Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 21
O medjay


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Leiam as notas finais.



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—Eu sei que não devem existir palavras de conforto pra você, neste momento, mas... Foi a vontade dos Deuses.

—Você falando de vontade dos deuses, Damon... Chega a ser hilário, não fosse a obviedade da situação.

—Stefan...

—No momento, estou interessado em saber como ela vai ficar, e por agora, enquanto espero os curandeiros me dizerem isto, quero ouvir de você o que aconteceu.

Os irmãos conversam nos corredor, de pé, um de frente pro outro. Damon suspira, e então, começa a falar.

—Não estava conseguindo dormir, e comecei a caminhar pelo palácio. Aproveitei para ver alguns postos, mas, na verdade, estava só atordoado e vagando sem rumo.

—Você, andando sem rumo de madrugada, acabou nos aposentos da rainha.

—Não comece a ouvir, se não vai me permitir falar tudo, nem se vai começar a julgar ou ironizar o que eu falo. - o rei acena para que seu irmão continue. - Em minha aflição nas noites sem sono, eu... Eu sonhava com a rainha, - Stefan encara o irmão com interesse agora - com ela sofrendo, doente. Você não desconhece nossa ligação. Chame de elo de vidas, ou o que desejar, mas se Elena sofre eu sinto. De alguma forma, meus pés me levaram a este corredor ontem, e eu pude ajudar.

—Pelo visto não o suficiente.

—Ela não me deixou levá-la até os curandeiros.

—Você já foi mais intransigente quanto o que Elena queria.

—Ela estava desesperada, chorava, gritava, você não viu. Eu tive que fazer.

—Você deixou meu filho morrer! - Stefan gritou no corredor e Damon apenas avançou contra o irmão, sem nem pensar direito, segurando o pescoço do rei ao pressioná-lo contra a parede.

—Você tem o direito de magoar-se, se estar confuso e de não entender o que aconteceu, mas nunca mais volte a duvidar de minha lealdade para com você. Eu jamais causaria tal dor premeditadamente. Nem a você, nem a ela. E faria de tudo para salvar todos vocês, porque este sou eu, seu general, seu irmão, seu medjay.

Ele soltou o irmão, e Stefan imediatamente levou a mão ao pescoço.

—Me perdoe.

—Eu tive que fazer o que ela queria. Primeiro porque, no começo, eu estava achando que ela estava louca, mas depois eu refleti que, se ela achava que teria mais chances indo até o rio, eu não ia questionar. Assim como nunca pude explicar como Elena consegue fazer a maioria das coisas que já a vi fazendo, eu não tinha o direito de duvidar que ela tinha mais chances que nossos curandeiros.

—Não funcionou.

—Não. Mas estou certo que ela fez o que achou correto, assim como eu.

—Eu não quero culpar ninguém, eu sei que essas coisas acontecem e não há nenhum culpado, se não, talvez o destino, não sei.

—Vocês são jovens, terão muito filhos.

—Ela é a reencarnação da deusa da fertilidade. - Stefan rosna. - Isto não foi normal.

—Ela é uma mulher, Stefan. Não seja como nosso pai. Essas coisas acontecem. Você ama e é casado com uma mulher. Não uma deusa. Por Amón-Rá.

—As coisas que ela já fez, como você mesmo disse, ela...

—Ela se machucava, era ferida, pois, não importa que tipo de poder ela tenha, ela é uma mortal. Ela morreu nos meus braços uma vez. E antes que você diga ou pense outro absurdo como o que agora pouco, eu daria a minha para nunca mais a ver ferida.

—Eu sei que você a ama.

—Ela te ama. - Stefan o olha contrariado, bufando.

—Não preciso que você me diga isso.

—Eu precisei que ela me dissesse isso.

Stefan se aproxima de Damon, os dois estão tão próximos um dos outro agora, a respiração do outro queimando suas faces.

—E porque você precisaria?

—Eu amo, Elena. Já não é segredo pra ninguém neste reino. Não desde a aliança com Ati. Não depois de descobrirmos nossas vidas passadas. Mas eu a amo de antes. Algo forte e profundo. E eu achei que ela amava só a mim, mas ela o ama. 

—Você não me respondeu.

—O que eu não respondi?

—Porque você precisou saber por ela?

—Porque eu estava disposto a fazer exatamente a vontade de nosso pai e do dela. Porque eu passaria por cima de seu casamento, ficaria com a mulher que amo e assumiria meu posto no trono do Egito, faria tudo isso, mas escolhi respeitar quem ela é. Sua esposa, minha rainha. Mas com essa decisão veio o tormento da separação, veio o ciúme, veio o medo e, por fim a descoberta que de ela também o ama. ela ama nós dois, mas no mundo inteiro não há outra para mim.

—Ela lhe disse?

—Ela não negou.

—Então você está me dizendo que, Elena está comigo porque é de sua vontade?

—Não, irmão. Elena está com você porque é da vontade dela. É de fato a vontade dela.

—E se deixasse de ser?

—Você é o rei.

—Não é a resposta que eu queria ouvir.

—Se um dia Elena deixar de amá-lo, isso não anula a decisão que tomei, não anula o fato de um dia ela ter o amado, e não anula o fato de eu aceitar me resignar.

—Falou mais como me medjay que como meu irmão.

—É o que sou. O último medjay do Egito.

Os curandeiros deixaram o quarto e encontraram olhos ansiosos.

—Ela ficará bem, meu rei. Não sabemos dizer o que aconteceu. A rainha está com saúde, e não encontramos uma razão para o que aconteceu.

—O que quer dizer com isso? - perguntou, Stefan.

—Não há lógica ou ciência. Parece...

—Fale! - gritou Damon.

—Feitiço, magia. Perdão, meu senhor. Não sou crédulo, não sou um sacerdote, mas... Este mal súbito e implacável não teve razão física. Sua rainha estava bem.

—O que ela disse? - Damon perguntou, uma vez que seu irmão estava atordoado.

—A rainha? - ele assenti impaciente. - Ela não está falando.

—Como?

—Quero dizer que não está em condições de falar, ela chora sem parar, tive que dar algo para que dormisse.

—Você deve ir ficar com ela, Stefan. - o rei não reagiu. - Stefan!. - ele pulou com a voz do irmão. - Vá ficar com Elena.

Stefan assentiu, e caminhou até o quarto da rainha.

—Chame os sacerdotes aqui. - Damon falou ao curandeiro, que assentiu e saiu.

A prioridade dele, no momento era saber exatamente o que aconteceu. E depois do que os curandeiros disseram, ele suspeitava saber exatamente o que fazer. 

—Vou precisar de Alexia.

Damon concluiu, depois de um tempo, e a total contragosto. Ele nunca confiou na feiticeira real, e sabia que só podia estar desesperado de pensar em procurar por ela. Alexia estava exilada do reino por parte do antigo faraó. Alaric descobrira uma traição e a puniu de maneira severa, mas bem mais piedosa que o esperado. Só que Damon estava no escuro, e como estrategista, não gostava disso. Ela precisava de outra perspectiva. Precisava ver além. E ele suspeitava que algo sem razão, só podia ser explicado por alguém cuja a própria razão é desconhecida.

—Amón-Rá nos proteja.


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Notas finais do capítulo

Eu decidi terminar Rainha do Egito, e só depois postar as demais fics. Por isso vou tentar postar três vezes por semana. Estou no meio da fic, começando a caminhar pro fim. Só espero que gostem do resultado. depois dela vou recomeçar ELE. As últimas serão Vivo por ela e A carne, respectivamente. Beijos1



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