Argonautas I escrita por Argonautas


Capítulo 22
Luis Guilherme




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Sou Luis Guilherme, filho de Apolo e essa é a minha história:

O dia era chuvoso. Olhei pela janela do meu quarto e vi uma tempestade se formando. Minha mãe estava trabalhando e eu fiquei sozinho em casa, esperando meu amigo chegar para terminarmos um trabalho escolar.

Enquanto esperava ele, fiquei fuçando em umas caixas antigas que minha mãe disse pra não mexer... Ela sempre ficava nervosa e mudava de assunto quando eu perguntava o que tinha ali. Isso só podia significar uma coisa: Tinha algo sobre meu pai ali.

Então comecei a revirar as caixas até que achei algo que me chamou atenção. Era um pequeno círculo com uma flecha cruzando ele preso a uma corrente, parecia ser de ouro, ou banhado a ouro. Fiquei tão desatento olhando para aquilo que nem percebi que a tempestade tinha caído e relâmpagos cortavam o céu com ferocidade.

Então, repentinamente, a energia caiu. Fiquei lá, parado no escuro, já havia anoitecido a mais ou menos meia hora. Lá estava eu, na completa escuridão, tentando lembrar onde estava a lanterna. Mas percebi algo estranho, o pingente com o círculo e a flecha estava brilhando, não como uma vela, ele emitia uma luz pálida e fraca. Porém foi o suficiente para eu me guiar pelo apartamento e procurar uma lanterna.

Passou uns minutos e a campainha tocou, olhei pelo olho mágico e vi Enzo, meu melhor amigo. Conheço ele há dois anos, estudamos na mesma escola. Ele não é muito alto, um pouco mais baixo que eu, ando de jeito estranho e sempre usa um boné do SF Giants virado meio pro lado, seu cabelo era meio ruivo e encaracolado. Abri a porta e ele pulou no sofá como se fosse da família e o ensopou.

Corri pro banheiro e peguei uma toalha pra ele se secar, joguei a pra ele e perguntei:- Ei, Enzo. Vamos realmente fazer esse trabalho?

– O quê?- ele riu- não tá falando sério, né?

Ri e fomos pra cozinha procurar algo pra comer. Foi meio difícil achar algo no meio do escuro usando uma lanterna com pilha fraca, mas pegamos uns biscoitos e fomos pra sala.

– E aí - Começou a falar enquanto se deitava novamente no sofá úmido-, o que tem feito?- Nada de interessante, só fiquei mexendo numas caixas que encontrei por ai... Falando nisso -tirei o pingente do bolso- olha o que encontrei lá.

Enzo pegou da minha mão e olhou pra ele, uma expressão nervosa, porém animada, apareceu no rosto dele.

– Temos que ir. Agora! A luz voltou e ele disparou para a cozinha. Quando olhei ele estava enchendo a mochila de comida.

– Pegue o necessário pra sobreviver! -gritou ele de dentro do armário Fui até meu quarto e despejei tudo que tinha na mochila em cima da cama e comecei a por coisas importantes nela (mp3, livros, refrigerante... ah, e algumas coisas tipo lanterna, canivetes e etc.). Fui até a sala e encontrei Enzo em baixo de um casaco enorme e um gorro. Encarei-o por um instante até que ele berrou:- Está esperando o quê? Ponha um casaco e vamos! Corri até o armário e coloquei um casaco, um capuz e corri de volta a sala. Logo depois descemos o elevador e parei Enzo enquanto ele atravessava o saguão

– Onde estamos indo? Pode me explicar o que tá acontecendo?

– Ahm... te explico no caminho! Disparamos e começamos a correr em meio à chuva. Mesmo com toda aquela água o trânsito estava cheio, carros passavam pra lá e pra cá enquanto motoristas irritados xingavam uns aos outros.

Passamos mais algum tempo correndo até que apareceu um táxi e entramos nele. O motorista perguntou pra onde queríamos ir, Enzo respondeu: Long Island".

Não moro muito longe de lá, a viagem é de mais ou menos 1 hora. Chegando quase lá Enzo pediu para parar o carro. Nós descemos e quando começamos a nos distanciar do carro o motorista gritou:- Ei, eu quero meu dinheiro! Enzo lhe entregou umas moedas douradas e estranhas. O homem não entendeu direito, mas assentiu e foi embora.

Tudo muito estranho, mas o pior ia acontecer agora. Entramos em uma floresta e seguimos calmamente até que vi algo totalmente bizarro. Um leão com asas e uma cabeça de mulher! Não soube o que fazer ao ver aquilo, pensei que talvez eu tivesse tomado algum remédio no lugar de achocolatado e fiquei doido.

– ESFINGE! -gritou Enzo tentando me alertar, mas foi tarde demais.

A coisa pulou em mim, me levou pra longe em cima de uma árvore alta. Olhei pra ela esperando morrer com uma mordida na garganta ou uma patada no peito, mas a Esfinge simplesmente disse:- Decifra me ou devoro-te! -falou com sua voz rouca e feroz- Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?

Não entendi que diabos estava acontecendo, sou capturado por um monstro e ele me faz uma charada? Mas aquilo me parecia familiar... Algo em minha mente despertou... O conto de Édipo!

– O homem? -falei com a voz fraca

– NÃO! -gritou ela, com ódio- Novamente!

Esperei ela se jogar da árvore e morrer como na história, mas não fui tão sortudo. Ela avançou contra mim, e o que fiz? Idiotice, pra variar. Soquei o nariz dela.

– Como ousas, filhote de deus?

Não entendi o elogio, mas pulei da árvore como qualquer idiota faria. A queda não foi muito forte por que tinha muitos galhos no caminho que me fizeram diminuir a velocidade, mesmo assim cheguei bem machucado no chão.

Bom, a única opção era correr, agora. Mas ela era rápida, e deu um rasante pra me alcançar, e de modo que não entendo eu consegui desviar e pular nas costas dela.

Ela voou de jeito desengonçado pra me derrubar, mas consegui me manter estável segurando nos cabelos dela. Ela uivava de dor, mas continuava a girar e dar patadas no ar tentando me acertar. Em uma dessas patadas eu puxei uma das garras delas e a enfiei no pescoço da criatura.

Não foi uma ideia muito boa sendo que eu tava a uns 30 metros acima do chão, mas ela caiu exatamente do lado de Enzo, que soltou um estranho "bééé" e pulou pro lado. A Esfinge se dissolveu em pó dourado.

– Uau -disse ele, espantado-, de qualquer forma, vamos!

Não achei legal da parte dele não se importar por eu quase ter sido devorado por uma mulher-leão-voadora, mas ok.

Então finalmente chegamos. "Acampamento Meio-Sangue". Mas que...?

Após algum tempo lá me explicaram tudo, conheci Quíron e o Senhor D. Também fiz alguns amigos no Chalé 7 (fui reclamado por meu pai durante uma caçada aos monstros no bosque). Também recebi um presente de meu pai Apolo, o Seregarc. Um arco que solta flechas a partir de nada, e quando exposto a luz do Sol pode atirar flechas flamejantes.


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