Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 17
O lado que resiste


Notas iniciais do capítulo

Olá!
O capítulo de hoje é bem especial para mim, pois é importante pra o que vai acontecer a um de nossos personagens.
Boa leitura!



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–Como está o nosso maior trunfo, Ayana?

–Ele está pronto, meu senhor. Finalmente temos a motivação perfeita. - Elijah chega bem perto de sua feiticeira, e senta-se ao lado dela, diante da fonte.

–Então podemos passar para a próxima parte de meu plano.

–Você nunca me explicou bem o que tem em mente.

–É muito simples. Você me disse que temos que tirar tudo dele. Tiramos a confiança no irmão e em si mesmo. Tiramos a sua certeza de que merece o que tem, e agora vamos dar um motivo para que ele sinta-se obrigado a prvar para si mesmo que está errado.

–O que pretende fazer?

–Não é óbvio? -Ayana pisca confusa e intrigada. - Vou matar o faraó.

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Alguns meses depois...

–Seu pai não disse quando pretende voltar a casa de Rá nesta mensagem?

–Não, mei amum. Ele não disse.

–Recebi uma mensagem de meu irmão mais cedo. - Elena encara Stefan com bastante atenção. Ele sorri e entrega-lhe o pequeno pergaminho. Pode ler, eu não ligo. - ela sorri e aceita o que ele oferece.

"Essa campanha me trouxe algo que jamais pensei sentir antes: saudade das paredes claustrofóbicas de meu quarto. Os dois últimos meses tem sido muito difíceis, irmão. Estou orgulhoso com o novo projeto que apresentou ao conselho, não esperava menos do futuro governante do Egito. Essa guerra deve acabar logo. Há muitas mortes e miséria, mas de alguma forma eu sinto esperança. Esperança em você. Nosso ada deve estar orgulhoso. Sempre contigo em meus pensamentos. Damon."

Elena sorri, encontrando o olhar de Stefan. Depois da tentativa de saber mais sobre suas vidas passadas, Elena e Damon tentaram por mais umas vezes até estarem convencidos de que a vida dos dois e de Stefan haviam tomado rumos diferentes nesta encarnação, e isso talvez significasse que o agora era o caminho certo a seguir. Se no passado a decisão de amar Damon e só a Damon casou tanta dor e perda, nesta vida, o melhor seria tentar outro caminho.

Stefan era um bom homem. Forte e gentil. Acima de tudo ele amava seu país, a ela e a Damon. Ambos irmãos tinham uma devoção pela terra e gente que cuidavam e governavam. Foi uma decisão difícil, mas eles concluíram, ao final, que se Damon era um medjay nesta vida, isso só significava que ele deveria proteger sua amumi e seu amum, lutando para que eles fossem, juntos, os melhores governantes do Egito.

Nem o governate de Ati, nem o faraó poderiam anular o casamento dos filhos. O único com poder para tanto era o próprio Stefan, mas Elena e Damon estavam seguros de que ele jamais faria tal coisa. Amando Elena como amava.

–Eu lhe disse, mei amum. Sua iniciativa foi de grande aprovação.

–Me ocorreu em um sonho. - ele confessa, pegando de volta o papel das mãos dela. - Acredito que se todos os monos concentrarem esforços, seremos recompenados como nação.

–Seu irmão tem razão quando diz que você será um bom faraó. - ele sorri.

–Sente falta dele? - Elena o enacara com olhos arregalados por tal pergunta. - Sei que o humor discutível de meu irmão faz falta em muitas ocasiões do palácio.

–Ele prefere o campo de batalha. - Stefan bufa.

–Ninguém prefere o campo de batalha, Elena. Damon apenas é resignado com seu destino. Sempre o bom soldado. Algum dia ele vai parar de fugir e ficará aqui, com uma esposa.

–Você acha que ele quer uma famíia?

–Que homem não quer?- o olhar dele para ela é tão intenso agora que é impossível fugir do que é proposto. - Quando vai me dar um filho?

Elena nunca tinha ouvido uma pergunta tão direta vinda dele. Stefan era por vezes mais recatado que ela, sempre respeitando o espaço e o tempo que ela determinasse. Mas já estavam juntos a quase um ano, como marido e mulher, e todos no Egito já se perguntavam porquê a reencarnação da deusa da fertilidade ainda não tivera filhos.

–Sei de minhas obrigações para com o senhor, mei amum. Mas acredito que elas serão mais urgentes quando o faraó não estiver mais entre nós.

–Obrigações... - Stefan solta a palavra e suspira. - Desejaria que não visse nossa relação assim. Mas de certa forma compreendo você. Meu pai e eu jogamos esse casamento em sua face, a encurralamos, e eu não esperava ganhar seu amor tão facilmente. Agora desconfio que nunca terei um amor vindo de você, senão um sentimento de compromisso. - ela abre a boca, mas desiste - E eu que estava imaginando poder chegar ao seu coração um dia, e conseguir de você beijos acalorados, sob a lua do Egito, entre cortinas, numa sacada. - Elena sente o coração congelar e ofega. Stefan a está encarando de maneira séria, com dureza no olhar, ele pressiona ruidosamente seu maxilar antes de se afastar sem dizer mais nada.

–Amon-Rá, ele sabe. - com o corpo todo vibrando, Elena senti, finalmente, que o príncipe herdeiro tem o assustador poder do cálculo, e essa nunca foi uma característica de bons homens.

Em algum lugar no grande deserto, num acampamento, Damon lê a mensagem de sua princesa. Poucas palavras, descritas numa só linha, mas que tiveram o poder de o fazer sentir apavorado e desejar voltar para casa mais que nunca.

"Stefan sabe o que fizemos, e ele sente inveja de você"

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Acordo com uma tremenda comoção nos corredores, e uma Rose angustiada, me sacudindo.

–Por favor, senhora. Devemos levantar. - eu me ponho sentada, e atordoada, há homens ao redor de minha cama, e de repente, Stefan surge em meu quarto e corre até mim, me prendendo em seus braços, os olhos dele estão vermelhos, ele treme.

–Temi que não estivesse bem.

–O que está acontecendo? - pergunto quando ele me permite afastar de seu abraço, ele sobe e desce as mãos por meu braço, como numa inspeção. - Mei amum...

–Mataram meu pai. - diz de forma direta.

–O quê?

–O faraó foi assassinado enquanto dormia. Temos que sair daqui. Sem meu irmão e sem seu general, devemos ir até os túneis. Estamos sem tempo. - assinto, tentando assimilar tudo. Ele me segura pelo braço e começa a se mover.

E dentro de mim, eu sei, que tudo acaba de mudar.

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–Não discansarei até que o culpado pague. - Damon fala encarando o túmulo do pai. Por semanas ele correu pelo deserto, num ato desesperado, deixando toda sua legião para trás, tentando chegar para os rituais, mas não conseguiu, e agora, a coroação de seu irmão era próxima. -Não consigo deixar de pensar quese eu estivesse aqui...

–Não diga bobagens, irmão. A menos que você dormisse com nosso pai, não poderia evitar nada.

–Temos que descobrir quem no palácio é fiel ao hicso.

–Você tem certeza de que é Elijah?

–Você duvida? - Stefan apenas observa a face irritada de seu irmão. -Ele tem alguém que lhe é fiel aqui.

–Sei que você é o íder do exército egípcio, mas depois de tudo, quero que assuma o comando da guarda do castelo. - Damon o encara com atônito.

–Vai me tornar um guarda de cidadela? Você não pode...

–Na verdade, eu posso. Niklaus pode comandar os exércitos sem você. Quero você perto de mim, protegendo-me a minha esposa.

–Stefan...

–Medjay! - Damon para com o tom enfático do irmão. - Nosso pai está morto, esta tarde serei seu novo faraó, me deve obediência. - Damon sente o corpo tensionar - Mas acima de tudo, me deve não fazer com que eu tema por você estar longe. Preciso de você aqui, irmão. - Damon assenti quase com uma reverência. - Agora mais do que nunca.

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–O novo faraó não parece em desavença com seu irmão, meu senhor. - diz Ayana, observando os irmãos através da fonte, em mais um conselho. Faz pouco mais de um mês que Stefan foi coroado.

–O coração do faraó tem um lado muito tentado pelas sombras, mas também tem um outro lado, mais resistente, guiado pelo amor que o irmão tem por ele, e claro, o que ele sente pelo irmão. Minha aposta é que o que ele sente por Elena, algum dia, de alguma maneira, assuma seus instintos, suas vontades.

–A vontade de tê-la sendo mais forte que a vontade de ser um bom rei.

–E um bom irmão. Não está longe Ayana. Não está longe.

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–Meu príncipe parece tão distante hoje. - Rebekah está me olhando, com a mesma meiguicee carinho de sempre- O que lhe aflige, mei amum?

–A morte de meu pai me persegue em sonhos.

–Amum... - ela toca minha face, suas mãos quentes, me dando conforto.

–Sempre fugi destas paredes, de meu dver para com a coroa, da responsabilidade que via sobre as costas de meu pai. Por anos eu disse a mim mesmo que a política não me agradava, mas eu... Eu só pensava que não tinha o julgamento mais adequado para liderar qualquer nação que não fosse uma disposta a morrer por seus iguais. Uma criança não teria tal sentimento, nem uma mulher, ou mesmo um ancião em cima de uma cama.A capacidade de liderar quem sabe defender-se sozinho eu sempre a tive. E como um covarde joguei isso para o meu irmão. E agora temo que ele acabe como meu pai.

–Meu príncipe...

–Stefan é justo, leal. Tem um desejo dentro dele e uma motivação que sempre invejei. E uma fé em mim, nos homens em geral. Isso faz dele o melhor governante para o Egito, e no entanto...

–O quê?

–Sinto que não deveria ser tarefa dele. Não mais.

–Se arrependeu de abdicar?

–Estou arrependido de jogar nele tamanha responsabilidade.

–Ele sempre a quis.

–Mas porque eu sempre disse que era pra ele fazer. Agora só me resta cuidar para que faça.

–Ele irá. Hoje é dia de rataman.- ela sorri, me fazendo suspirar por ser vencido diante sua tentativa de me fazer sentir bem.

–Mia enauimi. - ela recebe meu suspiro como um toque, e noto toda sua pele se arrepiar.

–Algum dia aceitará me fazer sua. - ela diz em tom de desafio.

–Algum dia...

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–Minha rainha. - Stefan fala em alto som, para que todos escutem - Quero que esta noite, você ofereça a dança a meu irmão. - eu o encaro e ele está olhando para mim, e eu reconheço esse olhar. Esnobe, frio...

–Meu rei... - Elena tenta portestar, mas ele só a olha e nega com a cabeça e ela faz uma reverência.

Quando Elena se encaminha para o centro do salão, é um pouco de pois de Caroline ter oferecido sua dança ao faraó, e antes disso, Rebekah havia oferecido-me a sua. O mantra que ela escolheu para mim foi o da terra. Os movimentos mais firmes e discretos, quando eu levanto para acompanhar seus passos, nossos olhares se encontram apenas diante do véu, que, volta e meia, ela põe diante de sua face.

Mais tarde, em meus aposentos, me sobressalto com a voz de meu irmão.

–Eu precisava ver. - ele diz caminhando para a sacada e se pondo ao meu lado. - Sei que sabe do que estou falando. Há quanto tempo?

–O quê? - ele me olha com quase fúria, eu solto a respiração e me recosto na sacada, fincando as mãos lá. - Não foi planjado.

–Oh, eu sei que não. O amor nunca é planejado. Não planejei a amar como amo. Mesmo antes de conhecê-la. É inespicável pra mim também. Parece que há algo dentro de mim que me fez esperar por ela. - meu coração vacila, algo inesplicável... - É como se fosse pra ser e só isso. Ela deve ser minha.

–Ela é sua. - ele bufa.

–Há quanto tempo, irmão?

–Desde o deserto. Desde que a salvei do hicso.

–Você a ama?

–Stefan...

–A ama?

–Com toda minha alma. - ele inspira e vira-se, me forçando a ficar frente a frente com ele.

–Elena é minha esposa, e você meu irmão. Eu a amo, você a ama. Mas ambos sabemos que ela só está disposta a ir pra cama de um de nós. - meu corpo inteiro treme - E mesmo não sendo a opção escolhida, é comigo que ela irá se deitar. É comigo que é casada, eu sou o faraó. Talvez agora você se arrependa mais que nunca por ter renegado seu direito divino.

–Não me arrependo por isso.

–Ah, então de fato já o fez?

–Sim. Por você. - ele sorri amargo - Porque é uma grande responsabilidade.

–E você acha que não dou conta.

–Eu sei que você dá conta, irmão. Mas tambémsei que isso vai tirar o melhor de você.

–Por que o poder corrompe?

–Por que o poder é poder. E como tal, atrai inimigos. Inveja e fúria. Não quero você num túmulo.

–Então sugiro que faça bem seu trabalho medjay. - seu tom é como uma espada atravessando minha alma.

–Sou seu irmão.

–É meu protetor. Meu e de Elena. Ela é minha rainha e me dará filhos e você será o responsável pela segurança de todos nós e não vai falhar por que me ama, não é? - o sarcásmo dele me quebra mais - Mas acima de tudo, não falhará porque a ama.

Ele se afasta, e devagar, caminha até a saída, sinto minha face molhada. Estou tremendo. O sentimento crescendo em mim é confuso. Culpa e fúria. Medo e raiva. Ciúmes... Todos eles eu sinto por meu irmão. É quase doentio.

–Quero que se case. - ele fala, e me volto para o encarar. - Você disse que a ocasamento não era pra você. Acredito que ela saiba, que você lhe tenha jurado algum tipo de fidelidade. Mas isso vai mudar.

–Você vai me obrigara a casar?

–Aceite como uma recomendação. Recomendo que se case, que tenha muito filhos e que inspire minha esposa a fazer o mesmo por mim. Não quero odiá-o, Damon. Os deuses sabem que não. Mas vocês me enganaram, você me enganou. Case-se e tire dela qualquer esperança.

–Ela não tem esperança alguma. Está casada com você. Só você pode fazer com que isso mude.

–Quero que ela me ame! - ele grita e a voz dele é outra. - Não quero que esteja comigo por obrigação. Eu a amo. Se ela não corresponder a isso, não significa nada estar casada comigo. Nada! Você me conhece... Jamais deitaria com ela, se não fosse de sua vontade.

–Quer que eu a force a deitar com você por despeito? - ele vem até mim, rosnando, com os olhos quase em chama.

–Quero que a faça ver que o amor não basta. Case-se!

–É uma ordem, mei Rá?

–Um pedido de irmão, medjay. Sei que, no fim, fará o melhor pra ela, e pra mim. Nos ama, não? - uma dor invade meu peito. Não estou diante do meu irmão. Estou diante de Setúbal, e antes dele de Seth.

–Você não sente o porquê me arrependi de ter lhe dado o poder do trono de Rá?

–Sinto que você se arrepende por não ser o homem com quem ela deve estar. - suspiro e o assisto deixar o quarto.

–Não, irmão. Você não sente que o poder da coroa e o ciúme, corromperam seu gentil e justo coração.

Afundo, ficando de joelhos. Deixando as lágrimas transbordarem.

–Amon-Rá... O que fizemos?


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Notas finais do capítulo

Até amanhã!



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