Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 22
Entre feitiços e tragédias


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Boa leitura!



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Damon estava na sala do conselho, acompanhado apenas por Niklaus, que acabara de informar que a nova "convidada" estava a caminho.

—Espero que saiba o que faz, meu senhor.

—Eu também.

—Esta mulher é muito astuta, eu não teria tido a misericórdia de seu pai com ela.

—Meu pai a amava, mais do que um dia amara minha mãe. Ele não esperava nada daquilo, estava ferido, mas a ferida não causou uma dor maior do que o sentimento que nutria por ela. Foi isso que o fez ser tão misericordioso, como você escolhe falar.

—O amor... Nos torna tolos. Fracos.

—E infelizes. - Diz Damon.

Ambos bufam e se voltam pro som que vem da porta de entrada. Ela chegou.

—Hum, meu príncipe. - Damon observa a mulher maltrapilha, e não pode deixar de lembra-la com as vestes reais de mulher do rei. Ela está pálida, o guarda mais a ampara que a segura, e têm as mãos presas por grilhões pesados que, com suas correntes, dão a ela um ar ainda mais debilitado. -Você não mudou nada. - Ela termina, com voz ofegante e trêmula.

—Não posso dizer o mesmo de você. Niklaus, retire esses grilhões. - O general se volta indignado.

—Meu senhor?

—Por Amón-Rá, ela está quase caindo diante de nossos olhos, não me fará mal. Mande que tragam algo para ela comer e beber, e providencie um local na casa das mulheres, porém afastado. Não quero que ela tenha contato com a rainha ou com minha esposa. - Klaus assente a tudo, soltando-a e depois saindo com o outro guarda para cumprir as demais ordens.

—Eu sabia que no fundo você só queria ficar a sós comigo. - Ela tenta com um ar sedutor, mas falha inutilmente, fazendo Damon apenas apontar para que se sente, o que ela não hesita. Está exausta.

—Não quero, nem por um segundo que você confunda a razão pela qual a trouxe aqui. Preciso de sua ajuda, mas depois que me servir, voltarei a honrar a vontade de meu pai. Você estará fora do Egito. - Ela sorri irônica.

—E em quê posso servi-lo?

—A rainha acaba de perder seu filho, e ao que nossos curandeiros e sacerdotes, em um ato inédito concordam, foi por meio de feitiçaria. - Ela assenti parecendo entender.

—Acha que posso ajudar. - Conclui.

—Acho.

—Por que eles concluíram tal coisa? - Damon dá de ombros.

—Ela estava com a saúde perfeita, e não foi por nada físico.

—Quanto ao emocional? - Ele ergueu a sobrancelha.

—O que quer dizer?

—Se ela estava abalada por alguma razão, isso pode ter causado um mal súbito. - Damon tem suas razões abaladas, e Alexia percebe.

—Não. A rainha estava completamente feliz e tinha seus dias preenchidos de expectativas pela chegada de seu filho. - Como sua voz soa um pouco exasperada, um pouco vacilante, a feiticeira achou melhor apenas assentir e esconder seu riso, mas claro que ele notou. - Eu sabia que havia cometido um erro no momento que decidi trazê-la. Se não pode ajudar...

—Calma, Medjay. Posso ajudar, e vou. Apenas citei outra possibilidade para o que aconteceu, uma que até então vocês não haviam pensado, pelo o que pude notar. Seu reino está em guerra, vocês vivem em grande tensão. Não é um ambiente de paz de espírito, e essas coisas perturbam uma gravidez. - Damon solta uma respiração lenta e cansada.

—Trouxe você para falar comigo direito, para lhe explicar antes as condições desta trégua. Se você aceitar, tornarei sua vida mais confortável no exílio, mas é tudo o que posso lhe dar. E minha palavra de que farei com que meu irmão concorde. Claro, se você puder ajudar.

—Eu posso, já lhe disse. Não jogo palavras ao vento. Diferente do que seu pai pensou um dia, tenho honra. - Damon bufa, descartando a declaração.

—Seus atos dizem o contrário. - Ele se limita a dizer, e antes que ela possa responder, o general volta com a comida e a água que o príncipe lhe pediu. - Coma, beba. Depois tome um banho e se ponha apresentável para falar com meu irmão.

Damon deixa a sala, suspirando. Que Amón-Rá lhe proteja.

Na sala do trono...

—Eu ainda não compreendo bem o porquê de meu irmão trazê-la a meu palácio de novo, mas como estrategista, no reino não há outro igual. E se ele acredita que você pode ajudar, darei a ele este crédito. Porém, se você não o fizer, garantirei que sua vida no exílio seja pior do que ele me descreveu.

—Não sei porque meu rei acha que com esta pose de soberano intransigente, conseguirá mais de mim do que seu irmão, com sua gentileza e confiança. - Stefan tensiona o maxilar ao se levantar.

—Cuidado, bruxa. Meu irmão e meu pai, são pessoas diferentes de mim.

—Sim, eu sei, você sempre foi o mais fraco. - Stefan ia se aproximar mais da mulher de joelhos diante dele, mas Damon o deteve. - Não esqueça que lhe conheço, e ser duro não é parte de você, Stefan. Se queria me mostrar seu pior, deveria ter feito isso antes. Agora já conheço seu coração. Damon é mais duro que você, e se ele...

—Damon não é o Faraó.

—Mas ela tem razão. - é a voz de Elena, que faz todos na sala se voltarem para ela, o rei, o príncipe, a mulher, um um grupos de mais dez homens, divididos entre conselheiros e sacerdotes.

—Elena, você deveria... - Stefan tenta, mas ela ergue a mão para que pare.

—Perdão meu senhor, sei que vai dizer que tinha que descansar, mas não pude ficar, se ela pode me ajudar a perceber o que aconteceu com meu filho, não queria demorar mais nenhum segundo antes de conhecê-la. - Ela para de encarar o marido e olha para a mulher diante dela.

Alexia é jovem e bonita, um pouco mais velha que Elena, ou mesmo Rebekah, e apesar da aparência debilitada, sua pele e gestos são tão lindos e tentadores, que Elena começa a entender parte de todo o amor do antigo rei por ela.

—Você pode realmente me ajudar? - O som sôfrego na voz de Elena faz Damon engolir em seco. É terrível vê-la sofrer tanto. Sentir tanta dor.

Alexia se põe de pé e dá um passo na direção da rainha, fazendo Niklaus, Damon e o próprio Stefan avançarem na direção delas.

—Por Deus, vocês! - Protesta Elena. - Se a trouxeram para me ajudar é bom que a deixem fazer isto. -Os três recuam de imediato.

—Eu gostei de você. - Alexia diz, se aproximando mais, até segurar uma das mãos de Elena. Elas estão geladas e trêmulas, então, ela cobre a mão com a sua outra e sorri para a rainha tentando confortá-la. - Você é forte, tem magia correndo dentro de si, fluindo para todos os lados, apenas por tocá-la consigo sentir, mas preciso que me deixe entrar em sua mente e...

Elena puxa sua mão. Entrar na mente dela... O que ela poderia ver, e saber... Ela engole hesitando.

—Só falarei o que lhes interessa, acredite em mim. - Alexia promete. Hesitante, Elena lhe oferece a mão. Alexia olha para Damon, depois para Stefan antes de prosseguir. - Relaxe, e me deixe entrar.

Elena respira e Alexia se deixa guiar pela respiração dela...

O rio Nilo... Damon.

Crocodilos. Damon.

Um beijo. Damon.

Frio. Damon.

Dor. Damon.

Stefan. Damon.

Beijo. Stefan.

Choro. Damon.

Stefan. Stefan.

Riso. Stefan.

O Nilo. Choro. Sangue. Damon.

Ela abre os olhos, e encontra os olhos chorosos da rainha.

—Minha menina, quanta dor... - Damon se encolhe ao ouvir Alexia. Sim, ela está sofrendo. Ele não pode deter isso.

—Feiticeira! - É a voz de Stefan. -Fale!

—Não me disse que tinha um elo com a rainha. - Lexi fala para Damon, ignorando o rei.

—Não achei que fosse...

—É muito importante. Vocês são almas gêmeas! Por Amón-Rá.

—Não é relevante para o que queremos que descubra. - Damon rosna.

—Claro que é. Você pode me ajudar a ajudá-la. - Elena sente seu corpo vibrar, ela encara Damon, que têm os olhos presos em Stefan.

—Como meu irmão poderia ajudá-la?

—Seu irmão senti tudo que a faz mal e ela senti o mesmo em relação a ele. - Ela revira os olhos, parecendo óbvia. -Se Elena não sabe que magia a atingiu, Damon é a porta que pode nos mostrar. A porta fechada para ela é aberta para ele. Eles funcionam como um rio, um é a nascente e o outro onde o rio morre. - Ela termina jogando seu olhar de Elena para Damon. - Não devo tocar em você, devo tocar nele. - Ela fala para Elena soltando sua mão e indo até Damon.

—Se você estiver errada e... Ah! - ele para ao sentir a pontada imediata que senti quando Lexi o toca no peito. Seu grito faz todos reagirem: Klaus avança contra eles, mas com um aceno, a feiticeira o joga longe. Stefan é jogado de volta para seu lugar e não consegue se mexer do trono, e Elena continua a avançar, mas a mulher a encara, com olhos faiscantes.

—Não! - Ela grita e Elena paralisa.

—Você o está machucando. - Elena sufoca o choro, ao ouvir outro grito de Damon, agora se contorcendo no chão, com a mão dela ainda em seu peito.

—É preciso, tenho que ir fundo, ele está resistindo. Eu só quero ajudar. - A voz de Alexia também é chorosa, ela ofega um grito. - Preciso que me ajude, ele é forte.

—Não sei como...

—Segure ele firme, na cabeça, o faça parar, eu tenho que entrar na mente dele, ver o que ele viu.

Elena hesita, mas quanto Damon grita novamente, e a mulher a olha com súplica, ela se move a agarra as têmporas do príncipe, abafando-as com seus dedos.

—Deixe-me entrar! - Diz a mulher.

—Ah! - outro grito. E ele para, imóvel, quase como se tivesse desmaiado.

Elena encara Alexia, que está de olhos fechados, parecendo sentir dor. Então, depois de segundos de agonia, com todos ao redor paralisados, Damon e Alexia berram o mesmo nome:

—Ayana!

Damon está sentado, confuso e Lexi está trêmula.

—Amón-Rá! - Exclama Elena, alarmada ao notar sangue escorrendo dos ouvidos do príncipe. - Damon! 

Ela segura a face dele, que está atordoado, meio zonzo, mas que por uns segundos, consegue fixar o olhar no dela.

—Sei o que lhe aconteceu, eu vi. Eu vi no meu sonho, eu só não lembrava, eu não... eu... - ele parece perdido. Stefan corre até o irmão, movendo-se enfim.

—Vocês estão bem? - pergunta ele segurando o rosto de Elena. Ambos assentem.

—Conheço Ayana. - A voz de Lexi é tão deprimente, que chama a atenção dos três. - Ela é a líder da minha ordem, minha tutora, eu não posso ajudar vocês contra ela. Com certeza ela fez algo, e com mais certeza ainda ela não vai parar por aí, e eu não posso ajudar contra o que ela pode fazer a menos que vocês - ela aponta com dedos trêmulos para Damon e Elena - ajudem-se me ajudando.

.................................................

Depois de dias de muita conversa, Stefan e Damon decidiram que Alexia ficaria, e ajudaria Elena no que pudesse. Com magia, com ervas. Tudo o que fora necessário para a princesa sentir-se bem e forte o mais rápido possível.

Eles falaram sobre Ayana e sua possível aliança com Elijah.

Falaram sobre o reino e o casamento real. Falaram sobre a guerra e as novas estratégias.

Mas o que nunca mais voltaram a mencionar foi sobre o elo, mesmo com a insistência de Lexi.

Depois de umas semanas sem maiores conflitos entre egípcios e hicsos, o reino podia dizer que vivia uma temporada de paz. Não fosse a perda do herdeiro do trono todos estariam bem.

Mas havia algo que ninguém esperava, nem mesmo Elijah, nem mesmo ninguém na corte do Faraó. Algo que Rebekah estava mais que feliz ao anunciar ao marido numa manhã irradiada pelo mais caloroso sol...

—Você tem certeza? - ela assente envergonhada, mas feliz. -Ah, Rebekah, é...

—Você está feliz? - ela pergunta receosa e Damon apenas sorri, segurando-a contra si.

—Mas é claro, é claro. Um filho. Amón-Rá. É claro que estou feliz com um filho. Você não cansa de me surpreender.

—Eu mesma já vinha duvidando que poderia lhe dar herdeiros, roguei tanto a deusa e... Morria de medo que se casasse com uma esposa que..

—Sh! Calada, mulher. Você vai falar besteira agora? Eu estou muito feliz com você.

—Sei que ainda estamos em luto pelo filho do rei, eu queria adiar isso até podermos comemorar como manda a tradição, mas...

—Não. Meu irmão não vai se opor.

—Tenho que fazer os rituais que prometi a deusa. Devo dançar para ela na minha cerimônia do candi, como a rainha fez.

—Claro que sim, claro que sim. Você fará. Venha aqui! - Damon a puxa mais para si e lhe dá um beijo, cálido e cheio de gratidão. - Não sei porque você insiste em me fazer um homem tão feliz quando eu claramente...

—Calado, homem! Você vai falar besteira agora? - Ele sorri e a beija outra vez, depois fica de joelhos e beija sua barriga.

.........................................

—É sério, meu irmão?

—Sim.

Stefan e Damon estão radiantes diante de mim. Isso aperta meu coração, mas estou feliz por ele, bem no fundo sei que estou.

—E claro que Rebekah terá seu candi. - Eu digo e Damon me olha fazendo uma reverencia com a cabeça. - É a princesa do Egito, não merece menos.

—Então assim será. - Diz Stefan, sorrindo pro irmão. -Hoje!

—Hoje! - Repete, Damon. - Vou dizer a ela. - Ele sorri como um menino pequeno, e então olha de novo para mim, se curva e se vai.

Stefan me olha, muito, muito feliz.

—É maravilhoso! - Me recrimino pelo pensamento que tenho e me encolho na cadeira. Do meu lado, Alexia, como passei a entender, resolve, outra vez, falar demais.

—Não reprima seus pensamentos. - Stefan olha para ela confuso, depois para mim, que estou a fuzilá-la. - São coisas a termos em conta.

—O que é, Elena?

—Temos que ter cautela. Claramente Elijah não quer que este trono tenha herdeiros. Stefan, ele pode tentar algo contra o filho de seu irmão também.

—Mesmo que isso faça sentido, como poderíamos nos defender de algo que sequer entendemos direito? Passamos as últimas semanas tentando entender o que houve com você exatamente, mas não avançamos em nada. Se ele usar magia outra vez...

—Sua rainha possui magia dentro dela, ela só precisaria de um agente pequeno para ser receptáculo de qualquer tipo de magia, no entanto - explica Alexia, - a mulher de seu irmão é apenas uma mulher, apenas ervas funcionariam com ela, e ervas podem ser evitadas, porém, se ele quiser atacá-la...

—Damon é um Medjay, suas defesas são poderosas. - Stefan fala com obviedade.

—Ele já foi ferido aqui, seu pai já foi morto. - Relembra Elena - As defesas de Damon possuem uma lacuna, que ele ainda não fechou.

Stefan finalmente aceita o que ouve. 

—Vou pedir que Niklaus reforce toda a vigília para esta noite. Ficaremos bem.

Em algum lugar, em seu coração, Elena sente uma pontada.

...................................................................

O ritual havia começado, e todos estavam festejando, comendo, bebendo e cantando. Todos aguardando o momento tão especial, onde Rebekah seguiria seus próprios rituais de agradecimento, e dançaria para Ísis, agradecendo a bênção concedida.

Quando este momento chegou, ela estava radiante. Assim como todos no salão. Ela dançava como nunca havia feito antes, maravilhando a todos. Damon estava hipnotizado, e feliz, de verdade, por ter direito a um momento assim, em meses de dor e guerra.

Tudo era brilho, cor, sorrisos. E quanto mais Rebekah dançava, mais o coração de Damon se expandia, e expandia... e expandia. O sorriso na face dela, os giros, e mais giros, e mais giros e...

E então ela parou, e junto com ela parou a música, e o riso na face dela foi se desfazendo, mas Damon estava tão preso em seu júbilo que não notou essa mudança na sua feição, não notou o fim da música, nem das palmas, nem  do riso.

Então, Elena gritou, e os olhos dele se abriram, Rebekah não sorria mais, ela tinha os olhos marejados, e sua expressão era de dor, ela baixou seu olhar, e Damon baixou com ela, a flecha transpassou-a, entrando por suas costas e saindo abaixo de seu umbigo. Damon não se mexeu, ele não conseguia. Até que Rebekah ofegou, e ele pulou até ela a tempo de ampará-la.

—Não... - ele tremia, com o sangue dela manchando suas mãos, mas isso não o impediu de tocar-lhe o rosto, que pra sua total desesperação já não trazia nenhum traço de vida. O olhar estava distante, vazio, mas sombriamente triste. -Reb... Mia ena... Não...

Niklaus apareceu, ao lado da irmã, segurando a mão sem vida.

—Rebekah! - Damon gritou uma vez. - Não. 

Ele começou a olhar pelos lados desesperado, não havia nenhum indício de onde aquela flecha havia surgido, assim como a que o havia atingido antes. Fora a comoção de guardas ao redor do rei e da rainha, todos os demais estavam paralisados.

—Rebekah? - Ele chama outra vez, batendo em sua face. - Reb... - Ele olha pra Niklaus, que está de cabeça baixa, o braço firme de outrora, agora vibrante, enquanto segura a mão da irmã.

Então Damon grita. Um grito horrível, que acaba de vez com qualquer comoção ao redor. E estão todos, de verdade, paralisados.

—Eu quero a cabeça dele numa bandeja! - A voz de Damon é tão sombria ao gritar isto, que Elena sente seu coração doer. - Quero sentar diante da cabeça dele, e beber o melhor vinho já produzido no Egito. Eu vou beber cada gota,olhando pra cabeça dele diante de mim, e me lembrando com deleite, como eu a arranquei de seu maldito corpo! - Ele agarra o braço de seu general. - Eu quero isso. Não aceito menos que isso. Vou dar a você a chance de trazê-lo a mim e só, mas ele é meu, ele e quem atirou a flecha. São meus!

—Não lhe daria menos, senhor. - rosna o outro.

—Isso acabou. Ele me atacou de todas as formas e eu apenas me defendi, mas agora acabou. Ele não tem pena, então assim eu farei.

—Damon... - Elena se vê falando antes de pensar, e recebe dele um olhar mortal.

—Eu ouvi você uma vez, e olha o que ele fez depois disto? Não bastava você perder seu filho? Agora eu devo perder o meu? - ela afunda na cadeira onde está.

—Você... - quase chora - me culpa?

—A sua mão foi a que segurou a minha espada.

—Porque você não é assim! - Ela quase grita.

—Veja se não. - A voz dele é dura e sombria, sombria como nunca. Ele ergue o corpo de Rebekah do chão e deixa o salão com ela nos braços, diante de todos, que em silêncio e paralisados assistem a cena.

Do trono Elena só consegue ofegar, e sentir dentro de si que algo muito ruim aconteceu ali, algo terrível, mas o que mais a inquieta é ter a certeza de que, quando pensa assim, não se refere ao que aconteceu com Rebekah.

—Amón-Rá, dei-me forças. Dei-me forças.

Ela repete isso para si. 

E continua fazendo isso já em seu quarto, durante a noite inteira... Até quando o sol quase apareceu.


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Notas finais do capítulo

Até breve!



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