Ino chegou a Konoha naquela manhã e preferiu ficar no quarto de uma hospedagem luxuosa, mas tarde iria atrás de Sai, sabia que a Otohime ainda estava na cidade e soube do sumiço dos oficiais, ela tinha certeza do envolvimento de Sakura nisso e se Sai estava ali, ele a havia ajudado.

Ino Yamanaka era filha de nobres comerciantes, a Família Yamanaka era muito rica e próxima à coroa, embora não fossem políticos como os Hyuuga. Tinham muita influência e eram muito respeitados.

Ino tinha seus 25 anos, era loira de olhos azuis escuros, educada e explosiva. Sempre bem vestida e dona de uma personalidade forte.

Ao final da tarde decidiu ver o musico.

A Otohime toda estava em uma pensão perto do porto. Informou-se na recepção e quando o avisaram, ela pode subir.

Antes e bater na porta Sai pediu que entrasse.

O rapaz era bonito e sempre esboçava um sorriso falso no rosto, ele era mais velho do que ela um ano. Era pálido de cabelo negro e magro, um artista esplêndido e um homem misterioso.

Ele lhe sorriu.

–Sabia que viria antes de receber seu recado. Inclusive já paguei Moegi – Ele disse.

–Aquela garota! Eu já a tinha pago, sabia? Pelo menos o recado chegou – Ela bufou.

–Arashi me deixou algo pra você – Sai estendeu uma carta e um pequeno embrulho.

Ino pegou com cuidado, deixou o embrulho em seu colo e primeiro abriu a carta.

“Eu consegui achar a Raposa”..

A carta encerrava ali, apenas uma única frase, nada mais fora dito durante alguns segundos. A loira apenas observava o pedaço de papel com uma caligrafia graciosa e arredondada.

–Senhorita? – Sai chamou, mas a loira estava absorta em seus próprios pensamentos.

Ela instintivamente pegou o embrulho, tirou o pequeno laço que o prendia e se deparou com um medalhão de prata.

Seus olhos se arregalaram, por que Sakura havia lhe deixado seu medalhão?

–Ela não pretende voltar não é? – Perguntou já sabendo a resposta.

–Arashi é diferente de nós – Ele disse.

–Preciso vê-la, pode me ajudar? – A loira falou decidida, sabia que seria arriscado, mas iria atrás de Sakura.

–Ela me disse que você diria isso e que não deveria ajuda-la – O rapaz respondeu ainda calmo.

–Por favor, Sai – Ela suplicou, ele queria, mas não poderia ajudar.

–Não acredito que seja uma boa ideia – Ele aconselhou.

–Por favor – Ino falava com voz embargada. E por fim, ele cedeu.

–Soube que o Vingança passará por Haruno – Sai tinha uma rede de informações quase tão boa quanto Arashi.

–Obrigada – Ela sorriu, tinha conseguido.

–Só não diga nada que a ajudei, não quero ver Arashi com raiva - O rapaz ficou um pouco nervoso.

–Não direi, esse vai ser o nosso segredinho - Ela piscou para o moreno.

[...]

Kakashi Hatake estava no porto de Konoha em frente a um Galeão da Marinha, o navio era enorme, fortemente armado com 50 canhões e um número considerável de marinheiros. Ele era pintado de azul marinho e branco, um navio novo supôs.

–Vocês já sabem o que fazer. Quero Arashi vivo! – Os olhos de Jiraya faiscavam de raiva. Ele definitivamente mudaria o destino de Naruto.

Kakashi não disse nada, estava em um grande problema. Se por um lado Jiraya o pressionava por outro Arashi não hesitaria em mata-lo por era traição.

Gaara seria o capitão nessa expedição. Eles já tinham um rumo traçado, iriam para Haruno, alguns marinheiros ouviram esta informação em uma taverna na cidade, havia um dos piratas de Arashi indo para Haruno.

Mesmo sem ter como confirmar a informação eles iriam para lá.

–Mais uma coisa, me parece que a Srta. Yamanaka vai acompanha-los na expedição, ela precisa aportar em Haruno – Jiraya disse.

Nessa hora Gaara que prestava atenção no navio virou-se para o velho.

–Como assim? Como levaremos uma mulher conosco, pode ser perigoso, ainda mais para uma nobre – Gaara estava serio, ele colocava o dever sempre em primeiro lugar. E salvar donzelas de piratas não parecia algo correto, a julgar que ele teria causado o perigo.

–Não darei trabalho a vocês – Ino acabara de chegar.

Trajava um vestido branco e uma casaco lilás por cima, seus cabelos dourados davam brilho ao fim de tarde.

Ino e Gaara não se conheciam, mas quando o ruivo a viu desejou com todas as forças que isso fosse mudado.

–Não me entenda mal senhorita, mas essa é uma expedição militar – O ruivo mantinha a pose.

–Eu ficarei quietinha, Comodoro – Ela lhe sorriu, Ino sabia como cativar.

Quando olhou em volta se deparou com o Kakashi, ela lembrava-se dele, o professor de esgrima de Arashi.

O que aquele velho estava fazendo junto aos marinheiros?

Ela cerrou os olhos, algo que passou despercebido por Gaara e Jiraya, mas não por Kakashi.

Definitivamente, ela precisava estar naquele navio. Sai não iria junto, ele não era do tipo aventureiro e muito menos corajoso.

Entretanto ela era, poderia ser uma nobre, mas iria atrás de Arashi. Não, iria atrás de Sakura Haruno, sua irmã de criação.

[...]

Naruto encarava Arashi que aprecia se divertir com a situação.

–E então? – O Uzumaki já estava impaciente.

Arashi riu.

–Estou a dois anos procurando por você, ou melhor, pela Raposa - Ela começou e Naruto prestava atenção em cada palavra – A mais ou menos um mês atrás recebi informação de que estaria em Konoha, eu fui para lá. Quando o encontrei passei a observa-lo, descobri algumas coisas outras eu apenas liguei os pontos. Esse mistério é como um quebra-cabeças sofisticado, muitas peças só precisamos saber onde encaixa-las – Sua voz melodiosa era sedutora.

Arashi falava de forma envolvente, ela seduzia nas palavras. Naruto sabia no fundo que quando ela terminasse de falar ele a ajudaria. Mas não seria assim tão fácil, ele resistiria até o fim.

–O que descobriu sobre mim? – Ele quis saber. Aparentando não dar muita importância.

A rosada o encarou.

–Você é filho de Minato Namikaze, capitão do Raposa de Nove Caudas e neto do Almirante Jiraya. Antes que diga algo, vou lhe explicar. Qual seria o motivo de um Almirante como Jiraya criar o filho de um pirata, e não um pirata qualquer, o quarto imperador pirata. Ligação sanguínea, o chamado do sangue é mais forte, eu pensei muito até chegar a essa conclusão. Ele é seu avô de verdade, Jiraya é sua família – Ela concluiu.

Naruto estava atordoado, ele não acreditava, não poderia acreditar.

O capitão se levantou e sentou ao lado do rapaz na cama. Ela pegou o pulso dele e mostrou a marca.

–A marca da raposa, foi assim que o encontrei. Na verdade quando o vi, sabia que era o menino que eu havia salvado. Eu não lhe disse, mas você foi levado por Jiraya, eu teria tirado você de lá, mas meu pai me disse que deveria ficar longe daquele velho, ele não tem piedade – Ela dizia ainda segurando a mão dele.

Era informação demais, Naruto sentia a cabeça doer.

–Você tem mais segredos do que pode imaginar... – Arashi sussurrava.

–Não posso acreditar nisso – Ele balançava a cabeça.

–Eu sei que é difícil pra você, mas é a verdade. Posso ser um pirata, mas não estou mentindo.

–Você não tem certeza do que está falando – Ele rebateu.

Ela segurou o rosto dele, eles estavam a centímetros de distância. Os dois estavam em silêncio, os únicos sons eram os das ondas batendo contra as pedras.

–Não estou mentindo – Ela o encarava e o forçava a encara-la.

– Eu não posso acreditar, eu não quero acreditar – Ele disse serio, mas não tirou as mãos dela.

–Você não tem nada aqui, tudo o que tem esta no mar, perdido – Arashi estava decidida.

–Você só quer esse tesouro, não se importa com mais nada. Você está cega! – Havia raiva na voz do Uzumaki, mas Arashi não se intimidou.

–Está certo, é isso que eu sou uma pirata, saqueadora e mentirosa. Sou a pior espécie de pessoa – Ela falou com desdém.

–Então já que chegamos a essa conclusão me deixe no próximo porto, por favor – Ele disse com sarcasmo.

–Nunca! Vai me levar até o tesouro querendo ou não. É o meu destino...

Então as palavras se perderam quando ela o beijou, Naruto estava relutante, mas acabou cedendo. O beijo foi se intensificando, nenhum dos dois tinha consciência do que estavam fazendo, era algo que os movia, algo muito forte.

Não havia pirata ou marinheiro, só havia os dois, homem e mulher, a Raposa e a Tempestade.