Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 16
Talvez


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!!! HAPPY RED NOSE DAY - sou uma directioner e não perco o hábito kk- como estão vocês??
Gente, alguém entendeu esse negócio de recontagem de leitores que o Nyah fez?? Tipo, não to entendendo porque aqui e nas minhas outras duas fic's diminuiram quase 50 leitores :'( #Chorando



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O que foi aquilo? Tortura?

Talvez.

Bom, eu não fazia a menor ideia do porquê, apenas de que havia alguma coisa estranha em Gabriel. Como se os primeiros dias em que nos conhecemos tivessem voltado de uma vez só – ele sendo sombrio e eu, ingênua.

Droga, odeio essa sensação.

Não sai do banheiro, continuei ali olhando na direção da parede oposta onde ele esteve na parte da frente do espelho. Continuei na mesma posição de segundos atrás, o corpo ereto, a sensação de ainda tê-lo bem a minha frente com aqueles olhos violeta me encarando.

E depois, ouvir sua voz sussurrante queimar em meu ouvido pouco antes de ele desaparecer no café do Bob apenas com a frase “Não leve ele para a minha casa”. Gabriel, o enigmático Gabriel, um anjo da guarda que ama me deixar confusa.

Ouvi um som quebrando o silêncio, era alto e fazia ecos. Alguém havia entrado no banheiro, o copo estava logo atrás de mim, provavelmente alguém tentando entender a razão de eu estar parada fitando o nada.

Bom, quem dera eu mesma saber.

Sai do caminho deixando que a mulher passasse para usar uma das únicas duas cabines. Ela era alta, pele bem morena e olhos escuros, a expressão calma e gentil de quem queria ajudar uma pobre quase adulta com cara de louca solitária dentro de um banheiro do café do Bob.

Ótimo, compaixão é a última coisa que eu precisaria agora. Respostas estavam no meu menu, e acredite, não são exatamente simples ou pequenas. Eram complexas. Eu queria muito entender.

Peguei minhas coisas e sai do café, sem me despedir de ninguém, afinal não havia mesmo de quem me despedir. Passei pela frente do café e fui até o ponto de ônibus, assim poderia ir para casa logo e descansar, pois ainda havia uma semana longa pela frente.

Porém, tudo que se passava pela minha cabeça, eram coisas sobre ele.

Quem ele pensa que é?

Tortura não é exatamente uma coisa que um anjo da guarda deveria fazer.

Onde está Tristan quando se precisa dele?

Ou melhor, onde está o ex-arcanjo que eu conheço que me salvou alguns meses atrás de ser estuprada por um bêbado?

Pois é, admito que eu o queria agora. Gabriel era quem tinha as respostas, ou seja, ir atrás dele teria que ser meu objetivo, eu teria que vê-lo depois da cena do banheiro.

Mas era melhor outra hora.

Talvez amanhã.

[...]

Parei em frente ao prédio sentindo minha garganta arder. Eu provavelmente estava doente, mas não queria pensar nisso agora, eu tinha que reunir coragem para olhar na cara daquele anjo e perguntar que droga estava acontecendo. E sim, acordei de mau humor, mas tenho motivos para isso, não me julgue.

Não consegui ligar para Jonny depois que sai do café, ainda mais porque Gabriel havia deixado claro que não queria que eu o trouxesse ali. Eu me negava a acreditar que poderia ser ciúme, pois não tinha onde sentir, então, pensei que poderia ser mesmo alguma má impressão ou coisa parecida. Gabriel é um anjo, espero que anjos tenham algum sexto sentido para saber em quem confiar.

- Moça, posso ajuda-la? – perguntou o porteiro acordando-me dos devaneios.

- Ahn... não, obrigada. Eu sou amiga de... Caleb Nohan. – tentei soar convincente, ainda mais pela palavra “amiga”, pois nem eu mesma sei se sou exatamente isso. – Sabe se ele está em casa?

- O Sr. Nohan chegou a pouco tempo. – disse ele checando algo no computador ao lado de sua mesa. – Vou interfonar no apartamento dele avisando que a Srta. chegou.

- Não!! – me arrependi mentalmente ao perceber que fora rápido demais. – Quero dizer, é uma surpresa. Por favor, não tem problema, ele não vai ficar bravo, eu juro.

O porteiro pareceu intrigado e em dúvida por algum tempo, mas acabou deixando-me entrar. Subi pelo elevador sentindo minhas pernas tremerem pelo fato de vê-lo novamente.

Será que era certo?

Talvez sim. Talvez não.

Ah, que se dane. Ninguém mandou ele me colocar em meio a toda essa bagunça.

Quando o elevador deu seu sinal de que havia chegado ao andar de Gabriel, senti meu estômago se revirar. Caramba, agora sim eu me sentia mais que arrependida, imagino a expressão que ele faria ao me ver, algo como “Mas que diabos você veio fazer aqui?”.

Cheguei em frente a porta sem saber bem o que fazer, então, fiz o que qualquer um faria – bati na porta.

Segundos depois, ouvi o som de passadas pelo piso de madeira clara, logo em seguida, alguma coisa foi retirada de seu lugar, algo como uma fechadura ou chave sendo arrancada. Depois disso, ouvi a maçaneta sendo movimentada e logo após o rosto familiar dele apareceu bem a minha frente – os olhos violeta, a expressão calma, porém sombria e é claro, o cabelo negro bagunçado de uma forma despojada.

E o pior de tudo aquilo e até mesmo engraçado, era que ele parecia ainda mais surpreso que eu.

- Schyler. – murmurou sem tirar os olhos violeta dos meus.  – Você... veio sozinha.

- Você deixou bem claro que não queria que Jonny viesse aqui, Caleb. – ditei seu nome de uma forma sarcástica, como se fosse uma piada interna ao fato de que Caleb era apenas um nome para esconder o seu verdadeiro dos demônios. – E depois sumiu.

Típico, pensei comigo mesma.

- Está irritada comigo. – não era uma pergunta.

- Talvez. – resmunguei cruzando os braços. – Não gosto de ser colocada contra a parede como um gato indefeso. Acredite, sei bem qual é a sensação de ser colocada contra a parede.

Gabriel arqueou as sobrancelhas e, sem responder a minha ameaça, indicou com as mãos para que eu entrasse em seu apartamento. Gesticulei algo como “ainda não acabei” e entrei sendo invadida pelo cheiro comum de Gabriel, uma mistura de doce com cítrico, a mistura perfeita.

Não me sentei em lugar nenhum, tive que medir forças para conseguir me manter de pé e enfrentar o anjo bem a minha frente. Era impressionante a sensação de ter aquele par de olhos a encarando, é como se ele visse dentro de minha alma, sabendo exatamente quais seriam minhas próximas atitudes;

- Sei o que quer saber. – disse ao se sentar na cadeira preta e com aparência confortável bem a minha frente e eu, apenas me mantive em pé. – Schyler, eu não confio nesse tal de Jonny. Não seria a toa se os demônios usaram a imagem dele, sempre tem um porquê. Eles não escolheram de forma aleatória, ele tem algo a ver com eles.

- Bobagem.

- Acha mesmo? – interrompeu-me ele, com olhos fuzilando-me sem dó. – Schyler, preste atenção. Eu posso ter sido um arcanjo no passado, mas fiz coisas que nenhum outro anjo seria capaz. Eu trabalhei com os demônios, sei como eles agem, sei o porquê do que fazem. Eles não pegaram Jonny porque sabiam que você estava com ele, e sim, porque ele tem alguma coisa.

Eu me encolhia a cada palavra dele, até mesmo quando se levantou da cadeira indo em minha direção quase que de uma forma caçadora. Tinha olhos fixos em mim, sabendo que cada palavra causava um efeito.

Espertinho.

- Então, acha mesmo que ele é um santo nisso tudo? – disse de forma quase que ameaçadora perto de mim. Nossas respirações por pouco não se confundiam, os braços tocando-se por meros segundos. Droga, a mesma sensação do banheiro novamente. – Tem... certeza... disso? – disse sussurrante.

Engoli um seco, finalmente levantando os olhos até encontrar os dele.

- Não. – murmurei não tendo mais controles sobre meus atos. Quando vi, acabei me aproximando ainda mais dele. Nossos corpos se aproximavam quase que involuntariamente, mas eu sabia que era como um imã, algo nos puxando um para o outro. Levantei o queixo, fazendo com que dessa vez, nossos lábios ficassem a milímetros um do outro. – Eu... só... não... quero.. que se afaste agora.

E ele não fez isso.

Permaneceu onde estava, os olhos fixos nos meus até que senti uma de suas mãos tocando de leve em minha cintura, onde a barra da blusa acabava e um pouco de pele aparecia. Ao sentir seu toque, estremeci. Depois, sua outra mão tocou meu rosto, descendo levemente até o queixo.

Eu sorri.

- Não vou me afastar. – sussurrou com os lábios quase encostando aos meus. – Não quero. Mas... Schy... é isso que você quer?

- Preciso dizer? – sussurrei tentando alcançar seus lábios, mas ele fugiu novamente.

- Precisa. – ele, dessa vez, desceu as duas mãos pela minha cintura, subindo e descendo lentamente. Senti um arrepio e tive que me segurar para não fazer qualquer outra coisa. – Eu preciso ouvir.

- Gabriel? – ele apenas me encarou com um meio sorriso no rosto. – Cala a boca e me beija logo.

Ele riu de forma abafada e quando percebi, tudo o que restou foi o silêncio entre nós dois. Um toque lento, macio e quente, uma sensação de coisas no estômago, pernas tremendo e é claro, a sensação de nunca querer que isso acabe. Foi um beijo extremamente calmo no início, nenhum movimento brusco demais, apenas os lábios se movimentando, até que finalmente ele pareceu mais calmo e quando vi, já havia se tornado um beijo de verdade. Entrelacei seu pescoço com meus braços puxando-o mais para mim e senti um sorriso brotar de seus lábios em meio ao beijo.

Isso estava mesmo acontecendo?

Eu estava... beijando ele?

Ual, como a vida realmente dá voltas.

- Isso é errado. – disse ele entre o beijo, porém não o parando. Na verdade, até pareceu incitar mais.

- Eu sei.

- Muito errado.

- Não importa.

Ele riu. Interrompeu o beijo lentamente, olhando-me fundo nos olhos enquanto fazia uma expressão que não consegui distinguir.

- Sabe que vamos estar encrencados, não é?  - ele me olhou de forma sugestiva, quase que esperando minha desistência.

- Acredite, já estou mais que encrencada. – sorri. – Mas acho que posso me encrencar mais um pouquinho.


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Notas finais do capítulo

PRIMEIRO BEIJO DO NOSSO CASAL SCHYEL!! *-------* quem gostou???
Será que vocês podem me perguntar alguma coisa?? Aceito sugestões p/ a fic ou relamações!! É só me dizer que é leitor e eu respondo na hora :3 é aqui ----> http://ask.fm/GiovanaCarlesso