Cheguei em casa e lá estava minha mãe, no sofá vendo televisão, me esperando chegar. Lógico que ela deve ter ficado "p da vida" por eu ter chegado de manhã, mas um suspiro meu a surpreendeu:

— Bom dia senhor Dylan, isso são horas?

— Amy... — suspirei

— Amy? Como assim, filho? Vai dizer que ta apaixonado? — brincou

— Não! Eu? Apaixonado? Não, cara, que isso.. Viaja não! — me recompus

— Está se enrolando... Está com cara de quem ta apaixonado e não quer admitir. Anda, garoto, fala! Já tive sua idade..

— Faz tempo hein... — brinquei interrompendo

— Não é hora para gracinhas! Fale logo, como a conheceu?

— Foi no baile, mãe... Ela é tão bonita.

— Ih, lascou, tá apaixonado mesmo! Cuidado pra não se magoar hein filho.

— Ah, que isso, mãe.. Ela não é dessas garotas que brincam com todo mundo. E eu senti que por um momento ela também tinha gostado de dançar comigo. "Dançar", entre aspas, ela não sabe dançar, marquei com ela domingo no parque.

— Espero que você não se decepcione, meu filho. Agora vá para o quarto tomar um banho e trocar essa roupa.

— Tô subindo, mãe! E... Obrigada. — sorri para minha mãe e fui

Enquanto tomava meu banho, pensei em milhões de coisas: o que Amy estaria fazendo naquele momento, onde Amy estaria, o que ela achou da nossa "dança", se ela gostou de ter me conhecido, pensei até por um momento se Amy já gostava de outro garoto antes de me conhecer.

Fiquei um pouco inseguro com tudo isso. Pensei também no que minha mãe disse, não queria levar um bolo no domingo e me decepcionar com uma garota pela primeira vez. Prometi a mim mesmo que isso não iria acontecer, não com Amy. Uma garota que eu mal conheci, mas que já havia me tocado o suficiente... Ai céus, eu realmente estava apaixonado por Amy. Puta que pariu, isso nunca tinha acontecido...

— Dylan, vem almoçar!

Fui comer. E claro, continuei pensando em Amy e contava os dias para que chegasse domingo. Poucos minutos depois Jason me ligou e me perguntou se eu ia pro futebol das 14h. Puta que pariu!! Eu tinha esquecido do futebol, claro, só conseguia pensar em Amy! Eram quase 13h da tarde, fui me arrumar e arrumar a mochila correndo.

— Pra onde vai com tanta pressa? — minha mãe perguntou

— O futebol cara! Esqueci legal, tenho que estar lá 14h.

— Pensou tanto em Amy que esqueceu dos amigos, né? — Gritou Jason, do janela do lado de fora

— Jason? Por que não foi direto pra lá? 

— No telefone contigo percebi que estava atrasado e precisaria de uma carona, anda! Pega as coisas!

Fui. Jason e eu éramos amigos desde muito pequenos, e era óbvio que ele sabia perfeitamente como eu estava, mesmo sem eu dizer nada.

— Como você sabe de Amy?

— Você ficou suspirando no telefone..

— Ah pára com isso! — interrompi

— Tava sim, Dylan!

Fomos conversando até chegarmos no futebol. Jason era mais novo que eu, mas era tão bom em dar conselhos que quem via a gente conversando pensava que ele era mais velho, bem mais velho. Jason me fez esquecer um pouco Amy. Digo, parar de pensar nela um pouco, e me concentrar um pouco mais no futebol e nos meus compromissos. Mas no fundo, eu não via a hora de domingo chegar e eu encontrá-la novamente.