Argonautas I escrita por Argonautas


Capítulo 6
Ana Clara




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Eu estava na fazenda de meu avô quando descobri o que eu realmente era, calma, vou explicar.

Estávamos no ano de 1945 no final da segunda guerra mundial. Assim que a guerra iniciou-se, minha mãe me mandou para a fazenda de meu avô no interior da Inglaterra, alegando que assim que a guerra terminasse iria ao meu encontro juntamente com meu pai que havia ido para a guerra. Mas, dois messes depois do final da guerra, ela ainda não havia chegado e, duas semanas mais tarde descobri que ela morrera.

Meu avô tentava me acalmar de todas as formas que conhecia, falando que ela estava em um lugar melhor, que estava nos observando e que não gostaria de me ver sofrendo como eu estava, mas nada adiantou. Naquela mesma noite quando meu avô estava dormindo, levantei-me da cama e sai da fazenda para caminhar um pouco e tentar me acalmar.Comecei a andar pela floresta que rondava a fazenda até encontrar uma clareira que nunca havia visto.

Sentei-me no meio da clareira e comecei a sentir frio, o que era estranho já que estávamos no verão, mesmo assim fechei um pouco mais o “hobby” que estava vestindo por cima da camisola, então comecei a me sentir observada, mas não havia mais ninguém além de mim naquele lugar. De repente ouvi um barulho perto das moitas e me levantei para verificar o que era. Fui andando ate a moita com meu subconsciente gritando que era perigoso, mas uma parte do meu cérebro falava para continuar, assim que cheguei bem perto da moita ouvi alguém dizendo.

–Hora,hora,uma jovem semideusa desacompanhada!A floresta pode ser perigosa querida!

Quando me virei, vi uma coisa que pensava que existia apenas em imaginação. A criatura a minha frente deveria ter pelo menos dois metros de altura, era gordo, meio poroso, usava apenas uma tanga no corpo e segurava uma marreta enorme, o mais assustador é que quando olhei para seu rosto, percebi que possuía apenas um olho. Não sei como mas um nome veio a minha mente.

Ciclope.

Fui andando um pouco mais para trás até que encostei as costas em uma árvore.

–Onde esta seu satiro pequena semideusa?

–O-o q-que?

–Ahh! Então você ainda não descobriu sua origem?! Uma pena que não viverá o suficiente para descobrir.

Ele avançou com o marrete levantado pronto para me matar e em um segundo todas as pessoas que eu amo ou um dia amei vieram a minha cabeça.

Minha mãe,meu avô, meu pai, minha avó, meus tios .

E o que eu não queria me lembrar jamais.

Éric. Era meu melhor amigo, eu era quase apaixonada por ele e ele me deixou, era a única pessoa que eu conhecia nos arredores da fazenda.

Estava esperando a força do marrete me tirar a consciência e me levar para perto de minha mãe quando escuto um grito forte.

Abro os olhos e vejo três garotas que pareciam ter a minha idade a minha frente.

–Não deveria andar sozinha por ai. –disse uma morena.

–Quem são vocês?

–Não precisa ter medo, não iremos machucá-la. –disse a do meio.

–Quem é seu pai?- perguntou a terceira que estava calada.

–Meu pai morreu na guerra!

–Lady, ela não é mortal! Mas também não existe nenhum sátiro protegendo –a !

A do meio pareceu pensativa e, por um momento se não fosse pelos arco-e-flechas, as roupas e as adagas, eu as consideraria garotas normais.

–Onde estas seu sátiro? –perguntou a morena.

– Aquela criatura me perguntou a mesma coisa e vou dizer o que eu disse a ela: não sei do que esta falando! – disse perdendo a paciência.

– Ela não pode ser uma mortal que vê através da nevoa? – perguntou a terceira.

– Não, ela é uma meio-sangue. – a do meio falou.

– Mas ela não tem sátiro! - exclamou a morena.Eu estava irritada, será que elas não podiam, pelo menos, me explicar o que estava acontecendo?!

O chão começou a tremer, na minha frente, abriu uma deixa e uma mão de ossos manchados de sangue apareceu. Eu dei um grito e isso chamou a atenção das três. Assim que gritei, a raiva foi substituída por pavor e a mão desapareceu.

–Impossível! – exclamaram juntas.

– Eu não sei o que esta acontecendo, será que vocês podem, por favor, me explicar?

–Venha conosco que você entenderá.

Eu as segui ate uma espécie de acampamento no meio da floresta.Entramos na maior tenda, que deduzi ser a principal.

–Vou lhe contar uma história, mas antes me responda: o que sabes sobre mitologia grega?

– Sei de algumas coisas, minha mãe me contava histórias de deuses e dizia que o que mais gostava era Hades, por.... bem o motivo eu não me lembro e também gostava de Ártemis, por causa das caçad.... Esperem, os arcos, as adagas, as roupas, vocês são Caçadoras de Artemis!

O do meio sorriu e disse:

–Sim, tampem os olhos.

Não entendi o quis dizer mas assim o fiz e quando abri os olhos novamente não estava mais uma garota de doze anos e sim uma mulher com um arco-e-flecha prateado.

–Uou!

– Bem, vou resumir tudo a você. Pelo visto já conhece a origem dos deuses sabe o que cada um representa, não?! –apenas assenti – então deve saber que os deuses muitas vezes se apaixonam por mortais e têm filhos meio-sangues com eles, você é uma meio-sangue Ana Clara, e seu pai é Hades. Existem muitos como você em todo planeta que quando completam doze anos, tem que ir para o acampamento meio-sangue para treinar e assim poder sobreviver nos dois mundos.

–Isso é muito para minha cabeça...

– Mas algumas semideusas, escolhem o caminho da caçada, fazem um juramento a mim e me acompanham pelo mundo me ajudando a matar os monstros. Todas as Caçadoras, assim que fazem o juramento, dão as costas para os homens e ganham em troca a imortalidade.

– Qual é o juramento?

– Eu posso lhe dizer qual é se você aceitar entrar na caçada. Você aceita?

–Sim.

Bem, depois deste dia eu virei uma caçadora, treinei bastante para conseguir chegar onde eu estou, alguns anos depois recebi uma carta anônima informando que meu avô havia falecido. Nesta mesma semana recebi um presente dos deuses, um anel de dentes de vampiro que quando aperto se transforma em uma espada ou um arco-e-flechas negros. Bom, no outro ano muitas das caçadoras morreram por causa de um monstro que enfrentamos, a Quimera.


Alguns dias depois de termos derrotado a Quimera, Lady Ártemis me nomeou tenente das Caçadoras, alegando que eu tinha experiência suficiente para receber tal cargo.
Não tardou a sairmos em caçada mais importante do que as outras que participei, um titã, uma titânida para ser mais exata, seu nome era Febe, que representava a Lua Cheia no tempo dos titãs. Ela queria jogar Lady Ártemis no Tártaro e tomar seu lugar. Não irei descrever esta luta, pois apenas de pensar em quantas Caçadoras perdemos, fico deprimida, já que nós éramos quase irmãs. O mais importante foi que ganhamos, Lady Ártemis a retardou enquanto eu a cortei com minha espada, sabíamos que não a havíamos matado, somente a enviado ao tártaro e que um dia ainda iria voltar.


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