Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 33
Pequenos Detalhes


Notas iniciais do capítulo

#XATIAADA. T^T

Poxa, recebi tãoooo poucos comentários no capítulo anterior. Acho que quase ninguém estava com saudade da minha querida fic no final D: Me esforcei tanto para parir minha inspiração e fazer meus dedos trabalharem e... buabua, snifsnif

De qualquer forma eu ainda amos meus leitores, por isso me esforcei para escrever o capítulo com mais rapidez u.u

Espero que neste tenha um pouco mais de reviews Ç.Ç

Eu tomei starbucks hoje, então estou desperta xD Por isso consegui terminar o capítulo ~deveria receber por esse merchan. haha

Vamos ao capítulo.

Enjoy :}



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Os últimos raios solares se despediam e o sol ia gradativamente desaparecendo no horizonte. Aproveitando a brisa ainda suave e agradável, Ayame e Yamato caminhavam pelo jardim bem cuidado da residência Uchiha. A jovem sempre se sentia confortável na presença do padrinho, afinal ele era um homem abençoado com o dom da conversação. Sempre carinhoso e engraçado, o empresário a havia conquistado simplesmente por aceitá-la como uma filha sem nem ao menos se importar com todos os seus mistérios. Antes de Itachi, seu padrinho era seu único porto-seguro.

-Então, conte-me tudo nos mínimos detalhes! Seus e-mails foram muito vagos. - disse passando um braço em volta do pescoço de Ayame, chacoalhando-a cheio de empolgação.

-Bom... Podemos dizer que foi tudo uma loucura... – ela suspirou e sentiu um arrepio apenas por lembrar todos os acontecimentos passados. – Eu comecei a trabalhar aqui como empregada e o Itachi tinha uma namorada...

-Meu Deus... Você é uma destruidora de lares! – Yamato fez uma expressão de incredulidade muito falsa e hilária, fazendo com que Kurumizawa torcesse o nariz e depositasse um tapa em seu braço.

-Claro que não! – ambos riram e o homem despenteou a pequena, irritando-a ainda mais. – De qualquer forma, eu definitivamente me senti atraída por ele, porque o Itachi é bem... – ela começou a fazer gestos desconexos com as mãos, fazendo com que o padrinho risse ainda mais à sua custa. – Ah, você sabe! Mas eu não tentei nada, mesmo ele sendo incrivelmente gentil. Só que um dia ele pegou o irmão na cama com a namorada dele e as coisas acontecerem entre nós dois... – deu de ombros. – Depois disso começamos a namorar escondido, mas com algumas complicações, em que ele acabou ferido e eu quebrei uma costela, fomos forçados a revelar para Mikoto e Fugaku. Meu sogro não gostou muito não... – suspirou pesadamente e torceu para que o empresário se concentrasse em sua última sentença e não na informação do osso quebrado.

Yamato a analisou minuciosamente por alguns segundos. Ele sabia que Ayame nunca explicaria como havia quebrado a costela ou quais eram as complicações que enfrentara, pois ela sempre fugia dos assuntos delicados. Era muito bom em ler pessoas e se atentar a pequenos detalhes, por isso imaginava certas coisas a respeito da afilhada, contudo sabia que ela não queria ser ajudada e respeitava os limites impostos, ainda que tentasse ultrapassá-los discretamente por vezes.

-Fugaku-san não te tratou bem? – usou um tom indignado – Como pôde me deixar fazer um contrato com tal homem? – gesticulava de forma exagerada, como se estivesse interpretando uma cena muito dramática, fazendo a jovem gargalhar. – Diga-me agora com que palavras aquele homem te ofendeu para que eu possa julgá-lo e então puni-lo de acordo com as leis de Yamato! – então ele lançou um olhar extremamente ameaçador para qualquer coisa a sua frente. Kurumizawa já sentia a costela doer por não conseguir parar de rir.

-E quais seriam essas leis? – indagou entre risos entrecortados com tentativas de recuperação do fôlego.

-São umas leis inspiradas no código de Hamurabi.* – deu de ombros. A pequena arqueou uma sobrancelha e conseguiu finalmente estabilizar a respiração.

-Pode colocar seu lado maligno para dormir Yamato, meu sogro só teve um pequeno problema para aceitar minha descendência social. – abanou a mão no ar. Seu olhar repentinamente ficou tristonho.  – Não que ele esteja muito errado, afinal o Itachi é realmente de mais para mim... Acho que eu realmente não o mereço. – ela deu uma risada forçada, coçando a nuca timidamente. Surpreendeu-se por completo quando levou uma palmada colossal no meio da testa.

-Pode ir parando por aí, Ay-chan! – a pequena se encolhia com as mãos sobre a fronte latejante enquanto o padrinho apontava para ela acusadoramente. – Você sempre foi assim e realmente já está na hora de parar! Eu devo minha vida a você e mais um monte de outras pessoas devem coisas a você, por isso pare de se diminuir. – ele cruzou os braços e desviou o olhar, tentando não se comover com o olhar de piedade de Kurumizawa – Você não é a vítima, você é a heroína! É a mulher forte que enfrenta tudo com coragem! Se você quer saber, provavelmente é o Itachi que não te merece e ele deve saber disso. – deu de ombros, ignorando complemente a feição abismada de Ayame. – Eu sei que você não quer me contar seus sofrimentos do passado, mas eu tenho certeza que nenhum deles é capaz de retirar o seu valor. Por isso pare de drama e aproveite a oportunidade que a vida está te dando para ser feliz. – o empresário depositou a mão na cabeça da jovem e afagou-a paternalmente, sorrindo com ternura.

A pequena apenas envolveu a cintura de Yamato em um abraço apertado. Ele tinha a capacidade de sempre estar certo e atingi-la nos principais pontos fracos. Estava até se sentindo envergonhada, porque de fato estava presa ao passado. Seus medos já não eram mais justificáveis e ela própria havia derrotado o vilão de sua história. Realmente não era a vítima. Todos, exceto ela, haviam reconhecido seu valor. Respirou fundo e desfez o enlaço, sorrindo para o padrinho. Como era de costume, ele havia colocado senso em sua cabeça. Estava na hora de seguir em frente.

-Tem razão, pois... – afirmou, olhando com cumplicidade para o padrinho.

-Nem o sol é páreo para meu brilho! – gritaram em uníssono, batendo palma em frente ao rosto para depois descer as mãos lentamente em movimento trêmulo. Esse era o lema de vida do empresário. Compartilharam algumas risadas em seguida.

-Mas me conte da sua esposa! – Kurumizawa mudou de assunto drasticamente, dando um pulo na frente de Yamato, que sorriu de forma acanhada, coçando a bochecha.

-Ela dá aula de química em uma excelente universidade. É inteligente e linda... Sou um homem de sorte. – relatou cheio de orgulho. A afilhada sorriu de forma brilhante e deu uma cutucada nele com o cotovelo, incentivando-o a contar mais detalhes. – Ela é ótima, sabe? Quase tão maluca e desbocada quanto eu! – ele gargalhou ao se lembrar de momentos com a esposa. – Você precisa ver, parece que mora uma família de cinquenta pessoas em nossa casa e não apenas nós dois!

-Por falar em família, vocês não estão pensando em filhos ainda? – Ayame perguntou sutilmente e pode perceber o empresário corar e rir nervosamente, tentando claramente encontrar um modo de fugir do assunto. Ela olhou-o cheia de suspeitas, afinal ele nunca era evasivo. – Yamato... O que você está me escondendo? – cruzou os braços, embicando os lábios.

-Err... Bem... Sabe o que é... – vasculhou todo o cérebro tentando encontrar uma escapatória, porém não encontrou alguma, suspirando entregue. – Bom, Ay-chan, essa semana eu descobri que ela está grávida de um mês... – mal terminou de falar e levou um beliscão no braço. – Ai! – reclamou de dor, esfregando o local atingido.

-Como é que você não me contou algo do tipo no mesmo instante? – indagou, fingindo estar extremamente ofendida. Recebeu um afago nos cabelos e um abraço apertado nos ombros.

-Desculpe-me por isso, mas queria te contar só quando nascesse assim conseguiria te forçar a ir me visitar... – olhou de canto de olho para a morena, mostrando-lhe um sorriso terno - Já que você vai ser a madrinha. - Os olhos de Ayame se iluminaram com a notícia e um sorriso arrebatador tomou forma em seus lábios.

-Yamato, nossa! Obrigada! Mas sua esposa não vai se importar? Como é o nome dela mesmo?

-É Zoe. E não, ela não se importa, já conversamos a respeito. Ela prefere mesmo escolher o padrinho... – o homem deu de ombros e apertou o nariz da pequena em seguida. Kurumizawa estava em um mundo brilhante e lindo. Amava crianças e havia ficado lisonjeada com o voto de confiança.

-Eu vou mimar muito seu filho ou filha! – ambos riram e logo após deixaram o silêncio se fazer presente por alguns momentos.

-E como foi que você quebrou uma costela? – Yamato indagou de súbito e a jovem estacou imediatamente. – Por falar nisso, você já se recuperou?

-Estou quase cem por cento... – não sabia o que falava. Realmente achava que o padrinho havia se esquecido do pequeno detalhe. Tinha certeza que estava suando mesmo com o vento gelado batendo em seu rosto. – Foi um acidente bobo... Eu...

-Yamato-san, Ayame-chan! O Jantar está sendo servido! – Mikoto gritou de uma janela e Ayame quase soltou um “graças a Deus”. Havia sido salva pelo gongo.

--------------***----------------

Estavam jogados na cama. Hinata estava deitada devidamente, com a cabeça no travesseiro, enquanto o namorado estava atravessado, fazendo sua barriga de travesseiro e deixando metade das pernas balançando para fora do colchão. Jason fazia o abdômen de Naruto de cama sem qualquer acanhamento. O casal havia limpado o apartamento até o horário do almoço e acabaram muito cansados após a atividade, ficando desmaiados no chão da sala até às duas da tarde, horário em que acordaram com o estômago rugindo de fome. A Hyuuga cozinhou uma bela macarronada mesmo com o Uzumaki atrapalhando-a de inúmeras formas. Beijos no pescoço, penteados malucos em seus cabelos, danças sensuais ao som de algum cantor japonês, imitações de pessoas famosas... Quase queimara o dedo por causa dessas pequenas distrações.

Depois de almoçarem na hora do lanche da tarde, viram a um filme muito hilário e acabaram com um balde de pipoca doce, pois nenhum dos dois gostava da salgada. Hinata sempre entrara em conflito com Sasuke por causa disso, já que o Uchiha não gostava de coisas doces, por isso era ótimo não ter que decidir o sabor por meio de pedra, papel e tesoura.

Os dois riram tanto em um só dia que suas barrigas doíam como se eles tivessem feito duzentos abdominais, de tal modo que se jogaram na cama e decidiram vegetar por algumas horas. Naruto mexia nos bigodes do gato, que milagrosamente não parecia se importar. Ao se cansar, achava o rabo peludo um excelente entretenimento também. A namorada aproveitou o momento de ócio para colocar a leitura em dia, afinal só restavam três capítulos para ela terminar “A menina que roubava livros”.

-Hina, eu vou dormir aqui, tudo bem? – o loiro cortou o tão aconchegante silêncio, fazendo com que a dona da residência desviasse os olhos perolados das folhas para ele.

-Tudo bem. Não precisa nem perguntar essas coisas, Neko-chan. – sorriu ternamente para ele e retornou à leitura.

-É que eu não quero dormir em casa, porque deve estar a maior euforia por lá...  – comentou, tentando iniciar uma conversa. Tinha certeza que a mãe ligara mais de vinte vezes para ele, mas seu celular estava no silencioso e jogado em algum canto do pequeno apartamento. Não queria ser lembrado de que havia demorado tanto para se decidir a ponto de tornar o fato algo digno de festa. Revirou os olhos com o pensamento.

-Euforia devido a quê? – a pequena perguntou sem muito interesse, apenas para ser educada, já que toda sua atenção estava sendo dedicada ao livro.

-Eu entreguei minha aplicação para a faculdade para o meu pai... Aproveitei que ele estava meio perdido por ter acabado de acordar e fugi. Minha família costuma fazer festa por nada... – suspirou cansado, irritando Jason ao pegar em suas patas dianteiras. A azulada encerrou a leitura, pois percebeu que o amado havia cansado de ficar sem fazer nada. Ele até que tinha aguentado por tempo recorde.

-Você deveria ficar feliz que seus pais são animados assim... Pelo menos é algo incentivador. – deu de ombros e começou a brincar com algumas mechas loiras.

-Não é que eu não goste, mas eles exageram. Quando eu era criança, até que era divertido, mas depois começou a ser um pouco constrangedor... – ele coçou a bochecha. Viu a namorada arquear a sobrancelha, evidentemente querendo uma definição para constrangedor. – Sabe, não é bem constrangedor. É só invasivo. Eles fazem perguntas muito íntimas e comentários sem pudor algum. Eles exageram na sinceridade entre família... – engoliu em seco e ouviu a risada sonora e suave de Hinata.

-Realmente, sua família não faz muito rodeios quando o assunto é fazer perguntas. – lembrava-se de como havia sido interrogada por Kushina no início do relacionamento.

-É, você bem sabe. É por isso que quero deixar a euforia deles passar um pouco, assim eu posso lidar melhor com a situação. – riu e então outro tópico estralou em sua cabeça de repente. – Hina, como vai ser na nossa família?

A Hyuuga quase engasgou com a pergunta repentina. Ele já estava pensando em família? Indagou mentalmente. Estavam juntos há tão pouco tempo e eram relativamente jovens, ainda possuíam tempo o suficiente para pensar nesse tipo de coisa, ela imaginava. Não que não quisesse uma família com Naruto, só achava que não estava preparada para isso em um futuro próximo. Tinha muitas coisas para aprender, mudar e principalmente tinha muito que amadurecer. E era óbvio que o loiro precisava passar pelo mesmo processo. Soltou um longo murmúrio, tentando decidir o que responder.

-Não sei, Neko-chan... Não tem como adivinhar essas coisas.

-Mas dá para planejar! – ele havia ficado animado de um minuto para o outro. A jovem franziu o cenho e estava muito tentada a voltar a ler.

-Mas nada nunca sai como o planejado. Eu realmente acho que planejar dá azar. – deu de ombros.

-Para de ser tão negativa, Hina! – protestou o Uzumaki. Ele achava divertido planejar a própria vida. Já pensara em fazer um daqueles livros em que a pessoa descreve todas suas metas para o futuro, mas era preguiçoso de mais. – Se você não quer planejar, eu faço isso para você! – sorriu abertamente.

-Certo. Vamos ouvir então.

-Nós vamos namorar por cinco anos, enquanto eu faço faculdade. Depois de um ano de namoro nós vamos mudar para um lugar só nosso. Na minha formatura, eu vou dar um jeito de ser o orador e então vou te surpreender com um pedido público e muito romântico de casamento!

-Você sabe que você acabou de acabar com a surpresa, não é? – a morena gargalhou. Havia conseguido encontrar o homem mais cabeça oca da face da Terra. Ele apenas sorriu amarelo e apertou sua cintura, fazendo-a se contorcer levemente.

-Até lá você já vai ter esquecido!

-Não duvide de minha memória, afinal eu sou uma bibliotecária. – A feição de Naruto mudou drasticamente, como se ele percebesse a gafe cometida. Ele riu de forma nervosa e apenas torceu para que amada esquecesse, porque realmente queria pedi-la em casamento quando se formasse.

-Vamos passar essa parte então. Obviamente você vai dizer sim... – ignorou o “ei!” da pequena e continuou com o planejamento. – Então enquanto eu faço minha carreira profissional assessorado pelo meu pai, você e minha mãe vão planejar o casamento. Vai ser uma cerimônia ao ar livre e bem íntima, sem contar que vai ser sob a luz de uma lua cheia. – ele falava como se houvesse visto todo o futuro em uma bola de cristal. Hinata apenas balançava a cabeça com um sorriso em face, não acreditando no que ouvia.

-E se eu quiser casar em uma igreja? – indagou. Adorava ver a feição do namorado diante de complicações e conflitos em seus planos. Ele fez uma careta e pareceu lutar para pensar em uma saída. Acabou bufando e cruzando os braços.

-Tenho certeza que você vai querer um casamento ao ar livre! Enfim, nós vamos nos mudar para uma casa em um bairro afastado, com um quintal bem grande e um jardim bem bonito! O lugar não vai ser nem muito grande ou muito pequeno, vai ser aconchegante. Nós dois e nosso casal de filhos... – foi interrompido.

-Ei, eu só quero um filho. – pontuou. O loiro abriu a boca. Havia ficado indignado.

-Ele vai ser muito solitário! Além disso, se tivermos um casal não vamos ter discussões desnecessárias. – argumentou, sentindo-se o especialista nos fatos. Hinata arqueou uma sobrancelha.

-Você poderia expor quais seriam essas discussões desnecessárias a serem evitadas?

-Já começa pelo nome. Se tivermos um casal eu posso nomear um e você outro. Depois não precisamos discutir se vai ser ballet ou karatê, e coisas parecidas. Além disso, a menina vai se apegar a você e o menino a mim, assim nenhum dos dois se sente rejeitado! – ele sorria de forma convencida, como se a amada não pudesse rebater sua lógica impecável.

-Vamos deixar a loteria dos espermatozoides decidir isso... – finalizou. O Uzumaki apenas revirou os olhos. Hinata estava decidida a não engravidar mais que uma vez, mas não precisava começar a debater sobre o assunto com o companheiro naquele momento. Afinal, ela tinha quase certeza que as coisas não aconteceriam da forma planejada, pois elas nunca aconteciam.

-De qualquer forma, nós vamos ser uma família feliz. Eu vou me tornar bem-sucedido e você não vai precisar nem trabalhar. Vai poder ficar em casa cuidando das crianças... – A azulada corrigiu mentalmente para “da criança” – E do nosso gato Fred.

-Fred? – Perguntou de forma surpresa, até se esquecendo de protestar a respeito de não ter que trabalhar.

-Sim, depois de Jason vem o Freddy Krueger. – disse como se fosse algo ridiculamente óbvio.

-E quanto ao Jason? – a morena estava confusa. Não poderia levar seu querido gato com ela? Isso já era absurdo.

-Até lá não acredito que o Jason ainda vai estar vivo...

Hinata deixou o queixo cair e olhou chocada para o namorado. O gato miou revoltadamente e deu uma rabada no rosto de Naruto, saindo do quarto em um andar orgulhoso e aristocrático. O jovem levou um cascudo da dona do animal na cabeça. Ela então levantou da cama, murmurando a respeito de fazer alguma coisa para comer.

-O que eu fiz?

-Não fez nada, Neko-chan... Só feriu os sentimentos do Jason. Ele é muito esperto, sabia? – suspirou pesadamente. – Eu realmente acho que nós vamos ter sérias divergências no futuro... – o namorado fez um bico para ela, o qual ela desmanchou com um beijo. – Por isso eu digo: Um dia de cada vez.

O Uzumaki apenas deu de ombros e levantou da cama, envolvendo-lhe a cintura. Sempre pensara que mulheres gostassem de planejar o futuro, porém deveria saber que sua amada seria diferente. Era provavelmente por isso que a amava. Beijou-a de forma apaixonada e só conseguiu pensar em como o dia estava sendo perfeito.

Só tinha uma difícil missão pela frente: conseguir o perdão de Jason.

----------------***----------------

Todos estavam sentados à mesa. A farta refeição estava servida e os presentes já se preparavam para começar a comer. Fugaku olhou diversas vezes de Ayame para Yamato. Ele estava intrigado, curioso e irritado ao mesmo tempo, por isso não perderia a oportunidade de iniciar um discreto interrogatório.

-Então, Yamato-san, como você e Ayame se conheceram? – perguntou casualmente, fazendo com que a esposa arregalasse os olhos em espanto. Ela só orava para que o marido não falasse o que não devia e acabasse ofendendo o importante homem. O empresário apenas sorriu e olhou para a afilhada com cumplicidade.

-Ela salvou minha vida. – falou, colocando um pouco de comida na boca em seguida.

-É mesmo? E como foi que tudo aconteceu? Se não importar que eu pergunte, é claro. – o senhor Uchiha deu uma risada um pouco forçada e falsa e recebeu um olhar de desprezo do filho, quem apertou a mão da namorada tentando dizer-lhe silenciosamente que tudo correria bem.

-Não me importo, na verdade adoro contar essa história, ainda mais para pessoas que não possuem um julgamento muito bom de minha querida Ay-chan. – ele piscou para Kurumizawa, quem segurou uma gargalhada quando viu a palidez no rosto de Fugaku assim que ele ouviu a direta insinuação. Já Itachi não se importou com a discrição e riu suavemente, deixando o pai vermelho de irritação. – De qualquer forma, foi há alguns anos, em uma época em que eu não tomava tanto cuidado legal para oficializar acordos. – deu de ombros e mastigou mais um pouco. Queria ver aquele orgulhoso homem beijando os pés de sua afilhada ao final da noite, pois enquanto ele vivesse ninguém pensaria mal de Ayame. – Eu possuía um terreno muito favorável à criação de uma indústria e um grupo pequeno apareceu com o dinheiro necessário para comprá-lo. Eu obviamente desconfiei de tanto dinheiro à vista, mas resolvi ignorar e finalizei a venda. Esse foi o meu maior erro. – ele riu. Todos ouviam atentamente ao seu relato, o qual ele contava de forma descontraída e tranquila. – Acabou que aquele dinheiro havia sido emprestado de um grupo de traficantes. – fez uma careta e um gesto indicando como havia feito besteira, provocando as risadas dos presentes. – E lá estava eu uma noite, havia saído de uma reunião e ia caminhando para o estacionamento quando fui abordado por um homem que apontou uma arma para minha cintura e me guiou para uma viela escura.

-Minha nossa, Yamato-san! Que coisa horrível! – Mikoto comentou. Não conseguia nem imaginar quão traumatizante havia sido a experiência.

-Verdade, mas fui eu quem arrumou para minha cabeça.  – Yamato bebeu uns goles de saquê e se acomodou melhor na cadeira. – Bem, resumindo uma longa história, eles queriam o dinheiro, mas eu não tinha como devolver, pois já havia investido em outra coisa. A quantia já havia virado papel e eles simplesmente não entendiam isso. O líder se irritou e achou que se eu apanhasse bastante conseguiria vomitar os dólares desejados. – mesmo sendo uma situação tensa a relatada, o empresário conseguia provocar risos com suas ironias e expressões. – Quando pensei que perderia a consciência, vi um pequeno vulto que simplesmente colocou quatro homens gigantes para dormir com voadoras e socos dignos do Jet Li. – Ayame riu e, com as bochechas coradas, escondeu o rosto no braço do namorado.

-A pequena Ayame-chan derrubou quatro homens sozinha? – a senhora Uchiha indagou pasma, afinal a nora parecia tão frágil e delicada. Definitivamente não conseguia imaginar a ex-empregada lutando.

-Eu não duvido disso. Naquela vez em que você me mandou acompanhá-la ao mercado, ela deu uma voadora absurda em um ladrão. Em um segundo ela estava ao meu lado, no outro estava imobilizando um homem! – Itachi adicionou, fazendo o padrinho da moça gargalhar enquanto ela cobria o rosto com as mãos. Fugaku estava com o nariz torcido e conteve-se para não falar coisas ofensivas e assassinar seu contrato.

-Ay-chan é um pequeno furacão. Ela cuidou do grupo, chamou a polícia e me acompanhou na ambulância até o hospital. Quando acordei, nós conversamos e nos demos otimamente bem, depois disso eu nunca mais saí de seu pé. – Yamato finalizou a história e olhou analiticamente para o chefe da família, com uma feição que instigava um comentário do mesmo.

-Só me pergunto o que uma jovem fazia em um lugar como uma viela escura tarde da noite... – o comentário veio e a tensão entre os olhares trocados por Fugaku e Yamato era quase palpável.

-Acho que o fato importante é que ela se arriscou para ajudar uma pessoa desconhecida quando podia ter simplesmente ligado para a polícia, o que provavelmente teria causado a minha morte. – sorriu sugestivamente para o outro homem e depois olhou para Itachi. – Não concorda comigo Itachi-san? – o jovem sorriu, olhou de forma carinhosa para namorada e apertou a mão dela sob a sua.

-Eu já perdi as contas de quantas vezes Ayame me salvou...

-Pare de exagerar, Itachi. Não foi assim tantas vezes. – a pequena murmurou toda envergonhada.

-Ay-chan, pega! – o padrinho disse de repente em um tom alto e quando ela olhou para ele, apenas viu um pedaço de salmão voando em sua direção. Sem pensar abriu a boca e pegou-o no ar. – Viu, isso é o que eu chamo de reflexos!

-Yamato! – repreendeu – Não estamos na sua casa para você ficar brincando de me jogar comida! – ela havia conseguido ficar ainda mais vermelha. Mikoto e o filho riam e se divertiam com o desenvolvimento do jantar, já o Uchiha cabeça-dura estava prestes a agir como uma criança birrenta que não está ganhando atenção. Desde quando a “ninguém” havia se tornado o centro das atenções? Era o que ele se perguntava.

-Então, Yamato-san, você chegou a ver o arquivo que te mandei a respeito dos lucros já conseguidos? – tentou desesperadamente mudar de assunto. O empresário arqueou uma sobrancelha para ele.

-Cheguei a ver sim... – e então o ignorou completamente, voltando à atenção ao Uchiha mais novo – Eu ouvi muito a seu respeito Itachi-san, inclusive fiquei impressionado com seu trabalho na empresa Uchiha, afinal eu sempre faço minhas pesquisas antes de fechar um acordo... – riu, tanto do que falava quanto da feição perplexa de Fugaku captada por sua visão periférica. - Eu estou precisando de alguém para administrar parte de meus negócios, porque agora que estou montando uma família não tenho mais todo o tempo hábil de antes. O que acha da proposta?

As reações foram as seguintes: Mikoto parou a mão com comida no meio do caminho, Ayame se engasgou com saquê e quase cuspiu tudo o que havia bebido, Itachi deixou o queixo cair e ficou sem palavras e Fugaku quase caiu da cadeira devido ao pulo de surpresa que deu. Yamato apenas sorria com uma falta de vergonha inacreditável.

-Eu... Eu...  – o jovem não sabia o que responder. Na verdade, era a oportunidade que queria. Ficaria longe de todo o estresse da Uchiha Co. e poderia se mudar para um lugar só dele e da namorada. Ficar longe do irmão era a única desvantagem, porém Sasuke se mudaria para Tóquio, então não faria muita diferença. Pigarreou e retomou a postura. – Eu fico realmente lisonjeado pela oportunidade e pode ter certeza que a proposta é de meu interesse.

-Ótimo, vamos conversar sobre isso amanhã! – o empresário sorriu e deu uma piscadela para a afilhada, quem o olhou como se falasse “Seu maligno cheio de tramoias”. O chefe de família estava tão pálido que era quase visível a saída do espírito de seu corpo. – Espero que você não se importe que eu roube seu prodígio, Fugaku-san. Esse é o único jeito de eu ter minha Ay-chan de volta. Um alívio para você, não? – Mikoto sentiu um arrepio de preocupação subir sua espinha e agradeceu aos céus quando o marido apenas sorriu resignado.

O jantar se seguiu em uma conversa agradável e cheia de risadas, da qual o Uchiha mais velho quase não participou, algo que o afetou completamente. Talvez, ser um homem poderoso não significasse que todos possuíam respeito por sua pessoa, mesmo que demonstrassem quando falavam com ele. Ele se entristeceu ao ver que era ótimo em uma reunião de negócios, mas péssimo em um jantar em família. Yamato parecia ser o líder de sua casa mais que si próprio. Sua esposa deveria estar certa esse tempo todo.

[*Código de Hamurabi – conjunto de leis baseadas na lei central: “olho por olho, dente por dente”. Se um ladrão roubasse, sua mão seria cortada. E assim por diante.]


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Notas finais do capítulo

E entãaaaaao? Gostaram?

Yamato is fucking awesome! xD

E o Jason também ficou #xatiado nesse capítulo ahsdiuhasidhasidh' Naruto, seu insensível!

Não tenho muito papo hoje, anyway .u.u

O proximo capítulo está demasiadamente tenso, só uma palavra para vocês : KARIN.
HASIUDHASIDHAISUDHAISDH xD
O título do prox é " Surpresas" :oo

Vai ser um cap realmente dificil de escrever então eu vou demorar uns dias ai... Vou me esforçar, juro :x

É isso.
REVIEWEM-ME! ♥♥♥♥


XOXO



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