Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 32
Fora Dos Planos


Notas iniciais do capítulo

EEEER, Oi?
*vestindo a armadura para começar as minhas explicações*

AI MEU DEUS ME DESCULPEM, ME DESCULPEM DE VERDADE! /se protege

Eu demorei né? Eu sei que demorei, sinto muitíssimo!
Mas estava com um bloqueio GIGANTESCO! Para falar a verdade fui escrevendo aos poucos e demorei isso tudo.
Para quem leu meu perfil deve imaginar que eu tenho quatro caps para postar, mas não, não tenho, infelizmente u.u
É só esse mesmo, porque eu percebi que torturaria demais vocês se fosse escrever os quatro para só então postar.
E obviamente o próximo vai demorar também.
SORRY! ♥
~~
ARMIDRIEL, MUITÍSSIMO OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO! De verdade. Amei. Obrigada. Obrigada! Recomendações significam muito para mim e me fazem muito feliz! :D
O capítulo de hoje é dedicado a você ♥
(mesmo demorando eu não esqueci de agradecer hehe)
~~~

Lally deve estar querendo me matar por demorar isso tudo para postar a aparição do Yamato hehe, sorry babe. D:

Bem vamos ao capítulo né?
(que eu acho que não ficou mt bom snif T~T)

Enjoy :}

—Capítulo devidamente revisado - 15/04~ 18:05



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Devia ser cerca de seis da manhã quando ele chegou à porta de seu apartamento. Queria voltar a dormir, pois havia dormido muito pouco de noite. Chegou a enfiar a chave na fechadura, mas deteve-se antes de destrancá-la por perceber luz e som vindo do apartamento da vizinha. Resolveu destrancar a porta de Hinata em vez da sua e, ao entrar na residência da azulada, encontrou-a encolhida no sofá com Jason, assistindo a algum especial de terror.  Estava visivelmente petrificada de medo. Sasuke arqueou uma sobrancelha e se aproximou do sofá. Sua amiga não era de assistir qualquer coisa de terror ou suspense, então por que ela estava assistindo? Tocou levemente o ombro da Hyuuga para chamar sua atenção e, assim que sua mão fez contato, ela deu um pulo tão grande que quase foi ao teto, gritando em acompanhamento.  O moreno segurou uma gargalhada.

-Mas que merda, Saki-chan! – disse chorosa, com uma mão no coração, tentando colocar a respiração em compasso mais uma vez.

-O que você está fazendo? - o vizinho perguntou e já foi se jogando no sofá, quase sentando em cima do gato.

-Não é óbvio? – Hinata revirou os olhos suavemente e agarrou uma almofada. Sasuke pegou sua bochecha e puxou, fazendo-a gemer em protesto.

-Quero saber o que está fazendo acordada tão cedo em um domingo assistindo algo que não gosta. – refez a pergunta, soltando a bochecha, agora vermelha. A pequena esfregou o local dolorido e fez um bico revoltado, desviando o olhar. – Não vai me dizer que brigou com o Naruto de novo. – ela não o respondeu, por isso o Uchiha bufou e bateu as mãos nas pernas. – É isso. Vou tirar o couro dele nesse exato momento. – ia se levantar, mas as mãos da azulada o fizeram colar a bunda novamente no sofá.

-Nós não brigamos. Eu estava estressada e... – suspirou cansada só de pensar em contar tudo o que acontecera no dia anterior, mas o amigo a olhava de forma incentivadora e com pouca paciência. Devia estar querendo ouvir um bom motivo para não matar seu namorado. Pensou. - O que você está fazendo acordado a essa hora também? – perguntou tentando desviar do assunto, o que fez o moreno revirar os olhos.

-Dormi na Sakura e ela teve que acordar cedo para ir para o hospital, por isso cá estou eu. Agora, vamos as suas explicações. – pegou a caneca com chocolate quente que repousava ao lado de Hinata e bebeu sem esperar por permissão.

-Aquela ex-namorada loira demoníaca apareceu e tentou virar o Naruto contra mim. Saí para ir ao banheiro e, quando voltei, ele me perguntou por que eu tinha falado que a Shion havia me ameaçado, já que ela dissera não ser verdade. – gemeu de forma infeliz e revoltada, puxando os cabelos para cobrir o rosto. – Eu estava muito irritada ontem, por isso o larguei falando sozinho. Não queria brigar de novo, sabe? Só acho que acabou contando como uma briga. – suspirou e mordeu a almofada logo em seguida. Sasuke passou a mão pelo rosto para tentar espantar o sono, tirando a almofada do alcance de Hinata, antes que ela a estraçalhasse feito um cachorro raivoso.

-Hinata, visivelmente as coisas estão difíceis entre você e o dobe. O namoro de vocês já começou todo torto e se eu fosse uma pessoa normal e sensata, diria a você que o melhor pra ambos é terminar logo esse relacionamento. – a morena arregalou os olhos perolados, querendo protestar, mas ele impediu-a de falar com um gesto de mão. – Só que eu sei que as coisas não são assim, porque meu namoro com a Sakura também começou bem torto e isso não quer dizer que estamos condenados a não dar certo. Acontece que o Naruto está uma bagunça. Ele ainda está decidindo o que quer fazer da vida, ainda não mandou a ex- para o arquivo morto, as memórias dele ainda devem estar entrando em ordem... E essas coisas estão começando a refletir em você. – ele a olhou com seriedade, sendo retribuído com um olhar confuso e perplexo.

-O que está dizendo? Que é para nós darmos um tempo ou coisa parecida?  - o Uchiha suspirou e acabou com o chocolate da caneca.

-Não, por que sem você é bem capaz dele virar uma bagunça ainda maior. Só estou falando que você deve usar isso como argumento quando conversarem. Você tem que falar para o Naruto que ele precisa aprender a separar o resto de você. – deu de ombros. – O passado dele, ou seu, não tem nada a ver com o momento presente que vocês compartilham.

-Você nunca pensou em criar um blog de aconselhamento? – A Hyuuga perguntou pendendo a cabeça para a lateral, completamente fazendo piada do vizinho, quem voltou a puxar sua bochecha. – Ai! Eu entendi, você está certo. – esfregou de novo o rosto, fazendo um bico gigantesco.  

-Certo. Intervenção feita. Boa noite. – Sasuke se levantou esfregando os olhos e caminhou em direção à saída.

-Saki-chan. – a voz de Hinata o fez parar e olhar para trás. – É bom dia. – Ela riu e ele mostrou um sorriso debochado, saindo do apartamento em seguida.

----------------****----------------

-Ei, pai... Acorda. Pai!

Minato podia ouvir alguém o chamando e sentir seu corpo sendo chacoalhado, mas seu sono era mais forte que esses pequenos incômodos. Resmungou qualquer coisa e virou o rosto. Naruto suspirou e foi até a estante do escritório. Pegou uma buzina que usava em situações como aquela desde criança, aproximando-se novamente do pai para provocar o terrível e estridente som, que ecoou pela casa inteira. Minato acordou esbaforido, caindo da cadeira com a bunda no chão.

-Pai, você dormiu no escritório de novo! – o filho cruzou os braços e encarou o homem estatelado no chão, soltando resmungos de dor, com o rosto amassado, os cabelos bagunçados e um papel colado na bochecha. – E você estava babando.

-Naruto, acho que já estou velho demais para essa buzina. Em breve ela vai me causar um enfarto. – levantou-se cambaleante e jogou-se novamente na cadeira, massageando a têmporas. Tirou o papel da bochecha e limpou a baba da boca.  O loiro mais novo sempre ria à sua custa, mas ele nunca ligava. – Qual é o motivo disso? – gesticulou para a buzina.

-Bem, está na hora de acordar, afinal são quase nove da manhã, e eu queria te dar minha aplicação para a faculdade antes de ir à casa da Hinata. – Naruto deu de ombros e colocou alguns papéis sobre a mesa do pai, que estava paralisado e boquiaberto.

-Você... Você se decidiu? – perguntou com cautela e incredulidade, temendo que tudo fosse uma brincadeira ou que ele ainda estivesse babando em cima contratos.

-Sim. Vou fazer advocacia. – disse dando de ombros, como se não fosse nada de mais.

Minato encarou o filho sem conseguir pronunciar uma palavra. Ele havia falado com tanta convicção e segurança a respeito da decisão, parecia estar verdadeiramente certo do que queria. Um sorriso orgulhoso e animado surgiu no rosto do chefe de família. Finalmente! Finalmente seu filho tomaria rumo na vida. Finalmente ele poderia respirar aliviadamente. Finalmente ele poderia ir dormir sem pensar sobre isso.  Finalmente ele poderia ter certeza que seu papel como pai estava cumprido.

-Eu fico feliz que se decidiu, meu filho! Pode deixar que eu irei cuidar de tudo para você, não precisa se preocupar! Já contou para sua mãe? – o homem ficou todo afobado e não sabia o que fazia primeiro. Abraçou Naruto, segurando-o pelos ombros para olhá-lo no rosto sem motivo e sorrir idiotamente. O jovem Uzumaki estava com uma sobrancelha arqueada, só deixando as coisas fluírem. – Não, não é? Ela ainda deve estar dormindo... Eu conto para ela! Kushina vai ficar tão feliz! Se não fosse domingo ligaria na faculdade, mas... – Minato andava de um lado para outro, parecendo uma barata tonta.

-Então tá, pai... – o loiro foi saindo de fininho, esgueirando-se pelos cantos. – Já vou indo... Cuide das coisas... Tchau... – então correu para a porta de saída antes que seu progenitor começasse a fazer perguntas às quais ele não queria responder. Suspirou aliviado ao se sentar no banco de couro de seu carro. Amava os pais, mas eles costumavam exagerar nas comemorações toda vez que alguma coisa importante acontecia em sua vida. Ainda podia se lembrar de como havia ficado desconfortável quando sua mãe descobrira sobre sua perda da virgindade. Respirou fundo. Tinha que acertar as coisas com Hinata, porque estava decidido a não dormir em sua casa. Precisava dar um tempo para a empolgação de Kushina e Minato passar consideravelmente. Ligou o carro e acelerou. Só esperava que a namorada estivesse um pouco mais calma.

---------------****----------------

Estava sonhando. Havia vários zumbis perseguindo-a e ela corria desesperadamente. Estava em uma floresta escura e podia ouvir um lobo uivar ao longe. Era noite de lua cheia. Sabia que precisava correr para uma igreja, para se proteger dos vampiros, mas não queria entrar no local por causa dos espíritos. Não sabia o que fazer. Arfava e tremia, começando a pensar que morreria por falta de ar. Os zumbis encurtaram a distância até ela, não deixando outra opção além de entrar na capela. Entrou no local e trancou a porta, escorando-se para fazer peso. Alguns minutos depois, seus perseguidores começaram a bater no pedaço de madeira e, para piorar, ela começou a ver vultos movendo-se rapidamente ao seu redor. Eles chamavam seu nome.

-Hinata!

Parecia tão real... Tanto as batidas na porta quanto os chamados pelo seu nome. Gemeu e contorceu-se no sofá. As batidas e os chamados começaram a ficar mais e mais próximos, fazendo-a se debater em nervosismo. Suava.

-Hinata!

O grito de Naruto, vindo do lado de fora de seu apartamento, fez Hinata acordar e cair de cara no chão. Ela gemeu e alisou o nariz, tentando fazer a dor, por batê-lo com força contra o chão, parar. O namorado ainda batia insistentemente. Suspirou e se levantou ainda tonta, tentando colocar a roupa e o cabelo nos devidos lugares. Cambaleou até a porta, destrancando-a e abrindo-a de uma só vez, apenas para ir à cozinha tomar um copo d’água. O Uzumaki encarou-a e arqueou uma sobrancelha, observando, pela primeira vez, a residência da azulada bagunçada. Entrou e fechou a porta.

A Hyuuga já tomava seu terceiro copo d’água. Esfregou os olhos e voltou para sala, encolhendo-se em seu querido sofá. O loiro não estava entendendo nada, por isso apenas a acompanhou e sentou-se ao seu lado. Ela parecia cansada, como quem não havia dormido direito. Temeu ser o culpado pelo estado da namorada.

-Desculpa demorar em abrir a porta, mas estava tendo um pesadelo... – ela quebrou o silêncio. Passou as mãos nos cabelos, evitando olhar para o amado. Esperava vê-lo só de tarde, não imaginava que o veria tão cedo, o que a pegara desprevenida. Não organizara o apartamento, que tinha virado de cabeça pra baixo por causa de sua irritação no dia anterior, além de não ter se arrumado, porque tinha certeza de que estava um trapo.

-Ah, não tem problema... Sobre o que era o pesadelo? – Naruto coçou a nuca e sorriu. Seu timing era definitivamente péssimo. Pensou.

-Uma bagunça sobre zumbis, vampiros, lobisomens e espíritos... Isso que dá ficar vendo especiais de terror. – sorriu de forma desanimada e o silêncio voltou a reinar. O loiro até tentou falar alguma coisa, mas acabou parando com a boca aberta sem emitir som algum. Só queria abraçar a Hyuuga e beijá-la, fingindo que nada havia acontecido no dia anterior, esquecendo qualquer desentendimento. Estava cansado de problemas. Só queria viver em paz e feliz com a amada.

 – Olha, Naruto-kun, eu não menti a respeito da Shion ter me ameaçado, ok? – Hinata começou a falar repentinamente, surpreendendo o namorado. – Eu até entendo que vocês namoraram por mais tempo e por isso você acha que a conhece, mas eu estou dizendo, aquela lá é louca. – fez um gesto exagerado com a mão. Estava angustiada e insatisfeita. Apenas pedia aos céus que colocasse sua vida nos eixos, por que estava começando a se cansar de toda a loucura e emoções dos últimos meses. – Sem contar que você tem que começar a confiar em mim, afinal por quais motivos eu iria mentir pra você? – levou as mãos ao ar e acabou exaltando um pouco a voz. Retomou a calma com uma respiração lenta e voltou a falar. – E eu mentir sobre sua ex- é ainda mais absurdo, porque, depois que você tomou um tiro por mim, eu não estou precisando ter alguma prova do que você sente por mim! Se você quer saber, eu já tinha até esquecido daquela loira dos infernos até ela aparecer à moda de pessoa demoniacamente possuída para mim naquele maldito banheiro! – urrou de raiva e respirou profundamente mais uma vez para se acalmar. O Uzumaki sabia que era melhor esperar em silêncio até a morena falar tudo o que queria. – Não que eu não tenha medo de te perder, na verdade eu tenho muito medo, ainda mais quando aquelas mulheres se atiram para cima de você... – abraçou-se e esfregou os braços – Eu nunca fui um exemplo de confiança em mim mesma... Mas eu sei que posso confiar em você, ou pelo menos sabia. – suspirou pesadamente e continuou evitando os olhos azuis. – Esse relacionamento está uma bagunça! – descabelou-se e segurou as lágrimas que queriam escapar pelos olhos perolados.

Naruto engoliu em seco. Não gostava do rumo que o discurso da amada estava tomando e não queria nem imaginá-la terminando o namoro, pois isso o faria entrar em desespero.  Ficou impaciente com o silêncio que ela estendia. Queria falar e fazer alguma coisa, contudo sabia que ainda não era o momento certo, já que a azulada não tinha concluído a argumentação. O que menos queria era irritá-la outra vez, por isso estava sendo paciente, algo extremamente difícil para uma pessoa imperativa como o tal. Hinata suspirou mais uma vez e desenterrou o rosto das mãos, olhando fixamente para frente. Ele ficou tenso, esperando pelas palavras dela.

-Parece que o universo está tentando nos separar... Primeiro o Obito, agora a Shion. Sem contar que você está confuso com a própria vida e isso está refletindo no que temos. Você não confia em mim, por motivos que desconheço. – passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo, olhando então para os olhos aflitos do namorado. – Eu sinceramente pensei em terminar tudo, mas eu percebi uma coisa: eu prefiro passar por toda essa bagunça com você, do que te tirar da minha vida, porque acho que nunca vou amar alguém do jeito que amo você... Só tenho uma condição, você vai confiar em mim de agora em diante do mesmo modo que eu confio em você. – o olhar da pequena estava decidido e cheio de intensidade. – Vamos colocar tudo para trás de nós e passar a confiar mais, porque eu acredito no que está gravado nessas alianças. Eu sou sua e você é meu, Neko-chan. – envolveu a mão grande do loiro na dela e olhou-o com carinho e amor, fazendo-o respirar aliviado por fim. Naruto não pensou duas vezes para tomá-la em seus braços em um abraço urgente, agradecendo mentalmente por como ela havia concluído.

-Desculpa, Hina... Eu acabei te arrastando para o meio da minha bagunça mental. – falava ainda apertando-a com força. - Ao mesmo tempo em que você é aquela luz que nunca se apaga, aquela estrela guia, que eu não quero perder de jeito nenhum, você também é uma pessoa diferente de todas as quais eu conheci e eu demorei de mais para perceber isso. Eu tomei por base os meus desapontamentos em relacionamentos e namoradas passadas quando deveria ter olhado para o que nós temos como algo único... Sasuke estava certo ao dizer que relacionamentos não devem ser comparados, por isso me desculpe, Hina... – afastou-se da pequena para encará-la nos olhos. Colocou o rosto dela entre suas mãos e encostou a testa na dela. – Eu não sou nada sem você, fico totalmente perdido... Prometa que nunca vai me abandonar. Prometa que nunca vai desistir de colocar senso em minha cabeça por mais idiota que eu aja.

-Eu prometo, Neko-chan. Prometo que nunca irei desistir de você.

O Uzumaki selou os lábios da amada com ternura demoradamente. Repetiu o gesto algumas vezes antes de aprofundar o beijo e torná-lo cálido. Beijaram-se como se fosse a primeira vez, sem pressa e apreciando cada toque e cada arrepio. Hinata enterrou os dedos na cabeleira loira do namorado e entregou-se a calmaria que a preenchia. Ela podia estar descabelada, com olheiras e quem sabe com mau hálito, mas pela primeira vez não se importava com nada disso. Podia sentir no fundo de sua alma que havia mudado, criado um pouco de confiança própria, mesmo que minimamente. Deixou o corpo cair no sofá para que o loiro pudesse colocar seu reconfortante peso sobre ela, aquecendo-a da melhor maneira possível. Beijaram-se por longos minutos com tanta maestria que não precisaram descolar os lábios a procura de oxigênio.

Naruto queria poder recomeçar. Ele desejava ter encontrado a azulada em circunstâncias diferentes. Desejava ter feito escolhas diferentes, porém sabia que se tudo tivesse sido diferente ele provavelmente não estaria onde estava no momento: nos braços da mulher de sua vida. Havia sido estúpido, imaturo, cometido vários erros, contudo, no final, ele havia encontrado a felicidade. Afastou-se dos lábios da Hyuuga e encarou os olhos considerados por ele os mais belos de todos.

-Se sua família acertou em algo, ela acertou em seu nome... Porque você realmente é um lugar ensolarado... – acariciou as bochechas alvas com a costa da mão, intensificando ainda mais o olhar, como se quisesse gravar cada traço e cada pequena curvatura do rosto de Hinata. – Você é o meu lugar ensolarado.

A pequena sentiu os olhos encherem de lágrimas. Como Naruto podia considerá-la um lugar ensolarado? Ela era um amontoado de medo, de falta de coragem, de sonhos que não lutava para realizar. Ela era um fracasso que só havia começado a aprender a viver por causa dele. As coisas são engraçadas, refletiu. Às vezes, duas pessoas se ajudam sem nem perceber o que estão fazendo. Talvez o universo estivesse errado e eles devessem sim ficar juntos. Talvez só precisassem enfrentar todos os obstáculos para encontrarem um verdadeiro lugar ao sol. De qualquer forma, havia ficado feliz. Na verdade, havia ficado em êxtase por saber que o homem que amava a considerava tanto e era assim tão dependente dela. De fato, ajudava em muito em seu lento aumento de confiança própria.

-Neko-chan... – mordeu o lábio inferior e apertou os cabelos loiros ainda em suas mãos. – Apesar de tudo, você foi realmente a melhor coisa que aconteceu na minha vida, por isso, por favor, não me abandone... – segurou as lágrimas que lutavam insistentemente para caírem – Tenho medo do que pode acontecer comigo caso eu te perca.

Tudo o que recebeu em resposta foi um beijo e um abraço estupidamente apertado. E foi o suficiente para que tudo evaporasse. Quando suas bocas se desgrudaram, ambos se olharam e começaram a gargalhar feito crianças. Por Cristo! Como estavam sendo dramáticos! Parecia que o mundo ia acabar à meia noite. Eles deveriam saber que a fase de se apaixonar era somente alegria, todavia que a verdadeira batalha começava com o relacionamento. Mas o que se esperar de um casal formado por uma mulher sem qualquer experiência no assunto e um homem com as memórias batidas em um liquidificador? Com certeza nenhuma mil e uma maravilhas.

-Será que a gente pode parar com o drama e se divertir um pouquinho? – o loiro disse enquanto se recuperava do ataque de risadas. Hinata apenas confirmou com um aceno de cabeça, empurrando-o do sofá em um golpe surpresa. A azulada gargalhou da feição incrédula e ridiculamente engraçada que o namorado fez, logo depois saiu correndo para o quarto. – Ei, Hina! Isso foi golpe baixo! – berrou o jovem.

-Oras, foi você quem caiu feito saco de batata no chão! – ela gritou de volta. O Uzumaki apenas correu atrás da namorada, nocauteando-a na cama, para então assoprar sua barriga, provocando um som engraçado e risadas histéricas da morena.

-Para, Naruto! Eu tenho cócegas! – ela se contorcia inteira e não conseguia escapar por causa do peso depositado em cima dela.

-Quem é o saco de batata agora? – ele arregaçou as mangas e estralou os dedos, fazendo em seguida a maior pose de pianista profissional. Piscou para Hinata e desceu os dedos em suas costelas, fazendo delas seu piano. Com a boca criava sons engraçados e nada parecidos com aqueles vindos de um piano, estando bem mais para aqueles vindos de uma tuba.

-Ok! Eu me rendo! – a pequena gritou em meio a lágrimas. Sua barriga já queimava de tanto que havia rido e ela não possuía mais nenhuma força.

-Ótimo... Boa garota. – beijou-a de forma divertida em várias partes do corpo, mas foi só a namorada recuperar a vitalidade que escapuliu por baixo de seu corpo, acabando com suas intenções de chegar à terceira base.

-Tenho uma brincadeira muito legal... O que acha de me ajudar a limpar o apartamento? – Hinata disse de uma forma animada, como se fazer a faxina fosse a melhor de todas as brincadeiras. Naruto arqueou uma sobrancelha para ela, não muito crente que aquela era a melhor opção para os dois no momento, no entanto, o olhar esperançoso da azulada o fez se render.

-Só me pergunto como fazer limpeza pode ser divertido... – disse levantando-se da cama e colocando os fios loiros no lugar.

-Eu te mostro.

Hinata abriu um sorriso de orelha a orelha e foi até a sala, onde ligou o rádio em uma frequência bem animada. Depois passou na cozinha e tirou do armário em baixo da pia dois baldes, alguns panos e produtos químicos. O loiro só a observava cheio de desconfiança. Antes de voltar até ele, ela posicionou o cesto de roupa suja perto da porta de entrada.

-Certo, vamos começar, Neko-chan. – sorriu e entregou dois panos para o Uzumaki, que os encarou com uma feição de dúvida.

Ele observou a namorada molhar os panos em produtos e amarrá-los nos pés, então, sem que ele pudesse imaginar, ela começou a deslizar pelo apartamento, recolhendo as roupas jogadas e fazendo cestas com as mesmas. Limpava o chão enquanto dançava e rebolava, provocando-o. Naruto caiu na gargalhada e a copiou. Os dois pareciam duas crianças cantando músicas enquanto escorregavam de um lado para o outro na residência, às vezes de mãos dadas e outras disputando corridas, eventualmente caindo um por cima do outro. Jason, ao notar a bagunça, subiu em cima da geladeira e se deitou. Era como se o felino observasse o casal com uma feição desapontada, como quem diz: “essas crianças travessas”.

Fazer a faxina nunca foi tão divertido. Para tirar o pó, o casal fez uma dança coreografada com os espanadores, uma mistura de dança tradicional japonesa com J-pop. Na hora de organizar as almofadas, rolou uma batalha monumental, com direito a momentos de trocas intensas de olhares e devidas reverências. Se os dois tivessem vassouras, com certeza ocorreria um duelo de espadas.

Era como nada tivesse acontecido. E talvez, fosse essa a intenção, afinal o que é passado deve continuar no passado.

--------------****-----------------

O toque da campanhia surpreendeu todos os residentes. Visitas não eram esperadas, ainda mais naquele domingo tão calmo e silencioso que já começava a chegar ao fim. Mikoto foi abrir a porta, porque a empregada estava terminando o jantar. Assim que viu quem era, seu queixo caiu e ela perdeu a fala por alguns segundos.

-Yamato-san! – disse como se não estivesse acreditando no que seus olhos viam. – Que surpresa agradável! – cumprimentou o homem alto de cabelos castanhos com um beijo na bochecha, retribuindo o sorriso caloroso que ele exibia. Ficou sem ação por alguns segundos, tentando lembrar se estava apresentável. – Ah! Desculpe-me, entre! – Deu espaço para ele passar e olhou rapidamente para o que vestia, ficando feliz por estar razoavelmente bem vestida.

-Peço perdão por aparecer sem aviso prévio, Mikoto-san! – o homem de quase quarenta anos, corpo esbelto e olhar cansado deu um sorriso envergonhado, fazendo uma reverência para expressar suas desculpas. – Mas surgiu um imprevisto que me impediria de vir visitá-los nos próximos dois meses, por isso resolvi adiantar a viagem. Queria ter ligado, mas me esqueci de meu celular de negócios em casa e não tinha o número de vocês. Espero não ter chego num horário ruim... – ele olhou ao redor, mas só constatou a tranquilidade do lugar.

-Não, imagina! Foi em excelente momento, o jantar já está quase pronto! – a senhora Uchiha sorriu cordialmente e iria fazer menção em chamar o marido, mas este se antecedeu, surpreendendo-a com um toque em seu ombro.

-Yamato-san, nós não te esperávamos tão cedo! – Disse estendendo a mão ao visitante, sendo devidamente cumprimentado.

-Sim, eu sei, mas como eu estava dizendo a Mikoto-san, acabei sendo forçado a apressar meus planos. – Fugaku até parecia outra pessoa tentando manter aparências na frente de Yamato, chegava até mesmo a sorrir e tentar algumas piadas de vez em quando.

-Vamos até a sala de visita então. Podemos conversar mais tranquilamente lá, enquanto o jantar não sai. – fez um gesto na direção da sala, dando alguns passos, mas o convidado não o acompanhou, o que fez o Uchiha olhá-lo interrogativamente.

-Desculpe perguntar, Fugaku-san, mas será que a...

-Yamato! – uma voz animada soou em um canto afastado da entrada, fazendo todos olharem para a direção. Yamato abriu um sorriso brilhante e por um minuto seu olhar não pareceu cansado.

-Ay-chan!* - falou em tom duplamente animado, abrindo os braços para jovem dar-lhe um abraço de urso. Ayame correu para os braços do homem e ele ergueu-a em uma enlaço apertado. A morena havia escutado a voz familiar enquanto estava na sala de televisão e ido com Itachi averiguar o que se passava. Sentiu-se iluminar de alegria quando viu o tão querido padrinho por consideração. Os queixos de todos os Uchihas caíram ao chão, principalmente os do namorado e sogro. O primeiro não conseguiu acreditar no sorriso cheio de vida e olhar brilhante de felicidade que Kurumizawa havia mostrado. O segundo ficou pasmo com a intimidade de sua ex-empregada com um homem tão poderoso e influente.

-Você fica cada vez mais bonito, Yamato! – ela disse soltando-se dele. Observou as vestes refinadas, desde os sapatos pretos impecavelmente envernizados ao terno de alta costura. – Por favor, diz para mim que já casou. – ele sorriu um pouco tímido e afirmou com a cabeça, fazendo a jovem agarrá-lo pelo pescoço. – Meus parabéns! Ela é uma mulher de sorte. – Yamato parou de sorrir de repente e colocou um olhar assustador em face, fazendo a pequena se encolher.

-E posso saber por que a senhorita não foi me visitar? Ou não foi em meu casamento? Aquela sua desculpa não colou nem um pouco comigo, viu, Ay-chan! – ele a acusava. Parecia que estavam apenas os dois no local, pois eles não pareciam se lembrar da presença dos Uchihas, que assistiam estupefatos a cena. Ayame riu nervosamente e abanou as mãos no ar.

-Ah, que isso, Yamato. Você sabe que não tinha como eu ir... Mas eu sempre respondo seus e-mails e ligações! – disse com um olhar pedindo por misericórdia, fazendo o padrinho suspirar e trocar o olhar ameaçador por um empolgado.

-Tudo bem. Conversamos sobre isso depois. – a morena engoliu em seco. Nunca sabia como explicar por que não podia fazer certas coisas, já que nunca contara a Yamato sobre Hiruzen. – Então, está feliz? Estão cuidando bem de você? Se não estiverem pode me avisar. – Fugaku engasgou com a própria saliva e Mikoto foi socorrê-lo. – E cadê o famoso Itachi? – olhou para os lados e viu o cabeludo parado um pouco atrás da jovem, com uma feição lotada de incredulidade. – Ah! Deve ser você!  - caminhou até ele estendendo a mão direita. Itachi demorou alguns segundos para raciocinar, mas cumprimentou o homem devidamente. – Está cuidando bem da minha Ay-chan, não é?

-Hã... – pigarreou e se recompôs, retribuindo o sorriso que Yamato mostrava-lhe. – Estou fazendo meu máximo. – sentiu a namorada envolvendo seu braço e olhou para ela, quem sorria boba e alegremente.

-O Itachi é ótimo, Yamato. Depois de você, ele é a melhor pessoa do mundo! Por isso, não precisa fazer a ameaça que eu sei que você estava pensando em fazer. – o padrinho soltou uma gargalhada sonora para depois afagar a cabeça de Kurimizawa.

-Você realmente me conhece, Ay-chan. Vem, preciso conversar com você. Vamos dar uma volta. – ele então olhou para Mikoto, que arregalou os olhos em surpresa e depois sorriu gentilmente. – Que horas sai o jantar?

-Em cerca de meia hora...

-Certo! Vou conversar com a Ay-chan até lá.  Fugaku-san, depois do jantar falamos sobre negócios, tudo bem? Eu realmente acho que é melhor falar dessas coisas com a barriga cheia! – riu e saiu com Ayame pela porta, não dando tempo para o Uchiha respondê-lo.

Fugaku ficou mexendo a boca, como quem quer falar, mas não tem palavras. O poderoso homem de negócios, que deveria estar extremamente preocupado em cuidar de seus acordos com a Uchiha co., havia acabado de trocá-lo por uma ninguém. Ele não conseguia digerir o que acabara de ver. Havia ficado totalmente esquecido. Foi como se o mundialmente conhecido Uchiha Fugaku não existisse! Pensava. O que a namorada de seu filho poderia ter tido com o Yamato? Não conseguia encontrar nenhuma explicação plausível para o homem preocupar-se total e inteiramente com a tal de Ayame. Ele havia vindo até sua casa para vê-lo, certo? Ou será que não? Seus pensamentos espiralavam confusos e podia sentir o sangue ferver. Teve que respirar profundamente três vezes. Não podia acreditar que seria forçado a fingir que gostava daquela garota apenas para não arriscar o importante contrato que tinha, porque entendera perfeitamente o que Yamato quisera dizer com “se não estiverem pode me avisar”. Sua ex-empregada podia arruinar sua vida com um único pedido! Bufou e bateu o pé no chão, murmurando algo como “me chame para jantar” a esposa enquanto saía irritadiço de volta ao escritório.

Itachi havia paralisado com a sobrancelha arqueada. Um único pensamento reverberava em sua cabeça: “Ela estava feliz”. Finalmente pudera ver a Ayame de verdade, pois sabia que aquele modo sorridente e animado era a essência da namorada. Ficou com uma vontade incontrolável de espiar a morena e descobrir sobre o que ela e o Yamato falariam, mas não era esse tipo de pessoa. Esfregou a mão no rosto e voltou para a sala ainda um pouco atordoado. A cena havia sido muito surreal, tanto que ele não conseguira nem rir da feição do pai durante o acontecimento.

-Vai entender. – Mikoto olhou para os dois lados, nos quais o filho e o marido haviam sumido, e deu de ombros, voltando para a cozinha com a finalidade de assessorar a empregada.

[*Quando Yamato fala Ay-chan ele está fazendo um trocadilho com Ai-chan. Ai seria amor, então ele estaria se referindo a Ayame como “amorzinho”]


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Notas finais do capítulo

E aaaaí?
Estou perdoada pela demora?
Espero que sim *.*

Bem está aí.
Naruto e Hinata finalmente se entenderam de vez. Acabou o drama! ou será que não? hum :x

E aí está a aparição do Yamato! Gostaram? Fugaku ficou com a cara no chão hsaduiashduiashdiuash'
Como eu disse, os acontecimentos do domingo ainda não acabaram, os proximos capítulos ainda terão muita coisa para rolar! muhaha'

Bem, vou soltar um spoiler de mangá aqui então...

*
*
*
OMG, Sasuke seguiu a vontade do Itachi AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, entrei em combustão , por que eu JURAVA que ele ia me decepcionar mais uma vez, mas não, as coisas deram certo!
Estou mtmtmtmtmtmtmtmt feliz.
ALELUUIA SASUKETE!


Bom, o próximo demora um pouco ainda, mas vou me esforçar, juro u.u

Reviewem-me! ♥
Love ya'all!

XOXO



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