O Sombra do Vento descia desgovernado para o centro do redemoinho, o navio novo não aguentaria por muito tempo aquela situação.

O Sabaku não tinha tempo para pensar segurava com força o leme do galeão, precisava salvar a todos.

A tripulação fazia o que podia para trazer a nave a tona, mas era difícil, eram todos jovens e muitos inexperientes para esse tipo de situação.

O vento se intensificava arrastando ainda mais o belo e jovem Sombra do Vento para dentro do mar.

Enquanto o navio da marinha tentava escapar o Vingança ressurgia imponente das garras da morte.

O navio era antigo e forte, já havia sobrevivido a mistérios que apenas o mar conhecia. E ele estava lá, quase intacto carregando histórias em cada pedaço de madeira escura que o compunha.

Shikamaru Nara, o navegador, estabilizou a nave, e a trouxe mais para perto da costa tomando uma distância segura do confronto entre a marinha e o mar.

Tenten Mitashi deu as ordens para estabilizarem as velas e contabilizarem os prejuízos desse pequeno embate.

Embora ela ainda olhasse o galeão tentando respirar sendo engolido pelo redemoinho.

Do outro lado Ino Yamanaka se agarrava a borda do navio, de onde estava ela poderia enxergar o jovem capitão usar toda a força para impedir que a nave afundasse.

Todos estavam aflitos dentro da nave, o Sombra não tinha mais estabilidade, e aos poucos o desespero surgia na face da tripulação.

A nobre olhou em volta e em fração de segundos seus olhos foram tragados pelos olhos do ruivo.

A sim, o ruivo, Gaara Sabaku, o homem que foi ao seu socorro, que queria salva-la. Ao lembrar-se disso se sentiu mal novamente, ela mentira para ele, e mentiria de novo se fosse preciso, então porque esse sentimento de arrependimento lhe perseguia.

–Sakura me desculpe... – Sussurrou para si mesma.

Então fechou os olhos, e as palavras brotaram de sua boca.

–Que os ventos de Arashi sustentem esse navio. Que o mar durma com som do vento.

...

No Vingança Tenten sentia o vento mudar. Cerrou os olhos, virou-se para o bando e deu as ordens.

–MUDAR O CURSO EM DIREÇÃO A PRAIA DO SOM – Gritou.

Com o comando as velas foram içadas e posicionadas enquanto a bandeira negra com a caveira símbolo do bando balançava pela força do vento.

[...]

O Uzumaki de repente abriu um sorriso diferente, era um meio sorriso sorrateiro, malicioso e pela primeira vez Sakura entendeu o porque da alcunha de Raposa.

–Sabe eu não sou bom em ser discreto – Ele disse adotando uma postura até então desconhecida por ela.

–O que quer dizer? – Agora ela estava intrigada, a Raposa estava a espreita e ela se sentia encurralada.

–Quero dizer que tem uma condição – O sorriso dele se alargava.

–Que condição? – Ela estreitou os olhos.

Quando Naruto iria respondê-la, uma sombra escureceu os olhos da rosada e em segundos a escuridão dissipou-se dando lugar um tom branco. Sakura havia desmaiado.

O rapaz à puxou para si cuidadoso para evitar machucar a moça e que o bote virasse com os dois.

Ele a segurou de forma protetora, não entendia o que havia acontecido, há segundos atrás ela estava bem.

–Não era uma condição ruim, não precisava desmaiar de emoção – Brincou, rindo sem humor, tentando afastar a preocupação e o nervosismo.

A respiração dela estava fraca.

Naruto começou a se desesperar.

Mas a sorte parecia estar parcialmente ao seu lado, pela névoa ele pode ver o galeão negro se aproximando.

Agradeceu mentalmente pela pontualidade do imediato e suspirou.

–Bem na hora! – exclamou – Vai ficar tudo bem Sakura, tudo bem – Dizia mais para si do que para ela.

Com cuidado eles subiram a pequena embarcação.

–O que houve? – Perguntou Kiba oferecendo os braços para que Naruto depositasse o capitão.

–Eu não sei, ela estava bem e depois desmaiou, foi rápido demais – Respondeu, ignorando os braços estendidos do Inuzuka.

–O Capitão precisa de cuidados agora, precisamos leva-la a sua cabine – Disse o imediato.

O loiro prontamente girou os calcanhares rumo a cabine do capitão, com o imediato a seu lado.

–Ele me ignorou – Kiba estava incrédulo.

–Acho que você ganhou um rival – Cantarolou um Konohamaru divertido que acabara de chegar.

–Acho que você perdeu a noção do perigo – Devolveu o Inuzuka visivelmente irritado.

–A verdade doí – Riu o Sarutobi, correndo logo em seguida atrás do Uzumaki e do Imediato.

O loiro já estava nos degraus que davam para o convés superior quando uma figura estranha bloqueou o caminho.

–CAAAAPIIITÃAAAOOO. O que houve? O que aconteceu? Como eu permiti que algo acontecesse ao Capitão, eu preciso dar 200 voltas no navio pra ser digno de novo de proteger Arashi – Falava em tom choroso e totalmente exagerado um pirata que Naruto não conhecia.

O dono do drama era um rapaz de sobrancelhas avantajadas, cabelo cortado em forma de cuia e vestido com uma roupa estranha verde.

Dito isso saiu correndo pelas bordas do navio, feito um louco.

Tão rápido apareceu e tão rápido se foi.

Naruto e Tentem o balançaram a cabeça afastando o ocorrido e continuaram o caminho.

Konohamaru entrou junto quando eles abriram a cabine e depositaram Arashi na cama.

–Vocês tem algum medico aqui? – Perguntou o rapaz a Mitashi.

–Não é necessário, ela só precisa descansar um pouco – Respondeu a mulher.

O loiro estava relutante em deixar Sakura ali sozinha, mas o imediato disse que Konohamaru ficaria ali, e o garoto prontamente aceitou.

...

Sakura acordou um pouco tonta, olhou para cima e deparou-se com o teto vermelho de sua cabine.

Ao virar-se para o lado, percebeu a figura menor que a fitava.

Konohamaru estava com o chapéu da garota em sua cabeça e sentado em uma poltrona que havia no cômodo.

Ele lhe sorriu e jogou uma maçã que ela prontamente a pegou no ar, lhe devolvendo o sorriso.

–Sabe que você chamou pelo idiota do Naruto umas três vezes enquanto dormia – Disse ainda sustentando o sorriso.

–Também senti saudades – Falou calmamente.

O menino então se levantou, retirou o chapéu pondo em cima da mesa e caminhou em direção a moça.

Em uma ação um pouco tímida ele a abraçou e ela lhe afagou os cabelos.

–Não seja tão sentimental – Ela riu divertida, devolvendo o abraço.

–Não sou sentimental – Disse contrariado – E você não seja tão boazinha, você é o grande Capitão Arashi Haruno – Retrucou a abraçando mais forte, enterrando seu rosto nos ombros dela.

Ela levantou o queixo dele com uma das mãos de modo seus olhos ficaram na mesma altura.

–Quem disse que eu sou boazinha? – Um meio sorriso brotou nos lábios do Capitão.

Os olhos do menino brilharam e ele riu um sorriso largo cheio de sinceridade infantil.

–Vamos Konohamaru, temos coisas pra fazer – Falou, pondo-se de pé e adotando uma postura altiva.

O menino prontamente puxou o chapéu da mesa entregando-o ao Capitão.

Havia muito a ser feito e o próximo passo era Cidade de Sora.