Cirrus Quell - A Origem Do Massacre escrita por Norrie


Capítulo 5
Capítulo 6 - Repentant


Notas iniciais do capítulo

Hey, tributos!
Mais um cap pra vcs!
Desculpe a demora, eu deveria postar todo dia e tals, mas tive que passar um tempinho na ksa da minha tia e lá não dava pra escrever. Maas, recompensei agorinha mesmo! E outra, deixei os títulos dos caps em inglês, pra dar um TCHAM! Espero que gostem ( e deixem reviews e recomendações (; )!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316820/chapter/5

Mas o que diabos eu tenho que fazer para conseguir dormir?

Essa pergunta acabou tornando-se o bordão de Cirrus pelo resto da noite.

Tudo culpa da Overwood!

Era verdade. Desde que Faye havia esfregado a realidade em sua cara, todo o ego de Cirrus se esvaziou. A ficha caiu. Pandom tinha feito sua cabeça. Como é que logo ele fora cair em suas tentações? Ah, Cirrus, você terá glória. Status. Uma casa com banheiro que não mais pareça uma selva. Blá, blá, blá...!

Tudo papo furado! Ele não estava em uma competição em qual valesse a pena se arriscar. Ele estava nos Jogos Vorazes. Se arriscar é sinônimo de morrer. Tudo bem que Cirrus tinha alguns fatores ao seu favor. Era bem apessoado, apesar de não ser assim tão charmoso. Na verdade, ele era até mesmo arrogante. Nunca fora bom com essa coisa de simpatia. Tinha um físico firme graças ao seu trabalho de lenhador que exigia grande parte de sua força para tal. E ainda tinha o machado. Ele era extremamente bom com machados, mas não tinha certeza se teria um a sua disposição na arena. E mesmo que tivesse, quem garantia que ele fosse bravo o suficiente para disputá-lo com mais 23 tributos ao seu encalço? Sua lista não era nada comparada ás dos tributos carreiristas. Ele vira o tamanho dos mesmos. E o olhar sanguinário de Arkon era a prova de que Cirrus não era o único que tinha fatores ao seu favor.

Lembrou-se da menina do mesmo Distrito. Aquela pequena, com a expressão evasiva e olhos cobertos pela franja rebelde. Apesar de não ver direito, sabia o que estava oculto nos mesmos. Medo. Como alguém de um Distrito tão rico pode estar com medo? Cirrus não conseguia entender. Ela deveria estar confiante. Teria uma fila de patrocinadores se soltasse ao menos um fino sorriso. Como o de Arkon...

Não.

Ela não deveria sorrir. Ele não deveria sorrir. Nem Pandom. Nem nenhum daqueles idiotas da capital. Ninguém deveria sorrir por algo tão doentil como os Jogos. Aquilo tudo era marketing. Diversão ás custas de sangue inocente derramado. Cirrus quase que imediatamente se arrependeu de ter levantado sua mão na colheita. Se arrependeu por ter caído nas conversas de Pandom. Se arrependeu por ter se tornado só mais um tributo. Um tributo voluntário que está fazendo fama temporária. Mas mesmo assim, só mais uma peça no jogo deles. Só mais um cadáver.

Começou a esmurrar os lençóis. Até mesmo rasgá-los. A ira o possuía de maneira devastadora. Ele iria morrer! Como pode se voluntariar? E como pode por sua vida ao extremo, por opção? Por diversão daqueles que mais odiava no mundo? Ah, meu deus! Cirrus odiava tudo aquilo. Odiava Pandom por tê-lo feito voluntário. Odiava Snow por ter criado essa porcaria de Jogos. Odiava os seus antepassados. Aquele bando de egoístas que não conseguiam se contentar com o que tinham! Odiava o povo da capital, por tirar proveito daquilo tudo e fazer parecer da chacina uma espécie de show. Odiava Faye por ter puxado-o de volta a realidade e o fazer tirar todas essas conclusões. Mas acima de tudo, odiava a si mesmo.

Não queria mais ficar preso naquele quarto. Ou o que antes era um. Restos de objetos que enfeitavam as cômodas eram misturadas á lençóis em trapos e penas de travesseiros mutilados. Alguns pingos de um líquido vermelho sujavam o carpete. Só depois que a adrenalina foi cessando que Cirrus percebeu suas mãos jorrando do líquido que estava no chão. Deveria ter se cortado quando estilhaçou o vaso com as orquídeas. Isso é claro, depois de pisotea-las. Aquele lugar estava em ruínas, mas mesmo assim Cirrus ainda não tinha despejado toda revolta que ainda preenchia seu peito. Precisava de ar puro. De sair dali. De um pouco de liberdade. Aquela que foi arrancada por ele próprio. Saiu do quarto e seguiu com passos nervosos até o vagão sala. Pediu á um avox para trazer-lhe qualquer coisa quente. Minutos depois, o mesmo aparece com uma xícara bastante convidativa de um líquido amendoado que nunca vira na vida. Pensou em perguntar o que era, mas lembrou-se de que o mesmo não poderia lhe responder. Perdeu a língua. Literalmente.

Cirrus engoliu a caneca com voracidade. Esqueça o que ele tinha dito sobre a lasanha, aquela bebdia era definitivamente a melhor coisa que ingerira na vida. Os avoxes passavam uma vez ou outra pelo corredor, carregando toalhas e lençóis. Pensou se deveriam estar tentando arrumar o entulho que á um tempo atrás fora um quarto.

Sim, Cirrus sabia o que eram avoxes. Sabia o porque deles serem assim. Iskandar não era nada sutil em relação á sinceridade. Desde quando era pequeno, costumava ouvir com atenção o que velho do orfanato tinha a dizer sobre a triste realidade de Panem. Ele temia que suas crianças crescessem iludidas e quando completarem 12...Bam! Estão mortos em uma arena. Assim como ele estará em algumas semanas. Parece que ser realista não foi exatamente sua salvação. Na verdade, não ser foi exatamente o que o fez estar onde está agora. Ser iludido por Pandom fora a pior decisão do garoto, que antes se julgava ser tão pé no chão.

Enterrou a cabeça nas mãos. Não deveria estar ali e sim em sua cama dura e desagradável no orfanato. E como se fosse automático, as lágrimas salgadas começaram a inundar sua face franzida de remorso. Á tempos Cirrus não chorava. Já tinha esquecido até mesmo qual era a sensação. E modéstia parte, não estava se sentindo nada bem depois de relembrar. Ficou sentado, enquanto os soluços irrompiam seu peito. Não soube quanto tempo passou ali, mas estava ciente de que estava esgotado na manhã seguinte, quando acordou em sua cama, perfeitamente arrumada, assim como o resto do quarto. Aquilo não fazia sentido, ele estava em um outro vagão. Como viera parar ali?

Sentou-se sem animação alguma e pôs as mãos nos cabelos. Sentiu as mesmas formigarem com o toque. Estavam enfaixadas. Jogou as cobertas para o lado e empurrou as pernas para fora da cama. As batidas na porta começaram a soar em seus ouvidos. A voz irritante só poderia ser de uma única pessoa.

– Vamos Cirrus! – Merida berrou por trás da porta – Acabamos de chegar na Capital!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cirrus Quell - A Origem Do Massacre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.