Em Konoha o clima era tenso, apenas a alta patente da marinha sabia do sumiço dos dois oficiais, Sasuke Uchiha e Naruto Uzumaki.

Um grupo estava reunido no escritório da casa do Almirante Jiraya. Mikoto Uchiha estava em desespero enquanto uma das empregadas de Jiraya tentava acalma-la.

Hiashi Hyuuga também estava ali, ele era o governador e chefe da nobre família Hyuuga que representava a coroa em Konoha. Havia mais alguns oficiais e Gaara Sabaku que tentava entender o que tinha acontecido na noite anterior.

–O que aconteceu com o meu filho? O que aconteceu com Sasuke? – Mikoto questionava Jiraya. Não podia perder Sasuke também.

–Acalme-se Sra. Uchiha, por favor, fique calma. O Almirante e os oficiais vão encontra-lo – A empregada era gentil, mas Mikoto não queria escutar, queria o seu filho.

–Como dois oficiais somem debaixo do seu nariz Jiraya? – Hiashi era severo em suas palavras, ele não havia estado na festa no dia anterior porque chegava de uma viagem a Suna, e fora chamado para esta reunião logo cedo.

Jiraya estava sentado de frente para os outros e olhava para as pessoas em seu escritório.

–Não sabemos o que houve, mas eles serão encontrados. Não se esqueçam de que o meu neto também desapareceu – Seu olhar era direcionado ao Sr. Hyuuga e a Sra. Uchiha.

Hiashi bufou, ele achava Jiraya um bom Almirante, mas não muito competente para Konoha.

–Jiraya, vocês não tem a menor ideia do que houve a marinha, ou melhor, a Coroa ficará a mercê de rumores desnecessários. Oficiais de alta patente somem, em uma festa na residência do próprio Almirante – O Hyuuga desdenhava.

–Nós já temos algumas informações e em breve saberemos o que houve – Foi Gaara quem falou, ele parecia firme e de fato cumpriria suas palavras.

–É isso, a reunião está encerrada. Logo descobriremos o que aconteceu e o culpado ou, os culpados serão presos. Agora senhores e senhoras se me permitem a marinha precisa trabalhar – Jiraya foi preciso em suas palavras e a contragosto a reunião encerrou.

–Espero mesmo noticiais rápido Sr. Jiraya – Mikoto Uchiha disse antes de sair.

Hiashi Hyuuga nem se indignou a falar precisava conter os rumores, que a essa altura já começava a se espalhar pela cidade.

Todos saíram deixando apenas Gaara e Jiraya na sala.

–Gaara lhe darei um endereço, quero que encontre uma pessoa – Jiraya estava serio, o Almirante costumava ser divertido e mulherengo, poucas vezes algo lhe irritava, mas essa era uma situação delicada.

Jiraya anotou rápido um endereço em um pedaço de papel e entregou ao rapaz.

–Preciso que me traga aqui, Kakashi Hatake.

[...]

E lá estavam os quatro parados em frente à cabine do Capitão.

–Sr. Uchiha, entre – Ouviu-se a voz do Capitão de dentro da cabine.

–Não Faça nenhuma besteira Sr. Uchiha – Tenten o alertou.

Antes que Naruto falasse algo o Uchiha abriu a porta e entrou.

Arashi estava sem chapéu sentado á mesa do que parecia ser um escritório. Havia mapas e livros espalhados por todo lugar.

Pigarreou para atrair a atenção do moreno para si.

–Então, Sasuke Uchiha membro da nobre família Uchiha de Konoha – Ela sorria e o encarava.

–Diga o que quer de nós – Sasuke era frio, ele estava de pé de frente para Arashi que pareceu não se importar pelo tom de voz do moreno.

–Acredita no destino Sr. Uchiha? – Arashi lhe perguntou.

–Não – Sasuke tentava entender aonde essa conversa estranha iria levar.

–Eu acredito, e acredito que não foi coincidência o Senhor parar no meu navio. Percebi assim que o vi – Os olhos verdes de Arashi encaravam os olhos negros de Sasuke, sua voz era melodiosa, doce e ainda sim havia um tom de mistério.

–O que quer dizer? - Sasuke continuava serio e firme.

–Meu assunto é com o Sr. Uzumaki, entretanto, assim que o vi Sasuke Uchiha percebi que o destino o trouxe até mim. Não confunda, não posso lhe oferecer algo nobre como justiça, mas posso lhe oferecer algo tão doce quanto. Vingança - Os olhos de Arashi faiscaram.

Sua voz melodiosa passou pelo corpo de Sasuke como uma corrente elétrica, ele cerrou os punhos e imagens começaram a se formar em sua mente. Seu irmão morrendo pela espada de um pirata, ele nunca esqueceria isso, nunca.

–Você é um vingador, mas sobre a lei da marinha não conseguirá muita coisa. Mas pela lei dos piratas... – Arashi sabia como convencer, suas palavras envolviam. Era como o mar para um marujo inexperiente, atraente e mortal.

–Sou um marinheiro, não sabe nada sobre mim – Sasuke foi ríspido.

–Eu realmente não sei, mas eu tenho o mesmo olhar – Arashi ficou sombrio ao dizer isso, se levantou e foi até a porta do cômodo – Pense no que lhe disse Sr. Uchiha.

Sasuke saiu e logo o Capitão chamou Naruto.

Naruto entrou reclamando e a contragosto.

Quem essa garota pensava que era?

–Naruto Uzumaki, sente-se – Ela ofereceu a cadeira a sua frente para que ele se sentasse.

–Obrigado, mas prefiro ficar em pé – Naruto disse displicente, deu uma olhada em volta evitando o contato visual com Arashi.

Arashi riu e se levantou.

–Minha aparência o incomoda Sr. Uzumaki?

Naruto ficou vermelho e mudou de assunto.

–Então “Capitão” porque estou aqui?

–Porque preciso de você – Arashi falou simplesmente.

–Não sei se entendeu, mas sou um MARINHEIRO, não ajudo piratas. Será que todos aqui tem algum problema? A marinha caça piratas, é assim que funciona – Naruto falava impaciente.

–Você não é um marinheiro Naruto Uzumaki – Arashi o encarou.

–O que? – Naruto ficou surpreso, do que ela estava falando.

O Capitão pegou o pulso de Naruto e o virou, ele tentou tirar a mão, mas Arashi tocou em sua tatuagem, o loiro sentiu sua cabeça doer e girar, estava suando frio e com a respiração acelerada.

Sua força foi diminuindo...

Acordou com Arashi segurando sua mão e chamando seu nome.

Viu aos poucos a expressão de pavor do Capitão ser substituída por uma expressão de alivio.

–Você está bem? – Perguntou ainda preocupada.

Naruto estava meio consciente, notou que a mão dela ainda segurava a dele. Quando o capitão se deu conta logo retirou a mão.

–Acho que já está melhor – Concluiu se levantando.

O Uzumaki estava deitado na cama de Arashi, ele não tinha notado a cama ao fundo do escritório, podia sentir um cheiro suave de cereja, era nostálgico de alguma forma.

–Eu... O que houve? Eu apaguei? Por quanto tempo? – Tentava se levantar.

–Deite-se, e foram apenas alguns minutos – Arashi o forçou para que continuasse na cama.

–Não, preciso levantar – Naruto era teimoso.

–Deitado – Sua voz era calma, mas cortante, era uma ordem e o loiro permaneceu deitado de má vontade.

–Acredito que tenha desmaiado porque toquei na Marca da Raposa – Arashi concluiu.

–Do que está falando? – O loiro perguntou intrigado.

–Do motivo de estar aqui Sr. Uzumaki, você é a chave para um grande tesouro – Os olhos verdes do Capitão brilhavam, enquanto o loiro não entendia o que estava acontecendo.

–Não, não sou – Naruto não podia acreditar no que ela dizia.

–Eu salvei você, e agora você precisa me ajudar – Arashi falava mais para si mesma do que para o Uzumaki.

–Do que está falando? – Naruto pôs a mão na cabeça, ela doía, latejava. Sua respiração estava pesada.

O Capitão abaixou pegando a mão do rapaz lhe mostrando a marca em seu pulso. Um redemoinho vermelho, a Marca da Raposa.

– Você saberá do que estou falando – Naruto se perdeu nos olhos verdes, era um caminho sem volta.