Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 16
O que fomos?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, meninas!
CahNog, obrigada pela recomendação. Lembro de você desde minha primeira fic aqui. ^-^ é gratificante saber que ainda gosta do que escrevo.
Eu vou seguir meu plano de postar apenas Rainha do Egito esta semana, pois com o site entrando em manutenção não pude fazê-lo durante a semana passada. Assim, semana que vem voltarei a postar ELE, e, na semana seguinte continuarei com A carne e voltarei o ciclo recomeçando por Vivo por ela.
Boa leitura!



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–"Oséias regressou enfim ao Egito. Mas ele não podia fazer nada sem antes pensar muito. Ele era consciente de que seu primo, Setúbal, mantinha Isisme presa, cercada por guardas. Setúbal... Que grande tristeza assolou o coração do príncipe ao lembrar da traição do homem que via como irmão, como igual. Agora sua mulher era mantida prisioneira enquanto era obrigada a pensar que ele estava morto, mas ele não podia deixar que isso ficasse desta forma. Por mais que uma parte de seu coração estivesse ferido, a outra ansiava justiça. Ele tentou o matar. Ele iria pagar." - Caroline suspirou, olhando para Stefan que parecia mergulhar em cada linha do que ela lia. -Mei amum! - ela chamou, e o príncipe lhe olhou atento. - Você acha que em algum momento Isisme teria amado Setúbal?

–Acredito que ela via nele apenas um amigo. Um homem que também amava o homem que ela amava. - ela assenti.

–Oséias nunca foi capaz de se vingar de verdade. - a mulher reflete.

–Não. Ele lutou pelo lado bom de seu primo, no fim de tudo... - ele hesita - Bem... Você pode continuar lendo para mim outro dia. - ela faz uma reverência e sai. Stefan caminha de volta pra sua sacada e desfruta do ar da noite. Fecha os olhos e inala, quando os abre novamente, sente o sangue congelar em suas veias. No outro lado do pátio, em uma das outras sacadas, por trás das grandes cortinas agitadas pelo vento, estão seu irmão e sua esposa, beijando-se. Sua vista demora a processar a imagem diante dele. A noite é envolta numa cortina vermelha que trás a ele uma visão do passado. Tudo se transforma ao redor e lá estão... No fundo de seu interior o príncipe sabe o que significa a visão, sabe quem são aquelas pessoas: Isisme e Oséias, e dentro dele ele sabe quem é, e sua alma gentil acaba de ir por terra, e só resta a fúria e a inveja de Setúbal, seu eu de outra vida.

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–Rose está lá dentro, medjay. - Elena suspira enquanto Damon beija com calidez seu pescoço.

–Acho que sua criada tem mais vontade de nos ver juntos do que admitimos. - ele sopra um sorriso e ela arrepia-se o empurrando.

–Isso é errado! - os olhos dela estão nos dele, que a observa com tanta intensidade. Damon encosta suas testas, sem se afatar dela, segurando-a firme nos braços.

–Mas parece que não sou capaz de evitar. - por um momento eles só respiram juntos. Damon tem os olhos fechados agora e Elena se concentra na face do homem diante dela. Quando ele finalmente abre os olhos ela diz, quase inaudivelmente:

–Tampouco tenho essa capaciade. - ele quase arregala os olhos e encontra um sorriso lindo nos lábios dela. Ele sorri também. E de novo a beija. Desta vez, porém, o beijo trás algo de volta, e então ele se perde no tempo.

"-Você já viu sua noiva?

–Ontem, por alguns minutos. O pai dela estava lá, falando como ela fora educada para me servir.

–Você fala isso num tom tão desgostoso.

–Setúbal, você me conhece! Não preciso de uma mulher disposta a deitar no chão para que eu passe.

–Você prefere uma que te diga o quanto é intratável?

–Exato! Mas estou começando a achar que é pedir muito pra minha noiva.

–Você é intratável!

–Tavez eu devesse casar com você Setúbal.

–Muito hilariante, mei amum."

– O que foi? - Elena está confusa, olhando pra face quase sem cor de Damon.

–Eu vi uma conversa minha com Stefan. Quer dizer... Outra daquelas visões. Ele também aparece pra você? - ela não sabe o que responder - É tão estranho. - ele dá um passo atrás e bagunça os cabelos. - Se nossos pais têm razão e de verdade temos um vínculo de vidas passadas, definitivamente meu irmão faz parte delas. Eu o chamo de Setúbal. - a boca dela abre.

–O príncipe da terceira dinastia? - ele confirma.

Elena caminha até sua cama, e senta-se.

–Sei que você não é crente, mas...- ela hesita mordendo os lábios, e isso o faz prestar atenção de maneira imediata. - Poderia se acalmar comigo, aqui - ela acaricia a cama - e tentar ver o que nossas vidas passadas revelam. Se sempre somos capazes de ver algo quando nos tocamos, talvez, se nos concentrarmos eu...

–Não! - ele recusa.

–Mas damon, você não quer saber o que...

–Não! - ele quase grita. - Eu quero saber a verdade, sim. Mas também sei o que acontece com você quando faz essas coisas.

–Faço essas coisas? - ela usa um tom de desafio.

–Quando evoca seus poderes. Não quero que se machuque.

–Você estará comigo. Podemos esclarecer, poderemos ver quem somos. Ou ainda mais precisamente, quem fomos.

–Você já acreditou em toda a história maluca de nossos pais? - ele fala incrédulo e ela move os ombros indiferente - Eu deveria imaginar.

– E por acaso você não? Depois de tudo?

–Eu já lhe falei Elena. Embora eu não possa explicar o que aconteceu, eu não posso ser condenado por não acreditar de cara em algo tão irracional.

–Porque você tem medo?

–E você não? - ela nega e ele bufa. - Você é uma ex-sacerdotisa, eu deveria imaginar que temas como este lhe causam fascínio.

–Certamente deixam-me intrigada.

– Pelos deuses amumi...

–Vamos tentar. -ela levanta e segura suas mãos o guiando até que sente-se na cama. - Por favor... Não quer entender de uma vez? - ele suspira.

–O que tenho que fazer?

–Estou agindo por instintos. Por hora vamos deitar aqui e tentar pensar um no outro.

–Não será difícil estando deitado com você. Só não estou certo de que irá aprovar no que penso. - ele sorri e ela lhe semicerra os olhos.

–Deite-se, medjay! - ela diz o puxando enquanto ela mesma se joga entre suas amofadas. Damon toma uma respiração profunda e deita-se ao seu lado.

–Bem, e agora? - ela respira fundo e toca a face dele. O corpo inteiro dele paralisa.

–Apenas relaxe. - ela pede o encarando - E pense em mim. - ele segura a mão dela e beija sua palma, depois fecha os olhos.

–Fácil! - diz.

Elena fechou os olhos, sentindo o calor da face do medjay.

–Oh, Isís... - ela suspira e ofega. - Ah! - geme e Damon arregala os olhos, pois foi um grunhido de dor.

–Elena? - ele chama, ela abre os olhos e o segura com mais força e os dois são tragados pelo tempo.

"-É nossa noite como marido e mulher e você quer que eu a deixe?

–Não quero passar a noite com você amum, mal o conheço.

–Você me conhece a uma vida inteira Isisme. Do que fala?

–Acredito que pense que me conhece também.

–Você é minha noiva desde que me lembro. Claro que conheço-a.

–Qual minha flor favorita dos jardins de Anubis? E a fruta do pomar real que mais detesto?

–Não está falando seriamente.

–Você não faz ideia de quem sou. Nunca me deitarei com um homeme que não faz ideia da fruta que gosto. Ou da que detesto.

–E isso suponho ser uma questão de vida ou morte.

–Pode ser irônico o quanto quiser.

–Por Amon-Rá, mulher! Você é minha esposa, quero dormir com você e você deve resignar-se.

–Oh, então você realmente acreditou nas palavras de meu pai? Acha que cresci em vida aprendendo como lhe agradar e que tem diante de si uma noiva submissa?

–Não eu... Por Isís! Você me confunde."

–Por Amon-Rá. - Damon ofega, tremendo ao abrir os olhos.

–Não perca agora. - suplica Elena, a voz embargada. Ela o segura mais forte e ele volta a fechar os olhos.

"-O que está fazendo aí?

–Eu me machuquei mais cedo, no treinamento e... Bem, foi mais profundo do que pensei.

–Está ferido?

–Nada sério, Isisme.

–E se fosse, você não me diria.

–Não, não diria.

–Então mais um motivo pra que eu veja.

–Você é teimosa!

–Não mais que você. Me deixe ver!

–Não foi nada.

–Então me deixe... Oh, Isís! Isso está horrendo!

–Não exagere!

–O corte é muito profundo.

–Já tive piores.

–Isso é uma espécie de consolo?

–Não achei que precisasse de um. Na verdade, não achei que lhe importasse.

–Ora, não fale bobagens! Me deixe cuidar disso!

–Já estou terminando.

–Oséias!

–Isisme!

–É intratável!

–O que disse?

–Você é intratável!"

–Foi a primeira vez que ele a beijou. - diz Elena.

–Foi a primeira vez que ele se permitiu notar que a amava. - ofega Damon, ambos ainda imersos na visão.

"-Porque você fez isso?

–Me perdoe... Não, quero dizer... Não devo me desculpar, você é minha esposa e a beijei.

–Você é tão territorial.

–E você se esquiva tanto de mim. Por quê?

–Não é óbvio? Me abomina!

–Eu... Entendo...

–Não. Eu não...

–Acho que você terminou com a ferida.

–Mei amum...

–Devo falar com meu pai.

...........................

–Você ficou bravo comigo?

–Por dizer o que pensa sobre mim? Não!

–Estive falando com Setúbal. Ele me contou o que achava de mim.

–Nada que não saiba.

–Me contou o que esperava que eu fosse.

–Não importa!

–Sim, importa. Quero que saiba que tanta resistência de minha parte é por medo. E orgulho.

–Crimes perdoáveis.

–Antes mesmo de casar com você experimentei o sentimento de desejá-lo, mas eu odiava o arranjo de nossos pais. E você parecia tão... Você é arrogante.

–Sempre me elogiando.

–Mesmo assim o desejava. E você não olhava para mim.

–Eu olho agora. Mas parece que não há diferença.

–Queria que me amasse como sou de verdade.

–Queria que você não fosse mais uma aos meus pés.

–Você me ama?

–Quase como um castigo.

–Então ambos vamos morrer nesta punição."

–Isisme. - sussurra Damon e abre os olhos, dando de frente com o olhar de Elena.

–Mei amum. - ela diz e os dois se beijam. Um beijo cheio de amor. Cheio de paixão. O encontro de duas almas, mais do que de dois corpos.

–Por Amon-Rá! - é a voz de Rose, fazendo ambos pularem e se soltarem. - Amumi!

Quando Damon retoma o equilíbrio e razão ele encara uma Elena pálida, com um leve sangramento abaixo do nariz.

–Por Osíris! - ele segura sua face e ela tenta o acalmar.

–Estou bem. Você viu? - ele afirma. - Precisamos saber mais.

–De maneira alguma, veja como está!

–Por favor! Pode não ser hoje, mas tentemos.

–Não, Elena!

–Damon, não é possível que não queira saber o que aconteceu.E se no passado tiver algo que nos explique o que fazer hoje?

–Você já não fala coisa com coisa. - ele diz e fica de pé, saindo da cama e sinalizando para que Rose cuide dela. - Não vou repetir isso com você.

–Do que tem medo? - pergunta irritada.

–De perdê-la! - ele grita. - Se é que não seja óbvio pra você, seu nariz está sangrando. E sabemos bem como acaba a história da rainha e rei da terceira dinastia. Não é bonito, Elena!

–Vocês... - Rose paralisa sob o olhar do principe e engole as palavras.

–Não pode fugir.

–Olhe como eu posso. - ele desafia indo em direção à sacada. - Cuide dela. - Fala pra Rose antes de pular.

–Eu não vou mais fugir. - Elena fala encarando onde a pouco ele estava.

–Amumi? - Rose a encara.

–Não é nada. Quero uma tâmara. Me deu vontade de provar uma tâmara. - ela diz e Rose assenti se afastando. - Tâmaras... - ela suspira quando Rose se vai pela fruta. - Ela gostava de tâmaras.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã!



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