Someone comes into your life (Alguém entra na sua vida)

It's like they've been in your life forever (É como se estivesse na sua vida sempre)

No, there's no one else's eyes (Não, não existem outros olhos)

That can see into me (Que poderiam me ver por dentro)

No one else's arms can lift (Os braços de mais ninguém podem levantar)

Lift me up so high (Me levanter tão alto)

Your love lifts me out of time (Seu amor me levanta além do tempo)

And you know my heart by heart (E você conhece meu coração pelo meu coração)

Heart By Heart – Demi Lovato

Separei-me um pouco de James, ainda sorrindo. Não acreditava em tudo que acabava de acontecer. Depois de tanto tempo, me sentia totalmente bem. Feliz. Sentia-me leve e era como se nada de ruim tivesse acontecido comigo na minha vida, era como se eu só pudesse me sentir animada e feliz assim.

Ficamos em silêncio por um tempo, só aproveitando a proximidade do outro e a calma do momento. Ouvia os batimentos de James: era ritmo rápido, mas constante, que me acalmou.

– Estamos namorando? – perguntei hesitante. Eu sabia que James gostava de mim, mas ele não era exatamente atencioso com as meninas que ele ficava.

– Sim – respondeu surpreso por eu ainda precisar perguntar.

E eu não podia acreditar em como eu era sortuda. Estar com James Potter era um sonho. Embora eu tenha demorada para ver ele era tudo que eu sempre quis. Fofo, engraçado e inteligente. E não podemos dizer que ele não era bonito. Ele mudou meu mundo.

Queria ficar nesse momento para sempre, mas James me beija docemente e voltamos para a sala.

Assim que eu chego lá, sinto que há algo incomum e quando meus veem Marlene e Sirius sentados juntos, eu sei que estou certa. Ela está com a cabeça no colo dele e ele mexe distraidamente no cabelo dela. A cena é tão fofa que de algum jeito, consigo sorrir ainda mais.

Sirius capta meu olhar perplexo e o de James. Sorri.

– Estamos juntos – anuncia.

Eu já tinha imaginado, mas mesmo assim, me mexo agitada.

– Nós também – James fala e Marlene dá um gritinho

– Só eu que estou sozinho – resmunga Peter.

– Quem diria, Lily Evans e James Potter juntos – olho para Lene e rio.

– Quem diria, Marlene McKinnon e Sirius Black – provoco de volta.

Ficamos os cinco conversando tranquilamente, todos felizes, quando Dorcas atravessa rapidamente a sala, com o olho vermelho e a cara inchada, como se tivesse chorando.

Lanço um olhar preocupado para Lene e ela levanta, nosso momento de paz destruído.

– Vão atrás de Remus – falo para os meninos, com um mau pressentimento.

Eles assentem e saem da sala, na mesma hora que nós.

– Dorcas? – chamamos enquanto a procuramos.

– Estou aqui – responde com a voz fraca.

– O que houve? – perguntou Lene, ansiosa.

– Remus – fala a palavra lentamente, como se explicasse tudo. Mas não explica. Só consigo deduzir que ele disse que não podia ficar com ela.

– Ele disse que gosta de outra pessoa? – perguntei.

– Ele disse que jamais ficaria comigo. Nunca. Que eu não era o suficiente para ele – falou e respirou fundo, como se estivesse sobre dor física – Que eu tinha me iludido achando que poderia estar com ele. Que eu era uma idiota por sequer achar que eu era suficiente para ele. E que ele tinha pena de mim por isso.

A cada palavra que ela diz, eu fico mais horrorizada. Sinto uma dor no peito, como se eu que estivesse ouvindo essas palavras de James. Esse não parece o Remus que eu conheço. Parece um monstro. Ele sabe que Dorcas o ama muito, então por que quebrar o coração dela assim? Se não queria ficar com ela, era só ter dito que não estava apaixonado por ela ou mesmo que ela não era o que ele estava procurando.

– Oh, Dorcas – eu falo e a abraço, junto com Lene.

– Ele foi um monstro. Você é muito melhor que ele – fala Lene. Assinto.

Estou preocupada pensando no que isso pode afetar Dorcas. Ela já não está emocionalmente bem e depois de ouvir isso... Não é fácil de lidar. Por causa disso, tenho vontade de esganar Remus Lupin com as minhas próprias, sem saber que ele está se acabando de chorar com os meninos, que ele fez isso porque achava que era melhor para ela.

Deixamos Dorcas sozinha por um segundo para avisar aos meninos que vamos embora, e o encontramos conversando com Remus, reprimo a raiva, tento não olhar para o rosto dele enquanto me despeço de James.

– Vou ficar com saudade – sussurra em um tom sedutor e eu quase desisto de ir.

– Eu também – falo e nos beijamos, dando um pequeno sorriso depois.

Saio e espero um pouco até ver Marlene. Ela não me diz nada, somente me olha preocupada e sei que está pensando em Dorcas.

Sem dizer nada, nós três aparatamos para a casa dela.

***

Acordo cansada, sem me lembrar de nada, mas aos poucos tudo volta a minha cabeça. Sorrio quando lembro que fiquei com James, que estamos juntos. Mas depois lembro do que Remus falou para Dorcas. Como ele teve coragem de falar isso para ela? Depois de tratá-la do jeito que ele faz no dia a dia?

Irritada, peguei um tinteiro e comecei a escrever uma carta para James.

“James,

Dormiu bem? Adorei a nossa conversa de ontem.

Mas estou irritada com o que aconteceu com Dorcas e Remus. Posso te encontrar para ver se me acalmo? Preciso passear.

Amor,

Lily.”

Eu sabia que a carta estava horrível e nem um pouco romântica, mas eu estava estressada e mandei pela coruja de Dorcas, que ainda estava dormindo. Recebi uma resposta de James em poucos minutos, perguntando onde a gente se encontrava. Sugeri um parque que ficava ali perto.

Peguei uma roupa emprestada de Dorcas, um short jeans branco e uma camisa azul, simples. Não estava arrumada o suficiente para um primeiro encontro, mas, tecnicamente, não era um encontro.

Sai, deixando apenas um bilhete para as meninas.

Andei tranquilamente até chegar no parque, hoje estava um clima agradável e eu gostava de andar, só me sentia nervosa por estar indo encontrar James.

Sentei no balanço, indo devagar para frente e para trás, pensando. Vi James caminhar distraído pela rua e não pude parar de rir da expressão dele. Ele ficava tão fofo assim. E ele estava tão lindo, com uma blusa quadriculada vermelha aberta e uma verde para o cinza dentro, com uma calça escura. Uma combinação improvável mas que funcionou nele.

Meu coração já batia rápido, quando ele me viu e sorriu. Parecia que eu ia me desfazer.

– Lily! – gritou sorrindo e correu para me alcançar.

Imediatamente, me levantei do balanço, sorrindo.

Quando ele chegou mais perto não hesitei em beijá-lo, me sentindo cada vez mais viciada. Eu estava perdidamente apaixonada por James Potter e pelas sensações que ele me causava.

– Você está bem? – perguntou, preocupado quando nos separamos.

– Sim, só estou preocupada com Dorcas – falei – E com a minha mãe.

James ficou em silêncio por um segundo, parecendo querer dizer algo, mas não tem certeza se deve dizer ou não.

– Tenho certeza que vai dar tudo certo, Lily – falou, sorriu.

Depois disso deixei as preocupações de lado, e passei o resto da tarde com James. Quando cansamos, sentei e assisti o pôr do sol junto com James.

– Você pode passar uns dias na minha casa e nas de Dorcas ou Lene – falou.

– Obrigada – falei, verdadeiramente agradecida. Sabia que tentaria ficar em casa o menor tempo possível, aproveitando que só tinha pouco tempo fora de Hogwarts até me formar. E eu seria uma auror agora. Tinha certeza disso, e lá tem um treinamento parecido com o do exército que me daria um lugar para morar por uns tempos. Só não queria ver a minha família de novo, não estava pronta para aceitar as mentiras que contaram.

– Eu te amo – falou, depois de ficar calado por vários minutos.

– Eu também te amo, James – falei, sabendo que essa era uma das poucas coisas que eu tinha certeza. Mas agora nada mais me importava.