- Por que ele me odiava???? – eu disse
- Eu não sei, ele nunca me disse o motivo. Eu ficava meio bravo, por que ele nunca nem tinha visto você, e já te odiava, e ele dizia que nem queria ver, já era o bastante o que falavam de você.
- E o que falavam de mim? – eu disse, e não conseguia acreditar no que eu estava escutando.
- Não sei, mas vamos parar de falar do Rafael. Que tal falarmos de nós?

O Rafa chegou bem nessa hora, ainda bem. Ele perguntou se a gente podia subir, para terminar os estudos, eu falei que sim. Acabamos de estudar, e eu estava realmente estava me sentindo totalmente preparada para a prova. Na hora de ir pra casa, o Rafael não estava se sentindo muito bem, então eu ia ir sozinha pra casa, até que o João se ofereceu pra ir comigo, e eu aceitei, só pra não ser mal educada.

No caminho, fomos conversando, e quando faltava uns 2 quarteirões para chegar na minha casa, ele começou a falar sobre o assunto que eu estava tentando escapar:

- Nem parece que faz tanto tempo que a gente terminou... Ainda sinto sua falta...
- É... Mas então, você vai ficar por aqui, ou vai voltar pro Rio?
- Vou ficar por aqui mesmo. Acho que a gente podia tentar de novo, ou sei lá? – ele disse levantando os ombros – Recomeçarmos da onde paramos...
- Da onde paramos não, por que muita coisa mudou, eu cresci, você cresceu, estamos diferentes, mas talvez ainda possamos dar certo.
- Isso foi um sim? – ele disse deixando escapar um sorriso bobo.
- Talvez – eu disse chegando mais perto dele, ficamos frente a frente, fomos nos aproximando, e nos beijamos.
- E isso, foi um sim?
- Você ainda tem alguma dúvida? – eu disse mordendo o lábio.
- Não. – ele disse sorrindo, e me beijou.

Cheguei em casa, e realmente estava muito feliz. Deitei na minha cama, e fiquei sorrindo para o teto. Sei lá. Eu estava feliz, mas estava com medo. Não era bem medo, era uma sensação estranha, namorar (de novo) o irmão do meu melhor amigo, sei lá. E por mais que eu ainda gostasse do Rafael, ia tentar com o João, para justamente esquecer o Rafael, e me conter só com a amizade dele, pois era a única coisa que eu ia conseguir dele. Não que eu não gostasse do João, gostava muito, mas não chegava nem aos pés do que eu gosto (gostava?) do Rafa. Sabe, o Rafa é aquele tipo de cara que quando ele sorri você sorri junto, quando ele fica triste, você fica triste, enfim. Estava pensando na 1º vez que eu o vi. Foi assim: estávamos, eu, a Letícia e a Isabelle, faz uns 2 anos isso, ele estava jogando futebol com os amigos dele, e eu e as meninas estávamos sentadas na arquibancada, falando assuntos bobos. A bola do futebol deles foi para a arquibancada, e eu fui buscar, só para ser educada. Abaixei para pegar a bola, e quando eu levantei, tinha um menino alto, forte, loiro, na minha frente. Assim que eu olhei para ele, ele sorriu, e eu sorri junto. Nunca tinha o visto na minha vida, até achei que ele fosse novo na escola ou alguma coisa assim, não sabia, só sabia que eu tinha achado ele lindo, parecia um deus grego. Entreguei a bola pra ele, ele disse obrigado com a voz mais linda que eu já havia ouvido em toda a minha vida, e eu disse de nada, e de tão boba que estava quase cai, se não fosse ele ter me segurado. Ele me segurou pelo braço, para eu não cair. Demos risada, eu disse obrigada, e sai, agora sem cair. Sai de lá sorrindo, e fui falar com as meninas. Perguntei para elas se elas sabiam quem era ele, e elas responderam que era da outra sala (na minha escola, tem 2 salas para cada ano então, tem 8º A e 8ºB, 9º A e 9º B, e assim vai, mas todas são de manha, infelizmente, eu sempre fui do B). Depois daquele dia, aquele menino ficou na minha cabeça, ele foi muito gentil comigo, e depois desse dia, eu sempre ficava observando ele de longe, mas só o achava bonito. Depois disso, namorei com o João, mas não sabia que era ele (Rafael) o tal irmão que sempre ficava trancado no quarto, e também não sabia quem era a mãe dos dois, pois o João morava com o pai, e o Rafael com a mãe, pois eles eram separados, então, não conhecia a mãe do João, nem nunca tinha ido a casa dela, por isso não sabia que era a mesma mãe quando cheguei na casa do Rafael. Um dia na escola, eu quebrei meu pé, e acabei tendo que ido para o hospital, e como o Rafa era um dos mais fortes, ele se ofereceu para me levar até o carro (o João já estava no Rio). Quando chegou no carro, ele falou no meu ouvido: “Melhoras”. E foi a partir desse dia que eu passei a gostar mais e mais dele, e sabia que ele não gostava de mim como eu gostava dele.