los em algum ponto perto de nós. Gabriel fazia o mesmo, porém seguia até as beiradas para ver a grande distância de onde estávamos até o chão.

Eu estremeci ao sentir que não estávamos sozinhos. Gabriel estava certo, algo estava muito errado. Era aquele tipo de sensação que se sente quando algo está prestes a acontecer, porém, você não faz a menor ideia do que pode ser. Repassei milhões de coisas ruins que poderiam acontecer até que resolvi esquecer esse tipo de coisa e me preparar para um possível ataque.

Até que ele finalmente aconteceu.

Um par de asas cinzentas extremamente assustadoras surgiram bem a minha frente se expandindo até a beirada da muralha e a quase me tocar. Com o susto, acabei trombando de costas com Gabriel, quem me segurou firme em seus braços quando o anjo pousou na beirada. Assim como Lieene, ele possuia um cabelo branco comprido, mesmo sendo homem, grandes olhos violeta como os de Gabriel e uma roupa preta da cabeça aos pés.

Como um terrível caçador, ele nos avaliou com os olhos violeta que seguiram de mim até Gabriel logo atrás de meu corpo.

– Arcanjo Gabriel. – murmurou ele. A voz grave e profunda arrepiou os pelos de meus braços. – A que devo a onde de sua presença?

Gabriel me soltou lentamente até estar bem ao meu lado.

– Lamento desaponta-lo, mas não possuo mais o posto de arcanjo. Fui expulso do céu, caso não se lembre da grande guerra humana.

O anjo caído franziu as sobrancelhas como se estivesse pensando se o que Gabriel dizia, realmente era verdade.

– Então o grande arcanjo se tornou um anjo caído? – ele riu de uma forma sarcástica. – Impossível. Você e Aliha eram os preferidos de Miguel e o grande “chefe”.

– Aliha se voltou contra mim. É uma longa história, Alek, e temos assuntos mais importantes a tratar. – Gabriel olhou em volta, porém continuava com uma posição firme ao meu lado. – Onde estão os outros? Isso os envolve também.

De repente, surgiram mais dois pares de asas cinzentas com dois anjos caídos. Eram mais um homem – pequeno, porém de forma forte, olhos violeta profundos e uma pele extremamente morena. – ao lado dele, uma mulher alta de cabelos tão escuros quanto a noite e a pele mais clara que os cabelos de Lieene.

– É um prazer revê-los, Dorian e Gail. – disse Gabriel cumprimentando ambos com o olhar.

– E que assunto poderia ser tão importante, Gabriel? – disse a tal Gail olhando fixamente em minha direção.

– É uma longa história, como eu disse a Alek. Precisamos de um lugar seguro para esta conversa, Aliha e os anjos negros podem estar nos seguindo a este instante.

Alek, Dorian e Gail nos levaram até um local seguro, de acordo com eles, e assim pudemos contar a eles cada detalhe da futura guerra e o que teríamos que fazer. Alek chegou a dar ideias brilhantes e foi o primeiro a não questionar e se colocar na linha de frente do nosso lado da guerra.

– Pelo mar? – perguntei me sentindo uma idiota quando ele sugeriu que nosso ataque fosse pelo mar, usando uma embarcação para que dificultasse o ataque dos demônios.

– Sim, os demônios ficam mais fracos quando estão muito próximos da água. Assim, nossa vitória sobre eles ficará mais rápida e teremos mais homens para lutar contra os anjos negros de Aliha.

Dorian e Gail se entreolharam. Os dois não pareceram nada confortáveis com toda aquela conversa sobre os ataques e a guerra. Na verdade, Gail não foi muito com a minha cara desde que me viu pela primeira vez, o que dificultava tê-la na guerra, já que Gabriel dissera que ela era uma grande arqueira.

Gabriel sugeriu atacar em algum lugar em que pudéssemos evacuar a cidade e usar os prédios para colocar arqueiros e iniciar um ataque por cima. O único problema, era que na cidade, causaria muita destruição e uma possível terceira guerra mundial, o que fazia Gabriel estremecer só de ouvir.

Ele estava traumatizado com o que sua última façanha fizera.

– E o que essa garota irá fazer? – perguntou Gail apontando com a cabeça em minha direção.

– Irei treinar com Schyler assim que os recrutamentos acabarem. Ela é uma mestiça e de acordo com Lieene, nossa vidente, Schy será a chave para que nós possamos vencer. Algo que ela irá fazer na guerra, irá nos favorecer ou simplesmente acabar com a guerra.

– Não acredito que alguém de aparência tão fraca conseguirá nem sobreviver, quem dirá ganhar uma guerra com três lados diferentes. – ela riu de forma sarcástica. – Schyler Jackson? Já ouvi histórias sobre uma possível mestiça acabar com os desentendimentos entre céu e terra, mas nunca pensei que isso fosse verdade. É só uma lenda, Gabriel.

– E se não for? – desafiou ele parecendo irritado com a petulância de Gail.

– Ela não irá! – dessa vez, a anjo se levantou de forma furiosa. – Ela não vai sobreviver! Você está jogando o futuro para o alto por causa de uma paixão, Gabriel! Acorde, isso ainda vai mata-lo!

Gabriel, furioso, bateu com toda sua forma em forma de soco na mesa a sua frente. O soco fez um barulho muito alto, o que me assustou. Ele se levantou logo em seguida e saiu bufando do local.

Sem dizer nada, corri atrás dele para fora da casa que fomos após deixar a grande Muralha da China.

– Ele ainda vai morrer por causa daquela garota. – ouvi Gail dizer de forma fútil antes de eu ficar longe demais para ouvir o resto.


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Notas finais do capítulo

Quem ta a fim de matar a Gail comigo? Sugestões de como ela poderia morrer? MUAHAHAHAHAHAHAHAHA parei com a maldade
Gostaram?? Tomara que sim, até o próximo :) xx



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