Somebody That I Used To Know escrita por Luke Lupin


Capítulo 8
"Do you understand what I am saying to you? || Words"


Notas iniciais do capítulo

Madame Vastra e Clara Oswald - The Snowman (Doctor Who)



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Henry fechou a porta e trancou, levou a chave consigo. Desceu de escada até o térreo e só lá cogitou as possibilidades do que poderia acontecer com Bruno e Murilo presos lá em cima, sozinhos e com total poder sobre sua casa. Ficou feliz porque, assim que passou pelo portão, olhou para as janelas e viu que todas tinham grade. Pelo menos, nenhum corpo poderia ser encontrado no chão do pátio quando ele voltasse.

Sem saber direito como contaria aquela história a Billie, Henry pegou o ônibus para o parque, consultou as horas no relógio e viu que estava dentro do seu cronograma, realmente conseguiria encontrar com a menina às 10:30 sem mais atrasos. Depois de se sentar com a vista para rua, apalpou seu bolso, ele ainda estava lá, tudo estava bem.

Ou quase.

Na verdade, desde que recebera aquele pacote, na sexta-feira, seu coração não batera direito (tirando todo o romantismo da coisa, Henry estava até que curtindo a sensação) a frequência variava de muito rápido a muito devagar com pequenos espaços para o tipo de batida normal. Para todos os efeitos, ninguém na família de Henry tinha problemas cardíacos, assim, morrer ele não morreria, pelo menos não do coração.

Exatamente uma hora se passou e os olhos azuis do garoto encontraram os cabelos azuis da garota. Ele sorriu de longe e ela acenou. Aquela típica cena de filme, só faltou o vendo bater. “Se isso continuar nesse nível de clichês, sairei mais bolado daqui do que imaginei”. Deu um selinho em Billie assim que ficou de frente com ela, pegou sua mão e entrou no parque.

— E aí, sweetie. Desculpe pela demora. – Falou Henry depois que se sentaram numa parte do campo plano. A parte boa de entrar pelo portão 10 era que você não tinha que andar muito até chegar ao gramado plano, para poder se sentar e apreciar o sol.

— Sem problemas, Holty. Mas o que foi? Li mensagem e entrei num quase ataque, minha sorte é que tinha minha mãe do lado e eu não queria dar mais explicações do motivo daquilo tudo.

— Então, Bruno apareceu lá em casa. – Disse Henry, tentando achar palavras menos chocantes para expressar o que acontecera. – Ele estava... machucado. – Billie arregalou os olhos.

— Quem?

— Pai. – Henry fechou a cara depois, simplesmente não conseguia aceitar a ideia do que Bruno tinha lhe falado, ou parte daquilo. Realmente precisava saber o que tinha acontecido.

— E você o deixou lá, sozinho? – Repreendeu Billie, já começando a se levantar e a olhar feio para o outro.

— Ele está com Murilo. – Respondeu, calmo, estendendo a mão para puxar a garota de volta, fazendo com que ela deitasse em seu colo e o encarasse de ponta cabeça. – Você sabe muito bem que eu não o deixaria sozinho. – Quando terminou, beijou a testa da menina, depois foi para a boca, onde demorou um pouco mais.

O céu estava sem nuvens, os raios solares fracos e a brisa refrescante. Uma bela manhã. Deitou-se ao lado de Billie. Na verdade, deitou-se ao lado de seu rosto, com as pernas no sentido oposto aos dela. Encarou o azul claro em sua frente e esticou as mãos para trás. Segurou as de Billie e apertou. Ficaram naquela posição algum tempo, sem falar nada, apenas ouvindo o parque encher, crianças jogarem bola, cachorros latirem, pessoas correrem, conversarem, rirem.

— Bom, vamos andar. – Disse Billie, levantando-se rápido e puxando Henry junto. Assim que este se levantou, a garota largou-o e correu, mais rápido do que o garoto realmente esperava.

— Onde você está indo? – Gritou Henry, apressando-se para tentar alcançar a garota, mas mesmo assim estava mais atrás do que queria.

— I’m going on an adventure.(1)

Foi o que Henry ouviu ser jogado ao vento, que chegou aos seus ouvidos de forma meio incerta. Para todos os efeitos, o garoto não parou de correr, na verdade, tentou aumentar a corrida, quase falhando muscularmente. Não tinha ideia para onde estava indo, apenas seguia aquele ponto azul a uns metros de distância dele, que tinha uma velocidade impressionante para alguém que não praticava esportes regularmente.

Dizer que quase atravessaram o parque de ponta a ponta correndo não era exagero. Quando deu por si, Henry já não conseguia mais respirar direito e a falta de oxigenação estava embaçando sua visão. Resolveu parar. Ao olhar em volta, para tentar se localizar geograficamente, concluiu que estava perto do KM 20 da ciclovia. Sentou-se na grama e depois deitou. Por sorte estava embaixo de uma árvore e sua sombra cobria todo o corpo. Fechou os olhos, passou a mão na testa, limpando o suor, e colocou toda sua franja para cima. Respirou fundo. Controlou-se. Abriu os olhos e se endireitou na grama. Olhou em volta, nada de ponto azul.

Levantou-se e começou a caminhar, indo em frente, olhando para todos os lados. Ironicamente, achar uma menina com cabelo azul nunca foi tão complicado. Sem saber exatamente o que fazer, puxou o celular e ligou para a fugitiva, mesmo tendo quase certeza que ela não atenderia (e estava certo). Prestes a guardar o celular no bolso, recebeu uma mensagem.

Billie: REC time! Come seek us where our voices sound.(2)

Mesmo cansado, sorriu para aquela mensagem. REC time era uma espécie de brincadeira que os dois faziam de vez em quando, nela, os dois só podiam se comunicar com quotes de séries ou filmes, chamá-los por nomes de personagens ou qualquer tipo de coisa que realizasse o link com a ideia original (raramente eram aceitos, também, quotes de livros, mas esses precisavam ter sido adaptados para o cinema). A ideia tinha sido de Henry, inicialmente, mas Billie era a melhor no jogo. A garota tinha uma memória invejável e se lembrava de falas e fatos que passavam despercebidos para muitos, sendo essa a real graça do jogo. Perdia quem falasse alguma coisa e não fosse referência a nada. Nas últimas três vezes que brincaram, Henry perdera todas. Releu a mensagem, lembrou-se do resto da música. Sabia para onde tinha que ir.

Saiu da pista de caminhada e cortou por entre as árvores, chegou mais rápido do que tinha pensado ao lago. Andou por sua margem achando que encontraria Billie, nunca fora tão ingênuo. Quinze minutos de caminhada depois, encontrou uma clareira, que até então não sabia que existia. Ela estava completamente vazia, exceto, claro, pelas usuais folhas no chão e raízes das árvores, ali era um pouco mais frio que o resto do parque, mesmo com o sol forte que começara a fazer. Estava quase indo embora quando percebeu um amontoado de pedras no chão, foi até elas e quase não acreditou no que viu. Era uma mensagem, escrita com pedras:

SOMETHING OLD(3)

Talvez por sexto sentido, ou talvez por superpoderes, Henry recebeu, no momento que terminou de ler aquilo, uma mensagem de Billie.

Billie: Now you see me, now you don’t(4)

Henry: Just because you can use magic now does not mean you have to whip your wands out for everything.(5)

Voltando para a pista de onde tinha saído, tentou se lembrar de onde havia um mapa do parque. Afinal, o menino já tinha que se esforçar para poder se comunicar e entender o que a garota falava pra ele, então tentar lembrar lugares antigos do parque estava, no momento, fora de sua capacidade mental. Conseguiu encontrar um mapa metros a frente de onde saíra, tirou uma foto e, enquanto andava, analisou o mapa. Encontrou um museu de história nacional (que Henry não tinha ideia que era dentro do parque) e o primeiro monumento ali construído. Billie tinha conseguido elevar o nível de REC time de uma forma que Henry nunca imaginara: caça ao tesouro, onde ela era o objetivo.

Decidindo ir para o tal monumento, deu meia volta e começou a voltar por onde veio, caminhou por um longo tempo até que, de longe, avistou o que procurava: uma estaca de mármore, circundada por pequenas faixas (também de pedra) que iam do chão, faziam curvas e paravam no ar, envolvendo, sem encostar, o que estava no centro. Henry não entendera muito bem o que aquilo queria representar, ou mesmo porque alguém pensaria em fazer primeiro aquilo do que uma grande placa com o nome do local, mas procurou por Billie. Obviamente, não a encontrou, sentiu-se frustrado.

Rondou o lugar por pistas e só encontrou porque teve sorte de achar curioso o fato de uma folha de árvore estar grudada e parada na mesma parte da coluna, quase sem se mover, mesmo com o vento que estava fazendo. Aproximou-se dela e pegou-a, estava um pouco molhada, talvez seja por isso que ela não tinha se movido, isso e o fato de que ela estava a favor do vento, ou seja, o vento podia mantê-la grudada. Leu o que estava escrito:

MAGIC MIRROR ON THE WALL(6)

A folha não estava escrita com tinta ou qualquer tipo de pigmento, estava, na verdade, furada na forma das letras, como se a frase estivesse na folha e fosse possível destacar as letras, fazendo com que a mensagem fosse legível. Dentre uma das coisas que mais surpreendera Henry, durante aquele jogo, estava como a garota fizera aquilo.

Antes de abrir o mapa do parque novamente, para tentar seguir essa dica, Henry pegou seu celular e digitou. Entre as regras do jogo estava que, quando ouvisse ou, no caso, lesse alguma referência, uma referência deveria ser respondida, para completar a rodada, como se fosse uma conversa, onde um fala e o outro responde, mantendo um diálogo, Billie tinha falado mais vezes do que ele, mas isso era porque ela quis, a regra diz que a rodada só acaba quando o outro responder, não importando quantas vezes foi falado.

Henry: Famed is thy beauty(7), Regina(8).

Enviou.

Pensou, primeiramente, em banheiro, afinal, banheiros possuem espelhos na parede. Entretanto, descartou tal ideia porque Billie não era do tipo de ser injusta e, eticamente, Henry não podia entrar no banheiro feminino, nem Billie no masculino. Pensou, depois, no lago, uma metáfora de água cristalina, mas aquele local já tinha sido utilizado, Billie era esperta demais para repetir locais. Apelou para o mapa novamente, abriu-o em seu celular e correu os olhos de ponta a ponta, abrindo sua imaginação para sacar a ideia dada pelos espelhos. O reflexo do sol estava atrapalhando a visão da tela, então Henry foi até a sombra mais próxima. Foi então que sacou: Sol, reflexo do Sol. Olhou no mapa e viu que estava um pouco longe de seu próximo destino: placas de captação da luz solar. O parque utilizava placas solares para o fornecimento de energia dos postes de luz, que ligavam somente à noite, e aos banheiros. “Billie é genial.”

Depois de uma muito boa caminhada, Henry chegou aos painéis solares, que, fazendo jus à dica de Billie, refletiam os raios solares de forma que incomodavam os olhos claros do menino. Aproximou-se do local e revistou-o, procurando pela nova dica. Circundou-o completamente, nenhuma marca, nenhuma mensagem na grama, nenhum desenho, nada nos espelhos. Achando que estava sendo enganado, olhou em volta, para ver se ali não seria o lugar final da aventura que Billie estava tramando, nenhum sinal de seu ponto azul preferido, também. Sentou-se na grama e esperou, apenas. Não sabia muito bem o que fazer, estava prestes a se deitar quando ouviu alguém o chamando.

— Ei, ô do olho claro. – Henry entendeu que realmente era ele, então se virou e encontrou um homem, devia ter no máximo 20 anos, estava sem camisa, sentado na grama com um skate ao lado. – And Straight on ‘til morning(9). – Henry encarou o cara por um tempo, meio que duvidando que ele estava realmente dentro da linha de jogo da Billie, meio que não acreditando que ela tinha realmente feito aquilo. Henry sorriu, acenou com a cabeça, e se levantou. Pegou seu celular e enviou uma mensagem para Billie.

Henry: What do we say about coincidences?(10)

Começou a andar, literalmente, reto, sem parar para pensar muito outras coisas que a mensagem dada pelo cara podia significar. Atravessou as placas, passou pela ciclovia e pela pista de caminhada quando chegou à floresta de ipês.

“Legal, se eu tiver que procurar por todas as árvores para achar alguma coisa será interessantíssimo continuar com a brincadeira, de verdade.”

Correu por entre as árvores para ver se encontrava algo, mas nada. Incrível como nunca conseguia achar as coisas facilmente, incrível como Billie conseguia se esconder todo esse tempo e, mais incrível ainda, como ela conseguia relacionar tudo naquele parque a uma frase. As ideias dele já estavam acabando, na verdade, as duas últimas falas dele só foram possíveis graças ao que ele lia. Incrível como a cabeça dele resolvia parar de funcionar como deveria em momentos que precisava dela, o garoto nunca tinha perdido três rodadas seguidas de REC time antes de conhecer Billie.

Já desistindo, diminuiu os passos. Olhou para o chão e viu algumas pétalas caídas, das variadas cores dos ipês, chutou umas, pegou outras na mão, recostou-se sobre a árvore, relembrou da frase-dica que lhe foi dado... Sua ficha caiu. Straight on ‘til morning. Ir reto até a manhã, ou ainda, ir reto até o sol. Como tinha deixado escapar? Voltou para onde entrara na floresta, alinhou-se à direção original, e seguiu reto, desviando de galhos, raízes e troncos, até que atravessou toda extensão massiva de árvores e chegou ao outro lado. No chão, perto da grade que marcava o final do parque, pétalas de variadas cores estavam amontoadas no chão, havia algo escrito nelas (dessa vez, entretanto, realmente escrito, Henry deduziu que era lápis de olho), foi passando uma a uma, um total de nove, cada qual com uma palavra. Teria que colocar em ordem. Começou colocando todas as palavras jogadas no chão, espaçadas, depois as olhou como um todo, tentando formar mentalmente o que deveria. Decifrou-a em menos de cinco minutos:

I remember when this show was about community college(11)

E aquele era um problema, afinal, Billie conseguiu encaixar uma frase daquele show durante um jogo de REC time, o que poderia significar duas coisas: ou o jogo estava perdendo o sentido e Billie estava desesperada, ou ela resolvera jogar alto para ganhar logo de uma vez, conhecendo-a como conhecia, apostava na segunda hipótese, significando que estava começando a entrar no nível hard da coisa.

Pensando em como responder e para onde devia ir, Henry puxou seu fiel escudeiro naquela expedição em busca da joia azul. Utilizou as imagens para visualizar o mapa novamente e sacou a ideia de Billie, mas não podia ir até lá antes de enviar sua fala.

Henry: I am the one who knocks.(12)

Sendo esta uma tentativa frustrada de mostrar que estava no controle, quando na verdade nem perto disso estava, já que estava ficando sem ideia. Billie, ao receber aquela mensagem, provavelmente teria sorrido e pensado “I am the danger(13) (e ela de fato era, mas Henry gostava de pensar que ainda tinha chances de poder virar o jogo).

Seguiu para o portão 6 (porque aquele era o local mais próximo de se entrar no parque quando se saía de uma faculdade pública que ficava ao lado. Henry não se lembrava o nome dela, mas sabia que ela existia porque passara de carro ao lado dela no dia que visitara aquele mesmo parque com sua família).

Lá chegou e não teve problemas. Na frente do portão que dividia a grade do parque da rua, havia uma menina. Não era Billie, mas Henry tinha certeza que ela fazia parte o jogo porque assim que começou a se aproximar do portão, ela não parou de encará-lo. Olhos castanhos nunca pareceram tão amedrontadores para o menino. Fingindo que não ia fazer nada por aquele lado, começou a desviar o curso de seu caminho, por algum motivo, não se sentiu seguro de chegar e se aproximar da garota.

— Ei, ô do olho claro – Chamou a menina, quando Henry passou por ela sem se importar com sua existência. Ele se virou e encarou de volta. Dessa vez os olhos claros estavam lutando com nível perto dos castanhos. – Second star to the right(14)

Henry: we are infinite(15)

De todo o jogo até aquele momento, aquela dica provavelmente fora a mais fácil. No meio do parque, literalmente no meio, havia um espaço redondo, demarcado com cimento e alguns bancos, onde, em noites limpas, era um ótimo lugar para observar estrelas e, se der sorte no dia, olhar por algum telescópio de alguém que utiliza aquele local para tal. Por mais estranho que possa ser durante a noite o parque era lindo e sem igual, mesmo se localizando no meio da cidade.

Correu até o planetário a céu aberto (literalmente correu, porque o portão seis era bem próximo do local). Lá estava vazio, exceto pela sua própria presença. Não que isso fosse algo surpreendente, porque planetários a céu aberto tendem a se encher apenas quando há estrelas a se olhar. Entretanto, se estava vazio, significava que ninguém ia chamar “ô do olho claro” e dar a próxima dica, assim, teria que procurar. E o espaço para procurar era grande, muito grande. Primeiramente, foi até o centro, porque nenhum lugar melhor para olhar um círculo inteiro do que o centro. Mal começou a rodar seu corpo a procura de algo, seu celular vibrou.

Billie: Don’t blink

Henry: Blink and you are dead(16)

(Completar quotes era uma forma de demonstrar fraqueza, porque significava que a única coisa que você conseguia pensar era completar outra ideia, não surgir com uma nova que também encaixava ali, indícios de que estava prestes a perder, pela quarta vez seguida).

A ideia daquela era fácil: estátuas. Porém a resolução era complicada (tipo como é física na escola). Simplesmente porque havia uma estátua em cada portão, e eram dez portões. Simplesmente não iria rondar todas as estátuas até achar a certa, aquilo não era humano. Puxou novamente seu celular e torceu para que as estátuas estivessem marcadas no mapa, junto delas seus nomes e uma imagem ilustrativa. Se tivesse alguma de um anjo, com certeza aquela era a correta. E tinha. Era no portão um, meio longe, mas ainda assim melhor que rodar 10 estátuas como se fosse simples.

Saiu para seu próximo destino.

Estava ficando cansado, o sol estava ficando mais forte e o calor estava ficando impressionante, mas estava se divertindo. Podia até parecer um bobo de um lado a outro do parque, andando e correndo como se não tivesse destino, mas realmente aquilo era legal. Primeiro porque aquele era um jeito de jogar REC time que nunca tinha pensado e segundo porque estava com Billie. E ela o deixava calmo, feliz e relaxado, mais do que os outros amigos faziam. Poderia passar noites a fio com a garota, falando sobre literalmente qualquer coisa, até ela se cansar e ir dormir, porque ela tinha o sono mais frágil. Henry iria dormir depois, esperando pelo próximo dia, apenas porque tinha um comentário a fazer que não tinha feito na conversa anterior, isso ou mostrar alguma imagem, fanart, edição, gif, textos que encontrava e queria compartilhar com alguém, e sabia que podia ser com ela, porque Billie era o tipo de pessoa que aceitava todas as coisas muito bem. Errado seria dizer que ele gostava dela como nunca gostara de outras meninas, porque já tinha gostado de outras meninas daquele jeito, mas esse jeito sempre acabava e era guardado no fundo da gaveta, até que vinha alguém e a abria, vasculhando tudo direitinho, achando o que não deveria e trazendo à tona o esquecido. E essa era a melhor parte. Rever o sentimento sentindo-o de forma como se fosse novo. Clichê, claro. Mas verdadeiro. (E não tão clichê quanto achar que ela era única no mundo, que foram necessariamente feitos um para o outro). Sentir sempre é verdadeiro, mas demonstrar esse sentimento era a parte que podia ser falsa.

Henry crescera e naturalmente aprendeu a guardar seus sentimentos para si, sem entender muito o motivo de isso acontecer. Conseguia confiar em poucos para falar o que sentia, o que sentia de verdade, até o fundo, não apenas emoções já classificadas e taxadas pelo mundo, mas as emoções que ninguém definiu ainda, talvez porque ninguém tenha sentido, emoções que apenas a tentativa de explicação se tornava uma massa de ideias complicadas, mas que era entendido, sem explicações, apenas acontecendo.

Apalpou o bolso, sentiu a outra parte da encomenda. Tinha até esquecido que ela estava lá. Com a outra mão foi até seu pescoço, e sentiu a parte que já estava lá, sorriu. Esperava ter coragem para fazer o que queria. Não sabia muito bem o que falar, o que fazer, o que esperar, mas sabia que queria. Mesmo se não desse certo, que ficasse como um presente, pelo menos sabia que ela ia usá-lo. Ou esperava.

As divagações tornaram o caminho mais curto.

Já estava no portão um e já avistava a estátua. Aproximou-se dela e observou-a: curiosamente ela estava com as mãos nos rostos. Riu internamente da situação. Circundou-a e achou uma mensagem feita com gravetos, no chão.

Don’t mess with the bull young man(17)

Henry: A brain... and an athlete... and a basket case... (18)

Depois de ter olhado tantas vezes o mapa, Henry quase o tinha perfeito em sua cabeça. Entretanto, esse “quase” sempre entrava na parte de referência que Billie estava fazendo, assim, ele era obrigado a puxar o celular e abrir o mapa, de novo. Realmente já estava cansando de ficar fazendo aquilo toda hora. Descartando a parte que se lembrava, não foi difícil entender aquela: lanchonete. Talvez sem querer ou não, Billie fez uma dupla referência a lanchonete com aquele quote que até Henry demorou pra lembrar, mas o ponto é que o logotipo da tal cantina era um touro vermelho, o garoto seguiu até lá.

Mesmo tendo que atravessar praticamente o parque todo (sim, de novo), chegou à lanchonete mais rápido do que tinha calculado. Ela não estava vazia, mas também não estava cheia. Já devia fazer mais de duas horas que o garoto estava participando indiretamente da aventura de Billie, o que significava que, provavelmente, aquele local estaria transbordando em pouco tempo. Unindo o útil ao agradável, aproximou-se de um dos vendedores e pediu um pão de queijo e um suco de maracujá, sentou-se à bancada enquanto esperava pelo pedido, o que não demorou. Comeu. Bebeu. Estava com mais fome do que tinha imaginado. Assim que terminou de beber o suco, depois de já ter devorado o pão de queijo, Henry puxou o guardanapo que o garçom tinha trazido junto com seu pedido, limpou a boca e estava prestes a jogá-lo no lixo quando percebeu que tinha alguma coisa escrita nele.

IOU(19)

E aquilo estava se tornando cada vez mais assustador. Claro que, provavelmente, o moço que o atendeu tinha algo a ver com o fato, mas mesmo assim aquilo não deixava de ser arrepiante, afinal, certas coisas na vida você não espera, e receber um recado por um guardanapo de alguém que nem está ao seu lado se encaixa numa delas.

— Hey, tem alguma macieira aqui no parque? – Perguntou Henry para o homem que o tinha atendido, e que provavelmente estava envolvido no rolo com Billie.

— Tem sim. – Respondeu, sorrindo, como se soubesse que ele ia fazer aquela pergunta. – Ela fica ao lado dos banheiros entre os portões quatro e cinco, só não tenho certeza de qual lado... – Henry agradeceu e se levantou, teria que atravessar o parque novamente. Suas pernas já estavam pedindo arrego e seus pés misericórdia.

Henry: Sometimes I believe in as many as six impossible things before breakfast(20)

Henry clicou em enviar quando estava exatamente no meio do caminho, ou o mais exato que seu senso de direção conseguia definir. Suas pernas realmente doíam e seus pés pararam por si só. Sentou-se na grama, Billie poderia esperar pelo menos dez minutos até Henry encontrar a próxima dica, afinal, Henry estava esperando o suficiente embaixo do Sol (e estava gostando). Olhou em volta e percebeu que estava em algum lugar entre as placas solares e o local reservado à observação de estrelas, foi então que realizou o fato de que já havia atravessado aquele parque mais vezes do que se lembrava, e foi aí também que não se sentiu mal de estar sentado, descansando.

Deitou-se.

Abriu os braços e fechou os olhos, apenas sentiu os raios solares do meio dia incidirem sobre si, e provavelmente nunca gostou tanto de Sol quanto naquele momento. Esticou-se por inteiro e estralou suas costas, quase como um gato, e depois relaxou todos os músculos. Sentiu a grama, a brisa, o cheiro. Engraçado como deitar na grama é realmente relaxante, e como realmente deveria haver uma conexão, ousaria tirar o sapato, mas não sabia se acreditava naquilo. Talvez Dalva realmente estivesse começando a mexer com sua cabeça.

Depois de sabe-se lá quanto tempo, resolveu levantar. Alongou-se e sorriu, imaginando o que encontraria na macieira, partiu pra lá, ou melhor, partiu para o banheiro que ficava pra lá.

Antes de chegar exatamente ao banheiro, avistou a macieira (a qual só sabia que era porque possuía maçãs), aproximou-se e encontrou um dos frutos jogado no chão, perto do tronco, pegou-o, como que por instinto e virou-o, encontrando a próxima dica escrita na casca da maçã.

Where Dreams are born and Time is never planned(21)

Henry: And (...) a little bit of pixie dust(22)

Aquele tipo de dica que exige conhecimento do quote inteiro para sacar. E Henry sabia, e agradeceu aos céus por ter passado boa parte dos seus nove anos viciado naquele personagem em questão. Depois de já ter rondado praticamente o parque inteiro, o próximo local foi fácil de entender, uma vez que ele conhecia o resto e o que aquilo queria dizer. Perto da cantina, havia uma espécie de playground para crianças, que se chamava Never Land, tornando tudo mais fácil, mas é claro que, mesmo que não conseguisse se lembrar daquilo, só havia um lugar onde sonhos nascem e tempo nunca é planejado: onde a imaginação impera e a brincadeira acontece.

Sem saber exatamente o porquê, correu para o tal parque. Algo em seu sexto sentido dizia que aquilo estava quase acabando, e Henry estava ficando cada vez mais ansioso para o que viria depois. Apalpou o bolso da calça enquanto desviava de pessoas e tentava não tropeçar em buracos que apareciam no chão de repente. Seguiu pela grama, passou perto de onde tinha deitado da última vez e avistou a placa que nomeava o playground, realmente estava certo, era ali.

Estava mais cheio que o esperado, na verdade, havia muito mais crianças que o esperado, especialmente porque era hora do almoço e normalmente crianças almoçam em horas certas e bonitinhas, porque é saudável. Sem saber muito o que deveria procurar (já que Billie não estava ali, afinal, um ponto azul sempre se destaca), Henry começou a caminhar entre brinquedos e a observar as crianças, que faziam justificativa ao quote da garota e tornavam aquele lugar um berço para os sonhos e um lugar para não ligar para o tempo (provavelmente por isso eles não tinham ido almoçar, não se lembravam de estar com fome, ou tinham apenas esquecido). Sentou-se num tronco e vagou o olhar por ali, apenas esperando alguma coisa acontecer, afinal, alguma coisa tinha que acontecer, porque aconteceram das outras vezes.

— Tio – disse uma das crianças que estava brincando na gangorra, mas agora estava correndo animadamente até o garoto. Ele devia ter no máximo seis anos, tinha cabelos loiros e olhos claros. – Seus olhos são iguais aos meus né?

— São. Eles são bonitos, não são? – Respondeu Henry, olhando para a criança e sorrindo.

— Eu gosto muito de brincar.

— E do que você gosta de brincar?

— De ter superpoderes, eu gosto de voar. – Disse o menino, olhando para o céu enquanto falava e sorrindo como crianças sorriem quando imaginam. – Você tem algum superpoder?

— Se eu correr, ninguém consegue me pegar.

— Olha, uma tia muito bonita veio aqui e falou comigo. Ela disse que o superpoder dela era saber fazer boas charadas. – Começou o menino, meio que ignorando o que Henry tinha dito e meio que se lembrando vagamente do que tinha acontecido. – O cabelo dela era legal, ela até me deixou tocar. Toma. – Estendeu a mão com um papel. – Ela disse também que você ia querer esse papel aí, ela pediu pra eu num abrir então eu só segurei até você chegar.

— Obrigado. – Disse Henry, pegando o papel da mão do menino e abrindo, passando os olhos pelo quote da rodada: there and back again(23) e se levantando. Estava prestes a sair quando foi interrompido.

— Tio, você namora a tia?

— Não...

— Ah, que pena, ela gosta de você. – Henry não falou mais nada, talvez porque não tinha o que dizer. Não sabia se Billie tinha dito aquilo para a criança, ou se ela estava dizendo o que vinha em sua pequena cabeça. Independente da resposta, Henry se emocionou e se surpreendeu. Antes de sair, passou as mãos nos cabelos loiros e sorriu. Crianças eram fantásticas.

Decidiu não responder Billie aquele momento. Sabia para onde tinha que ir e sentia que aquela era a última rodada antes de encontrá-la frente a frente, portanto, guardaria sua vez para quando estivesse frente a frente, assim economizaria neurônios para pensar em outra.

Agradecendo aos deuses por que, dessa vez, estava perto do seu destino, caminhou mais calmamente. Ele teria que ir para onde tudo começara aquele dia, onde a aventura começara, riu daquilo tudo, apenas Billie faria com que ele andasse de um lado a outro do parque e terminasse onde começou sem que ficasse extremamente irritado. De onde estava, já avistava Billie e seu cabelo azul sentados exatamente onde estavam antes, correu e, assim que ficou de frente dela, a beijou. Depois disse:

A is for A-L-I-V-E(24). – E encarou-a.

Bet you thought you’d seen the last of me(25)

Então o coração do menino disparou. Primeiro porque não tinha mais nenhuma referência a fazer (e isso realmente o desesperava, não queria perder mais uma vez); e segundo porque ele sentia que aquela era a hora certa para fazer o que tinha planejado antes. Desceu sua mão até seu bolso e apalpou-o por fora, a outra parte do embrulho ainda estava ali. Pegou-o, um pouco tremendo, puxou-o para fora e estendeu-o para Billie.

Surprise bitch(26)

Talvez, no começo, Billie não tenha entendido nada. Mas, depois que pegou o que tinha sido oferecida, olhou confusa para o menino.

— Aqui não está escrito Billie. – Disse ela, realmente não ligando ter perdido aquela rodada. Sem falar nada, Henry sorriu (tanto por vitória quanto pelo fato de ter acertado de que Billie entenderia aquele recado) e puxou o colar que estava em seu pescoço. O dele dizia Billie. – Isso é... o que eu estou pensando que é...?

— Só se você quiser que seja... – Respondeu Henry, sorrindo meio encabulado, ficando um pouco vermelho na bochecha e colocando sua mão no pescoço. Nunca esperou tão ansioso por uma resposta como naquele momento.

Billie ficou quieta, observando o colar que tinha recebido de Henry. O barbante era preto, ele tinha uma espécie de amuleto pendurado, redondo, branco, com coisas escritas em preto. Assim que olhou identificou o que era, circular gallifreyan, uma “escrita” criada por um fã de Doctor Who, ela sabia ler “fluentemente”, assim como escrever. No dela dizia Henry. Ficou, para todos efeitos, sem saber o que fazer. Levantou o olhar e encarou o menino, sustentando o olhar e tentando entender suas reações. Sem muito sucesso.

— Eu não entendo. – Começou a garota, fazendo com que o riso encabulado saísse do rosto de Henry e ele ficasse mais sério que o normal. – Sabe, isso é estranho. Por que eu aceitaria? Não tenho motivos claros pra fazer isso. Você é legal, gente boa, a gente concorda em algumas coisas, mas será isso suficiente? Acho que não. Na verdade, tenho certeza que não. Só porque gostamos das mesmas coisas, ou trocamos uns beijos, não quer dizer que a gente realmente seja feito um para o outro, ou qualquer coisa do tipo. – Nesse ponto, Henry estava sem chão, ouvia aquelas palavras e era uma facada atrás da outra; seus olhos respondiam à sua dor, porém ele as segurava porque não era do tipo de chorar na frente das pessoas, muito menos naquele momento. Esticou as mãos para pegar o colar de volta e, quando segurou-o, deu meia volta, iria embora, sem qualquer tipo de resposta. As mãos de Billie pararam-no. Ele fez força para sair, mas não conseguiu. – Do you understand what I am saying to you?(27)

Ao ouvir aquilo, parou de fazer qualquer coisa, até mesmo de pensar. Seus olhos deixaram, cada um, cair uma lágrima. Ele ficou parado, processou a informação.

Virou-se.

Words(28)

Billie sorriu, soltou o braço de Henry, colocou o colar e o abraçou.

— Você realmente acreditou no que eu estava falando?

— Sua atuação foi bem convincente. – Declarou o menino, respondendo o abraço da forma mais forte que conseguiu, depois soltou-a e a beijou, de uma forma que nunca tinha feito antes. – Por que fez isso? – Perguntou, depois de se separar dela e limpar as lágrimas de suas bochechas.

— I had to know for sure. – Respondeu simplesmente, sabendo que aquilo seria suficiente para Henry. – Onde você achou esses colares? Eles são geniais.

— Eu pedi para um amigo meu fazer... Fiz um desenho antes, na verdade, enviei para ele e ele fez...

Lá no fundo Henry ainda não acreditava no que tinha acabado de acontecer, então ele parecia estar digerindo a ideia enquanto falava e, por isso, parecia meio perdido. Ficou quieto um tempo.

— Hey, não precisa ficar pensando naquilo que falei, era mentira, achei que você tinha sacado... não fique assim... – Comentou Billie, meio insegura do que falar e agora pesando o que tinha acabado de fazer, ela teve o ponto que queria, mas não queria deixar Henry daquela forma, duvidando das coisas.

— Na verdade, – começou o garoto, segurando a cintura de Billie, levantando-a e começando a girar. – Estava pensando em duas coisas. – Fala enquanto girava, torcendo para que sua voz fosse mais alta e mais compreensível que os gritos animados da garota. – A primeira delas é que você disse sim. – Então caíram no chão e rolaram alguns metros para o lado. – E a segunda – disse quando pararam e conseguiam respirar normalmente – é que eu ganhei de você no REC time. – Então riu. E Billie riu junto.

Henry rolou para o lado e se deitou ao lado de Billie, novamente.

— Como que você conseguia deixar aquelas dicas pra mim?

— Bom, todas que utilizavam a escrita ou eu usava meu lápis de olho, que aliás ficou uma nojeira depois da ideia da maçã, ou eu usava minha imaginação. Em relação às mensagens, eu tinha pedido pra alguém me enviar uma mensagem quando você chegasse lá. E em relação aos humanos, eu jogava todo meu charme e pedia.

— Cara, você é muito foda.

E então continuaram conversando sobre aquele dia, sobre coisas da vida, sobre tudo. Deitados na grama e um ao lado do outro, nem perceberam o tempo passar. Os dois só resolveram se levantar e ir embora quando perceberam que o céu estava se preparando para chover. Saíram de mãos dadas e foram para o ponto, esperar, cada um, o seu ônibus.

— Quer ir lá pra casa? – Perguntou Henry. – Tipo, você ficou preocupada com o Bruno hoje mais cedo e... hm... digamos que eu até sei cuidar de machucados mas eu não tenho metade do dom de ser calma e cuidadosa que você tem... Além de eu querer passar mais tempo com você, claro.

— Você já tinha me convencido quando citou o Bruno, lindinho. – Respondeu a menina, puxando o celular e digitando uma mensagem para sua mãe, avisando que jantaria fora e, por isso, voltaria mais tarde. No exato momento que apertou enviar o ônibus chegou. Os dois entraram e se sentaram.

A porta fechou e o ônibus partiu para o que com certeza seria uma aventura.


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Notas finais do capítulo

1- The Hobbit: An unexpected Journey
2- Harry Potter and the Goblet of Fire
3- How I Met Your Mother S08E23 (título)
4- Pretty Little Liars S04E12 (título)
5- Harry Potter and the Order of Phoenix (Molly Weasley)
6-7- Snow White and the Seven Dwarfs
8- Personagem de Once Upon a Time. Regina é o nome da Evil Queen (que seria o real complemento do quote)
9- Peter Pan (Peter Pan)
10- Sherlock S03E02 (Mycroft Holmes)
11- Community S04E02 (Abed Nadir)
12-13- Breaking Bad S04E06 (Walter White)
14- Peter Pan (Peter Pan)
15- The Perks of being a wallflower (Charlie)
16- Doctor Who S03E10 (Doctor)
17- The Breakfast Club (Richard Vernom)
18- The Breakfast Club (Brian Johnson, Andrew Clark, Allison Reynolds) [Henry se referia à personalidade de Billie]
19- Sherlock S02E03 (Moriarty - Escrito numa maçã)
20- Alice in Wonderland (Alice)
21- Peter Pan and Wendy (Peter Pan)
22- Peter Pan (Peter Pan)
23- The Hobbit: There and Back Again (Título)
24- Pretty Little Liars S04E01 (Título)
25-26- American Horror Story S03E08 (Madison Montgomery)
27-28 - Doctor Who - The Snowman (Madame Vastra e Clara Oswald) [No diálogo inteiro, Madame Vastra diz que "a verdade é singular e mentira são palavras, palavras, palavras", por isso que Billie fala várias coisas (palavras/mentiras) para aceitar o pedido, Henry só entende quando faz referência ao quote da série, http://www.youtube.com/watch?v=GXdEWSoRi0g (aqui é um vídeo da cena, não achei com legenda, perdão)]

Reviews??????? (Por favor)

Bom, vou deixar avisado aqui que amanhã começam as minhas aulas, então esse capítulo foi uma despedida das férias, e que, por isso, vou (provavelmente) demorar para postar novamente, afinal correrias e mais correrias.

Obrigado pela leitura o/o/



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