Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 15
Confiar


Notas iniciais do capítulo

Olá :) OOOOOOOOOOOOOOOOOOH GOD, SOCORRO!!! Em Agosto, eu e os alunos de teatro da ECO (Espaço Cultural Oficina) vamos apresentar a peça "Quantos gritos cabem num silêncio" e adivinham quem é que escrever???
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEUUUU!!!!
Ai Deus, será que eu aguento a pressão?? Se nem das fics, imagino lá kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk



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Jonny franziu o cenho ao ouvir minha frase de que precisava conversar seriamente com ele. Era por um bom motivo, talvez Gabriel ficasse furioso, mas após o acontecido com o segundo demônio usando o corpo de Jonny para me enganar, eu realmente achava que ele precisava saber de algumas coisinhas.

E se ele, sabia como havia sido... clonado.

Bom, essa não é a palavra certa para o que aconteceu, mas era a que mais servia para o momento.

Antes de qualquer coisa, pedi meu intervalo adiantado para Bob, quem apenas reclamou usando alguns milhões de palavrões, porém, acabou cedendo. Levei Jonny para os fundos do café, logo depois da cozinha. Era um local muito parecido com o beco em que fui atacada, mas esse ainda possuía certa luminosidade.

- Primeiro de tudo, aconteceu alguma coisa estranha com você desde a última vez que me viu?? Sabe, alguém estranho ou coisa parecida? – eu disse me encostando a parede, com ele logo a minha frente com as mãos nos bolsos.

As expressões de Jonny me lembravam muito as de Gabriel às vezes, ainda mais porque a mudança na cor dos olhos de meu anjo era constante – algumas vezes ele estava com sua cor incomum, a mistura de violeta com azul, e outras vezes, castanho escuro exatamente iguais aos de Jonny.

Ele parou para pensar por um longo tempo, apenas olhando em volta tentando se lembrar de algo suspeito que pudesse ter acontecido.

- Não que eu me lembre, Schy. – disse ainda de forma pensativa, aquela não seria a última resposta. – Na verdade, a visita do meu pai foi estranha. Nós dois não nos víamos há uns... 15 anos.

Arqueei as sobrancelhas.

- Espera, seu pai apareceu de repente depois de 15 anos sem vê-lo? – Jonny assentiu e isso me deixou mais surpresa. – Não acha isso suspeito? Quer dizer, se ele não o via há uns 15 anos, por que mudaria de ideia de repente?

Jonny torceu os lábios, parecia que finalmente havia percebido o quão sem sentido aquela história era.

- Droga. – bravejou ele alterando o tom da voz. – Aquele... aquele não era meu pai! Eu estava suspeitando, mas achei que fosse bobeira minha. Ele não sabia qual era a data do aniversário do meu irmão, e meu pai de verdade seria o primeiro a se lembrar uma semana antes dessa data. – ele respirava com dificuldade. – Schy, o que está acontecendo?

Engoli um seco. Fiquei com medo em contar isso e ter que aguentar um Jonny tentando ser hilário e espalhando por toda New York que Schyler Jackson é completamente maluca. E bom, isso não era muito... convidativo.

- Eu vou contar, pois você tem direito de saber após ser envolvido. Sério, acho melhor se sentar.

[...]

Ele não teve exatamente muitas reações depois de ouvir a história completa, só sei que Jonny chegou a arregalar os olhos algumas vezes e se sentar escondendo o rosto entre as mãos. Ele estava nervoso, isso era bem visível, mas também havia medo entre os sentimentos, pois sua imagem havia sido usada para me enganar.

Fiquei em silêncio quando acabei, queria que ele tivesse tempo para respirar fundo e saber o que dizer. Ele não disse uma palavra, apenas encarou o nada – pelo menos a imagem da parede – com olhos assustados e pensativos, então, achei que seria o momento certo para tentar conversar com ele.

- Jonny, você... entendeu? – perguntei calmamente. – Se não quiser acreditar em mim, eu entendo. É uma história muito inacreditável de qualquer forma e não espero nada além disso de você, pois foi o que pensei da primeira vez e...

- Quero conhecer esse tal de Gabriel. – disse decidido me interrompendo.

- O que? – na verdade eu havia entendido, mas fora um reflexo do susto.

- É, quero conhecer ele. – Jonny suspirou. – Se ele é mesmo um... arcanjo, anjo da guarda ou sei lá o que, quero ter certeza de que não estou ficando louco.

Arqueei as sobrancelhas.

- Está bem, então vou leva-lo para conhecer Gabriel. – murmurei me levantando do chão.

Mas então me lembrei de que tinha um emprego e aquele estava sendo meu intervalo, nada além disso. Bob me mataria, ou pior, me demitiria se eu simplesmente saísse em meio ao trabalho. Droga, aquilo estava começando a atrapalhar.

- Não posso ir.  – Jonny me encarou de forma confusa. – Trabalho. Estou no intervalo, não posso sair assim, seria mais um motivo para Bob querer me demitir.

- Esqueci disso. Bob não é exatamente o exemplo de chefe como você diz, então talvez seja melhor você não sair.

Jonny suspirou. Eu não sabia o que fazer, ainda mais porque estava me sentindo exatamente o mesmo quando tive que aguentam minha irmã Carrie ficando muito animada por finalmente conseguir assistir “O diabo veste Prada”, pois sempre fora muito louca por moda e fotografia. E admito, fiquei com vontade de sair correndo quando ela começou a pular feito louca.

Ficamos nos encarando por um tempo até que ele disse que seria melhor se passasse no café quando estivesse fechando, assim poderíamos conversar com Gabriel com mais calma e sem riscos de eu ser demitida.

Assim que Jonny saiu do café levando um cappuccino como desculpa, uma mensagem apareceu na tela de meu celular, indicando que meu anjo da guarda ainda estava trabalhando.

Confiar na pessoa errada, pode trazer problemas

E logo abaixo a inicial G. Claro, como se não fosse ainda mais óbvio, senti aquela sensação estranhamente protetora que sentia quando Gabriel estava por perto. Se eu me virasse, provavelmente daria de cara com ele, mas preferi me manter no lugar, apenas esperando o dia acabar e eu me arrependesse de tudo novamente.

[...]

Se não bastasse os avisos de meu anjo/arcanjo, tive que aguentar uma séria de avisos e advertências de Bob sobre eu não estar trabalhando direito. Ele estava sobrecarregando tudo em mim após ter demitido Jannete e isso significava que todo o trabalho dela estava sendo feito por mim.

Eu não tinha nem vontade de insultá-lo ou coisa parecida, eu tinha duas opções de emprego – aquele ou simplesmente caçar moedinhas em meio ao trânsito. Eu não tinha pais que poderiam me ajudar e muito menos amigos. A única pessoa que eu até poderia pedir ajuda seria ele, Gabriel, mas ele já fazia demais.

A verdade era que tudo andava agitado até demais, porém, era isso ou morrer de fome. Aguentar o medo dos demônios e é claro, sobreviver.

Depois, quando finalmente terminei de limpar as mesas, ele finalmente me liberou. Fui ao banheiro para me trocar e lavar o rosto, pois parecia que um caminhão havia passado por cima de mim. O banheiro era simples, apenas duas cabines e uma série de pias pequenas e quadradas. Coloquei minhas coisas ao lado da pia e quando olhei no espelho, fui surpreendida por uma silhueta logo atrás de mim com o corpo encostado na parede.

- Você me assustou. – falei apoiada na pia, olhando diretamente para seu rosto baixo. A luz incandescente logo acima da pia dificultava minha visão, mas ainda assim eu conseguia ver seus olhos violeta. – O que está fazendo aqui?

- Precisamos conversar.

- Eu ia vê-lo daqui a pouco. – murmurei apertando os dedos na pia. – Bom, eu e um amigo. Aquele que o demônio usou a imagem.

- Amigo, não é? – ele cruzou os braços, porém o corpo ainda contra a parede. – Não é o que parece. Vejo como ele olha para você, Schyler.

Torci os lábios.

- Não vai me chamar de Schy? – me arrependi automaticamente ao dizer isso, afinal, havia sido incrivelmente estúpido.

Gabriel saiu de onde estava, vindo calmamente em minha direção apoiada à pia em frente ao espelho. Ele estava com uma aparência sombria hoje, não parecia a mesma pessoa de algumas horas atrás. Eu sentia uma certa tensão entre nós, coisa que desaparecia em questão de segundos quando ele se aproximou de mim.

Estávamos a milímetros um do outro quando abaixou a cabeça em direção a minha, os lábios próximos demais a meu ouvido. Eu sentia sua respiração quente em meu pescoço assim quando ele disse de forma sussurrante:

- Não leve ele para a minha casa.

E assim, desapareceu pela porta deixando-me ali completamente desconcertada.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei, o cap ficou minúsculo :( sorry!!! Juro que o próximo vai ser maior, ok???
Geeeente, poderiam curtir os vídeos de "Schyler" e "O garoto da camisa 9"??? São das minhas duas fics, são como trailers!! Espero que gostem, se curtirem, eu AMO VOCÊS ♥
Schyler: http://www.youtube.com/watch?v=avwKW5j1pTg
O garoto da camisa 9: http://www.youtube.com/watch?v=W657xrsejTM



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