I've been awake for a while now

You've got me feeling like a child now

'Cause every time I see your bubbly face

I get the tingles in a silly place

Bubbly - Colbie Caillat

Quinn e Rachel passavam o dia pensando uma na outra. Vez ou outra, tentavam simplesmente distrair-se com algo aleatório mas logo suas mentes voltavam uma a outra.  Os beijos de Quinn era o novo combustível de Rachel, era um pequeno e novo vício, ela não conseguia tirar a sua cabeça disso. Saiu com seus pais para dar entrada nos papéis para NYADA e mesmo com toda aquela perspectiva que a cidade lhe oferecia, sua mente persistia em estar na loira.

A morena pensou em aproveitar todo o tempo que estava passando junto de seus pais e contar a Hiran e Leroy sobre sua nova amada, mas não sabia se isso era o certo. Tinha convicçãod e que era a loira quem ela amava, mas sempre criava expectativas sobre as coisas e nem sempre se sabia bem no final, ela apenas queria ir devagar. Seus pais desconfiaram de algo por ela estar no mundo da lua, mas pensaram que poderia ser apenas mais um garotinho bobo do clube do coral. Eles nunca imaginariam que Rachel estaria namorando uma garota.

A loira, por sua vez, foi para o shopping com Santana e lhe contou sobre Rachel. Preferiu não pedir nenhum conselho, então ela apenas a ouviu atentamente e fez alguns comentários breves. Ela sempre desconfiou da sexualidade de Quinn, mas nunca imaginou que Rachel Berry também poderia ser lésbica, e que as duas poderiam chegar a ter um relacionamento. Isso era tão novo pra ela quanto para Quinn e Rachel. Não sabia se aprovava esse relacionamento, já que sempre se preocupou demais com a Fabray, embora não demonstrasse. Ela conhecia a personalidade da colega de classe, sabia que ela era orgulhosa, ambiciosa e egoísta. Poderia ter um bom coração, mas tinha medo que seu egoísmo fosse maior do que o amor que ela sentia pela Quinn. Sua amiga estava tão feliz e sorridente contando sobre tudo o que havia acontecido com ela que preferiu não mostrar a ela sua hipótese, então, apenas ouviu e tentou acompanhar sua felicidade. Quinn nunca se demonstrou assim antes, nem mesmo com Finn Hudson que na época lhe oferecia tudo o que ela poderia querer. 

Santana sempre imaginou uma outra Quinn lésbica. Pensava nela saindo com as garotas mais bonitas da cidade, quebrando corações e sendo totalmente inconsequente a respeito de suas garotas. Mas ela estava totalmente cega de paixão por uma garota que segundo Santana, nunca seria atraente. 

- É hilário que você e a Hobbit tenham um encontro. - Santana disse, enquanto saboreava seu frozen yorgut de limão.

- Ei, não chame ela assim. Um dia será a madrinha do nosso casamento e precisará tratá-la melhor! - Quinn se encheu de esperança.

- Tome muito cuidado com isso, Fabray...

- Cuidado? Por quê? - abriu-se um semblante de dúvida.

- Com a personalidade de Rachel... Sabe que ela passa por cima de qualquer coisa quando quer algo, e mesmo que ela te ame... Não pode segurá-la ou fazer com que ela mude!

- Calma, Santana, calma. Estamos nos conhecendo, eu sei que gosto dela, mas quero viver o presente. Não posso esperar que ela mude por mim e também não vou mudar por ela. Sabe, Rachel é realmente importante pra mim, então prefiro não pensar nos riscos.

- Tudo bem, se prefere assim... Você merece ser feliz, e mesmo que tenha escolhido uma anã de jardim com tantas garotas bonitas por aí... Torço muito por vocês duas! - Santana sorriu, selando o rosto da amiga.

Ao caminharem no shopping, Quinn encontrou um colar com pingente de estrela. Já não parava de pensar em Rachel, então foi fácil lembrar-se dela na hora. O preço não era dos melhores, mas cabia no seu bolso. Não pensou duas vezes antes de comprá-lo. Esperava que o presente a surpeendesse.

O dia passou lentamente, para a infelicidade do casal, mas logo a hora do encontro foi se aproximando e ambas começaram a se preparar. Vestido. Sapato. Maquiagem. Perfume. Babyliss. Chiclete. Absorvente na bolsa. Celular. Chaves. Tudo pronto. A campainha de Rachel tocou e ela desceu as escadas apressada para atender. Era Quinn.

Rachel teve uma reação involuntária e lhe roubou um beijo. Sua língua se mexia timidamente, com medo de não ser correspondida. Suas mãos se friccionaram contra a pele de Quinn. Cada vez que se beijavam, elas se conheciam mais um pouco. Berry aproveitava a sua chance de provar do sabor da boca da loira, explorando cada cantinho dali com sua língua ágil.

- Nosso encontro já começou? - Rachel perguntou.

- Sim! Começou. Venha. - ela lhe pegou pela mão e levou até o carro, então abriu a porta para a morena, a surpreendendo com a gentileza.

No caminho, elas não tocaram em algum assunto íntimo ou tentaram se conhecer mais, apenas aumentaram o volume do rádio e cantaram ao som de Kesha. Nenhuma delas estava tentando ser romântica ou divertida, estavam sendo apenas espontâneas. E a espontaniedade de ambas se encaixava perfeitamente. Ao chegarem, o bar parecia estar agitado demais. A maioria das pessoas naquele local era bem mais velhas e descoladas do que elas, enquanto eles passavam todas as noites de suas vidas tentando descobrir algo novo, a coisa mais perigosa que uma delas havia feito fora engravidar durante a adolescência. 

Ela não pediram bebidas alcoolicas pois queriam se lembrar da noite especial que tiveram quando acordassem e a bebida não as ajudaria nenhum pouco. 

- Você esta maravilhosa hoje, Rach! - Quinn comentou, sorridente.

- Obrigada, Fabray. - ela sorriu enquanto corava.

- Preciso te dizer algumas coisas... 

- Eu também! - Rachel segurou sua mão.

- Eu primeiro... Veja bem, é estranho dizer isso. Eu não estou acostumada com esse tipo de coisa, é tudo muito novo pra mim, e acredito que também seja pra você. Mas eu preciso tentar! Rachel Berry, eu gosto de você. Não como minha colega do clube do coral ou do clube do celibato, eu gosto de você de verdade. Eu tenho pensado em você, tem sido quase o tempo todo e o mais engraçado é que você domina minha mente e mesmo assim eu nunca me canso. Sei que descobri minha paixão por garotas a muito pouco tempo, mas desde que percebi que o que eu sinto por você é mais do que admiração, têm sido como um imã me puxando intensamente cada vez mais perto. Eu sei que isso é totalmente platônico e que você não sente nada por mim, sei que ontem só me beijou porque estava bêbada e de uma forma estranha sentiu desejo por mim, apenas desejo, mas mesmo assim eu...

- Espera! - Rachel a interrompeu - O que você sente por mim... Não é platônico, Fabray.

- O que? - a loira tentou e não conseguiu interpretar o que ela havia dito.

- Quis dizer que o que você sente por mim não é platônico... - ela abriu seu sorriso aos poucos - Porque eu também gosto de você!