Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 5
Você mentiu


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo...
Novas coisas neste aqui... Espero que gostem. Delena está só no começo, acreditem....
Boa leitura!



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-O que você está fazendo? – pergunta Damon afastando seu corpo do de Elena.

-Você me beijou de  volta. – ela se defende.

-Você me agarrou. – ele quase grita.

-Perdão por isto, não sei o que me deu. – ele dá as costas, a tenda ainda está escura. Damon sai do lugar e Elena o segue.

-Não devia ter acontecido, eu toquei em você. – Elena o encara e é como se ela acabasse de descobrir algo importante. – O que? – Damon rosna aborrecido, por que do nada a mulher o olha com dor.

-Está preocupado com o fato de ter de me desposar? – ele engole. – Não se preocupe com isso amum. Sou uma ex melim, não sou uma mulher solteira comum, também não sou uma concubina, sou apenas uma errante, desvirtuada de seus deveres. Um príncipe do Egito não tem nenhuma obrigação comigo, nem nenhum homem. Elijah me tocou de forma mais ofensiva que um beijo, embora ele não me tenha feito sua e nem por isto estou atrás dele por minha honra.

-Não deveria ter acontecido. – ele volta a responder, desta vez sua voz está muito baixa. – Não quis ofender você com minha reação, apenas me desviei de minha promessa... – ele hesita.

-Que promessa?

-Levar você até meu pai. Para meu irmão. – Elena franze o cenho.

-Seu irmão?

-O faraó acredita que... Bem, você saberá em breve.

-O que eu saberei em breve medjay?

-Não gosto quando me chama assim. – ele avança contra ela e de alguma forma hesita, encarando o olhar assustado e confuso de Elena.

-Vamos esquecer  o que houve naquela tenda. Eu mesma não sei explicar. Pareceu que era natural. Que eu... – ela para, engole e Damon a olha intrigado.

-Que você?

-Que eu já tinha feito antes. Muitas vezes. Que estava apenas, voltando pra casa. – Damon a olha e está perdido – Ignore tudo isto. Podemos voltar a Badari amanhã como você quer, estou bem. – ela dá meia volta, mas Damon a segura pelo braço e é um choque. – Medjay... – ela suplica, o olhar de Damon dentro do seu, ela sente sua respiração e está levemente pressionada contra o peito dele.

-Quando lhe beijei de volta... foi estranho... Eu vi... Senti u a coisa.

-O que?

-Que você era minha. – ele diz. Elena o encara perdida. – Minha mulher. Me vi te abraçando e vi você chorar, havia sangue na sua roupa. Você fez isso? Colocou a visão em minha mente? – Elena apenas nega atordoada. – O que foi isso?

-Eu não sei... – ofega Elena.As mãos de Damon vagam até a cintura da mulher a sua frente, ele a envolve e a traz para mais perto de si.

-Por que quero repetir? – ele pergunta, suas faces quase coladas. – Foi como sentir um perfume novo, mas familiar, que me trouxe algo de volta e agora só penso que preciso sentir a fragrância outra vez. Um frenesi, e você está tão perto... – ele se inclina, desta vez Elena desvia, se afastando e baixando a cabeça.

-Sabemos que isto não nos leva a nada e estamos no meio de seu acampamento. Até amanhã. – ela o deixa sozinho. Damon leva as mãos a cabeça e sorri amargamente encarando o céu carregado de estrelas.

-Eu só posso estar enlouquecendo. – ele sai Oasis a dentro e não regressa até a manhã seguinte. Elena passou a noite encarando a entrada da tenda, mas não o viu regressar. E quase ao amanhecer o sono a pegou.

...

Na manhã seguinte já estávamos prontos para voltar a Badari. Foi mais uma longa viagem e logo avistamos Badari a nossa frente. Ao atravessarmos os portais da cidade ainda é possível ver sinais do ataque hicso, mas todos seguem se recuperando. Encontramos nossa comitiva e Rebekah avança contra Damon assim que pode. De algum modo estou me remexendo em meu cavalo.

-Mei enaium. Estava apreensiva. Ela o abraça e Damon engole, mas não retribui. Quando ela se afasta ele sorri.

-Estaremos voltando para o palácio amanhã pela manhã. Logo estaremos em casa. – ela apenas sorri e o reverencia. Ela corre até o irmão e o abraça.

-Estava temendo que não voltassem mais. – ela diz.

-Bem, sempre voltamos. – fala esnobe.

-Elena! – é a voz de Meredith, vindo até mim. Desço do cavalo e recebo seu abraço.

-Como está tudo aqui?

-Ficamos tão assustadas, no fim da batalha nos demos conta que nem você nem o príncipe estavam e depois os soldados foram embora sob as ordens do general. Só pudemos esperar. Que bom que está bem. Não se feriu.

-Sim estou bem. Há algo que eu possa fazer? Como estão todos?

-Perdemos alguns soldados, há alguns feridos em recuperação. Estou terminando tudo e deixando instruções com algumas mulheres. Já estaremos de partida pela manhã, ao que soube.

-Me leve até eles, quero ajudar. – assim ela faz, passo por Damon que apenas me observa de longe. Rebekah ainda está ao seu lado e lhe oferece uvas e vinho. Me afasto com Meredith e logo estamos em um conjunto de tendas, Bonnie e mais algumas mulheres da comitiva ajudam como podem e logo também começo a ajudar. Dando água fazendo orações. Me sinto culpada por todo o cenário a nossa volta. Depois de horas naquele lugar vejo Damon entrar nas tendas, ele rola o olhar pelo lugar e encontra o meu e se aproxima de imediato.

-O que está fazendo aqui? – seu tom é rígido. O que fiz agora?

-Estou ajudando estas pessoas, qual o seu problema?

-Bem, eu não sou um dos mais crentes, mas tive tempo de perceber seus métodos de ajuda e bem, não quero que fique doente outra vez.

-Preocupado comigo medjay. Isso é novo

-Não seja insolente. Ainda não descansou viajamos longamente e sem nenhum descanso. Não quero voltar a ter a visão horrenda de seu corpo sangrando. – minha boca abre.

-Disse que sangrei?

-Sim, então acho bom deixar a Mary fazer o que ela faz de melhor. Cuidar de pessoas. Ela tem feito isso bem sem você.

Suspiro vencida, ele não vai me deixar ficar. Olho para Meredith que entende de cara e acena que não há problema. Me ergo do chão onde estava sentada e de repente sinto todo o meu corpo pesado, pesado demais, Minhas pernas tremem. Respiro fundo e saio da tenda seguida por Damon.

Ele me deixa em meus antigos aposentos e se vai. Fico o olhando se afastar e voltar para a sua preferida, que olha de maneira nada amigável ao longe.

...

-Meu príncipe... – Rebekah me chama – Houve algo entre mei enaium e a melim?

-Do que está falando? – a ignoro sentando a sombra e bebendo mais vinho.

-Está visivelmente mais determinado em protegê-la. Como se tivesse encontrado um sentido em sua missão afinal. O que mudou?

-Há algo nela... bem, ela não é uma mulher comum. Tudo o que ela toca se transforma, as pessoas se sentem seguras ao seu lado. O sorriso dela traz calma e quando ela chora parece que o chão escapa dos pés dessa gente.

-Dessa gente? – a olho, por que estamos tendo esta conversa.

-O que quer dizer?

-Eu o amo e nunca escondi isso meu príncipe. Mas você voltou diferente deste resgate.

-Ora concubina não fale bobagem

-Como agora, me chamando assim. – a olho e noto o que fiz. Não sei por que fiz.

-Estou cansado, você está insinuando coisas, me viu a poucos pares de horas e já está montando coisas na mente. Sou o mesmo.

- Vou deixá-lo em paz. – ela se afasta vencida, Não posso lidar com as crises de uma mulher agora.

...

Pela manhã já estávamos de volta ao deserto, não faltava muito para final mente nossa jornada chegar ao fim. O no final de dois dias sem descanso, finalmente vejo os muros da cidade sede. O reino de Rá na terra. Casa do Faraó Alaric. Toda a cidade nos aguardava, Damon mantinha o pai informado sobre nossa viagem por meio de mensagens em falcões, mais um proeza dos medjay, domar essas aves magníficas. A cidade estava toda enfeitada. Havia música pelas ruas, festas. No meio do caminho noto Meredith acenando pra mim, ela Bonnie e mais algumas mulheres, Também avisto Rebekah se afastar e ao seu lado Caroline. Nossa comitiva vai se espalhando junto ao povo ao nosso redor. O sacerdote que me fazia companhia também, se vai, os curandeiros e finalmente só seguimos Damon, seu general e mais dois homens até uma suntuosa tenda armada diante do palácio, que é majestoso. Nunca estive da cidade do Deus sol, mas é realmente fascinante. A música se vai. Damon desce de seu cavalo e os homens o seguem, ele se volta pra mim e acena para que eu faça o mesmo, estamos subindo as escadas e no topo eu vejo o Faraó em seu trono, ao seu lado esquerdo uma bela mulher e uma dama e ao seu lado direito um jovem rapaz, certamente irmão de Damon.

Damon paralisa diante do trono do pai e se curva.

-Meu filho. Que alegria o ver retornar com vida e cumprindo bem mais um dever. Estava apreensivo com sua demora em voltar, mas agora meu coração se alegra diante da visão que tenho.

-Meu pai. – Damon apenas se curva mais, ao meu lado estão curvados os três homens mais me mantenho de pé.

-Levante filho. – Damon faz isto e se afasta e os olhos do Faraó caem sobre mim.

-Ao menos uma coisa eu já tenho a certeza sobre você, querida jovem. – Ele diz vindo até mim e eu congelo – Sua beleza não é apenas um boato. Espero que assim seja também quanto aos seus dons. – então me curvo e ele logo me pede para ficar de pé. – Meu filho. – ele acena para o rapaz de olhos verdes que vem até nós. – Aqui está ela. – ele diz e ergo olhar até o rapaz que me olha de maneira desconfortante.

-Princesa. – ele diz de maneira cortês e se curva. – é uma alegria saber que resolveu aceitar nossa proposta de bom grado, eu espero ter lhe agradado. – estou confuso, olho para Damon, mas ele está encarando o chão, estático. Sua autoridade parece ter ficado fora dos portões da cidade.

-Resolvi responder o chamado do faraó e agora, depois de percorrer todo o Egito, adoraria saber exatamente o que fez o grande Deus Sol mandar seu primogênito em minha busca. O que quer de mim oh, grande soberano? – O faraó se volta para o filho mais velho, assim como o jovem príncipe.

-Damon. – o Faraó chama. Damon ergue o olhar e encara o pai.

-Não falei nada meu pai. Apenas a trouxe, como me pediu.

-Não ofereceu os presentes? – o jovem rapaz se aproxima do irmão quase com um grito.

-Isso é tarefa para você, não para mim. – Damon responde grosso. – Você a queria e eu a trouxe, agora a convença de sua proposta real.

-Perdão alteza, - eu interrompo – meu príncipe de que proposta falam? – pergunto ao mais novo, ele apenas engole e olha pro pai.

-Criança, me doi o coração saber que não está inteirada de tudo, talvez eu deva falar com meu soldado mais tarde. –n ele diz olhando pra Damon que mais uma vez apenas baixa a cabeça. – Quero muito que seja a herdeira deste trono, como agora minha amada esposa Jenevive o é. Você e meu filho, o herdeiro desta casa.

O que? Casar-me? El me trouxe para casar-me com seu irmão?

Olho para Damon de imediato. Como ele pode não me contar isto?

-Deixei a casa de Ísis pensando que estava vindo até o rei do Egito acalmar seu coração e o ajudar como pudesse, assim também como  o seu povo. E em todo tempo era apenas um proposta de casamento?

-Não lhe agrado princesa? – o jovem príncipe pergunta.

-Não se trata disto. Medjay, você me manipulou.

-Estava apenas seguindo minhas ordens. – ele não me olha ao me responder e todos a nossa volta estão calados.

-Criança, eu sinto muito. Pode voltar para seu reino se assim o quiser, mas eu realmente estou feliz em tê-la em minha casa, quando a vi não tive dúvidas nenhuma, só sua presença esquentou meu coração. Sinto sua força, sua luz ao longe. Acredito que todos sentiram, é desta luz que o Egito precisa. Fique em nossa casa, case com meu filho e nos ajude com sua luz a tirar o Egito desta treva sem fim.

Eu engulo, no momento só quero chorar, ele me enganou, calculou tudo premeditadamente, cada palavra sobre seu compromisso com o povo e em todo o tempo não acreditava em mim, não crê em nada, só queria acalmar o delírio do seu pai quanto a mim, me trazendo para perto dele. Como o odeio!

-Perdão soberano, apenas fui pega de surpresa. Deixei o meu reino na esperança de fazer algo pelo povo. E se a vontade de meu soberano clama que minha forma de ajudar é assim. Se eu agrado o príncipe herdeiro, ficarei feliz em cumprir meu dever com a coroa do Egito. – o olhar de Damon salta pra mim. Está surpreso.

-Vai ser minha esposa? – a voz do príncipe é de pura satisfação e assombro.

-Se me quiseres, mei amum. – me curvo.

-Estou apaixonado por você só de ouvir falar em seu espírito e beleza, sua bondade e sabedoria, seu amor e compaixão. Eu serei o homem mais feliz se me deres o sim e se eu puder tocá-la.

-Pois tem o meu sim amum e pode tocar-me. – neste momento ouve-se uma grande comoção. O príncipe se aproxima de mim, olho para Damon de relance, ele está com o olhar sobre nós, então eu sinto as mãos gélidas e suadas do príncipe contra minha face, ele segura meu queixo e ao o erguer eu perco o contato com o olhar de Damon.

-Sua beleza é uma bênção para os meus olhos. Meus olhos, pensamentos e desejos sãos seus. – ele diz pra mime se inclina beijando minha testa – Chama-me de Stefan de agora em diante. Mia anaiumi.

-Mei amum. – me curvo e entendo que selamos o ritual de noivado. A música volta a tocar e foi tudo tão rápido e depressa demais, várias mulheres da corte vem até mim e o faraó grita que meu casamento com seu filho será antes do nascer de uma segunda lua, ou seja, me casarei amanhã, pela tarde.

Depois do alvoroço da recepção, fico ouvindo a música de meus novos aposentos, mulheres preparam meu banho, há frutas e comida farta ao meu redor, mas meu coração está partido, ferido, um nó em minha garganta só me faz querer chorar. Por isso não podia seguir me beijando, por isso nada deveria ter acontecido, embora ele quisesse, sabia que estava me trazendo para os braços de seu irmão. Que é um homem terno, já pude perceber e mais crente que Damon, e o grande Faraó é um homem bom, diferente do que eu escutava em Ati.

-Preciso ficar sozinha. – peço as mulheres que apenas acenam. Já é quase noite lá fora e tenho que me preparar para os presentes da cerimônia de hoje a noite. Pela primeira vez eu dançarei, e oferecerei minha dança como sempre quis fazer, e este homem será meu marido, mas em meu coração sei que não será o que eu queria, não é o que eu amava.

Mergulho nas águas e fico submersa aproveitando meu banho, quando emergi solto um grito horrendo. Damon!

-Por Amón- Rá, o que faz aqui? – ele não responde, avança contra as águas e se põe diante de mim. -Está ficando maluco. Podem te pegar aqui.

-Os guardas na porta estão cumprindo ordens de não deixar ninguém entrar. Ouçam o que ouvirem.

-Por que está me falando isto neste tom de ameaça? – estou tentando me envolver em mantos, estou pelada diante dela.

-Não era obrigada a aceitar.

-Eu também não era obrigada a sair do meu templo, no entanto você deixou claro que eu faria de uma forma ou de outra. Imagino que seu pai e irmão dariam um jeito de me tornar sua princesa, de uma forma ou de outra. Apenas aceitei meu destino. Você me trouxe pra uma armadilha.

-Não era obrigada a aceitar. Meu pai respeitaria sua vontade acima da dele. Ele acha que você é uma deusa, por Rá!

-Por que está gritando comigo? Eu deveria estar gritando com você. Você mentiu pra mim. Me fez crer que estava me trazendo pro seu reino para um esclarecimento e conversa com seu faraó e no entanto estava em busca de uma noiva pro seu irmão.

-Noto que você se desagradou muito da descoberta. Tanto que não demorou mais que alguns minutos para aceitar tudo se resignar e aceitar a corte de meu irmão.

-O que queria que eu fizesse?

-Que falasse pra meu pai que você não é essa deusa que ele pensa e que você não aceitaria a mão dele pelo simples fato de que não o queria.

-Você esquece que abandonei minha ordem, deixei meu templo, adquiri a fúria de meu pai que nem se deu ao trabalho de te perseguir por mim. Para onde você acha que eu voltaria? E por que estou aqui discutindo isso com você? Saia daqui e me deixe terminar meu banho em paz. Você é muito imprudente.

-Você podia ter recusado a mão dele. Meu pai te aceitaria neste reino em que posição você desejasse, melim, amumi, curandeira o que fosse, desde que estivesse aqui e ele sentisse que estava fazendo algo pelo povo.

-Saia daqui.

-Você não precisa casar com ele.

-Ele já me tocou.

-Te toquei antes.

-E antes de você Elijah. Qual é o seu ponto?

-Não quero ver você com ele.

-Pensasse nisto antes de me trazer para casar com ele. – ele me olha com fogo nos olhos, avança contra mim e prende-me contra seu corpo. Céus estou sem roupa, agarrada a um manto que mal me cobre. Submersos quase por completo pela água. – Me solta!

Ele não responde, me olha com fúria.

-Não se case com ele, não precisa fazer isto.

-E se não me casar? O que faço? O que você faz?

-Te levo de volta pro seu templo. Seu reino.

-Claro. Me solta medjay, eu vou gritar.

-Já falei, eles não vão te ouvir e mesmo que ouçam...

-Por que está fazendo isso? – eu reluto contra seus braços, tentando me soltar, minha voz está vacilando.

-Quando ele te tocou, meu corpo inteiro me dizia que eu tinha que por ele longe de você, eu vibrei por dentro, eu queria tirar ele de perto de você por que...

-Por que?

-Por que não importa o que aconteça, por mais que eu esteja lutando desde então, não consigo tirar da minha mente a ideia de que... desde que meus olhos pararam sobre os seus naquele templo que algo dentro de mim me diz que você é minha. E se é minha não pode ser dele. Não será.

-Você é um lunático, mentiroso, debochado, manipulador, grosso e... Me solta! – eu começo a me sacudir em seu braços as águas se agitam ao nossa volta. Ele está impassível, me encarando e do nada me prensa contra a parede do poço onde estamos. – Ah... – foi mais um gemido que um grito.

-Eu devo estar maluco sim, mas estou sentindo algo dentro de mim, incontrolável. Céus eu queria ter a feito minha no meio daquele Oasis eu o faria, mas por Amón-Rá, orei muito para ter forças e me afastar de você, mas agora... Não pode se casar com meu irmão. Não suportaria o ver te tocar e...

-Eu não acho que ele fará isto na sua frente ou na frente de ninguém, será ma intimidade de um quarto.

-Arquebek Osísris (dei-me forças Osíris). Está tentando me enlouquecer?

-Não tenho poder pra isto. Embora fosse uma boa forma de me vingar por suas mentiras.

-Eu omiti.

-É a mesma coisa.

De sua garganta um gemido sofrido escapa. O que há com ele? Suas mãos soltam minha cintura, sobem por todo meu corpo até minha nuca e ele desce sua boca contra meu pescoço. É divino, a sensação me faz fechar os olhos e amolecer ali, em seus braços. Mas isto é mais que errado.

-Pare com isto. – eu tento me soltar de seu abraço, ele está ofegante é quase alucinante de se ver. Está fora de controle.

Ele se fasta bruscamente.

-O que você está fazendo comigo?

-Ótimo, é tudo culpa minha. Saia daqui!

-Que tipo de feitiço você jogou em mim naquele deserto? Naquele templo? O que você...? Faça o que você quiser melim. Eu já cumpri meu dever.

-Agora cumprirei o meu. Não se coloque no meu caminho.

-Não irei. – ele se vai, saindo do quarto e me deixando devastada na água. Meu coração está acelerado, meu corpo está quente e treme, lágrimas começam a descer de meus olhos. O que sinto por ele?

...

Depois do ataque de Damon durante meu banho, tentei me recompor, me concentrar em minha próxima tarefa. Pensei no que dançar, que mantra oferecer para o príncipe. Depois de muito pensar eu escolhi a água. Como a água o príncipe estava me arrastando correnteza abaixo para o seu trono, seu reino, e eu não poderia lutar contra esta força, mas a sua doçura e as suas palavras me lembravam a calma de um lago adormecendo ao luar, ele é terno e me pareceu muito protetor, dedicado ao seu papel, isto eu notei em muito pouco tempo. Eu realmente queria uma vingança contra Damon e talvez agora eu havia descoberto uma, ser atenciosa e amorosa com seu irmão, mesmo indo contra tudo o que eu sentia por dentro, a menção de saber que o aborrece nossa proximidade me deu uma válvula de escape, eu iria explorá-la.

Estamos na sala  do trono, toda corte a nossa volta desfrutando de um farto banquete, música e bebidas, Stefan a todo tempo me lança um olhar admirado, sempre me encontro sorrindo em resposta.

-Bem, vamos dar início a esta celebração. – começa o faraó. – É um dia de festa e comemoração e para tanto merecemos o melhor espetáculo, então para abrir esta noite impecavelmente bem, vamos receber a nossa amada e mais talentosa dançarina, a preferida de meu filho. Naiumi Rebekah. – todos aplaudem, eu olho para Damon, ele não está longe de mim. Do outro lado do trono, ao lado da mãe. Ele está sério, olhar distante. Rebekah entra, está vestida divinamente, mas eu também, embora ainda não dê para se notar isto. Ela faz sua dança mais uma vez, de forma magnífica, o faraó também a admira e se deleita com sua apresentação. Ela se aproxima do trono, chamando por Damon, que inacreditavelmente rejeita a dança dela e faz a todos ficarem paralisados. Ela segue a sua dança um tanto frustrada e ao final se curva diante do trono e todos aclamam. O que foi isso?

A noite segue com mais danças e meu coração aperta quando o faraó se ergue outra vez.

-Minha princesa, o salão é seu... – ele encoraja  e segura minha mão, encaro Stefan que está sorrindo sem jeito. Passando sem poder evitar meu olhar em Damon o vejo tenso me acompanhar com seus olhos. A música começa a tocar e meu coração está palpitando tão forte que quase consegue seguir o compasso da canção.

...

Ela dirige ao centro do palco e me tira a lucidez quando se livra da manta que cobre seu corpo. Sua veste é maravilhosa, me faz lembrar um cristal, imerso numa grande profundeza azul de um rio, ou mar... Está maravilhosa. Imersa em pedras brilhantes de produzem um som divino junto com seus movimentos e Rá, que movimentos. Água! O mantra da água, e estou preso nela, totalmente. Para onde ela vai me levar?

Elena gira pelo salão, seus braços e cintura circundam seu corpo, tão flexível, tão perfeito, seus cabelos em um contra ponto enfeitados com belas pedras, seus olhos faíscam uma luz totalmente envolvente e eu vejo seu sorriso, ela dança até perto do trono e então chama o meu irmão. Stefan se ergue e desajeitadamente, quase que acabando com a imp0ecavel apresentação dela, se mexe ao seu ritmo, ou quase isto e ao final da dança ela está de joelhos diante dele. Meu irmão se incline e a ergue, segurando seu queixo, todos ao redor admiram o momento em silêncio, o peito de Elena sobe e desce em um ritmo frenético, seu olhar está no dele.

-Meus olhos, meus pensamentos e meu coração, pra sempre seus... Mia amumi. – Ela se curva novamente e ao redor há uma chuva de palmas.

-Maravilhoso, maravilhoso. – se agita meu pai.- E hoje nasce mais um talento de dança em nossa casa. – ele se aproxima de Elena e beija sua testa. – Minha criança quantas alegrias mais irás me dar? – se volta para Stefan. – Tens sorte filho. – Stefan apenas sorri e se curva e então todos estamos livres para festejar. O noivado está selado.

Me ergo o mais depressa possível. Elena está sentada ao lado de Stefan ele lhe oferece fritas, doces, como manda a tradição. Eu apenas quero sair desta celebração.

-Por que rejeitou minha dança? – Rebekah avança insolente pra cima de mim, apenas a encaro com fúria e ela recua. – Mei enaium, nunca havia feito isto, lhe desagradei?

-Não, apenas estava cansado demais para dançar. – ela baixa a cabeça. – Posso ficar com vossa alteza esta noite?

-Não. Já vou dormir. – me afasto dela sem olhar pra trás, em meu peito cresce um aperto nada familiar, minha cabeça está doendo, meu corpo quente, minha garganta, por mais que eu beba, segue seca. O que ela me faz sentir? E agora vê-la com ele... Não sei lidar com isto. O que há comigo?

...

Na manhã seguinte estou pronta cara o casamento. Todas as tradições serão seguidas e agora pela manhã estão fazendo os rituais com o príncipe, ele ganhará sua primeira esposa. Ouço música durante todo o dia e ao final da tarde algumas mulheres entram em meu quarto, para me buscar, está na hora. Ergo-me e as sigo, no grande salão avisto o faraó, sua esposa, Stefan e Damon, sentados no trono. Sou guiada a te meu noivo e em uma benção simples o faraó nos uni como um para sempre.

-Filho esta é sua esposa. Mulher aí está seu marido. Que Amon-Rá guie suas vidas, que lhe abençoem com filhos sadios, que sua casa sempre seja farta e que a harmonia sempre reine entre vocês.

E então é isso. Estamos casados. Diante de nós Damon é o primeiro que se curva, a mão de Stefan na minha e meu corpo treme. Ele ergue o olhar e é só para o irmão, o abraça e em seguida se curva diante de mim e se afasta, não o vejo mais o resto da cerimônia. Mas me sinto reconfortada por saber que de certa forma estou vingada. Ele não esconde seu mal humor. Seja lá o que eu sinto por este homem, não se pode fazer mais nada para descobrir. Eu pertenço ao seu irmão agora. Não há nada entre nós, nunca houve e jamais terá. E olhando para o meu marido, que está me olhando com ternura, sinto neste momento que talvez possamos ser fecundos para esta terra. Que assim seja Ísis!


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Notas finais do capítulo

Eu quero matar a Elena, mas é claro que ela vai se arrepender.
Damon confuso e lutando contra o que sente é uma graça gente... Uma graça.
Beijos!
p.s: erros de digitação devem ter aos montes, não revisei.