All About Us escrita por Mariana


Capítulo 13
Momentos de tensão, ansiedade. Era tudo ou nada.




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Deixei Amy descansar e saí do quarto. Quando ela dormiu, os médicos vieram conversar comigo e com os pais de Amy, que estávamos ansiosos por notícias na sala de espera.

— Olá, não tenho boas notícias.

— Por favor, fale logo. — disse a mãe de Amy

— O caso de Amy é raro, e a cirurgia é uma operação de risco que, se ela sobreviver, terá sequelas.

— SE ELA SOBREVIVER? NÃO, AMY NÃO PODE MORRER! — Gritei. Jamais me perdoaria se Amy morresse por minha causa, levaria essa culpa comigo pro resto da minha vida.

— Se acalme, rapaz. As chances de ela não resistir são poucas. Porém, como o tumor localiza-se numa região difícil do cérebro dela, ela terá sequelas, querendo ou não.

— Que tipo de sequelas ela poderá ter? — disse o pai de Amy

— Ela pode ficar sem falar ou sem os movimentos de perna ou braço. Além de ter que raspar a cabeça pra não estragar a cirurgia.

— Seu doutor, nós não temos dinheiro para pagar uma cirgurgia dessa e acredito que em hospitais públicos eu teria que esperar muito pra conseguir fazer a cirurgia dela... — disse a mãe dela desesperada.

— Minha senhora, se esta operação não for realizada o mais rápido possível, sua filha não resistirá por muito tempo.

Os pais dela ficaram desesperados, eles não tinham dinheiro guardado, nem nada de valor que se fosse vendido pudesse pagar a cirurgia. Até que tive uma ideia, eu iria me sacrificar por Amy.

— Eu pago. — disse

— Você, Dylan? M-Mas com que dinheiro?

— Eu dou o dinheiro da minha faculdade para curar Amy.

— Você faria isso.. Por ela? — disse a mãe de Amy sorrindo

— Eu faria tudo por ela, ela só está aqui por minha culpa.

— A culpa não é sua, meu anjo. Estamos muito agradecidos por isso, mas seu futuro em primeiro lugar. — disse o pai dela

— Não senhor. Faculdade eu posso estudar pra passar em alguma do governo, uma cirurgia dessa a gente não arruma rápido no governo. Estou decidido, vou pagar a cirurgia de Amy.

Os pais dela me abraçaram, e eu senti que naquele momento havia, enfim, conquistado a total confiança deles. Eu estava desposto a fazer qualquer coisa pela Amy. Dane-se a faculdade. Dane-se o dinheiro. Nada disso teria valor algum se Amy morresse e eu não tivesse movido um dedo para ajudá-la.

Convencer minha mãe a liberar o dinheiro não foi tão difícil quanto eu imaginava. Minha mãe viu o esforço que eu fiz e sentiu que Amy merecia. É claro que merecia, Amy era uma menina doce, nunca fez mal a ninguém. Tinha lá seus momentos de raiva, mas qual menina de 16 anos não tinha?

Chegou o dia da cirurgia, Amy não sabia que eu dei o dinheiro, pra ela, os pais tinham arrumado um jeito de pagar. Ela só iria saber depois, bem depois, nada de preocupá-la agora. Se ela souber que era o dinheiro da faculdade, era capaz de ela ter um ataque cardíaco e pirar. Preferi deixar quieto. Foram horas e horas de cirurgia. Horas e horas de angústia. Uma hora eu estava mal por ter feito Amy passar por isso, outra hora, eu estava bem por saber que ela iria melhorar. Fiquei com medo daquelas pequenas probalidades de Amy não resistir, e pensei também, nas sequelas que ela poderia ter. Eu e os pais de Amy estávamos há quase 1 semana no hospital, e Allie e Ben vinham as vezes saber como ela estava, e no momento da cirurgia estavam lá conosco. Um apoiando o outro, fazendo correntes de oração — nunca acreditei muito nisso, mas nesse caso, eu fiz todos os tipos de orações possíveis, queria minha Amy de volta custe o que custasse —, chorando e nos acalmando. A enfermeira tentou nos dispensar, falou para irmos pra casa, mas não obedecemos. Eu prometi à Amy que nunca iria abandoná-la, e não iria deixar ela só sozinha, ela poderia acordar a qualquer momento, e eu não queria perder essa oportunidade.

Ao fim da cirurgia, Amy ainda não podia receber visitas, pois se recebesse uma emoção muito grande poderia ter consequências. Amy tinha que descansar e se recuperar um pouco sozinha, antes de receber alta, que não tinha previsão. Ficamos mais uns 3 dias no hospital, quando o médico dá, finalmente, a primeira notícia sobre Amy.

— Tenho uma boa e uma má notícia.

— Fale! — dissemos todos quase ao mesmo tempo

— A boa, é que a cirurgia foi um sucesso! Amy está bem e recebe alta ainda hoje.

Comemoramos, era um alívio saber que depois de tantos dias, veríamos Amy novamente, sorrindo, contando piadas, alegrando a tudo e a todos.

— Mas a má notícia é, que assim como eu tinha dito, Amy teria sequelas. A parte afetada pelo tumor levou embora todos os movimentos da perna e pés dela.

O médico mostrou umas imagens e nos explicou o que causou o tumor de Amy, o que eles fizeram para retirá-lo e a parte do cérebro que tinha sido afetada, explicou o que fez Amy ficar sem andar. Estávamos todos preocupados por Amy não poder mais andar, mas no fundo todos estávamos bem, e aliviados por saber que ela tinha sobrevivido, estava bem, saudável, sorrindo, apesar de estar numa cadeira de rodas e sem uma parte do cabelo, o médico disse que Amy estava bem e que só teria que tomar uns anti-inflamatórios. De repente, ouvimos uma voz vinda do final do corredor:

— Mãe, pai, Dylan, Allie! Vocês estão aqui, eu amo vocês!

Era Amy. Linda, sorridente, saudável. A cadeira de rodas não era problema, nada que uma fisioterapia não resolvesse. Quando ouvi a voz de Amy depois de tanto tempo, senti como se fosse a primeira vez. Lembrei da primeira vez que a tinha visto, corri em direção, e me ajoelhei:

— Mô, que bom te rever! Está bem? Fica tranquila que eu vou te levar pra fazer uma fisioterapia e logo logo você sairá dessa cad..

— Shiu. — interrompeu Amy — Não fala nada. Eu te amo.

Eu e ela nos beijamos. Pode parecer besteira minha, mas o beijo dela estava melhor que o último que tinha lhe dado. Eu sabia que ela era perfeita, perfeita pra mim.


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